spoiler visualizarfatimaria 29/05/2023
No presente momento o melhor livro que já li na minha vida. É absurdo, é assustador o talento do Brandon Sanderson de costurar a sua narrativa, os arcos dos personagens, o worldbuilding, tudo amarrado tão apertado e juntinho do jeito mais majestoso, meticuloso e caprichado que já li em um livro. É muito curioso pensar que esse é um segundo livro de uma saga que, quando terminada, vai ter 10 livros. É curioso porque 2ºs livros sempre trazem uma maldição, muitos afundam a qualidade da história como um todo, e esse aqui eleva toda a história de The Stormlight Archive a níveis estratoféricos.
Observações em nenhuma ordem específica:
- Tudo sobre a Jasnah nesse livro é feito com uma maestria inacreditável. Quando a Shallan finalmente consegue se aproximar um pouco, ela é morta em seguida. Eu achei muito corajoso da parte do Brandon tirar da história uma personagem tão essencial em 10% da história, e com certeza encaixou bem na jornada do herói da Shallan, que precisou se virar com o que foi deixado a ela e desempenhou o papel da sua professora com maestria! E, embora eu já estivesse desconfiando que de algum jeito a Jasnah tivesse sobrevivido àquela situação impossível de se escapar, quando de fato foi revelado que ela está vivíssima eu me surpreendi de todo jeito. Cirúrgico Brandon!
- Ter uma perspectiva dos parshendi foi algo que eu não estava esperando, mas que adicionou uma carga emocional absurda para a história. Narrativas onde nenhum dos lados é completamente vilanizado e temos pontos de vista que mostram as motivações de ambos os lados de uma guerra são sempre maravilhosas se bem feitas, e essa é a melhor que já li até hoje. Eshonai é uma personagem muito cativante, e agora que descobri que Rhythm of War traz flashbacks dela e da sua irmã estou ainda mais ansiosa por mais.
- Adolin Kholin, mesmo não sendo um dos três protagonistas oficiais ou mesmo um Knight Radiant, solidificou de vez a sua importância na história desse livro. Para mim, na verdade, ele é sim um dos protagonistas; sem ele a história não vai para frente em vários momentos! E destacando aqui simplesmente o fato: ele é foda demais. Imagina ver quatro shardbearers na sua frente, saber que não tem a mínima chance de vencer, e decidir lutar mesmo assim. O duelo é sim um trabalho em equipe entre ele o Kaladin, mas sem a habilidade absurda, a coragem e a determinação do Adolin, a casa Kholin já teria desmoronado. Como Zahel mesmo disse: "They are afraid of you. Show them why." (sem contar o fato de que este querido simplesmente assassinou o arrombado do Sadeas fiquei muito feliz mas estou preocupada.)
- Dalinar Kholin Blackthorn e o homem de meia idade mais foda de Roshar. Fico bobinha com todos os personagens tendo arcos muito bem definidos no mesmo livro e aqui o Dalinar sem saber o que fazer querendo mais que tudo salvar Alethkar e o Elhokar e os Kholins e dividido entre tantas coisas as visões e jogos políticos quase humilhações ser quase um tirano. A cena dele se emocionando quando a Shallan se revela a ele me pegou muito, ele finalmente tendo a certeza que não está ficando maluco. E no fim de tudo, durante o ataque do Szeth, o peso do culpa sobre a morte do Gavilar finalmente indo embora quando ele percebe que nunca conseguiria ter impedido nada. E ele simplesmente aceita a sua morte, fala com o Adolin como se já fosse uma certeza, para no final ser salvo pelo homem que ele salvou, o homem que ele escolheu acreditar acima de tudo. Inacreditável. E ainda, no último capítulo, pegando para si como spren nada mais nada menos que o Almighty itself. Personagem absurdo, MUITO ansiosa para Oathbringer.
- Kaladin! Dono de tantas cenas fodas, e de um arco de personagem maravilhoso também. Nem sei mais o que dizer sobre ele, simplesmente um dos melhores personagens que já tive o prazer de ler em um livro. Uma das coisas mais satisfatórias que já tive o prazer de ler, ele se tornando um Knight Radiant. (Apenas um pouco apreensiva sobre a relação dele com a Shallan. Ele mesmo em um momento compara ela com o Tien, então espero que no final das contas eles sejam mais como irmãos... não quero um triângulo amoroso não...........)
- Shallan! No primeiro livro ela foi a parte que menos me engajou, mesmo que ainda assim tenha me engajado muito mesmo. E aqui nesse livro ela toma a linha de frente com os seus flashbacks e me fez amar ela mais ainda. O family trauma me pegou muito. E no fim foi bem interessante como a revelação final do seu passado foi feita de um jeito bem diferente de como foi feito com o Kaladin. "I dont want revenge. I want my family." me quebrou. Ela é espiã, é acadêmica, é desenhista, é namoradeira!! A menina é multitasking demais, amo elah.
- E eu não achava que o worldbuilding podia ficar ainda melhor, mas ficou. Tudo, TUDO FODA. Sem palavras. Já escrevi demais de qualquer jeito.
(Meu único problema com a experiência é a minha exposição compulsória a possíveis spoiler na internet, quase o tempo todo. Em muitos momentos minhas reações foram de fato influenciadas por coisinhas minúsculas que eu já sabia ou suspeitava por ter fuçado um pouquinho mais do que devia na internet. Vou tentar ser mais controlada quanto a isso durante a leitura de Oathbringer.)