A Casa do Céu

A Casa do Céu Amanda Lindhout...




Resenhas - A Casa do Céu


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Debs 25/03/2014

Uma história triste, surpreendente e chocante.
Quando comprei esse livro, não imaginei o quanto ele iria mexer comigo, nem o quanto ele poderia me fazer pensar, sobre tantos assuntos ao mesmo tempo. Religião, viagens, política, privações... entre outros. Em "A casa do Céu" a viajante mochileira, que acaba se tornando jornalista, Amanda Lindhout, conta o que passou quando foi sequestrada na Somália. Ela e seu ex namorado, Nigel, ficaram mais de um ano confinados com seus sequestradores. Amanda foi estuprada, privada de coisas simples, como sentar ou caminhar após uma tentativa frustrada de fuga. No livro, ela conta sobre as casas que passou com seus captores, que se converteu ao islamismo para poder sobreviver "um pouco melhor" dentro do cativeiro, relata o quanto o Alcorão que é o livro sagrado para as pessoas dessa religião pode ser cruel com os sequestrados e o quanto dá de direito aos captores de fazer o que bem quiserem com eles, como abusar das pessoas sem serem punidos. Ela fala das viagens que fez antes de ir a Somália, conta dos lugares, o que viu neles, da coragem que se precisa ter para viajar a um país que não fala o seu idioma o quanto é necessário esbarrar com pessoas boas pelo caminho para que isso seja possível. O livro é denso, triste em diversos trechos, principalmente quando ela conta o quanto apanhou dos sequestradores e como era tratada de pior maneira simplesmente por ser mulher. Esse livro me fez refletir sobre muitas coisas, mas a principal, é que, num mundo tão grande como o nosso ainda há pessoas que usam a religião para justificarem seus atos de tirania. Não existe guerra santa, Renata Russo já dizia. E eu concordo com ele. O que essas duas pessoas viveram em cativeiro, são coisas inimagináveis para muitos, mas acontecem o tempo todo sem que nós tenhamos consciência. Recomendo o livro pra todos.
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Bruna Carolina 02/04/2014

Um livro tocante.
Comecei esse livro sem muita empolgação. Em geral, não costumo ler nada baseado em fatos reais... Mas fui tomada pela história da Amanda logo no começo, desde a infância pobre, passando pela adolescência e pela juventude dela, acabei querendo saber como ela chegaria à ser sequestrada.
Quando a história chega no momento do sequestro, já estava totalmente envolvida pela história e pela personagem principal. Outro medo: do livro se tornar monótono, já que ela passaria um tempo considerável sequestrada. Infelizmente não houve nada monótono. Digo infelizmente, pois como se trata de história real, preferia que nada tivesse acontecido, que ela simplesmente tivesse sido jogada em um quarto escuro até conseguir ser resgatada.
Durante o livro, experimentei várias sensações e sentimentos, em alguns momentos tendo que parar a leitura por não conseguir lidar direito com as situações ali apresentadas.
Recomendo muito o livro, me fez refletir muito sobre o quanto devemos dar valor às coisas simples da vida.
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mila antares 08/01/2015

Livro angustiante.
Um relato de memórias, sonhos, desejos e tragédia. Comovente.
Amanda nos presenteia com amor, vida e esperança e ao mesmo tempo, nos traz o horror e a crueldade de extremistas, grupos prontos para massacrar o que a humanidade tem de beleza; a liberdade e a fraternidade.
Uma leitura marcante.
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Dani 26/04/2014

A Casa do Céu, Amanda Lindhout e Sara Corbett
Quando ganhei este livro, sabia o que iria encontrar em suas páginas, mas não sabia o quanto seria emocionante a ponto de deixar o leitor sem palavras.
A Casa do Céu é uma obra onde a Canadense Amanda Lindhout narra suas aventuras e sua jornada por países. No início, ela nos conta um pouco sobre sua infância, a violência que presenciava em casa, sua paixão por livros de viagens e sobre outros países e como surgiu a vontade de viajar para qualquer lugar. Logo, quando conheceu um rapaz que lhe interessou, Nigel, um fotógrafo, Amanda descobriu que também gostava de fotografar e que conseguira um ótimo companheiro de viagem. Depois de alguns beijos e explorações de outras terras, Amanda e Nigel precisaram se separar, Nigel voltando ao seu país e Amanda, depois de conseguir economizar mais dinheiro, continuou sua jornada sozinha. Começou a investir em fotografias, fotografando para revistas e jornais tudo que achara interessante em outros países, como a Índia. Amanda também nos mostra como seguiu a carreira de repórter, enquanto descobria o mundo, nos levando a conhecer cada cultura por qual passou.
Algum tempo depois, Amanda e Nigel voltam a se encontrar, sob a ideia de viver mais uma experiência em outro país juntos : a Somalia. Lá, apenas alguns dias após chegarem, são sequestrados por um grupo de jovens muçulmanos que querem dinheiro em troca dos reféns.

"É impossível saber o que vai acontecer, até que a coisa aconteça." - A Casa do Céu, pág. 115

Acompanhamos então os 460 dias de Amanda e Nigel em cativeiro, sofrendo diversos tipos de abusos, violência, tudo isso sob a justificativa de estarem certos, devido ao islã.
Amanda conta, de uma forma emocionante, como foi conviver com os sequestradores, como faziam para viver e no que pensava enquanto estava sofrendo por causa disso. Sua única forma de comunicação com o mundo exterior eram os telefonemas para sua mãe onde se era exigido pelos somalianos que pagassem a quantia estimada por sua liberdade e a de Nigel.
Aos poucos, Amanda perdia a fé que sairia algum dia desta situação e retornaria á vida a qual gostava, mas me comoveu o fato de, mesmo sofrendo tanto pelos sequestradores somalianos, ela não deixava de ter compaixão e entendia que aquelas eram atitudes que resultavam do ambiente da Somália, construídos por guerra em nome da religião islã.
A Casa do Céu é uma leitura rica, com muitas informações que não sabíamos - que a mídia não mostra - de diversos países e nos leva a refletir muito sobre isto. Entendemos também, o significado de o título do livro e sua capa, vou deixar a curiosidade para quem irá ler a obra.

site: http://danielabyrinth.blogspot.com.br/2014/08/resenha-casa-do-ceu.html
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cotonho72 29/04/2014

Excelente!!
Nesse livro autobiográfico, acompanhamos a história de Amanda Lindhout, uma jornalista freelancer.Durante uma viagem para Somália em agosto de 2008foi sequestrada e ficou em cativeiro durante 460 dias, um pesadelo inimaginável.
Quando tinha nove anos de idade, Amanda já sonhava em conhecer o mundo e viajava nas páginas das antigas edições da Revista National Geografic, ela morava em uma pequena cidade chamada Sylvan Lake no Canadá. Teve uma infância difícil, pois sua mãe, Lorinda Stewart, era divorciada e tinha um relacionamento conturbado com Russel, um nativo que fora criado com os pais de Lorinda e que agora era o seu namorado, seu pai, Jon Lindhout, fora casado com sua mãe a pouco mais de vinte anos, mas anunciou que era gay e fora morar Perry Neitz que se tornara um segundo pai para Amanda.
No ano 2000 Amanda tinha 19 anos e juntamente com o seu namorado Jamie, foi morar em Calgary num minúsculo apartamento; começou a trabalhar em uma loja de roupa, mas ganhava pouco e logo arrumou outro emprego e começou a trabalhar como garçonete a noite, num lugar elegante e caro, com o salário e as gorjetas conseguiu juntar dinheiro para sua primeira viagem, decidiram ir para América do Sul, Venezuela e se possível Brasil e Paraguai
Desde então Amanda não parou mais, após o terminar o seu namoro com Jamie viajou para lugares como Nicarágua, Sudão, Síria, Paquistão, África, Bangladesh, Oriente Médio e demais lugares,uma verdadeira mochileira, a cada viagem a sua vontade de conhecer lugares novos e seus costumes aumentava, na Etiópia conheceu Nigel Brennan, um jornalista, a qual teve um pequeno romance, mas acabaram se distanciando.
Amanda foi também para países que estavam em guerra, como o Iraque e o Afeganistão, e neles deu inicio a sua carreira de jornalista. Em Agosto de 2008, resolveu ir para Somália e por insegurança convidou Nigel para acompanhá-la, no quarto dia quando iam escoltados para uma área de refugiados para fazer algumas entrevistas e tirar fotos, foram sequestrados, a partir desse momento começou o seu maior pesadelo.
Essa é uma história triste, perturbadora e nos traz um sentimento de raiva, indignação e medo,Amanda Lindhout nesse período passou fome, torturas, vários estupros, se converteu pelo islamismo para sobreviver e lutou contra si mesma para não se suicidar, durante essa história dramática também conhecemos várias culturas e costumes e na Somália a vida e luta de pessoas que morrem todos os dias por uma guerra injusta, imposta por poder.
Seis meses depois da sua libertação Amanda fundou uma organização filantrópica chamada Fundação para o Enriquecimento Global (GEF - Global Enrichment Foundation), para ajudar a fomentar a educação na Somália. Outra coisa legal e interessante foram as cópias da carta escrita para a mãe da Amanda que estão nos versos da capa e contra capa.
Um livro forte e impactante, cheio de coragem e compaixão que vai emocionar a muitos.

site: devoradordeletras.blogspot.com.br
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larissa dowdney 24/05/2014

No começo, a história de Amanda é mais descritiva, por isso um pouco chata. É importante, claro, sabermos um pouco de sua infância, família e planos para entendermos suas escolhas. Mas, no decorrer do livro, a narrativa torna-se mais psicológica e, portanto, fascinante. O sofrimento de Amanda e suas diversas formas de enfrentá-lo (e suportá-lo) me tocou profundamente. A forma como ela entendia seus captores e tentava entender o contexto social mais amplo que os levaram a capturá-la mostra uma humanidade muito grande. Terminei o livro levando comigo um pouco do modo de ver a vida de Amanda. Afinal, para que servem os bons livros senão para nos deixarem sementes?
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Cris Lasaitis 23/06/2014

Seus problemas são muito pequenos
Terminei de ler e, como não ouvi muitas indicações, faço questão de recomendar, esse é um livro que merece ser lido.

A Casa do Céu traz o relato de sobrevivência dramático da Amanda Lindhout, uma jornalista freelancer que, lá pelos idos de 2008, na tentativa de alavancar a carreira, viajou por conta própria para a Somália e terminou sendo vítima de um sequestro de 460 dias por parte de um grupo jihadista, em condições aterrorizantes e degradantes.
Um dos trecho que chama a atenção no relato é a parte em que, no cativeiro, ela estuda o alcorão e descobre que um muçulmano não pode matar outro muçulmano, logo ela decide se converter ao islã como estratégia de sobrevivência, ou para ser melhor tratada por seus captores. Isso tanto não funciona que ela passa a sofrer abusos sexuais por parte de um miliciano. Quando um dos líderes vem visitá-la, ela suplica: "vocês não podem deixar que façam isso comigo, sou sua irmã de fé!", e ele tranquilamente pega o alcorão e indica o trecho que diz claramente que é lícito que um homem se sirva das mulheres cativas - "Entenda, o que está acontecendo é permissível. Não é proibido. Conforme-se."

É uma leitura emocionalmente pesada e efetiva enquanto choque de realidade. É desses livros que te fazem perceber que seus problemas são muito pequenos.
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Nina 24/06/2014

A Casa do Céu
Quando recebi esse livro da Novo Conceito, o coloquei bem no final da fila porque tinha a sensação de que não iria gostar: é uma biografia (estilo literário que eu particularmente não gosto) e ainda fala sobre violência contra mulher, tema que me incomoda muito. Me revolta demais histórias em que mulheres são abusadas pelos simples fato de serem mulheres. Serem julgadas e condenadas como inferiores por homens que, em geral, são desprovidos de qualquer noção de valor ou ética.

Mas, o recente sequestro das estudantes nigerianas por um grupo fundamentalista islâmico me comoveu muitos e as semelhanças entre o caso das jovens com o de Amanda Lindhout me fez ter muita vontade de ler o livro, mesmo imaginando que seria uma narrativa cansativa e sem muitos diálogos. Porém, devo ressaltar que me enganei redondamente!

A narrativa é mesmo bem forte, e em vários momentos eu me vi angustiada e revoltada pela violência e constantes humilhações às quais Amanda era submetida, mas as descrições claras, diretas e muito objetivas conseguiram prender minha atenção, mesmo sofrendo demais com tudo aquilo. Somos transportados para um universo completamente novo e diferente do nosso, onde atitudes cruéis são justificadas pela religião e pela fé em um Deus que com certeza reprova todas elas!

Na visão dos sequestradores, a unica função da mulher é cuidar do seu homem e de sua família, e para tentar se proteger um pouco da violência, Amanda e Nigel (seu ex-namorado e companheiro no sequestro) se convertem ao islamismo e estudam o Corão, na esperança de conquistar a simpatia dos "garotos". Eles chamavam seus sequestradores assim porque eram todos muito jovens, contratados para tomarem conta de deles e que só estavam ali pelo dinheiro; não que isso os transforme em menos culpados, apenas nos mostra o quão caótica e miserável é a situação do povo daquele país.

E aí você pensa: "Depois de tudo isso, ela nunca mais vai querer voltar lá". E é aí que a gente se engana e aprende uma grande lição. Amanda não só voltou à Somália como fundou uma ONG, a Global Enrichment Foundation, para levar educação às mulheres somalianas e quenianas, tentando assim combater o terrorismo nesses países.

A Casa do Céu não é uma leitura fácil, mas é com certeza muito impactante, pois é impossível você se manter o mesmo depois de conhecer a história de sobrevivência de Amanda frente aos mais tristes e sofríveis dias de sua vida. É uma história bela e marcante pois conhecemos o pior que um ser humano pode suportar, e ainda assim, mantendo viva a chama da esperança, da fé, do perdão, da vontade de viver e ser livre e da própria sanidade. De forma geral, essa é uma leitura inesquecível, que vai do que há de mais belo ao mais feio e triste no mundo, e que não pode ser ignorada.

Em setembro do ano passado, Amanda contou sua história em uma entrevista à revista Época que vale a pena ler (clique aqui), e se você quiser saber mais sobre o sequestro das jovens nigerianas ou somente tirar suas dúvidas sobre o caso, o G1 publicou uma matéria da BBC com algumas respostas às perguntas mais frequentes sobre o caso e que nos ajudam a entender a complexidade do episódio (leia aqui).

Aliás,está rolando uma mobilização na net pela libertação das meninas nigerianas e vários nomes famosos como Michelle Obama, Madonna, Alicia Keys, Cara Delevingne e Ellen Degeneres tem postado fotos com a hashtag #BringBackOurGirl em suas redes sociais como forma de apoio. Inclusive, Anne Hathaway pegou um megafone e foi às ruas de Los Angeles protestar, ao lado de um grupo de pessoas e do marido Adam Schulman.

site: http://www.quemlesabeporque.com/2014/05/a-casa-do-ceu-amanda-lindhout-sara.html#.U6m12vldVqU
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Mayra 08/07/2014

A Casa do Céu
O livro conta a história da autora, Amanda Lindhout, uma jovem canadense que passava temporadas sendo garçonete e outras gastando o dinheiro obtido com o trabalho em viagens emocionantes. Ela queria conhecer o mundo e as primeiras cem páginas do livro relatam viagens interessantíssimas pela Índia, Paquistão, Iraque e vários outros. E eu ficava imaginando que o livro seria inteiro assim, uma coisa meio “Comer, Rezar e Amar”, o que não me agradaria. Gosto de histórias que agregam coisas e me fazem pensar, não histórias que simplesmente contam. As que simplesmente contam só são divertidas quando você conhece quem está contando.

Não gosto de ler a sinopse do livro antes de lê-lo, pois acredito ser como trailer de filmes: conta as partes boas. Logo, não li as orelhas e nem o que tinha escrito atrás. Pouco depois da página cem, porém, estava irritada e precisava saber se aconteceria algo emocionante que me impulsionaria a continuar a leitura, pois tudo que estava agregando era a vontade abrupta de viajar, mas ela já é grande o suficiente mesmo sem livros assim por perto. A contra capa do livro conta que a história é sobre o cativeiro de quinze meses a que Amanda sobreviveu e ao saber disso pensei que jamais deveria ter começado a ler o livro, porque não gosto de histórias de cativeiros em geral e porque saber que era real tornava mais real ainda e aquela ideia já me assustava pelo simples fato de ter sido escrita. Continuei lendo. E não consegui mais parar.

A questão é que a história do cativeiro é terrível, mas a narrativa é cativante. Enquanto lia imaginava Amanda revivendo tudo aquilo para transformar em livro e tive a certeza de que não teria a mesma coragem. Então voltei para a orelha do livro, aquela parte que conta sobre as autoras e descobri que ela tinha uma ong, o que me deixou ainda mais perplexa. Além de ter revivido tudo naquela intensidade, ela ainda tinha criado uma maneira de ajudar aquelas pessoas que tanto fizeram mal. Nesse momento eu parei de julgá-la, o que estava fazendo ao ler várias coisas esperançosas, hiper otimistas, ingênuas e as vezes até burras que ela fazia na ânsia desesperada por liberdade. Parei porque não consigo imaginar como reagiria à situação que ela passou, mas tenho certeza de que não ia ter peito pra voltar e tentar ajudar aquelas pessoas de algum modo. Eu ia era inventar artimanhas para ver todos mortos – o que ela, provando que é gente, também pensou em alguns momentos.

O que torna a história ainda mais interessante é o conflito religioso ao qual o sequestro está atrelado, visto que faz parte de uma jihad. A gama de conhecimentos acerca do islamismo e das guerras religiosas que o livro transmite são importantes para criar uma noção básica que nos faça enxergar aquelas pessoas como pessoas, justamente o que as autoras fazem questão de fazer durante toda a narrativa. Não importa o tamanho das atrocidades que os sequestradores estejam fazendo, eles nunca são apresentados ao leitor como se fossem robôs cegos que fazem tudo aquilo em nome de Alá. Eles são mostrados como fiéis que acreditam piamente que participar da jihad vai tornar a vida deles no paraíso melhor, mas antes disso, são mostrados como humanos com tantos desejos e falhas quanto a própria autora. O que me fez admirá-la ainda mais, pois creio ser exigido um sangue frio absurdo para conseguir falar de seus sequestradores de forma tão branda e não odiosa. É claro que ela deve odiá-los, mas o livro estimula o leitor a odiá-los se e quando quiser, não mostra isso de uma forma pré-moldada.

Por fim, mesmo você sabendo que ela seria libertada e tendo o alívio de saber que cada uma daquelas cenas de quase-morte resultaria em vida e que cada uma das frases desesperadamente otimistas que ela dizia a ela mesma, tentando acreditar, a leitura é tensa. Da metade para o final do livro, senti como se a história estivesse acontecendo comigo e a única maneira de escapar era terminando de lê-la. Terminei e fiquei indignada, ainda estava um pouco assustada e sentida com tudo aquilo. Porque não é um livro sobre a história de uma sobrevivente de cativeiro. É um livro sobre um cativeiro. Sobre o conflito. Sobre sequestradores e sequestrados convivendo. Sobre negociações, aflição familiar e todo o encargo emocional que um sequestro no exterior por radicais islâmicos provocaria em qualquer família ocidental. Falaram-me que ler “Lolita” ia me deixar aflita e enojada, mas seria necessário. Eu li, achei tenso, mas acabei me encantando pelo Humbert e traindo todo meu devir feminista. Terminei dizendo que todos deveriam ler, porque o livro é bom e o Nabokov é extremamente convincente. Mas não tive torpor, angústia ou enojamento. Não, pelo contrário, são livros como “A Casa do Céu” que me causam isso.

site: http://ancoragem.wordpress.com/2014/07/08/a-casa-do-ceu/
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Poesia na Alma 23/07/2014

Resenha - A casa do céu
Gente; tem um tempinho que li A casa do céu de Amanda Lindhout, Novo Conceito, 445 páginas; contudo a força da narrativa ainda está viva na minha mente! Não vamos encontrar um drama romântico e tolinho; o livro promete uma história forte, penosa e dolente!

O sofrimento de criança foi capaz de dar força a Amanda para lutar por algo diferente; algo que preenchesse o vazio que sentia. Conhecer a infância dela; nos fará refletir e sofrer junto.

Quando criança, Amanda escapava de um lar violento folheando as páginas da revista National Geographic e imaginando-se em lugares exóticos.
Aos dezenove anos, trabalhando como garçonete, ela começou a economizar o dinheiro das gorjetas para viajar pelo mundo.
Na tentativa de compreendê-lo e dar sentido à vida, viajou como mochileira pela América Latina, Laos, Bangladesh e Índia. Encorajada por suas experiências, acabou indo também ao Sudão, Síria e Paquistão. Em países castigados pela guerra, como o Afeganistão e o Iraque, ela iniciou uma carreira como repórter de televisão. Até que, em agosto de 2008, viajou para a Somália — “o país mais perigoso do mundo”. No quarto dia, ela foi sequestrada por um grupo de homens mascarados em uma estrada de terra.
Mantida em cativeiro por 460 dias, Amanda converteu-se ao islamismo como tática de sobrevivência, recebeu “lições sobre como ser uma boa esposa” e se arriscou em uma fuga audaciosa. Ocupando uma série de casas abandonadas no meio do deserto, ela sobreviveu através de suas lembranças — cada um dos detalhes do mundo em que vivia antes do cativeiro —, arquitetando estratégias, criando forças e esperança. Nos momentos de maior desespero, ela visitava uma casa no céu, muito acima da mulher aprisionada com correntes, no escuro e que sofria com as torturas que lhe eram impostas.
De maneira vívida e cheia de suspense, escrito como um excepcional romance, "A Casa do Céu" é a história íntima e dramática de uma jovem intrépida e de sua busca por compaixão em meio a uma adversidade inimaginável.

Depois de uma infância com uma família descontrolada e violenta; aos dezenove anos, Amanda vai morar em Calgary. Cheia de sonhos e perspectivas, que a violência não fora capaz de roubar, Amanda sonhou com o emprego dos sonhos, mas teve que se contentar em ser garçonete!

E se a National Geographic foi capaz de fazê-la esquecer dum lar violento na infância; também foi capaz de fazê-la querer conhecer o mundo. E com o dinheiro que ganhava no trabalho, ela consegue se tornar uma viajante e inclusive lucrar com isso!

Inicialmente parecia um sonho realizável, material; mas depois Amanda já trabalhando com jornalista e conhecendo realidades de países em conflitos, narra e volta mais uma vez para a violência dos homens. Na Somália, ela chegou a viver em um cativeiro por mais de 1 ano.


A tortura relatada no livro; a violência e a angústia começam a nos adentrar como o ar que adentra em nossos pulmões. É um livro marcante e muito bom!

http://poesianaalmaliteraria.blogspot.com.br/
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Beatriz 25/07/2014

Emocionante não de uma maneira boa...
Não existe um único sentimento que descreva como me senti enquanto lia "A Casa do Céu". Amanda Lindhout, uma canadense aventureira - metida a jornalista freelancer - que sobreviveu a mais de 460 dias de cativeiro em terras somalianas, resolveu relatar seus dias e suas experiências vivenciadas antes e durante o sequestro ao longo de 448 páginas (1ª ed. 2013, Novo Conceito).
O livro, ao mesmo tempo em que é assustador, pertubador e realista, é particularmente inspirador; uma característica estranha, se pensar no enredo. A verdade é que a primeira parte do livro - o antes do sequestro - aumentou mais ainda a minha vontade de se lançar ao mundo em busca de lugares novos, exóticos e distantes com diferentes companhias. Mas, inspirador mesmo é a esperança que a Amanda mantém durante todo o tempo e as formas que ela encontra de se manter completamente sã.
Por mais que eu tenha ressaltado o "inspirador", não se esqueça das outras características caso essa resenha o/a faça buscar e se entreter com o livro; durante a leitura cheguei a questionar se era mesmo um relato e não somente uma história inventada. Contive-me e não busquei sobre a autora enquanto lia (o que estou a fazer agora) - não queria estragar o fim.
Ao decorrer da narrativa, conhecemos a precária situação somaliana, a guerra que ocorria (e que ainda ocorre) entre as milícias e o governo e a presente fé na religião muçulmana. Amanda, aliás, chega a se converter para tentar amenizar sua situação como "aquela que sua mão direita possui".
"A Casa do Céu" é um daqueles livros que você não sabe se quer parar de ler por não aquentar o sofrimento, ou se quer chegar logo ao fim.
Uma dica: chega até o fim.
Uma confissão: terminei o livro sem acreditar que eu não havia chorado.
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Val 01/08/2014

Livro "A Casa do Céu"
Desde quando a NC anunciou o livro, eu fiquei louca pra ler. Demorei a conseguir vir resenhar pra vocês, mas -finalmente- aqui está!O livro é mais incrível do que eu pensava.
Amanda tinha uma família complicada, e quando não aguentava mais, começou a trabalhar para ter dinheiro para começar a fazer viagens de mochileiro. Passou por lugares como Bangladesh, Índia, Sudão, Síria, e outros.. Ela começou a trabalhar como repórter, até que quando foi para a Somália, na companhia de Nigel, eles foram sequestrados. Os sequestradores iam pegar os outros repórteres da revista que era maior, mas acabou pegando eles.
Eles queriam que o governo de onde cada um morava pagassem pelo resgate, mas o governo não pagaria, então restou a família de cada um. Mas as famílias não tinham dinheiro.
O tempo foi passando e passando, e eles acabaram separando Amanda e Nigel, o que “enfraqueceu” os dois, pois eles se usavam como pontes para se manterem firmes até conseguirem sair dali.
Amanda sofreu muito. MUITO. Sofreu abusos, apanhou, aconteceu de tudo. Mas foi uma incrível guerreira até o último segundo.
Não vou contar tudo, mas é um livro que eu mais do que aconselho a leitura. É incrível.
Eu não queria estar na pele dela, mas admiro muito a coragem e a força que ela teve pra lutar por sua vida.



Já leram o livro? O que acharam?

site: http://www.revistagalaxy.com/2014/07/resenha-casa-do-ceu.html
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Sheila 02/08/2014

Resenha: "A casa do Céu" (Amanda Lindhout & Sara Corbett)
Por Sheila: Oi pessoas! Trago a vocês hoje a resenha de um livro que me emocionou muito. Confesso que não é uma leitura à qual eu esteja habituada – me identifico muito mais com os livros de fantasia. No que sou, muitas vezes incompreendida por meus pares! Sou psicóloga, e as pessoas com quem convivo (principalmente profissionalmente) esperam que meu nível de leitura seja mais "cult".

Mas, principalmente, por que costumo pensar que a realidade com a qual entro em contato em minha profissão – atuo na área da assistência social – já me coloca frente a frente com situações-limite demais, para que em meus momentos de lazer eu continue tendo de lidar com situações dramáticas, com tanto sofrimento. Prefiro me perder entre páginas que falam de reinos distantes, lutas entre o bem e o mal, onde o primeiro, finalmente, triunfe absoluto!

Deixando de lado meus preâmbulos, a primeira parte do relato de Amanda é muito interessante, até mesmo leve; até lá pela página 150 (o livro de 444 páginas) ela irá nos relatar sua infância, as vezes difícil, passada em Sylvan Lake no Canadá. Com um padrasto relativamente jovem para sua mãe, o que acaba expondo ela e os dois irmãos a constantes brigas e crises de ciúme.
À noite, Russell abria uma garrafa enorme de uísque ... Minha mãe sentava-se ao seu lado no sofá, em frente à TV, colocando os pés sobre o colo dele (...)
- Você acha esse cara bonito, não é, Lori?
Era uma imagem que todos nós reconhecíamos.
- Aposto que acha – prosseguia Russell, lentamente, com os olhos fixos na minha mãe. – Aposto que você tem vontade de estar com um cara desses.
Uma pausa. Em um instante, o rosto do homem na TV parecia se derreter e se reconstruir em algo mais agressivo e jocoso.
- Certo, Lori? É nisso que você está pensando?
Minha mãe respondia de maneira gentil. Ele já havia lhe quebrado alguns ossos antes. Machucara-a com força o suficiente para deixa-la no hospital durante dias.
A realidade difícil parecia fazer com que Amanda buscasse lá fora, no vasto mundo sem fim, um refúgio: contra as brigas constantes da mãe e o padrasto, o pai que descobriu-se homossexual, e a dificuldade financeira em que sua família vivia, em que as vezes lhes faltava, a ela e os irmãos, o mais básico.

Mesmo assim, Amanda olha o mundo por uma perspectiva otimista. E possui um entusiasmo que parece transbordar pelas páginas do livro, principalmente nos momentos em que relata suas viagens, seu entusiasmo com os lugares onde foi, o que conheceu. Mas, acima de tudo, sua coragem em lançar-se ao desconhecido com um guia, um pouco de dinheiro e muita confiança.
Nós dois nos sentamos sobre a borda rochosa da chapada, com os pés pendurados sobre o abismo, sem dizer nada. Mais abaixo, as nuvens espiralavam em tufos e pompons, formando uma cerca estranhamente branca que nos isolava de tudo o que havia abaixo. Era como se estivéssemos sentados na beirada do caldeirão de uma bruxa, ou na proa de um enorme navio no centro de um oceano sobrenatural. Eu vira este lugar na revista, e agora nós estávamos aqui, perdidos nele. Era a afirmação de uma pequena verdade. E era tudo de que eu precisava para continuar a viver.
Só que esta parte “feliz” das viagens de Amanda não me convenceram. Por que eu sabia que ela seria sequestrada. Eu sabia que ela passaria por situações de tensão e de perigo inimagináveis. E eu a via descrever situações em que se colocava cada vez mais em perigo. Mesmo sabendo o que aconteceria, eu me vi sofrendo com ela durante a narrativa, tentando lhe avisar, como seu eu pudesse dizer-lhe “não, Amanda, não faça isso. Não vá para a Somália. Acredite nesse frio na barriga que você está sentindo e volte já para casa!”

Além disso, fui enganada pela capa e o nome do livro, bem como pelo prólogo de Amanda, onde ela explica que “Demos nomes às casas onde nos puseram”. Essa frase me fez pensar que, talvez, não tivesse sido assim tão ruim. E não foi. Foi pior.

“A Casa do Céu” é um relato emocionante e, ao mesmo tempo, aterrador dos meses em que Amanda Lindhout passou em cativeiro na Somália. Sua escrita, que nada mais é que o relato de seus pensamentos e sentimentos enquanto esteve em cativeiro – na verdade os mecanismos dos quais lançou mão para se defender da realidade terrível a que estava submetida, e tentar sobreviver com sanidade a todo esse pavor – cativam e, ao mesmo tempo, impactam.

Ao percorrer as páginas desta história repleta de crueldade, não há como não identificar-se de maneira profunda com a dor sentida pela autora, mas também admirá-la por sua coragem e perseverança no árduo trabalho de não enlouquecer e preservar o otimismo e a perseverança.

É um livro que recomendo, mas com ressalvas. Não pela obra em si ou pela escrita, mas por que é preciso estar-se preparado, por ser uma leitura um tanto quanto pesada. Aos que se aventurarem, tenho certeza de que não se arrependerão, é um livro belíssimo. Abraços à todos e tod@s e até a próxima.


site: http://www.dear-book.net/2014/08/resenha-casa-do-ceu-amanda-lindhout.html
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