Lais Bermejo 06/01/2016
Como estragar um conto de fadas.
Veneno, querido livro, olha, se soubesse minha reação ao lê-lo, não teria comprado os outros dois livros ao mesmo tempo.
Uma narrativa cansativa, rápida, o que não gosto muito, mas nesse caso agradeci, confuso e com personagens irritantes e sem carisma algum.
Terminei o livro na força de vontade e querendo saber o que o Príncipe não tão encantado assim, iria fazer com nossa Princesa selvagem e sem-vergonha.
O final foi a única coisa que gostei e com toda certeza é o único motivo de manter a nota 2.
Adorei o que o Príncipe, com probleminhas mentais, fez para se vingar de sua esposa mentirosa e nenhum pouco "real".
A Rainha Má, uma verdadeira vitima das circunstancias, criada para se aproveitar de sua beleza e ter tudo o que quer, não é realmente má, ela parece uma adolescente, o que de fato deve ser, sem motivações, nervosa, faz a maior parte das coisas guiada pela raiva, não foi uma verdadeira ameaça em nenhum momento.
Branca de Neve, a mais bela da terra, mas muitas vezes sua beleza e a da rainha são comparadas, dando a entender igualdade. Uma moça selvagem, não segue regras, sua maior diversão é desobedecer as ordens, desrespeitar. Simpática, mas ao mesmo tempo parece usar uma mascara durante todo o tempo. Nesta nova versão a autora retirou toda a ingenuidade e pureza da personagem, o que a torna uma verdadeira estranha ao leitor.
Os anões são um caso a parte na historia, suas participações são a salvação do livro, duros e marcados pelos dias passados nas minas, não fingem e não traem, são leais, fortes e ao mesmo tempo possuem sentimentos, Aceitam sua realidade e a abraçam.
O Rei faz uma breve participação logo no começo e permanece desaparecido durante todo o tempo.
O Príncipe a primeira vista parece tudo aquilo que esperamos, forte, destemido, guerreiro, sobrevivente, galante e belo, alguém por quem esperamos a vida toda, mas assim como quase todos os personagens do livro, usa uma mascara. Mimado, fútil e bipolar, alguém que sempre teve tudo o que quis, da maneira que quis e quando quis, mas quando percebe que sua "amada" princesa não é o "produto que foi vendido" a ele, sua parte sociopata entra em ação e a melhor parte do livro acontece.
Resumindo Veneno, uma releitura do, mundialmente conhecido, conto da Branca de Neve é de certa maneira um desrespeito ao conto, mas, sem considerar esse fato, é simplesmente entediante e sem sentido, uma historia sem proposito que começa sem rumo e leva lugar nenhum.