Aos 7 e aos 40

Aos 7 e aos 40 João Anzanello Carrascoza




Resenhas - Aos 7 e aos 40


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Ricardo Aquino 31/01/2016

Encantador
Difícil é não se reconhecer em algumas passagens. A sensibilidade do autor transporta o leitor para momentos distintos da vida, traçando em cada momento, semelhanças e lembranças. João Anzanello Carrascoza nos presenteia com momentos majestosos e sutis.
Ricardo Aquino 25/07/2020minha estante
Adorei




JUNIM 16/03/2014

PERCEBER-SE
O momento em que nos encontramos e cientes desse encontro pela percepção do que fomos a partir do que pretendemos ser e daquilo que realmente nos tornamos...o livro é como uma dobradura cheio de sinais da poesia infantil e das controvérsias do ser adulto... a visão poética da realidade pulula em todas as linhas isso enriquece a obra a nossos olhos e reconduz há lembranças que pareciam desaparecer ao longo da historia que atravessamos no dia a dia... enxergar poesia no cotidiano refaz a crença de que o escritor brasileiro ainda é capaz de mostrar o quanto temos de genial em nossa literatura contemporânea. Carrascoza nos percebe e nos alinha em um vertiginoso encontro com nós mesmos. Imperdível e genial!
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MarcosQz 30/01/2021

Fabuloso! Um afago no coração.
"Mas tudo adianta não admitir? -, tudo é um viver único, de uma só vez, sem repetição..."

A história se passa em dois momentos da vida de um homem. Capítulos ímpares se passam durante seus 7 anos, em primeira pessoa; capítulos pares se passam aos 40 anos do personagem, escritos em terceira pessoa e fugindo da norma correta de acentuações e parágrafos, o que mostra um pouco, no meu ponto de vista, a caoticidade da vida adulta.
As falas das personagens são destacadas em itálico também, falas breves e rápidas, além disso, todos os personagens têm os nomes ditos em algum momento, menos o personagem principal.
Uma viagem ao passado, um retorno a sua infância e as lembranças de bons momentos.

Uma leitura leve, agradável e muito prazerosa, deixando dentro de nós um misto de emoções e sentimentos, nos levando ao nosso próprio passado da infância, nos fazendo lembrar de momentos vividos, muitos até parecidos com o do personagem aos 7 anos. Ler esse pequeno livro foi como um abraço gostoso e caloroso.
Um dos meus preferidos a partir de hoje.
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MR.Santi 19/01/2015

O ser e o não sou
“Ser ou não ser, essa é que é a questão: / Será mais nobre suportar na mente / As flechadas da trágica fortuna, / Ou tomar armas contra um mar de escolhos / E, enfrentando-os, vencer?”. O monólogo de Hamlet, composto por Shakespeare, evidencia a dúvida do personagem em relação ao que fazer, após saber a verdade sobre a morte de seu pai. Em Aos 7 e aos 40 de João Anzanello Carrascoza ocorre uma dúvida semelhante: Sou ou não sou? Pergunta-se o protagonista.
Carrascoza nasceu em 1962, na cidade de Cravinhos, interior de São Paulo. Formou-se em comunicação social e publicou, em 1994, seu primeiro livro, Hotel solidão, obra que lhe rendeu o Concurso Nacional de Contos do Paraná. Assim se inicia sua extensa lista de publicações e prêmios vencidos. Nas primeiras, entre contos e infanto-juvenis, estão incluídos mais de vinte livros, alguns deles são: O vaso azul (1998), O volume do silêncio (2006) e Aquela água toda (2012). Nos segundos encontram-se os prêmios Radio France Internationale, Jabuti e Eça de Queiroz.
Neste seu primeiro romance, chegando ao que poderia ser considerado a maturidade de sua obra literária, Carrascoza desenvolve a história (ou seriam as histórias?) de um personagem sem nome nas idades de 7 e 40 anos (como sugere o título). Conta-a de forma intercalada: um capítulo sobre a infância, outro sobre a maturidade, nos quais os próprios títulos são opostos. O autor muda a forma de escrita e a pessoa, dependendo da idade narrada. Enquanto os 7 são narrados na primeira pessoa e em prosa direta, os 40 surgem na terceira pessoa de forma quase versificada.
A estória dá-se em ambientes de descoberta e aprendizado. Na infância, o primeiro contato com o mundo, como ver, ouvir, perceber as coisas; aprendendo a “ler as pessoas”. Na maturidade, a experiência já obtida e a redescoberta carregada de recordações; aprendendo a ler (e reler) a si mesmo.
Não se sabe ao certo se poderia ser uma criança contando seu futuro, ou um adulto relembrando seu passado. Obviamente o mais lógico seria a segunda opção. O leitor tem a certeza de que o autor trata da mesma pessoa em idades diferentes, no entanto, o texto é produzido de tal forma que poderia muito bem narrar duas histórias de duas pessoas diferentes. Quem é quem?
Carrascoza cria seu personagem em dois ambientes distintos e complementares: a formação de quem se é, aos 7, quando tudo é novo; e a deformação de quem se foi, aos 40, em meio às vicissitudes da vida e certa “crise de meia-idade”. Os conflitos interiores com consequências exteriores tanto constroem quem se é, quanto destroem quem se foi em ambas as partes da vida.
É aí que entra o monólogo hamletiano. A dúvida do personagem de ser quem é e ser quem foi. O saber se o adulto ainda é a criança. Se a criança ainda é o adulto. Se a forma presente aos 40 é uma forma necessária ou apenas possível de quem se foi aos 7. A indecisão sobre o que fazer e que rumo seguir, baseada na dúvida de quem se foi, quem se é e, consequentemente, quem se será.
E este é o cerne da estória de Carrascoza. O ciclo da vida que mostra que todos são mais e menos do que imaginam. Que não importa o quanto tente, o ser humano nunca conseguirá se desvencilhar de suas origens familiares. Que todos os adultos, ao mesmo tempo, são e não são o que eram quando crianças; e todas as crianças são e não são o que serão quando adultas. Que, independente das vontades particulares, a vida simplesmente acontece e, como num ciclo vicioso, muda e se repete.

site: http://prosaicu.wordpress.com
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Nicholas Sana 21/03/2023

De um mundo outro
Lindo sem dúvida e de uma habilidade única, mas esse mundo ainda existe!?.término a leitura uma segunda vez com 10 anos de diferença entre elas e a sutilezas da lembrança já permeiam a minha vida como a do Pai aos 40 (próximo a minha idade, diga-se)?mas o mundo lúdico de uma viagem ?longa? já não permeiam o encurtamento de distâncias da contemporaneidade?a leitura me traz um carinho enorme e talvez seja essa a minha memória.
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Marcia 05/09/2015

Encantamento
O livro me encantou logo na primeira frase. Há uma delicadeza na escolha das palavras que fazem encher os olhos d´agua. Os pequenos momentos da vida do personagem são contados em duas fases, quando tem 7 e quando tem 40 anos. A diagramação ajuda a perceber quando é o menino que fala e quando é o adulto. Mas a poesia está presente em ambos. Para ler e se encantar.
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Erica 22/04/2020

A linguagem poética usada no romance torna a leitura fluida e aconchegante
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Dani Resende 24/05/2022

Aos 7 e aos 40
Leitura muito boa, Aos 7 e aos 40 traz passagens da vida do autor nessas duas idades. Ele trabalha confrontos que aparecem em ambas idades com maestria. Aprendizagens que teve aos sete que passa a entender melhor somente aos quarenta. O autor intercala os capítulos de acordo com as idades, num capítulo ele é um menino e no seguinte um homem. Com muita sensibilidade trabalha no texto as delícias e as dificuldades de cada idade. No final, sem dar spoiler, ele se reencontra com o passado e com o menino que nunca saiu de dentro dele!!! Gostei muito e recomendo!!!
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Inácio 03/11/2015

Uma baita descoberta
Nunca havia lido nada de João Anzanello Carrascoza. Estava perdendo meu tempo. Recuperei parte do prejuízo graças a Arsênio Meira Júnior que, um mês antes de morrer, me deu de presente. Pra que tem disposição, curiosidade e espírito para descobrir novas prosas e novas maneiras de contar, se agarre com um livrinho muitíssimo bem editado chamado 'Aos 7 e aos 40'.

Em primeira pessoa um homem recorda sua infância. Em terceira pessoa, a narrativa é da sua vida na maturidade. Se você tiver mais de 40, aviso logo: pode doer um pouco no coração véio de guerra.

Tem coisas lindas, como nesse trechinho:

"Seguiu adiante, olhando não mais para as coisas, mas para fora delas, abandonando, na rua, a sua pele velha, disposto a aceitar seu novo estado, como se ressuscitasse não depois de morrer, mas depois de viver".
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Bruno.Dellatorre 16/05/2019

Delicado, reflexivo, lírico...
Foi meu primeiro contato com João Anzanello Carrascoza e me surpreendi bastante. Este me parece ser um livro autobiográfico em 90% do tempo, escrito com delicadeza, cheio de frases bonitas e reflexões interessante sobre a vida como ela é. Faltou bem pouco pra levar 5 na nota. É bem interessante, em especial o último capítulo.
Leila 16/05/2019minha estante
Amoooooo, meu autor nacional contemporâneo favoritoooo




Clara1744 06/05/2023

Aconchegante
Uma leitura muito gostosa e aconchegante, super rapidinha de ler. Fala sobre as lembranças da infância e do momento atual do personagem principal. Só não coloquei cinco estrelas porque crônica não é o meu gênero favorito. Vale a pena ler para descontrair e esfriar a cabeça.
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Dan 30/12/2018

*Lirismo mecânico?*
Presta somente o último capítulo, talvez o penúltimo também; os únicos capítulos que realmente adentram no cerne do drama do personagem principal. Todos os outros não convenceram no fator 'personagem'. Muitas vezes eles agem de maneira mecânica e/ou são pintados com superficialidade. Os diálogos desta obra são igualmente ruins, artificiais demais:

"'O fio do varal está estragando', comentou. "Já comprei outro", ela disse, "Só falta trocar". "Se quiser, eu troco pra você". "Não, não precisa. Vou pedir pro zelador". Ele pegou o pano de prato e começou a enxugar a louça. "Deixa, não precisa", ela disse. "Não me custa", ele disse. "Você quem sabe."'
"'Vou até lá amanhã!", e ela concordou, "Vai sim, a Maria vai precisar de ajuda", e o pai, "Não há muito o que fazer", e a mãe, "Nessas horas estar perto ajuda", e o pai, "É verdade", e, cruzando os talheres, perguntou pro meu irmão, "Você vai, comigo?", "Não posso tenho prova!"

Todos os diálogos são assim, de uma "mecanicidade" incômoda. Até mesmo aqueles diálogos no qual o autor tenta conferir profundidade são rasos. O forte do livro, além do que falei no primeiro parágrafo de minha resenha, são os trechos poéticos, as associações inesperadas de palavras, só isso. O problema maior é que existe um vão entre o estilo e os personagens. Carrascoza não consegue dar força anímica o suficiente a eles. Apesar das palavras bonitas, a todo instante, não esquecia de que eram feitos de tinta. Essa sensação foi reforçada pelo fato de ter lido ontem o conto ''Os mortos'' de James Joyce. Foi inevitável a comparação da construção de personagens desta obra com a do autor de "Ulysses". Fiquei intrigado. Em que lugar perdemos a capacidade de criar personagens profundos? os grandes dramas existenciais? os amplos retratos de nossa sociedade? Em Carrascoza restou o véu diáfano de belas palavras sobre personagens de pouca alma.
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Mateus.Silva 04/03/2023

Tocante
Livro que narra a realidade que poderia ser de qualquer um, conversou de muito perto comigo, fez eu me sentir na pele do protagonista, sentindo o tempo passar, se agarrando as lembranças que parecem que foram ontem.

Livro incrível!
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Rodrigo1001 31/12/2017

A beleza está nos detalhes (Sem Spoilers)
Se são nos menores frascos que estão as melhores essências e se são os pequenos detalhes que fazem a diferença, então esse livro faz jus a essa premissa!

Recheado de uma prosa poética e de um lirismo raro de se ver na literatura contemporânea brasileira, o autor apresenta a vida do protagonista a partir de duas perspectivas: aos 7 anos e, logo depois, aos 40.

Acompanhamos, em capítulos alternados, a vida desse protagonista, mesclando suas obrigações adultas com o seu desprendimento infantil. Há entre essas duas realidades um pequeno vão, por sob o qual o autor constrói pontes em certos momentos, promovendo a união entre passado e presente.

É muito, mas muito bonito. Mesmo.

Já na contracapa, o autor adverte que a narrativa de Aos 7 e Aos 40 produz uma espécie de vertigem emocional, pois nela o envolvimento do leitor não é construído aos poucos, pelo desenrolar dos acontecimentos, mas convocado logo de cara por uma voz que narra num grau máximo de comoção a trama que mal se começa a acompanhar.

E isso é bem verdade. Tanto é, que levei pouco mais de 3 horas para lê-lo de capa a capa, embalado por uma energia emocional que conseguiu, sem demora, criar um ambiente em que eu, como leitor, me sentisse completamente identificado e à vontade já a partir das primeiras páginas.

Ainda que transite pelo fio da navalha ? já que lirismo muitas vezes traz um risco natural de se embelezar a banalidade da vida e romantizar excessivamente uma realidade concreta ? o livro não cai em clichés, nem se torna previsível. Como a narrativa inspira a intimidade, o que mais ocorre é uma introspecção, uma força que leva o leitor para dentro de si. A própria diagramação promove essa sintonia: as narrativas de infância são impressas na parte superior das páginas, enquanto as de homem maduro, na inferior. O papel é verde escuro na infância e verde claro na maturidade. Bonito e inovador.

Enfim, gostaria de terminar dizendo que Aos 7 e Aos 40 foi uma leitura perfeita para um 31 de Dezembro como hoje, onde tantos pensamentos e tantas lembranças e tantos desejos emergem da gente. Comprei a obra imaginando que seria completamente diferente, com outra estrutura narrativa, com outra pegada, e tive uma belíssima surpresa.
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Brenoarf 25/09/2022

Hoje não sei
Eu não sei se estava pronto para essa leitura porque ela me acompanhou de forma muito pungente nos dias que seguiram o seu término. Aqui o autor faz uma brincadeira com a organização da narrativa que adere não só sensibilidade à trama, mas também dinâmica única às histórias: Cada capítulo se alterna em momentos da vida do protagonista, quando aos 7 e aos 40 anos de idade; em linguagem, pois os fatos são narrados em 1ª e 3ª pessoas; bem como em estrutura, já que os tempos de criança são dispostos em versos enquanto os de adulto revelam-se em prosa; Para além dessas percepções mais "morfológicas" da obra, Carrascoza reúne aqui uma transição de fases da existência desde a inocência à brutalidade, mesclando uma dura nostalgia às reflexões que derrubam qualquer humano desavisado. Seríamos nós crianças românticas e adultos maduros ou a ideia de adultos cada vez menos românticos e crianças plenas na imaturidade seria mais coerente? Essas perguntas sem respostas provam que não existe, de fato, uma separação entre os 7 e os 40, desde que num mesmo corpo. Foi o que aprendi nesse livro. Ainda assim, isso não significa que a vida não possa ser fragmentada. Muito pelo contrário. significa que os fragmentos também podem compor um todo e que cada parte tem seu valor, seja na inocência seja na audácia, na juventude ou quando cenil, na coragem ou na cautela, no ontem ou no amanhã. A questão é que hoje não sei. Viver é isso, não é?
Brenoarf 25/09/2022minha estante
senil*




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