isadora.borsato 10/06/2023
"Este é o mundo real, muchachos, e estamos todos nele."
A tragédia de 1996 no topo do Everest, lembrou a todos do quanto a natureza pode ser implacável, letal e devastadora.
A vontade de escalar as montanhas mais difíceis e altas, talvez esteja atrelada ao ímpeto do ser humano em desafiar os limites da invencibilidade que acredita possuir. Conseguir ir até a beira do abismo e encarar a morte de perto, e ter a satisfação de retornar - até o momento em que não conseguir mais - é o prêmio esperado pelos alpinistas.
Na presente obra, uma lição importante restou aprendida: quando a vida der sinais de que algo pode dar errado, escute.
Infelizmente, os alpinistas daquele expedição não escutaram, nem mesmo seguiram as próprias regras, o que acabou sendo fatídico.
Não se deve ignorar os instintos e a voz interior, isso pode salvar a sua vida.
Contudo, o ego de homens corajosos e capazes, por vezes, pode ocasionar sua própria ruína.
Dentre os mortos, talvez a morte do guia chefe Rob Hall fora a mais dolorosa e difícil de aceitar. Ele durou tanto tempo e chegou tão perto.
Quando se vê todo o ocorrido, de forma ampla, na perspectiva do livro, começa a ter o sentimento de que se Rob tivesse ouvido a si mesmo, teria sobrevivido e, com sorte, teria garantido a vida de outros também.
Realmente, como afirmou o autor: a sabedoria vem fácil depois do fato.
Muitos "e se" não vão trazer os alpinistas de volta e não apagará da mente dos sobreviventes o que a "Febre do cume" pode fazer ao indivíduo.
Mais uma vez, Jon Krakauer não decepcionou. Excelente livro, embora triste.