Phelipe.Pompilio 08/02/2016Resenha feita para o blog Bravura Literária.A Primeira Lei, trilogia escrita por Joe Abercrombie, me foi indicada diversas vezes no decorrer de 2015. Com a Black Friday chegando, resolvi economizar um pouco pra já comprar O Poder da Espada, primeiro livro da trilogia, juntamente de outros que eu vinha desejando.
Logen Nove Dedos é um excelente guerreiro nórdico, conhecido por seu povo como "Nove Sangrento". Logo no início, Logen tem o azar de cruzar seu caminho com o dos terríveis Shankas (Orcs macacos, talvez. Não sei). Logen trava uma luta com as criaturas e despenca desfiladeiro abaixo, mas consegue sobreviver. Após a queda, Logen está sozinho, machucado, longe de seu grupo de guerreiros, mas, pelo menos, está vivo.
Logen possui um dom muito curioso que o ajuda a descobrir que existe um mago à sua procura. Após vagar solitário, Nove Dedos encontra-se com Malacus Quai, um garoto franzino, aprendiz do grande mago que está procurando Logen. Malacus então leva Nove Dedos diretamente para seu mestre, Bayaz, o Primeiro dos Magos.
Sand dan Glokta já foi um esgrimista de primeira e um ótimo soldado. Serviu na guerra contra Gurkhul, onde foi capturado e feito prisioneiro por anos. Durante esses anos preso, Glokta sofreu as mais absurdas torturas, torturas essas que destruíram sua carreira e sua vida. Agora, o antigo campeão da União é um aleijado que trabalha como Inquisidor, a pedido de Sua Majestade. Glokta usa de sua inteligência, sarcasmo e técnicas agonizantes de tortura para arrancar confissões de supostos traidores da Coroa, com a ajuda de Frost e Severard, seus dois práticos.
Jezal dan Luthar é um militar. Ainda garoto, conseguiu chegar onde está graças ao status de sua família e o dinheiro de seu pai. Jezal é arrogante, presunçoso, mesquinho e irritante. Com a aproximação de um novo campeonato de esgrima, Jezal precisa se esforçar para suportar os pesados treinos com o Major West e o Marechal Varuz, ambos antigos campeões da União. Jezal almeja a vitória, para que assim possa mostrar seu valor, conseguir subir de patente e, maiormente, para se vangloriar disso pelo resto da vida.
Em um dado momento, Jezal, Glokta e Logen irão se juntar, conforme os planos de Bayaz, e partir para uma aventura repleta de perigos e surpresas.
Esse livro é merecedor de todas as críticas positivas que eu já tive o prazer de ler. Joe Abercrombie acertou em cheio!
Com uma narrativa em terceira pessoa, que mostra pontos de vista distintos, O Poder da Espada te prende da primeira até a última página. Joe usa e abusa de diálogos inteligentíssimos e de fácil compreensão, sem deixar aquele ar de confusão no leitor.
O mundo criado por Joe Abercrombie é bem curioso e bastante explorado nesse início de trilogia, nos mostrando basicamente todos os lugares mais importantes da trama.
A descrição dos cenários é um dos pontos mais fortes de Joe Abercrombie. Castelos, salas de tortura, torres e muito mais, são descritos com maestria, de um jeito que transporta o leitor para o ambiente narrado.
As cenas de tortura com Glokta e seus práticos são magníficas, muitos realistas, detalhadas e, na maioria das vezes, perturbadoras.
Os personagens são um show à parte. Logen Nove Dedos é um cara bem enigmático, que ostenta um passado obscuro e sangrento. Parte desse passado vem à tona nas páginas finais do livro, nos dando uma ideia do quão selvagem o personagem é.
Glokta é, sem sombra nenhuma de dúvidas, o ás na manga de Joe Abercrombie. Um personagem que tem tudo para ser odiado acaba sendo o mais amado. A inteligência, o sarcasmo e as piadas de Glokta nos lembram muito o anão Tyrion Lannister, personagem das Crônicas de Gelo e Fogo.
Já com Jezal a coisa é diferente. Mesmo sendo perfeito em relação a Glokta, o garoto é nojento. Seus pensamentos são racistas e inúteis. Podemos notar no decorrer da trama uma mudança mínima nas atitudes do personagem, o que, a meu ver, foi o suficiente para que eu não quisesse mais matá-lo.
Claro que existem outros personagens. Alguns tão bons quanto os outros, mas prefiro deixar pra comentar em uma próxima oportunidade, pois se eu for comentar aqui, vou acabar estendendo muito a resenha.
A edição está belíssima, com poucos erros de gramática e ortografia e uma boa diagramação. Só acho que faltou um mapa. Não sei se é a minha edição, mas faltou um mapa.
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