Thales Moreira 24/05/2021Uma releitura que continua emocionandoConfesso que a releitura de Uma longa jornada foi uma boa surpresa. Como descobri ao longo da história, por ter lido há tanto tempo e não ter retornado à história em nenhum momento desde então, já havia esquecido de muita coisa. Assim, foi quase como ler pela primeira vez e as emoções causadas por Sparks são, como sempre, profundas e nos fazem analisar nosso modo de viver.
Nesse livro, Sparks entrelaça as histórias de Luke e Sophia com a de Ruth e Ira. Os dois casais tão improváveis, ao longo do enredo, se provam como feitos exatamente um para o outro. O que mais impressiona é a forma como o autor consegue fazer com que nos apaixonemos tanto quanto os personagens principais.
Sparks demonstra sua capacidade de criar enredos tocantes com uma facilidade incrível. Ele nos faz ficarmos tão apaixonados e envolvidos no amor dos dois casais que, a cada sofrimento novo ou rememoração de momentos difíceis, nos encontramos querendo envolver o personagem e consolá-lo, garantir que as coisas vão melhorar ou que aquilo ainda poderá passar.
O ponto alto, em minha opinião, fica com Ruth. Com toda a certeza, esta é uma das personagens mais altruístas e de bom coração já criadas por Sparks, se não a mais. Sempre disposta a ajudar o próximo, Ruth não coloca limites no que é capaz de fazer, caso saiba que aquilo pode ajudar alguém passando dificuldades, sejam elas quais forem. É, definitivamente, o tipo de pessoa que você faria o possível e o impossível para manter em sua vida, pois sempre traria boas energias.
Já os altos e baixos enfrentados por Sophia e Luke, em especial na teimosia e visão limitada deste último, são expostos de forma delicada na história. O relacionamento dos dois vai bem, até o momento em que todo o drama do passado de Luke se desfralda e traz abaixo algumas verdades que, antes, ele tinha dificuldade para enxergar.
Com o final, Sparks deixa o leitor com um sentimento de que, apesar de tudo parecer estar desmoronando, as situações ainda poderão ser resolvidas. Muitas vezes, basta que não percamos a esperança e fiquemos firmes. Pode demorar, mas tudo um dia se resolve.