O Poder da Espada

O Poder da Espada Joe Abercrombie




Resenhas - O Poder da Espada


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Paulo 11/06/2017

Quando lemos um romance de fantasia costumamos buscar os heróis. Saber quem é a pessoa que vai salvar o dia. Geralmente um protagonista de uma história de fantasia é uma pessoa buscando salvar inocentes, trazer a justiça ou salvar aquela princesa de contos de fadas. Na Trilogia do Espinho, Mark Lawrence nos apresenta um personagem detestável, mas carismático que se torna o protagonista de uma longa sequência de atos de pura violência. Jorg Ancrath é um bastardo miserável, mas um cara que aprendemos a respeitar. Porém, Jorg beira ao exagero às vezes. Joe Abercrombie nos apresenta personagens reais: com qualidades, defeitos e características únicas em sua individualidade. Alguns críticos dizem que os personagens são anti-herois ou até antagônicos. Não penso assim. A maior virtude na escrita de Abercrombie é ter nos apresentado a realidade.

Na review desse primeiro livro gostaria de me focar apenas de três personagens: Logen Nove Dedos, Jezal Dan Luthar e Sand dan Glokta. Alguns podem me criticar por eu não falar um pouco sobre o mago Bayaz, ou o major West ou até sobre Ferro Maljinn, mas a verdade é que o primeiro livro trata mais da apresentação destes três.

Logen Nove Dedos é um personagem com uma aura mais introvertida. Em seus capítulos, o autor usa de uma descrição maior do que ele observa, sua mentalidade é bem simplória. Apesar disso, não devemos entender Logen como alguém fácil de ser decifrado. Ao longo deste primeiro livro, Abercrombie vai lentamente nos apresentando as camadas que formam este complexo personagem, como se ele estivesse descascando uma cebola. Quando acontecem alguns fatos mais para o final deste primeiro volume vamos ver que o personagem guarda uma profunda amargura dentro de si. E isto pode explodir raivosamente e ocasionar sérios problemas para ele.

Ao mesmo tempo, Logen ressente a falta do seu grupo. Ao longo da trama, é possível observar todo o respeito que Harding Sinistro, Tul Duru, Barca Negra, Rudd Três Árvores e Cachorrão nutrem pelo seu líder. E como Logen complementa esse grupo de guerreiros. Ao mesmo tempo Logen é um ser amargurado com o passado vivido junto com o seu grupo. O tempo em que ele passou com Bethod, rei dos nórdicos, parece tê-lo marcado profundamente. A presença de Bethod neste primeiro livro ainda é muito pequena, mais como uma ameaça do que como algo real e palpável. Mas já é possível observar como o autor valoriza a relação entre Logen e Bethod.

Jezal dan Luthar é o tipo de homem que nunca teve que lutar por nada para se dar bem na vida. No início do livro ele descreve bem como são os seus dias: roubando dinheiro em apostas, treinando com o lorde marechal Varuz para um torneio que ele não sabe para que serve e paquerando mulheres. Mas, lentamente o enredo vai apresentando empecilhos e complicando sua vida: a aparição de Ardee, o desafio do Temível e o surgimento de Bayaz. Jezal se vê impossibilitado de continuar vivendo sua vidinha mansa e fácil. Ele será obrigado a tomar posturas que ele não teria normalmente. Se a gente pode falar em algum personagem realizando a jornada do herói, esse alguém é o Jezal. Neste livro, Abercrombie joga direto na nossa cara como este sujeito é desprezível. Ao final do primeiro livro duvido que existam muitos que falem bem das ações de Jezal.

Dos três personagens de Abercrombie, para mim, Glokta é o mais interessante. Ele é um herói-vilão. Sendo um inquisidor, sua missão é torturar as pessoas em troca de informações suficientes para que o arquileitor Sult possa mover prisões e exílios. Glokta foi um Jezal no passado, mas a guerra fez com que ele se tornasse um modicum do que já foi no passado. Glokta enxerga a vida em tons de cinza e sabe que é preciso jogar o jogo para continuar vivo. Seus braços de espadachim foram substituídos por dois práticos (seus auxiliares): Severard, que possui um jeito irônico e risonho ao mesmo tempo em que sabe pensar esquemas que facilitem a vida de Glokta e Frost, um albino imenso e extremamente violento que serve como o torturador de Glokta. Neste primeiro livro Glokta é mostrado em toda a sua crueldade, mas acabamos nos apegando a ele por tudo o que lhe foi feito no passado. O leitor acaba sempre encontrando desculpas pelo comportamento dele.

Apesar de estarem em lugares diferentes, todos os três personagens acabam sendo atraídos de uma forma ou de outra para a cidade de Adua (salvo Jezal que é um capitão da guarda da cidade). Somos deixados com mais perguntas do que respostas, mas a cidade é muito bem descrita pelo autor. Acho até que Abercrombie não gastou muito tempo sendo descritivo e preferiu se concentrar em seus personagens. Ele deu personalidade e individualidade a cada um deles. Isso os tornou muito complexos e carismáticos.

O Poder da Espada é uma longa introdução a uma trilogia. Existem alguns que acreditam que A Primeira Lei é um livro só dividido em vários atos. Não deixo de cogitar essa possibilidade que é bem real. Sei que eu recomendo muito este livro que, apesar de não ter tanta ação, apresenta uma história que parece ser bem fascinante. Algo que ele vai trabalhar melhor nos outros dois livros.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Café & Espadas 09/05/2017

Drops C&E: O Poder da Espada – A Primeira Lei #1
Era o ano de 2013 e a Editora Arqueiro lançava no já consolidado mercado de literatura fantástica brasileiro o primeiro volume da trilogia A Primeira Lei de um desconhecido e promissor autor chamado Joe Abercrombie.

Passados quatro anos e terminada a leitura de O Poder da Espada (tradução de Alves Calado) – antes tarde do que nunca! – posso dizer que o primeiro contato com Abercrombie teve um resultado satisfatório. Imperfeito e demorado mas, no fim, satisfatório.

O Poder da Espada se mostra logo de início ser um livro que debocha de si mesmo. Ele é recheado daquele humor britânico (nacionalidade do autor) elegante e altamente irônico.
Os personagens mesclam alguns estereótipos já “prontos para usar”, vistos em larga escala na fantasia – mas aqui eles compartilham algo diferente. É como se eles já chegassem a narrativa cansados de suas vidas, já fadigados de carregar em suas bagagens experiências tão árduas.

Essa sensação transborda pra o leitor. Podemos em determinados momentos pensar até que esses personagens estão vagando a esmo em uma narrativa sem um objetivo claro. Abercombrie compõe todo o cerne da sua história utilizando tramas individuais que vão sendo amarradas gradualmente, por meio de sua escrita prazerosa e bem adequada para esse tipo de fantasia.

Há pontos negativos, sem dúvida. O personagem Jezal e o seu plot é um deles.
Previsível e com clichês que não foram trabalhados de forma alguma, trata-se basicamente de um romance entre nobreza e burguesia bem “mais do mesmo”.

Apesar do orgulhoso espadachim ser um dos protagonistas, o arco criado para ele é insossa e pode ser evitada facilmente e sem danos para o conjunto da obra.
Outros personagens sofrem com a carência de uma melhor elaboração, como Ferro por exemplo. Apesar de estar inserida em uma faceta instigante do mundo criado por Abercombrie, sentimos falta de um sentido de objetivo para a personagem.

Na verdade isso é uma constante nessa obra: os protagonistas de O Poder da Espada parecem já ter vivido várias outras histórias antes e por isso, quando fazemos um primeiro contato, encontramos homens e mulheres já desgastados. Uma premissa interessante, mas mediocremente executada.

Em contrapartida, temos Glokta que toma para si a melhor das várias camadas da história. Com todo seu auto questionamento e sua ironia crítica, ele traz o humor negro e desenvolve a trama política, coalhada de muita corrupção e mostrando que o Agriont nada mais é que um perigoso ninho de víboras.

Entre qualidades e defeitos, O Poder da Espada rende uma leitura não tão fluida (poderia ser bem menor e se houvesse um pouco mais de objetividade) mas que lentamente diverte o leitor e o instiga a prosseguir.

Ao terminar a leitura, temos a sensação de que a história só vai realmente começar em Antes da Forca, o segundo volume da trilogia. Se Abercombrie conseguirá corrigir os deslizes cometidos aqui só as próximas páginas irão dizer.

Há muito mais para ser dito sobre A Primeira Lei, mas vou deixar para um próximo Drops. Até lá!
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Carlos 09/05/2017

El primer libro de esta trilogía, “La voz de las espadas” introduce una serie de personajes bien desarrollados y complejos junto a un mundo basado en la Europa medieval. Primero, no queda totalmente claro cuál será el arco principal de la historia, así como tampoco quienes son los buenos y quienes los malos – algo así como lo es en la vida real. Esto me recuerda con sinceridad a Canción de Hielo y Fuego, empero, ambas series son muy diferentes, aun cuando compartan algunos elementos: personajes moralmente ambiguos, preguntas cuya respuesta no resulta fácil, y un mundo muy bien construido con una larga historia y muchas culturas distintas. Logen Nuevededos, el bárbaro norteño es un personaje al que resulta fascinante leer, pero es solo uno de los muchos buenos personajes. No obstante lo anterior, Sand dan Glokta es sin lugar a duda alguna el mejor personaje de este libro, el torturador más simpático que he hallado. Si gustan de la fantasía, den una oportunidad a este libro. El final es tanto satisfactorio como inesperado.
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Thi_Rock 11/12/2016

O poder da espada - Trilogia a primeira lei.
Era noite. estava em meu quarto e terminei mas um livro.

E pensei - CARALHO QUERO IR PARA ESSA EXPEDIÇÃO COM BAYZ - me vi imaginando como seria lutar ao lado de Logen nove dedos e a menina Ferro. Ou ver Bayz o primeiro dos magos careca e barbudo lutar contra o que é que virá para cima dele.

"O vento pareceu mais frio do que antes. Se Logen passasse a vida inteira sem ver
Bethod de novo, ainda acharia cedo demais para reencontrá-lo. No entanto, algumas
coisas precisam ser feitas. É melhor fazê-las do que viver com medo delas. Era o que
o pai de Logen teria dito"
Nesse primeiro livro tive vontade de está naquelas fogueiras que Logen fez no inicio do livro e está papeando com o ele, cachorrão, Rudd três arvores e poder xingar um bocado o barca negra, mas que filho da puta não ? que se emocionou com a morte do fraco, que era péssimo para brigas, mas tinha um puta coração enorme, que grupo hein... eles ficaram sem o seu líder o Nove sangrento (Logen) que estava em uma luta contra os shankas e porra ele caiu de um penhasco, com certeza estaria morto né ? mas não é esse o fim que o Logen, o nove sangrento teria.

O livro no começo é lento, mas da para perceber que nesse primeiro momento é mais para aprender sobre a politica da união, sobre o norte e como os personagem são e agem, mas nem por isso o livro é ruim, é bom demais.

– Lutei em três campanhas – começou. – Em sete batalhas difíceis. Em inúmeros
ataques rápidos, escaramuças e defesas desesperadas, e em ações sangrentas de todo
tipo. Lutei durante uma nevasca densa, no vento furioso, no meio da noite. Venho

lutando toda a minha vida, contra um inimigo ou outro, com um amigo ou outro.
Conheço pouca coisa além disso. Vi homens serem mortos por causa de uma
palavra, de um olhar, de absolutamente nada. Uma mulher tentou me esfaquear
uma vez por ter matado o marido dela e eu a joguei num poço. E isso nem de longe
é o pior. Para mim, a vida tinha tanto valor quanto a poeira. Menos até.
– Por dez vezes fui escolhido o campeão para duelar por meu exército e por dez

vezes venci, mas lutei no lado errado e por todos os motivos errados. Fui implacável,
brutal e covarde. Esfaqueei homens pelas costas, queimei-os, afoguei-os, esmagueios
com pedras, matei-os enquanto dormiam, quando estavam desarmados ou
fugindo. Eu mesmo fugi mais de uma vez. Já me mijei de medo. Implorei pela vida.
Fui ferido muitas vezes, ferimentos graves, e gritei e chorei feito um bebê que quer o
peito e a mãe não dá. Não tenho dúvida de que o mundo seria um lugar melhor se
eu tivesse sido morto há anos, mas não fui, e não sei por quê.
Ele olhou para as mãos, rosadas e limpas na pedra.
– Há poucos homens com mais sangue nas mãos do que eu. Nenhum, que eu
saiba. Sou chamado de Nove Sangrento por meus inimigos, e eles são muitos.
Sempre há mais inimigos e menos amigos. O sangue não traz nada além de mais
sangue. Agora ele me segue, sempre, como minha sombra. E como acontece com
minha sombra, nunca posso me livrar dele. Eu o ganhei. Mereci. Busquei-o. Esse é o
meu castigo.

- Logen
Gostei para caralho do inquisidor Glockta que era um espadachim foda, o melhor do próprio do rei, mas foi capturado e torturado na última guerra o que fez ele se tornar um homem aleijado que não serve nunca mais para carregar uma espada.

"Corações partidos se curam com o tempo, mas dentes quebrados, não."
- Glockta
de modo geral é uma historia muito bem escrita e que tem personagem muito fodas, se você gosta de historia medievais no estilo game of thrones, acho que você pode adorar essa leitura.

"Quando chegar a hora, mandaremos três sinais, vocês terão notícias nossas."
- Hansul Olho Branco


site: https://desacocheioemauhumor.wordpress.com/
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gustavo.padilha 04/09/2016

Resenha A Primeira Lei - Livro 1
O poder da Espada é o primeiro livro da trilogia Primeira Lei escrita por Joe Abercrombie. A primeira vez que vi este livro foi quando o site Jovem Nerd, que por curiosidade me chamou muita a atenção. Antes de pensar em comprar fui ver em outros lugares para saber mais soube o livro, e todos diziam a mesma coisa. Por isso perdi o medo e o comprei. Este livro mudou tudo o que eu achava dos livros de fantasia, porque eu nunca tive coragem de comprar livros, portanto, ele foi o primeiro de todos que tenho e me orgulho muito de telo comprado. Mas vamos ao que interessa.
O livro começa com Logen Nove Dedos um Nórdico com um passado cruel, mais quer mudar de vida, mas a vários acontecimento ao decorrer do livro que forção a ele usar a brutalidade que a dentro de si.
O segundo personagem é Sand dan Glokta, ele é o carrasco a serviço da inquisição de sua Majestade. Sem duvida meu personagem predileto, não só por seu carisma mais sim no seu jeito de resolver e achar problemas.
O ultimo e não menos importante Jezal dan Luthar, um jovem e encantador de mulheres que esta em busca do tão sonhado campeonato de esgrima. Olha no começo eu não gostava muito dele por ser muito arrogante mais mudei de ideia, porque estive pensando muito sobre ele depois de ter lido e relido o livro, e ver como ele é necessário no arco, foi muito bacana e também muito carismático.
Bom no final de tudo o livro tem ótimos personagem (tanto o principal quanto os secundários), os diálogos e interação com o leitor foram fabulosas. Este livro como eu falei no começo mudou muita coisa na minha vida, não só na leitura, porque eu odiava ler, mas sim para eu procurar mais e mais livros para ler. Agradeço muito ao Joe por escrever este livro, porque ele me fez enxergar o mundo que as nas paginas, e a cada dia que passa eu não paro de ler outros títulos sem me lembrar desta trilogia.

Bom é isso pessoal espero que tenha ajudado, um obrigado e boa leitura
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icaro 01/06/2016

O Poder de Tornar Um Livro Bom Numa Introdução Quase Ruim
Logo na sinopse, Joe Abercrombie promete o destino de três personagens - Sand dan Glokta, antigo prisoneiro que, agora, é o Inquisidor de Sua Majestade; Jezal dan Luthar, capitão do exército inexperiente que ambiciona vencer o Campeonato, porém é indisciplinado e irresponsável e Logen Nove Dedos, nórdico que após apoiá-lo durante grande parte de sua vida, agora luta contra Bethod, que se autoproclamou Rei do Norte - eclodindo após a chegada de Bayaz, o Primeiro dos Magos. Porém, o que ele entrega ao leitor é uma leitura demasiadamente introdutiva, algo que, talvez, seja justificável, já que O Poder da Espada é o primeiro livro da trilogia A Primeira Lei, porém, não é. JK Rowling, por exemplo, escreveu uma saga de oito livros e nenhum deles foi muito introdutivo.

Apesar do que Abercrombie nos promete só ser entregue (muito) mais tarde, é fato que ele tem um incrível conhecimento da posição humana. Os diálogos são incríveis. São personagens ardilosos, cínicos, irônicos e falsos e, sem ofensas, iguais a nós. Joe consegue criar diálogos naturais, diferentes do que estamos acostumados a ver em outros livros onde nos são apresentados diálogos plásticos e narrações artificiais. O desfecho, apesar de surpreendente, não é exatamente um desfecho, afinal, como eu já disse, o livro todo é bastante introdutivo à sua sequência Antes da Forca.

É bom, porém, só vale a pena se você estiver disposto a comprar o segundo livro. E se no final você ainda não se convenceu se o segundo livro merece o desembolso em tempos dr crise, spoiler: vale.

Em relação à capa, fonte, diagramação e edição não se tem muito a dizer. A capa é maravilhosa, perfeita, linda de bonita. Traz um mapa do Círculo do Mundo e o objeto que estampa o título: a espada. Sobre a fonte e diagramação, ficamos sem ter o que dizer, já que é tudo muito simples. A edição deixa um pouco a desejar com erros simples, mas que poderiam ser evitados. É uma fala sem travessão, nome de personagem com letra minuscula.

Com um pouco de bondade, podemos dizer que o livro é bom, pois suas qualidades superam seus defeitos.
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Nena 23/05/2016

Introdução
É um livro um pouco cansativo de ler pois é contada a história de várias personagens ao mesmo tempo, tendo um capítulo por vez de cada uma se intercalando, e quando você começa a se empolgar com a leitura de uma personagem/situação mudam o ponto de vista quebrando um pouco o ritmo de leitura. Acho que o primeiro livro é mais introdutório, focando mais na construção do mundo e nos fazendo entender um pouco mais como pensam cada personagem, apesar de não ficar muito claro qual o papel de cada uma na trama. No geral o mundo e as personagens são bem construídos, e a história parece se encaminhar por um caminho interessante.
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Gokuafricano 06/05/2016

Passando ás 100 primeiras páginas o livro é ótimo.
A introdução dos personagens é tediosa e confusa.
Às 100 primeiras páginas do livro não empolga e a leitura é penosa.
Após o livro deslancha e você se apega aos personagens quando percebe melhor o quanto são complexos e carismáticos.
O modelo de narração parece com guera dos tronos com a visão de 1 personagem por vez, alguns são melhores que outros, mas não chega a desanimar como quando lê "Sansa" no titulo.

No final vale muito a leitura e penso que os outros 2 livros são melhores ainda.

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Clara 24/03/2016

Resenha O Poder da Espada
O poder da espada é o primeiro livro da trilogia A Primeira Lei do autor Joe Abercrombie. A indicação desse livro foi bem inusitada, estava na travessa com uma amiga e ouvimos um dos atendentes mostrando esse livro e contando um pouco da historia. Quando ele falou que um dos personagens era um carrasco na mesma hora aguçou a curiosidade. Por fim acabou sendo uma das minhas melhores aquisições da bienal.

Abercrombie criou um universo muito rico e com personagens muito interessantes. O livro é narrado em terceira pessoa e os capítulos se alternam entre os protagonistas, no momento inicial cada um se encontra em um local diferente, mas em um segundo momento suas historias se misturam.

O primeiro que conhecemos é o Logen Nove Dedos, líder de um grupo questionável de guerreiros do Norte que luta contra os cabeças achatadas (Shankas). Nove dedos é um guerreiro sanguinário e cruel, que já perdeu as contas de quantos matou. Ao escapar da morte, Logen se separa do seu grupo e iniciou uma jornada sozinho e acabou tendo tempo para pensar em muitos aspectos de sua vida até encontrar o aprendiz de feiticeiro, Malacus Quai, que o leva diretamente para Bayaz, o Primeiro dos Magos, segundo ele mesmo.

Sand Dan Glokta é um personagem muito complexo, é um homem na faixa dos seus trinta e poucos anos que era charmoso e habilidoso. Foi um grande soldado da União até ser capturado e torturado pelos inimigos. Voltou um homem quebrado fisicamente e emocionalmente, pois sua vida consiste em sentir dor o tempo inteiro. Seus dentes foram arrancados de uma forma para que ele não consiga morder nada, teve diversos ossos quebrados e triturados dificultando o seu andar. Seu trabalho atual é extremamente peculiar, ele é o Inquisidor (o tal carrasco que me fez ler o livro hehehe) e tem a ajuda de dois práticos o Frost e o Severard. Para conseguir as informações que precisa, ele não tem medo de causar dor, o que o torna um acessório valioso da inquisição, que exerce um cunho político maior do que religioso. Glokta chega a ser divertido em sua desgraça, ele usa muito do humor negro.

Em adua, conhecemos o Capitão Luthar, um jovem espadachim egocêntrico, arrogante e descompromissado que está em busca de títulos e fama, mas sem esforço. Ele está prestes a participar de um campeonato de esgrima e precisa vencê-lo para mostrar o seu valor a União.

São perfis totalmente diferentes né? Sem contar com outros personagens que são tão importantes quanto e dão sentindo a historia, como: o Capitão Collem West, que conquistou seu cargo por mérito e não por nome; o grupo do Nove dedos: Três Arvores, Forley, Cachorrão, Barca Negra, Sinistro e Tul Duru, entre outros. A construção de cada um deles é muito bem feita. Alem das personagens femininas, que mesmo numa sociedade medieval e violenta são fortes e obstinadas. Destaque para a Ferro Maljinn, porradeira demais!

Ao norte, existe uma historia paralela, temos Bethod, o Rei dos Nórdicos, na realidade ele se autoproclamou rei e seus filhos que exigem que a União entregue Angland para eles ou irão começar uma guerra.

A historia é muito boa, cheia de reviravoltas, lutas, magia e conspirações, com uma narrativa coerente. O ponto primordial é conhecer o funcionamento social e político, pois isso influencia a trama inteira. Para quem gosta de literatura fantástica medieval vale muito a pena.

site: http://nomeumundo.com/2016/03/23/resenha-o-poder-da-espada-trilogia-a-primeira-lei/
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Phelipe.Pompilio 08/02/2016

Resenha feita para o blog Bravura Literária.
A Primeira Lei, trilogia escrita por Joe Abercrombie, me foi indicada diversas vezes no decorrer de 2015. Com a Black Friday chegando, resolvi economizar um pouco pra já comprar O Poder da Espada, primeiro livro da trilogia, juntamente de outros que eu vinha desejando.

Logen Nove Dedos é um excelente guerreiro nórdico, conhecido por seu povo como "Nove Sangrento". Logo no início, Logen tem o azar de cruzar seu caminho com o dos terríveis Shankas (Orcs macacos, talvez. Não sei). Logen trava uma luta com as criaturas e despenca desfiladeiro abaixo, mas consegue sobreviver. Após a queda, Logen está sozinho, machucado, longe de seu grupo de guerreiros, mas, pelo menos, está vivo.

Logen possui um dom muito curioso que o ajuda a descobrir que existe um mago à sua procura. Após vagar solitário, Nove Dedos encontra-se com Malacus Quai, um garoto franzino, aprendiz do grande mago que está procurando Logen. Malacus então leva Nove Dedos diretamente para seu mestre, Bayaz, o Primeiro dos Magos.

Sand dan Glokta já foi um esgrimista de primeira e um ótimo soldado. Serviu na guerra contra Gurkhul, onde foi capturado e feito prisioneiro por anos. Durante esses anos preso, Glokta sofreu as mais absurdas torturas, torturas essas que destruíram sua carreira e sua vida. Agora, o antigo campeão da União é um aleijado que trabalha como Inquisidor, a pedido de Sua Majestade. Glokta usa de sua inteligência, sarcasmo e técnicas agonizantes de tortura para arrancar confissões de supostos traidores da Coroa, com a ajuda de Frost e Severard, seus dois práticos.

Jezal dan Luthar é um militar. Ainda garoto, conseguiu chegar onde está graças ao status de sua família e o dinheiro de seu pai. Jezal é arrogante, presunçoso, mesquinho e irritante. Com a aproximação de um novo campeonato de esgrima, Jezal precisa se esforçar para suportar os pesados treinos com o Major West e o Marechal Varuz, ambos antigos campeões da União. Jezal almeja a vitória, para que assim possa mostrar seu valor, conseguir subir de patente e, maiormente, para se vangloriar disso pelo resto da vida.

Em um dado momento, Jezal, Glokta e Logen irão se juntar, conforme os planos de Bayaz, e partir para uma aventura repleta de perigos e surpresas.

Esse livro é merecedor de todas as críticas positivas que eu já tive o prazer de ler. Joe Abercrombie acertou em cheio!

Com uma narrativa em terceira pessoa, que mostra pontos de vista distintos, O Poder da Espada te prende da primeira até a última página. Joe usa e abusa de diálogos inteligentíssimos e de fácil compreensão, sem deixar aquele ar de confusão no leitor.

O mundo criado por Joe Abercrombie é bem curioso e bastante explorado nesse início de trilogia, nos mostrando basicamente todos os lugares mais importantes da trama.

A descrição dos cenários é um dos pontos mais fortes de Joe Abercrombie. Castelos, salas de tortura, torres e muito mais, são descritos com maestria, de um jeito que transporta o leitor para o ambiente narrado.

As cenas de tortura com Glokta e seus práticos são magníficas, muitos realistas, detalhadas e, na maioria das vezes, perturbadoras.

Os personagens são um show à parte. Logen Nove Dedos é um cara bem enigmático, que ostenta um passado obscuro e sangrento. Parte desse passado vem à tona nas páginas finais do livro, nos dando uma ideia do quão selvagem o personagem é.

Glokta é, sem sombra nenhuma de dúvidas, o ás na manga de Joe Abercrombie. Um personagem que tem tudo para ser odiado acaba sendo o mais amado. A inteligência, o sarcasmo e as piadas de Glokta nos lembram muito o anão Tyrion Lannister, personagem das Crônicas de Gelo e Fogo.

Já com Jezal a coisa é diferente. Mesmo sendo perfeito em relação a Glokta, o garoto é nojento. Seus pensamentos são racistas e inúteis. Podemos notar no decorrer da trama uma mudança mínima nas atitudes do personagem, o que, a meu ver, foi o suficiente para que eu não quisesse mais matá-lo.

Claro que existem outros personagens. Alguns tão bons quanto os outros, mas prefiro deixar pra comentar em uma próxima oportunidade, pois se eu for comentar aqui, vou acabar estendendo muito a resenha.

A edição está belíssima, com poucos erros de gramática e ortografia e uma boa diagramação. Só acho que faltou um mapa. Não sei se é a minha edição, mas faltou um mapa.

site: www.bravuraliterariablog.blogspot.com.br
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Jean 29/01/2016

Desafio Literário 2016 - Janeiro
Para o mês de janeiro, a proposta era ler um livro de fantasia.

Apesar de gostar bastante do gênero, eu não leio tantos livros do gênero. O primeiro tema serviu para me relembrar do quão agradável estes livros podem ser. Abercrombie escreve muito bem e compôs alguns personagens realmente agradáveis de se acompanhar (principalmente o inquisidor e seus pensamentos irônicos).
Tão bacana que já adquiri o segundo volume e já tenho a grana para o terceiro!
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Sofia Trindade 06/01/2016

"O Poder da Espada", de Joe Abercrombie, é o tipico livro que queria muito ler, então na primeira oportunidade que tive não pude deixar de agarra-lá.

O primeiro cenário se inicia com Logen, um nórdico conhecido pela sua habilidade de lutar e, principalmente, matar. Além do nórdico, o livro foca na vida de mais dois personagens: Glokta e Jezal, o que me dividiu em muitos momentos fazendo com que Glokta fosse meu personagem preferido pela interação maior que sentimos ao ler a vida do personagem. Glokta, atual chefe da Inquisição, foi um ex-soldado famoso que teve a má sorte de ser pego e torturado. Jezel, que ficou conhecido por ser mulherengo, tenta provar que pode ser alguém entrando para um duelo de esgrima.

O primeiro livro da trilogia "A Primeira Lei" passa a imagem de que muita coisa esta por acontecer. Logo no primeiro volume podemos perceber assuntos que fazem parte da nossa vida, como: politica, relações de interesse e o jogo de poder que os homens fazem para chegar ao auge.

O desejo que tinha em ler a obra, infelizmente, aos poucos foi se esvaziando. A escrita de Abercrombie por hora me animava e por hora me deixava incomodada. Era animador por alguns momentos, mas lento e arrastado por outros. A quantidade de personagens contribuiu para que parte do meu desanimo aparecesse. Joe tem uma escrita muito detalhada e posso dizer que ele é um dos autores mais detalhistas que pude conhecer, depois de Michael Ende, claro.

Mesmo com uma boa quantidade de personagens senti muito a falta de personagens femininas e por isso pude perceber que me sinto mais a vontade com elas do que com todos os personagens homens. Temos mulheres? Sim! Ferro e Ardee, outra personagem que me conquistou, mas a presença delas não é tão marcante ao ponto de termos uma Daenerys, uma Katniss ou uma Hermione.

Conforme a leitura ia seguindo minhas expectativas em relação ao livro iam mudando. Foi ai que comecei a perceber que esperava algo totalmente diferente.
Algumas partes da leitura passavam a sensação de serem desnecessárias. Ao todo o livro me passou alguns incômodos. Foi uma leitura que eu não estava totalmente preparada, admito. Tentei realiza-lá várias vezes no ano, mas só consegui termina-lá no final do ano por um grande impulso.

Quanto a diagramação tenho um pouco a reclamar. A fonte do livro ficou pequena demais o que dificultou minha leitura várias vezes, mas entendo que talvez a editora tenha preferido assim, porque o livro por si só tem um tamanho grande.

Mesmo com todos os pontos que citei quero ler a continuação, principalmente por estar curiosa para saber o que irá acontecer e os vários segredos que com certeza serão revelados.
Não vou criar expectativas imensas, mas quero ver o que o autor ainda pode nos mostrar nessa trama e mudar a visão que criei por conta do primeiro livro.

site: http://formula-amor.blogspot.com.br/2016/01/resenha-o-poder-da-espada.html?showComment=1452127173072#c7224450536147709161
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Will 23/12/2015

O Poder da Espada - Joe abercrombie
Tudo se inicia com Logen, um Nórdico do mundo a que o livro se refere, a característica principal de Logen é que ele não possui um dedo. Pelo seu estudo ele também conseguiria ser presidente do Brasil. Logen está em uma batalha por sua vida, e após alguns eventos ele resolve rumar para o Sul, onde a guerra deixa de ser sangrenta e passa a ser política.

O segundo personagem que o livro aborda é Glokta, um veterano de guerra que foi torturado de tal forma que sente as dores até hoje. Glokta tem uma posição poderosa nos reinos do Sul, após voltar vivo da guerra que todos acharam que ele havia falecido, foi nomeado como um inquisidor do rei. Glokta então mostra toda a crueldade que aprendeu outrora, fazendo as pessoas confessarem crime até que não cometeram.
O último personagem que tem um ciclo fechado no livro é Luthar, capitão de renome nos reinos do Sul, sua destreza com a espada só não é maior que seu Egocentrismo. Luthar é um personagem da Nobreza, e está treinando para vencer o grande torneio, se vencer, ele ganhará uma grande promoção e também o respeito de sua famíla.

Todos os personagens tem um intuito no livro, e pouco a pouco o cerco vai fechando para uni-los em uma missão específica. Alguns outros grandes personagens aparecem no livro, como Bayaz, o primeiro dos magos, Cachorrão, e Ferro, eles também são personagens chaves na série, e tal qual com sua identificação pessoal.

O Poder da espada não é um livro lento, sua fluidez e carisma fazem você virar rápido a página, e sendo uma trilogia este primeiro se saiu muito bem, com sua dose excelente de mistérios e ação. Abercrombie conseguiu trazer até nós um clássico moderno.
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Luiza.Thereza 06/10/2015

O Poder da Espada
A maior parte desta história se passa na União. Outrora dividida em um punhado de reinos rivais, hoje ela é governada por um único soberano. Nesse período de paz, os joguetes de poder interno ganham força, e as conspirações e os jogos de influencia imperam.

Os acontecimentos acompanham o ponto de vista de três personagens muito diferentes entre si: Sand dan Glokta já foi o melhor esgrimista da União e muito temido por sua habilidade. Hoje, após os anos sob a tortura dos antigos inimigos da União, ele é um torturador a serviço do rei.

Logen Nove Dedos (de longe, meu personagem favorito até agora) é um bárbaro que já fez muito estrago nas batalhas que travou durante a vida. Decidido a não ser mais lembrado por seus antigos atos cruéis, ele busca mudanças. Infelizmente para ele, as batalhas o perseguem.

O ultimo é Jezal dan Luthar. De origem nobre, ele só pensa em vencer o Campeonato de esgrima e alcançar toda a fama que essa vitória lhe trará. De personalidade um tanto arrogante e um bocado orgulhoso, ele vai descobrir que para é preciso esforço e para conquistar algumas coisas.

E aí temos um cara estranho que se apresenta como Bayas, uma figura lendária em vários momentos da história da União. Apesar de não acompanharmos a história pelos olhos dele, Bayas se torna uma figura de muito destaque em muito pouco tempo, e suas ações unem o destinos de Glokta, de Logen e de Luthar em um caminho um tanto... perigoso

site: http://www.oslivrosdebela.com/2015/04/o-poder-da-espada-joe-abercrombie.html
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Renan Barcelos 20/08/2015

Um Grande Prólogo

O Poder da Espada (The Blade Itself) foi o romance de estreia de Joe Abercrombie tanto no Brasil quanto na literatura. Sendo o primeiro da trilogia A Primeira Lei, já finalizada e publicada no país pela Editora Arqueiro, serve como entrada tanto para a história quanto para o mundo de fantasia medieval criado por Abercrombie. O Poder da Espada recebeu comentários positivos nos Estados Unidos, o que garantiu além da publicação da Trilogia, quatro outros livros passados no mesmo mundo, ainda não publicados em solo brasileiro.

O livro começa com um fim. Pelo menos um fim para o guerreiro Logen Nove-Dedos. Emboscado por um grupo de criaturas conhecidas como shankas, acaba caindo de um penhasco. Mas logo se estabelece que Logen é um sobrevivente, alguém que fará de tudo para continuar no seu caminho e, como dizem nas terras dele, não voltar a lama. Acreditando que seus amigos foram mortos pelas criaturas, ele parte, rumo ao sul.

E é nas terras ao sul, muito ao sul, onde Logen nunca esperava chegar, que fica a União. Um bastião da modernidade, terra civilizada, científica e de inúmeras conquistas bélicas e arquitetônicas. Cheia de burocracia, corrupção, desigualdade e disputa entre os vários poderes. A União já foi um lugar glorioso, formada por diversos reinos que foram unidos sob a mesma bandeira por um rei de outrora, sob os sábios conselhos de Bayaz, o Primeiro dos Magos, aprendiz direto do Grande Juvens e a figura que, dizem as lendas, derrotou o lendário Kanedias, o Mestre Artificie, cujas obras arquitetônicas inigualáveis perduram até os dias atuais.

Mas esses dias já passaram há muito tempo. E as histórias sobre essa criação parecem apenas lendas e alegorias. Arrogantes e presunçosos, os nobres da União mal percebem que o tempo da glória já passou. O Rei é apenas um demente, seu filho mais velho não vale muito mais. É o Conselho Interno que realmente governa, mas seus membros veladamente lutam por poder, apenas o Chanceler Feekt consegue mantê-los trabalhando em conjunto e equilibrar as forças do governo. Mas Feekt já é muito velho. Pode morrer a qualquer instante.
Jezal é completamente filho da União. Nobre de nascença, primeiro filho, bonito, galante, orgulhoso e desleixado, busca viver uma vida fácil. Conquistar glória no exército para então pular para um posto mais calmo e cheio de mordomias era uma opção. Mas com a iminência do Campeonato, seu objetivo se torna vencê-lo na presença do Rei, ganhar fama de forma mais rápida, alguma posição de destaque no governo e então viver a boa vida. Quanto à Glokta, ele já venceu o campeonato. Doze anos atrás. Foi o maior espadachim que o reino já viu, adorado e amado por todos. Mas isso parece ter pertencido a outra vida, capturado e torturado durante as guerras contra Ghurkul, ele é apenas uma sombra do que era. Deformado, coxo e amargo, se arrasta pelos corredores da inquisição, sentindo dores atrozes enquanto se dedica a trabalhar no mesmo tipo de coisa que ele sofreu. E Glokta é muito bom em extrair informações. Por que ele faz isso? Não sabe. Mas é a única coisa em que ele pode ser útil.

Desde o início, O Poder da Espada deixa claro que é um livro centrado nos personagens. E devido a essa característica, tanto os protagonistas quanto alguns secundários são muito bem desenvolvidos. Jezal, Glokta e Logen não são personagens fáceis de se gostar, e dificilmente conseguiriam passar uma sensação de identificação para um leitor. No entanto, suas personalidades são críveis e bem trabalhadas, com os motivos de serem quem são ficando à mostra no decorrer de suas histórias e os indícios de mudanças futuras já despontando no livro. Dos três, talvez apenas Jezal soe um pouco artificial. Seus arroubos de orgulho e narcisismo as vezes parecem infantis e exagerados demais. E os motivos para que este personagem comece a se tornar mais responsável não convencem muito.

Este tipo de estrutura centrada nos personagens pode trazer vários benefícios para um romance, sobretudo quando está aliada a uma história ou ambientação comum que é mostrada pouco a pouco por diferentes pontos de vista. No entanto, isso não é tão bem executado em O Poder da Espada. Os personagens parecem desconexos entre si, como se cada um pertencesse a um mundo diferente. Glokta e Jezal vivem na mesma cidade, mas é quase como se fossem de países diferentes, pois as coisas que estão passando – mesmo que revelem problemas existentes no reino inteiro – não chegam a afetar de forma alguma o outro. Salvo alguns rápidos momentos em que os personagens contracenam, mas sempre sob a perspectiva de apenas um deles, é como se os capítulos de cada um dos protagonistas fizesse parte de um livro diferente. Ao final de O Poder da Espada esta questão melhora um pouco, quando os pontos de vista vão se misturando no mesmo capítulo e os personagens estão envolvidos em situações semelhantes. Mas várias páginas se passam antes que isso seja alcançado.

Isto acontece porque a história principal não recebeu a atenção que precisava. A sinopse indica que os protagonistas serão afetados de alguma forma pela presença de Bayaz, o primeiro dos magos. No entanto, dentro do livro, isto acontece apenas após mais de metade de suas páginas terem sido vencidas e ainda assim não fica claro o que de fato está acontecendo. Qual o conflito do livro, afinal? O leitor se pergunta. O que, de fato, conta esta história? Estas perguntas são apenas respondidas perto do fim de O Poder da Espada. É verdade que pouco a pouco, conforme o cenário vai sendo apresentado, pequeníssimas informações sobre a ambientação e o passado da União, bem como a situação de guerra que ameaça envolver a tudo, vão sendo reveladas. Mas isto não é o suficiente. A relação dos personagens com os acontecimentos e, de fato, porque eles são protagonistas da história só fica mais clara nas últimas páginas do livro, quando se têm a impressão de que, 450 páginas atrasada, a história vai começar.

O Poder da Espada é um livro bem escrito. Começa com ação, mas é mais para chamar atenção do leitor do que estabelecer o tom e o ritmo que irão reger a trama. Joe Abercombrie é especialmente competente em descrever as cenas das lutas em que os personagens se envolvem. Seu trabalho com alguns dos protagonistas é admirável, mas os secundários, que em muitas obras são mais adorados do que os principais, não chamam muita atenção. Principalmente as personagens femininas, que se mostram estereotipadas e bidimensionais, não sendo bem desenvolvidas ou, pior, sendo mal utilizadas.

Não existe muito a se falar sobre o mundo da trilogia A Primeira Lei. A magia que existe na ambientação e tem um papel importante na história da União, no entanto, o fenômeno aparece muito pouco no livro e não é possível conhecer seu funcionamento ou suas limitações. Como muitas obras de fantasia medieval, existe muito pouca medievalidade. Aos menos no que toca a União. As formas arquitetônicas e vestimentas são pouco descritas, mas do que é dito sobre o assunto. somado ao funcionamento da sociedade, do governo e das instituições do lugar, a União estaria mais na idade moderna do que na baixa idade média. O que não é estranho ao gênero da fantasia medieval.

O livro de estreia de Abercrombie não acrescenta muito ao seu gênero. No entanto, consegue trabalhar de forma mais ou menos original com os clichês mais óbvios e apresenta personagens interessantes. É uma obra leve, embora um tanto arrastada. Uma leitura simples e agradável para os que gostam de fantasia medieval e que pode agradar os que se embrenharam no gênero devido à fama de Guerra dos Tronos. Mas lê-lo com muitas expectativas pode resultar em decepção. Talvez o segundo livro da trilogia, Antes da Forca, tenha uma desenvoltura melhor, já que começa com a trama já engatilhada.


site: https://eoutroscenarios.wordpress.com
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