Psychobooks 30/11/2013
Lembro que quando fui ler 'Feita de Fumaça e Osso' não tinha nenhum tipo de expectativa, durante a leitura fui surpreendida e arrebatada pelo enredo e personagens. No caso de 'Dias de Sangue e Estrelas' eu já estava com as expectativas altas e mal podia esperar para reencontrar Karou e sua personalidade peculiar, mas depois de ter chegado ao fim da leitura, sinto que não a encontrei por aqui.
Enredo e Retomada
Confesso que fiquei um pouco confusa no início da leitura, afinal, já faz mais de um ano que li 'Feita de Fumaça e Osso'. A autora não retomou os pontos principais no livro anterior e demorei um tempo para 'relembrar' e conseguir entrar na história.
Mais uma vez, Karou e Akiva estão separados e em lados opostos da batalha. Akiva voltou para seus irmãos, mas não consegue tirar Karou da cabeça e pensar que ela possa estar morta para sempre o deixa desolado, ainda assim, ele não é mais o soldado assassino que cumpre ordens cegamente.
Karou está tentando viver com a dor da perda de entes queridos, ao lado de Thiago - O Lobo Branco -, ela irá fazer de tudo para reconstruir o exército de quimeras para preservar sua espécie.
Karou, é você?
A maior mudança aconteceu com a personagem principal, é claro que depois de todos os acontecimentos do livro anterior, seria impossível ela continuar a mesma, também entendo a dor e o período de luto que ela está passando, mas a Karou de 'Dias de Sangue e Estrelas' está tão diferente, que nem parece ser a mesma 'badass' do livro anterior. Karou está tão deprimida e presa às suas lamentações que não percebe o óbvio e deixa a leitura bem arrastada.
Novos personagens ganharam voz e Ziri foi o que mais me conquistou. Ele fez parte da vida de Madrigal, é o último da sua espécie e um dos poucos guerreiros que mantém seu corpo 'original'. Doce, fiel, honesto e muito habilidoso, mostra que nem todos os quimeras são feras.
Obs: quero deixar registrado todo meu amor pela Zuzana e sua capacidade de me fazer sorrir SEMPRE.
Narrativa
A autora manteve sua narrativa em terceira pessoa, mas dessa vez, outros personagens também podem nos contar sua versão da história.
A princípio o ritmo de leitura é um pouco arrastado, mas próximo à metade do livro, a Karou 'acorda' e o ritmo de leitura cresce e fica impossível deixar o livro de lado até chegar ao fim. Os capítulos são curtos e - na minha opinião -, alguns são desnecessários.
Concluindo
A primeira metade de 'Dias de Sangue e Estrelas' caiu na maldição do segundo livro, a personagem principal está 'mimizenta' e irreconhecível, ela se deixa ser enganada, mas passado essa parte, a leitura flui bastante. O último capítulo não me agradou muito, deixou bem claro qual é o rumo que a história vai tomar no próximo livro e já posso prever o final dessa trilogia. Vou aguardar o próximo livro, mas não com tanta ansiedade e espero que a autora consiga me surpreender de alguma forma.
"(...) -Sonhos pequenos para homens pequenos. É a vida a única capaz de crescer e preencher mundos. Ou temos a vida como mestre, ou a morte. Olhe só para você. É um senhor das cinzas, de restos carbonizados. Sua vitória o deixou imundo. (...)"
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