A Garota que Tinha Medo

A Garota que Tinha Medo Breno Melo




Resenhas - A garota que tinha medo


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L. Müller 27/01/2015

“A GAROTA QUE TINHA MEDO”, UMA HISTÓRIA QUE PODERIA SER A SUA
Marina começa sua narrativa da forma mais simples: se apresentando. E então, começa a contar sua história… Mora com os pais e o irmão, e, sempre pressionada pela mãe, estuda até não poder mais. Conhece Júlio pela internet e depois de um tempo, engatam num namoro. Passa na universidade e relata sua vida acadêmica – e às vezes, nem tão acadêmica assim: trote, festas, “cantadas” de veteranos, drogas,…

Ela conta também que mantém um blog literário, gosta de tirar fotos, e diz às vezes enxergar aquilo que ninguém vê.

O caso é que ela nunca se enxergou como uma pessoa normal. “Queria ser como os outros seres humanos, mas o fato é que eu não era. Sempre fui estranha, e um dia isso ficou claro como a água. Primeiro minha personalidade e depois a síndrome do pânico cavaram um abismo entre mim e as pessoas que eu conhecia. Deixei de me identificar com elas e suspeito que elas também tenham deixado de me ver como uma semelhante.”

O transtorno de ansiedade de Marina se manifestou nas piores situações, todas elas narradas com detalhes e muita sensibilidade. Sua história nos convida a adentrar o universo de uma pessoa que sofre com o Transtorno de Pânico, que, apesar de aparentemente distante do nosso, o grau de identificação com a personagem atenta para a realidade. E essa realidade é que, num mundo cheio de informações em que temos que correr contra o tempo, qualquer pessoa pode estar sujeita a desenvolver qualquer tipo de transtorno. E Marina é como eu, como você: uma garota “comum”, que frequenta as aulas na universidade, que acha seu irmão meio “besta”, que encontra refúgio em seu blog e nas redes sociais, que vai à igreja e procura se apoiar em Deus nos momentos de dificuldade. E que, subitamente, sem qualquer motivo explícito, pode ser tomada por uma sensação de medo arrebatadora, chegando ao ponto de ver como ameaça pessoas e lugares conhecidos.
(...)
Conitnue lendo no blog (:

site: https://pseudoaleatoriedade.wordpress.com/2015/01/26/a-garota-que-tinha-medo-uma-historia-que-poderia-ser-a-sua/
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Andressa 25/01/2015

A Garota que Tinha Medo - Breno Melo
Após a leitura de Marta, romance de estréia do autor nacional Breno Melo, minhas expectativas estavam elevadas para ler mais uma obra sua. Apesar de o primeiro livro ter sido lido no ano de 2011, ainda me lembro de tê-lo apreciado principalmente pelo surpreendente final e por abordar um tema diferente do que estou acostumada a ler e do qual não conheço muito, a bipolaridade. Fico feliz em poder dizer que, ainda que as expectativas estivessem altas para a leitura de A Garota que Tinha Medo, o livro não me decepcionou e ainda me cativou e envolveu mais do que o anterior.

Com uma escrita fácil, rápida e envolvente, somos introduzidos neste livro à vida de Marina, uma jovem que sofre de síndrome do pânico. Talvez o que mais tenha me cativado no livro, além de abordar mais um assunto do qual pouco conhecia, foi a forma como o autor introduziu a síndrome na vida da personagem. O livro é iniciado quando Marina já sabe da sua condição, porém os fatos são narrados em primeira pessoa desde antes dos sintomas aparecerem. É notável como a maioria das passagens descritas foi imprescindível para o desenvolvimento da síndrome e amadurecimento da personagem, e o ponto mais interessante disto foi poder visualizar sentimentos como confusão e medo e como a condição afetou a vida não só da protagonista, como também de todos aqueles que a rodeavam.

Ao longo do livro, vamos aprendendo um pouco mais sobre a condição de Marina juntamente com a personagem, o que torna cada momento envolvente, como se de algum modo fossemos parte da história ou alguém íntimo dela. Além disso, a narrativa aborda também romance e situações pelas quais a personagem passa que por muitas vezes independem da síndrome, mas nos mostram a vida na passagem do colégio ao início da universidade.

Porém, algumas partes acabaram me incomodando um pouco apesar de não ter atrapalhado a leitura de forma alguma: por vezes, Marina me passava a idéia de imatura e um tanto infantil para a idade principalmente em algumas situações envolvendo Júlio, até meados do livro. Felizmente, estes momentos foram poucos se olharmos o livro como um todo e rapidamente eram esquecidos quando os ataques eram descritos e estes me despertavam certa angústia.

Por fim, posso dizer que a leitura foi uma ótima experiência e que me trouxe uma nova visão sobre a síndrome, que, como já comentado, eu pouco conhecia. É incrível como o autor transmite os sentimentos de Marina pelas páginas, nos tornando parte dela e nos instigando a ler o livro rapidamente. Com certeza, um livro muitíssimo recomendado!
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Raquel Comunale 25/01/2015

O livro se passa no Paraguai é narrado por Marina uma jovem prestes a vestibular para jornalismo super dedicada e pressionada por sua mãe. Ela acaba de conhecer pela internet um menino chamado Júlio e está um pouco tensa com todas as decisões do futuro mas ainda assim feliz quando é atingida pela seu primeiro ataque de pânico. Sem entender exatamente o que estava acontecendo Marina simplesmente tenta seguir em frente e esquecer o que aconteceu.

Contudo aos poucos o número de ataques vai aumentando e Marina finalmente percebe que sua antiga vida está cada dia mais para trás, seus medos e sua insegurança atingem níveis impossíveis e mesmo com toda sua fé ela se sente cada vez mais sozinha e desprotegida.

Com a ajuda de médicos e de seus familiares Marina vai caminhando lentamente não em busca de uma cura mas em busca de um tratamento que lhe proporcione normalidade e segurança para seguir sua vida. Obviamente nem tudo é simples mas somente em cada uma de suas tentativas Marina aprende como lidar com seu próprio cérebro.

Eu amei o livro! É uma leitura que é ao mesmo tempo doce e angustiante. A personagem é retratada com uma realidade tão grande que não foi difícil comparar cenas do meu próprio cotidiano com relação a inseguranças e medos. A narrativa nos permite acompanhar um ataque de pânico por uma perspectiva diferente listando sintomas e nos fazemos pensar na angústia da situação em si. Além de muitos trechos sobre a síndrome do pânico e distúrbios em geral o livro traz muitas coisas sobre a cultura e política do Paraguai além de diversos fragmentos sobre religião e teologia. Um livro diferente e encantador em diversos sentidos, recomendo!

site: http://desencontre.blogspot.com.br/
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Lelê 23/01/2015

Resenha:
E não é que eu me esqueci que estava lendo uma ficção e passei a acreditar que era uma autobiografia?!


"O que eu não percebia é que minha felicidade
estava limitada pelo momento, pela situação
ou por terceiros. Todas as coisas que me
faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim."
Pag. 29



É narrado em primeira pessoa por Marina.

Marina se apresenta e de cara já deixa claro o motivo de escrever sua história, o porque de contar nos mínimos detalhes tudo o que passou. Com essa narrativa que mais parece uma carta que ela escreveu ao seu leitor, fica impossível não se envolver logo no primeiro parágrafo.


"Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos
e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito.
Tenho ataques de pânico que podem acontecer
a qualquer momento. Inclusive agora,
enquanto escrevo."
Pag. 9


Pressionada pela mãe para fazer inscrição para várias universidades, Marina estuda quase que o tempo todo. Até que ela consegue passar para o curso na universidade que ela tanto queria; jornalismo na Universidade Católica. Tudo seria perfeito se pouco antes ela não tivesse passado pela sua primeira crise de pânico.

Ainda sem saber o que era, ela passa por momentos de puro desespero.


"Procurei quebrar o gelo com um machado,
mas era o machado que se partia ao
golpear o gelo. Receei não ter podido
salvar nosso relacionamento."
Pag. 101


Além disso, Marina tinha um namorado, mas este em nenhum momento me agradou. Desde o começo eu achei o relacionamento dos dois muito superficial, porém, talvez pelo estado de saúde mental da protagonista, talvez ela é que sentia e mostrava outros sentimentos que talvez não fossem reais. Impossível saber, possível é só ler o que ela contava e imaginar como seria de verdade. De qualquer maneira, o namoro não era nada de que ela poderia se orgulhar, e não era nada que poderia ajudá-la nessa transformação.

O mundo de Marina desabou. As crises que se tornaram mais frequentes a obrigaram a parar com tudo, se trancar em casa e sofrer o tempo todo. Até que ela finalmente aceitou ajuda. Não deve ser fácil receber um diagnóstico de 'panicoso', não deve ser nada fácil admitir que precisa de tratamento a base de terapia e remédios. Contudo não deve ser fácil ser alvo de piadas e desprezo das pessoas.

A família demora tanto para enxergar o problema que me deu nos nervos. E o pior é que é bem assim. O irmão que acha que é frescura, o pai que não entende, a mãe que não compreende as aflições da filha. Isso é comum nos dias de hoje em todos os lugares. Mesmo com a doença sendo tão frequente.

O importante é que Marina conta tudo, desde o início até o final do tratamento, até sua provável cura, que na verdade não existe, mas o tratamento contínuo para que as crises não voltem com tanta intensidade.


"Eu havia entrado para uma boa universidade e
me graduaria dentro de cinco anos. Eu levava
uma vida abastada, e tudo o que desejava,
material ou imaterial, se encontrava a meu
alcance a curto e médio prazo. Do que eu
poderia me queixar?"
Pag. 53


Fora a vida de Marina, ainda me vi hipnotizada pela aula de história que autor trouxe. Como tudo se passa no Paraguai, divagações sobre a Guerra do Chaco e curiosidades sobre este país abrilhantaram ainda mais a obra.

Mais uma coisa que deve ser citada é a aula sobre a síndrome do pânico e outras síndromes que o autor proporcionou de forma simples e sem rodeios. Não conhecia os sintomas e fiquei realmente abismada. Nada de termos médicos, nada de fórmulas mágicas. Tudo é descrito de uma maneira de fácil entendimento. Explicações sobre o tratamento e sobre os remédios, tudo isso era um universo que eu não conhecia, mas que durante o tempo que li o livro me senti muito bem ambientada. Ou seja, aprendi e visualizei tudo o que o autor quis passar com esta trama.

O gênero fica entre o drama e o sick-lit, portanto fãs destes dois gêneros irão com certeza adorar o livro! Disso não tenho dúvidas.

Apesar de não gostar muito de capas com rostos, confesso que gostei dessa. O fato de ela ser loira de olhos claros e ficar parada olhando para o nada, tem tudo a ver com o enredo. Ficou perfeita!!

A diagramação está ótima, fonte agradável e folhas amareladas. Não conhecia o trabalho da Chiado, e neste primeiro livro que li já vi que eles são muito bons no que fazem!

Gostei mais do que imaginava! Gostei de tudo que li e aprendi aqui!!

Leitura mais do que recomendada!!


site: http://topensandoemler.blogspot.com.br/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo.html
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Autora Nadja Moreno 04/02/2014

Esclarecedor... Profundo...
Este livro foi gentilmente enviado pela Editora Schoba para resenha, e posso dizer que fiquei muito contente com este 'presente'. Sim, A Garota que tinha Medo é um presente. Esclarecedor e profundo. Me senti ligada a Marina ao longo das páginas. Breno foi mestre ao traduzir a forma como os acontecimentos se desenrolam na vida de uma panicosa.

A Garota que tinha Medo conta a vida de Marina, uma jovem que desenvolve a Síndrome do Pânico e a Agorafobia, este decorrente do outro. O livro é narrado em primeira pessoa e é redigido em um estilo conversante muito gostoso de se ler. É como se Marina estivesse sentada do meu lado num Café, me contando as coisas que aconteceram com ela.

Em alguns momentos Marina divaga bastante, seja falando de religião, em especial a Católica, seja falando da guerra do Paraguai ou ainda comentando sobre obras e arte. Divaga falando de fé numa hora e de amor noutra. Nestes pontos achei a leitura um pouco arrastada, embora tenha ciência de que estas divagações estavam dentro do contexto.

Breno retrata os sintomas, os questionamentos, as angústias, a vergonha e até as pequenas alegrias que o portador de Síndrome do Pânico vive. O faz de uma forma genial que não deixa dúvidas - então é assim! O livro me fez lembrar de "O Mundo de Sofia" que nos faz entender de Filosofia de uma forma lúdica, ou de "A Viagem de Théo" que é uma aula de Teologia de um jeito romanceado. A Garota que tinha medo nos ensina sobre esta Síndrome assustadora, na forma de um bate-papo leve, descontraído, gostoso.

"Fiquei horrorizada com a minha distração. Nunca o havia visto por ali. Sabia que compartilhávamos o mesmo bairro, mas jamais havia imaginado que pudesse ser o mesmo condomínio.
Eu não era burra, ouviu? Só era distraída."

Fiquei maravilhada com a facilidade em que Breno "se transmuta em Marina" ao redigir esta obra. Quando terminei, li a NOTA no final do livro. Cita que é uma ficção. Que tudo que eu havia acabado de ler era ficção. Veja bem, eu sabia, afinal a protagonista era Marina, uma jovem, e o autor é Breno Melo. Simples de se perceber que não são a mesma pessoa, correto? Não. Errado. Ao terminar de ler e novamente me lembrar que era uma obra de ficção fiquei pasma. "Mas... era tudo tão real!" Impressionante como ao longo da leitura eu tinha certeza de estar lendo uma biografia. O relato da própria Marina. Quando dei por mim de que era uma obra de ficção Breno me ganhou como fã.

A diagramação é bem feita, páginas amareladas, fonte no tamanho ideal e capítulos pequenos. A editora Schoba é cuidadosa!

P.S. Depois de ler esta obra vejo com olhos ainda mais respeitosos os panicosos que estão por aí, por todos os lados. Olhei também com um carinho ainda mais genuíno o livro "O Pequeno Príncipe" (só entenderá a linda referência quando ler A Garota que tinha Medo). Recomendadíssimo.

site: http://escrev-arte.blogspot.com.br/2013/12/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 21/01/2015

O livro de ficção, narrado em primeira pessoa, mais convincente que eu já li na minha vida!
A história é narrada por Marina, uma jovem que morava com seus pais e o irmão mais novo, na cidade de Assunção, no Paraguai. Aos 18 anos, ela estava estudando de forma exaustiva para o vestibular, sua mãe pressionava-a excessivamente para que Marina entrasse numa faculdade. Depois de um período cansativo e desgastante de estudos, ela finalmente foi aprovada. As coisas pareciam estar indo bem: Marina estava fazendo Jornalismo (o curso com o qual sempre sonhou), tinha novos amigos e até arrumou um namorado.

"Seja como for, eu era feliz nesse pequeno inferno alegre que era minha vida banal de classe média. Eu ainda não tinha ataques ou crises de pânico. Eu ainda não havia visto minha vida virar de cabeça para baixo como vejo agora." (página 9)

Mas aí, veio o primeiro ataque de pânico. E depois vieram outros e mais outros. De uma hora para outra, Marina sentia um medo súbito, que ia aumentando até que ela não tivesse mais controle sobre si mesma, a sensação de que ia morrer era assustadora. Esses ataques foram acontecendo com mais e mais frequência, nos lugares menos "apropriados" possíveis.

"Eu sempre estava pensando no minuto seguinte, temendo algo que talvez nunca viesse a acontecer. E de fato, me lembrando dos últimos anos, quase nunca chegava a acontecer. Talvez eu fosse uma tola. Talvez houvesse algo errado comigo. E havia." (página 13)

Ela fez inúmeros exames, que apontaram que sua saúde física estava boa. A princípio, Marina não aceitava que sua doença pudesse estar relacionada à sua mente, a ideia de estar louca e o medo do que os outros iriam pensar a aterrorizavam. Mas, com o tempo e a intensidade dos ataques, ela decidiu procurar ajuda médica especializada. Foi aí que surgiu o seu diagnóstico: Síndrome do Pânico.

A Síndrome do Pânico atrapalhou a vida de Marina de forma tão devastadora, que ela perdeu o namorado, parou de frequentar as aulas, os amigos se afastaram, ela não conseguia sequer sair de casa, aliás, ela não conseguia dormir no próprio quarto. Só depois de anos de tratamento, Marina pôde ter sua vida de volta e finalmente encontrar sua felicidade.

"Não podendo viver para coisa alguma devido à síndrome, passei a viver apenas para vencê-la. E cada dia sem um piripaque já era uma vitória." (página 199)

A garota que tinha medo foi um livro que me conquistou aos poucos, de forma que, ao terminar a leitura, eu estava completamente ligada à história e aos personagens. Mesmo sendo ficção, a narração de Marina passa tanta veracidade, que é como se ela realmente existisse e estivesse contando sua luta contra a Síndrome do Pânico, na intenção de poder ajudar outras pessoas que também fossem portadoras dessa síndrome. Marina é uma personagem tão bem construída e tão "real", com tantas facetas, que A garota que tinha medo é o livro de ficção, narrado em primeira pessoa, mais convincente que eu já li na minha vida! Eu me identifiquei bastante com a personagem, com alguns de seus medos, com algumas de suas ideias, além do fato de ela também ter um blog literário, um blog que teve certa importância em sua recuperação.

"- Por que "Desde el 1987"? - perguntou Péqui uma vez.
- Por que a única certeza que tenho é a de que nasci e cá estou. De resto, sou toda insegurança, dúvidas e medo." (página 128)

Uma coisa que gosto muito em livros é encontrar outras formas de ver o mundo e a vida, Marina enxerga a religiosidade e a fé de uma forma diferente da que eu enxergava, e sabe falar bem sobre o assunto, abrindo minha cabeça para novas ideias. Ela passou pela fase da revolta, em que achava que Deus tinha se esquecido dela ou que a culpa pela sua doença era Dele, mas foi uma fase. Preciso deixar claro que o livro não tem apelo religioso, mas a religião e a fé fazem parte da vida de Marina.

A história ser ambientada no Paraguai foi outro ponto que me agradou, acho que nunca tinha lido um livro que se passasse lá. É um país sobre o qual quase nada sei, e Marina fala com paixão sobre sua terra. Pude conhecer um pouco mais sobre a cultura, a história, os lugares e a grande diversidade que há no Paraguai, e também conheci um pouco sobre a Argentina e o Uruguai, vi nossos vizinhos com outros olhos. (Vocês sabiam que além do Espanhol, no Paraguai se fala Guarani?)

O escritor Breno Melo entrou em contato comigo após ver minha resenha de Garota, interrompida, me perguntando se eu gostaria de ler e resenhar o livro dele. Pra quem não se lembra, em Garota, interrompida (Única Editora), Susanna Kaysen conta sobre os anos em que ficou internada em um hospital psiquiátrico. Fazendo um breve comparativo entre os dois livros: ambos são narrados em primeira pessoa, contam a vida de garotas jovens que precisam de tratamento para problemas psicológicos. Se eu tivesse que indicar um dos dois para vocês, indicaria A garota que tinha medo, mesmo tendo um excesso de didatismo em algumas partes (onde Marina discorre sobre seu tratamento, o que pode ser pouco interessante para leitores interessados em mais ação), ainda tem uma história mais bem construída e finalizada que Garota, interrompida, nós sabemos de onde Marina e os demais personagens vieram, o que eles viveram e para onde foram.

"Uma vez, Napoleão se encolhia e tremia de medo durante uma batalha. As explosões, medonhas, o assustavam. Até que alguém notou e disse: "Vejam como ele treme!" Napoleão respondeu: "Se você sentisse ao menos metade do pavor que sinto, já teria fugido há muito tempo. Mas eu continuo aqui."
Não é à toa que ele foi um grande homem, apesar de suas fraquezas ou limitações. Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou." (página 204)

Sobre a parte visual: a capa é simples, mas tem sua beleza, as características físicas da garota da capa correspondem à Marina, gostei da fonte escolhida para o título do livro. A diagramação segue o padrão de outro livro da Chiado Editora que já resenhei no blog (Herdeiro da Névoa): margens, espaçamento e fonte de bom tamanho, páginas amareladas e grossas.

Enfim, "A garota que tinha medo" é um livro que recomendo, especialmente para quem gosta de protagonistas inteligentes ou procura saber um pouco mais sobre a Síndrome do Pânico. É aquele tipo de livro onde você sempre adquire algum conhecimento novo ao longo da leitura: seja sobre a Síndrome do Pânico, seja sobre o Jornalismo, seja sobre a América do Sul ou outros países.

Meu trecho favorito, onde vocês podem apreciar um pouco da boa escrita do Breno Melo:
"Ter ido à Alemanha equivaleu, para mim, a ter subido numa alta torre da qual pudesse avistar todos estes últimos anos que vivi. Dessa alta torre, vi pântanos que um dia estiveram lá, vi riachos, vi campos e vi flores. Isso não significa que os pântanos secaram espontaneamente, nem que os campos se tornaram jardins por obra do Acaso. O fato é que limpei os riachos, aterrei os pântanos e semeie os campos, até que estes me deram flores e me trouxeram alegria. Não pude controlar as chuvas e as secas, nem obrigar a Sorte a me favorecer, mas pude fazer a parte que me cabia, dando o melhor de mim. E comecei a notar que minhas pequenas ações influíam grandemente nos acontecimentos, obrigando a Sorte a me sorrir. Comecei fazendo o necessário, depois o possível, e de repente eu estava fazendo o impossível. Não deixei, obviamente, de erguer uma capela nesses campos que me pertencem e são a minha vida." (página 271)

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/01/resenha-livro-garota-que-tinha-medo.html
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Amanda Carneiro 08/06/2014

Uma verdadeira aula!
“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou.”

Marina é uma típica adolescente certinha: é muito religiosa (muitas vezes faz comparações de si mesma com passagens bíblicas) e vive para os estudos (seu maior obejtivo é passar na Universidade Católica, em Jornalismo), até que começa a ter seus primeiros surtos. Presa a uma família que pouco a entende e com um namorado que tem vergonha de estar ao seu lado, Marina se isola cada vez mais do mundo, procurando consolo nas suas novas amigas da faculdade, e em Péqui, uma carinhosa amiga de infância. Passa-se algum tempo até que Marina recebe o diagnóstico de síndrome do pânico e agorafobia (medo de estar no meio de uma multidão) e conforme o livro se desenrola, mergulhamos de cabeça nos sentimentos da garota.

“O fato é que não nos contentamos em quebrar a cara uma única vez, e procuramos novas oportunidades de cometer os mesmos erros. Somos repetitivos em nossas ações, ainda que cada ação pareça nova devido às variantes. Em essência, nossos atos se resumem a meia-dúzia.”

Explorando um mundo totalmente novo para mim, Breno Melo explica, em detalhes, como um panicoso se sente e a narração em primeira pessoa nos proporciona uma intimidade maior com a personagem. Por muitas das vezes encontrei semelhanças entre nós: além dela ter um blog literário, é uma menina muito ansiosa e romântica. Apesar do enfoque na síndrome do pânico, Breno Melo nos presenteia com uma verdadeira aula de História! Aprendemos muito sobre a guerra do Paraguai (país onde a Marina mora) e sobre questões religiosas que nos levam a muitos questionamentos. Li “A garota que tinha medo” em dois dias, tamanha a curiosidade em saber o que aconteceria a seguir e foi, de fato, um livro que me ensinou muito! Recomendo a todo mundo que está disposto a algo diferente e que, além de se divertir, também quer aprender com um livro!

“Quem ama e quer algo, certamente ama em vão quando não alcança o que almeja. Mas quem ama e não quer nada, nunca ama inutilmente. Há tantos tipos de amor que seria ingenuidade pensar que aquele que sentimos é o único.”

Ano passado realizei um trabalho muito parecido com um TCC na escola. O tema do meu grupo foi “A reintegração social de esquizofrênicos” e foi incrível como, aprendendo mais sobre a doença, quebramos muitos de nossos preconceitos! Mesmo com as diferenças entre esquizofrenia e síndrome do pânico, ambas são doenças mentais que carregam muito estigma (ainda existem pessoas que acreditam que é tudo frescura).

site: www.primeiro-livro.com
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Bru | @umoceanodehistorias 05/02/2015

Em A Garota que Tinha Medo, conhecemos Marina, uma jovem de cinco anos que contará a trajetória de sua vida. Marina estava em um período de estudos intensos para o vestibular e, além de sua mãe não parar de pressioná-la, ela convivia com uma constante pressão dentro de si.

Na época em que tentava dividir seu tempo entre estudos e o namorado, Marina sofre seu primeiro ataque. Ela não sabe dizer o que aconteceu, apenas sabe que um pavor tão grande a atormentava que ela gritou e gritou até que tudo isso parou e era como se nada tivesse acontecido. Desde que ela começou a ter as crises, notou que seu namorado se afastou.

"Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom que alguém abrandasse o fogo."

Agora, Marina estava sem um namorado, tendo crises constantes e em lugares que a constrangia e sentindo muito medo. O diagnóstico da Síndrome do Pânico não foi fácil e foi preciso muito trabalho por parte de Marina e seus médicos para que houvesse uma verdadeira melhora.

A trama, dividida em seis partes, nos faz ver como é difícil aceitar que você sofre de Síndrome do Pânico e a reação que as pessoas, ao seu redor, têm. Marina me fez notar que um panicoso não é uma pessoa com frescura, como muitos pensam e que as crises são realmente graves. Os detalhes fornecidos pela Marina, durante suas crises, são incríveis e assustadores, pois, sempre que ouvia falar que uma pessoa era panicosa, pensava: Isso não deve ser tão grave assim, a pessoa deve apenas ter medo. Mas, não!, é mais que isso, durante a crise não há medo, há pavor, um sentimento que te faz pensar que você irá morrer e você pode até torcer para que isso acontece, assim você se ‘livra’ de toda essa dor.

Em diversos momentos, principalmente durante as crises, pensei que estava lendo uma biografia e não um livro de ficção. A história é incrível e me fez refletir demais sobre o que pensar de uma pessoa portadora da Síndrome e como eu poderia ajuda-la. Também me fez ver o quanto pequenas atitudes, sejam elas de pessoas distantes ou próximas a nós, podem nos mudar e nos fazer mal.

“Mas por que sofremos? A felicidade que a maioria de nós espera é idealizada; e uma felicidade idealizada só existe no mundo das ideias, onde não vivemos. Eu, por exemplo, posso ser feliz apesar da síndrome do pânico (porque este é o mundo palpável em que vivo), mas negar a síndrome para ser feliz me levaria a um mundo ideal, onde não vivo.”

Esse livrou tornou-se uma lição pra mim. Passei a ter diversas atitudes que não tinha: Pensar o que eu falava para alguém e como isso poderia magoá-la; Dizer às pessoas o que eu não havia gostado de ouvir; e, principalmente; Não julgar. Indico esse livro para todas as pessoas, tenho certeza que ele irá mudar algo em sua vida e te tornar uma pessoa melhor, afinal, sempre podemos melhorar.


site: http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/2015/02/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Gabii 04/02/2014

Um livro desconhecido, de uma editora que eu quase nunca tinha ouvido falar – até o dia em que alguém, a quem devo agradecer, entrou em contato comigo misteriosamente pelo meu facebook –, A Garota que Tinha Medo, foi uma leitura muito agradável, e que superou minhas expectativas.
Eu tenho que admitir que quando comecei a leitura e a personagem principal passou a discorrer sobre varias coisas relacionadas à igreja católica e ao protestantismo, fiquei com medo de acabar abandonando a leitura, mas após a pagina 50 acabei me acalmando: o texto tem mais caráter informativo, e ler informações e manuais é uma coisa da qual eu estou meio acostumada. Deixe-me explicar: eu me sinto meio desconfortável lendo coisas de caráter muito religioso (principalmente cristãs), uma coisa é a obra ter algo cristão nas entre linhas (se não eu odiaria As Crônicas de Nárnia, e isso não ocorre), outra é ela tratar diretamente disso (por motivos pessoais e familiares eu sou meio relutante em “mexer” com isso, mas isso é puramente pessoal – e traumático).
No inicio do livro Marina é uma vestibulanda que enfrenta situações parecidas com as de qualquer outro vestibulando – pressão da família, amigos, etc – e que no momento de transição para a faculdade descobre que tem algo errado com ela, acho que a parte angustiante é que em boa parte do livro é um mistério para ela qual é seu mal, mas depois de passar por ataques em que Marina acha que vai enfartar, e que são minuciosamente descritos por ela – esqueci-me de dizer que o livro é em primeira pessoa, e só pra lembrar, ela é fictícia, e a estória também – e de se interessar mais por o que esta acontecendo com ela – se metade das coisas que ela descreveu acontecessem comigo eu não ia sair do PS – ela descobre que sofre de síndrome do pânico. A partir da descoberta da síndrome do pânico, Marina escreve sobre como foi o período de seu tratamento, suas duvidas em relação a Deus e a sua fé, e como ela superou tudo isso.
Marina é muito simpática – e maluquinha, no sentido não pejorativo da palavra – e os demais personagens também o são, é legal ver um “livro escrito para pessoas, por uma pessoa, e que contém pessoas” – os personagens parecem pessoas, sabe? Não é nada incrível, e fora da realidade – e a leitura é simples e até divertida em alguns pontos, e na realidade, é bem interessante, a síndrome do pânico pela ótica de uma “panicosa” é diferente, acho que essa é uma leitura que te faz repensar o modo como você olha para pessoas com esse distúrbio, e com outros semelhantes.

site: http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com.br/2013/12/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Naty__ 17/05/2022

Resenhar o livro A garota que tinha medo é bastante complexo, não porque se trata de uma obra ruim. O livro aborda um tema bastante delicado: a síndrome do pânico. Breno nos apresenta a personagem Marina, de 25 anos, e sofre dessa doença desde os 18 anos.

A história se passa em Paraguai, um lugar praticamente incomum para ser retratado no livro. Embora nunca tenha lido nada relacionado, gostei de como o autor descreveu o enredo. A descrição do lugar é bem feita, pensamos que Breno visitou o país para escrever sua obra ou, ao menos, fez pesquisas minuciosas para retratá-la com maestria.

Marina leva uma vida aparentemente comum, contudo seus ataques de pânico surgem a qualquer momento. Seus surtos provocam medo em quem está assistindo. Quando sua crise acaba, ela sente-se envergonhada. Ela se culpa o tempo todo por suas falhas.

“Sou ansiosa e sofro antecipadamente. Me contrate como operária para construir um prédio e eu estarei erguendo o segundo andar antes de ter concluído o primeiro” (p.09).

Além das cobranças pessoais, Marina tem de enfrentar a pressão da própria mãe, pois ela, constantemente, cobra da filha para que se inscreva no maior número de instituições possíveis. Marina se inscreveu em seis e passou em quatro universidades. Para sua felicidade, ela passou justamente naquela em que desejara estudar: Universidade Católica de Assunção.

Assim como milhares de brasileiros, a protagonista passa por um conturbado processo ao enfrentar a síndrome do pânico. Marina se culpa a todo o momento por não conseguir admoestar seus sentimentos, sua ansiedade, nervosismo e o excesso de perfeccionismo.

Ao iniciar o curso de Jornalismo na Universidade Católica, ela se vê em um novo mundo. Novas ideias, novas descobertas e perspectivas. Porém, ela não imagina que nessa nova etapa outra crise de pânico irá surgir e deixará os estudantes totalmente receosos de sua presença.

“O livro é um pão que podemos comer à vontade – explicava eu –, sem que ele jamais perca sua substância. Hoje, por exemplo, comi este livrinho de poemas, sem que ele perdesse uma ideia, uma figura de linguagem, um floreio. Tudo quanto ele diz, continua exatamente onde estava” (p.78).

De forma bastante tocante, Breno consegue prender o leitor até as últimas páginas. O sofrimento que a protagonista passa consegue transpassar para nós. É possível sentir cada momento de aflição que Marina está vivendo.

Não obstante, a maneira que o autor explora o processo para a tentativa da cura, é magnífica. É possível compreender que houve um vasto estudo tanto sobre a doença em si, seus sintomas, bem como os meios para o tratamento.

Marina conhece Júlio pela internet e começam a namorar. Porém, o que era para ser um relacionamento feliz e eterno, sofre alguns contratempos. Além de abalá-la emocionalmente, isso acarreta em mais crises de pânico.

“A diferença que há entre os soldados reais e aqueles idealizados por alguns filmes é mais ou menos a mesma que existe entre as histórias de amor reais e aquelas idealizadas pelo cinema. Há soldados que são heróis de guerra, mas de um modo um pouco diferente do que imaginamos. E existem homens que são heróis no amor, mas de um jeito um pouco ou muito diferente do que as garotas pensam” (p.90).

Sua fonte de consolo, em partes, é a blogosfera. Ela tem um blog literário e resenha livros. Lá, também, ela começa a fazer postagens sobre a síndrome do pânico e declara que é portadora da doença. Muitos leitores sofrem ou conhecem pessoas que passam por esse processo e começam a dar apoio para que Marina permaneça no tratamento e seja curada.

Embora a escrita de Breno seja bem feita, de maneira comovente e diálogos bem fluídos, notei que algumas descrições na obra foram desnecessárias. Existem detalhes que não precisavam ser narrados. Porém, por se tratar de um livro escrito em primeira pessoa, a protagonista escolheu os processos mais marcantes para ser evidenciados em sua história.

Achei a capa bem diferente; não é chamativa, mas é bem artística. A diagramação é bem feita e os erros de revisão são pouquíssimos, quase imperceptíveis. A editora está de parabéns pelo trabalho bem feito.

“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou” (p.183).

Recomendo a leitura da obra tanto para quem sofre com a doença, para quem desconhece e, até mesmo, para quem a conhece. Com certeza, Breno tem muito a nos ensinar com este livro.
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Nathy 23/02/2014

A Garota que tinha Medo – Breno Melo – #Resenha | O Blog da Mari
Quando peguei esse livro fiquei com receio porque já tinha lido outros livros abordando a síndrome do pânico, mas de uma forma tão técnica que a leitura se arrastava demais. Com esse a experiência foi muito diferente e bem melhor, na mesma tarde em que comecei consegui finalizar. Os termos abordados pelo autor são facilmente entendidos e explicados para aqueles que nunca ouviram falar do assunto e como pode interferir na vida das pessoas. Quem já sofreu desse mal ou ainda sofre conseguirá se identificar facilmente com tudo que Marina vivencia e a forma como consegue lutar contra.

Com a narrativa em primeira pessoa o leitor entra no mundo de Marina, uma menina que quando começou a ter os sintomas tinha apenas dezoito anos, um período de grandes mudanças e pressões. Tudo porque sua mãe ainda que não perceba não deixa de fazer uma pressão para a menina passar em seis universidades, ou seja, tudo que ela quer que faça é estudar e ter um ótimo futuro. Além de a leitura fluir pelos temas, gostei da forma que o autor encontrou para mostrar como esse mal pode prejudicar a pessoa que sofre disso e como outras não conseguem compreender o que passa com a pessoa. Ainda que os relatos sejam fictícios, todos os sentimentos de Marina pareceram bem reais, justamente por ja ter vivenciado isso de muito perto.

Me chame de Marina. Tenho vinte e cinco anos e sofro de síndrome do pânico desde os dezoito. Tenho ataques de pânico que podem acontecer a qualquer momento. Inclusive agora, enquanto escrevo.

A Marina é uma personagem que a cada página vai se tornando mais real até se tornar uma parte da pessoa que está lendo. Teve diversos momentos nas quais me identifiquei com a menina ao ponto que parava a leitura e mostrava para a Mari, parecia que muita das coisas relata tinham sido retiradas da minha própria história, isso foi algo que me fez gostar demais poder ter tanta proximidade com a personagem. Ao ingressar na faculdade a menina toma atitudes que não são legais e de forma alguma agiria do mesmo jeito, mas foi compreensível, pois ela parecia bastante perdida ainda mais sobre o que estava acontecendo em seu corpo e porque disso tudo.

site: http://www.oblogdamari.com/2014/01/a-garota-que-tinha-medo-breno-melo-resenha.html
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Mari Siqueira 27/11/2013

Uma maneira inédita de descrever a Síndrome do Pânico.
Há algumas semanas, recebi um contato da Editora Schoba por email, me perguntando se eu gostaria de receber seu último lançamento, o livro A Garota que Tinha Medo, para resenha.

O mais incrível é que eu sofro de crises de ansiedade, assim como a protagonista do livro, e a proposta não poderia ter surgido em um momento melhor. Claro, aceitei e não me arrependi.

A leitura me foi muito esclarecedora, Breno Melo aborda o tema com maestria, nos explicando os dilemas da síndrome do pânico, seus desdobramentos e o preconceito enfrentado por nós, os chamados panicosos.

A protagonista dessa história é Marina (veja aí mais uma coincidência, até o nome parece com o meu), uma jovem que vive sob muita pressão da mãe para entrar numa boa faculdade. O pouco tempo livre e as enormes responsabilidades sobrecarregam a menina que simplesmente surta. Ela começa a ter crises, a gritar, a tremer, suar e sentir que vai morrer. E é assim mesmo que acontece, uma sensação indescritível de medo, um medo que provoca sintomas reais.

O namorado, os amigos, os pais, ninguém consegue compreendê-la. Talvez por falta de informação, afinal, quem nunca passou por isso ou não conhece alguém que passou por isso, não sabe como é. Eu enfrento diariamente preconceito por conta disso, as pessoas dizem que entendem, mas vivem me perguntando quando minha frescura vai acabar. E os que não dizem isso, pensam.

É complicado entender como uma doença que parece imaginária, afinal você não tem nenhum problema de saúde, pode causar um estrago tão grande na vida de uma pessoa. E eu te digo que pode. Mas essa postagem não é sobre mim, e sim sobre o que o livro me trouxe de bom. Me trouxe tranquilidade, esperança e coragem para enfrentar esse medo irracional que me faz querer fugir de alguns lugares e situações.

Marina tem um namorado, um imbecil de um namorado, na verdade. Ele não a compreende e a abandona no meio de uma crise, isso é a pior coisa a se fazer. Não adianta e só mostra que estamos sozinhos nessa luta. No livro, o namorado dela a acha uma louca. E ela até começa a acreditar nisso. Daí vem a necessidade de alguém positivo ao seu lado, de negativo já basta você.

Depois de muito sofrimento, a menina finalmente é diagnosticada com síndrome do pânico. Após sofrer crises no trânsito, na igreja, na faculdade, no shopping, ela passa a evitar tais lugares. A ansiedade e o medo de passar mal novamente a impedem de frequentar os lugares que ela sempre frequentou. Eu disse que o medo era irracional. Mas vá tentar dizer isso para o nosso cérebro no momento de pânico, é impossível. Especialmente saber que você não vai morrer e mesmo assim ainda ter medo.

Entre personagens muito bem desenvolvidos, se destaca Péqui. A melhor amiga de Marina, e também a pessoa mais fofa desse mundo. Ela talvez, tenha sido uma das únicas pessoas que apoiou a amiga desde o começo. Isso é que é amizade! Preciso de uma Péqui na minha vida *-*'

A Garota que Tinha Medo foi uma leitura incrível e eu fico muito feliz de ter sido uma das pessoas escolhidas para resenhá-lo. O único ponto negativo na minha opinião, foi o posicionamento religioso em excesso. Me incomodaram alguns trechos em que o autor fala demasiadamente da Igreja Católica, até mesmo historicamente. Parecia desconexo do texto, desnecessário mesmo. Não sou de nenhuma religião citada no livro e por isso não me senti ofendida, mas acho que como sugestão eu diria para o autor deixar fora do livro suas opiniões pessoais sobre o tema.

Agradeço muito à Editora Schoba pela cortesia e em especial à Luciana do marketing, que foi uma fofa e me atendeu super bem, me dando atenção e inclusive, depois do envio, desejando que o livro me ajudasse com minha própria síndrome. Espero que esse livro possa ajudar outros como eu, que se sentem incompreendidos e às vezes sem esperança. Acredite, você pode se curar!

"Eu não me queixava de nada e me esforçava para dar o melhor de mim em tudo, inclusive nas coisas mais tolas do dia a dia. E esse esforço, hoje eu sei, me desgastava. Fui dando o que não tinha, porque eu me preocupava demais, até que um dia arrebentei por dentro e precisei de conserto." (p.8)


site: http://loveloversblog.blogspot.com
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Karina 09/01/2015

A GAROTA QUE TINHA MEDO – Breno Melo.
Parceria formada com o autor Breno Melo.
Sua obra nos mostra todo o talento desse jovem autor que promete estampar seu nome no ramo literário.
Sua obra mescla eventos emocionantes com um bom humor indescritível.
Breno consegue a cada página encantar o leitor de uma forma distinta. Não se consegue parar de ler esse “livrinho”, como muitas vezes é chamado pelo autor, mas passo garantir, que é uma grande obra, um livro completo.
“A Garota Que Tinha Medo”, nos mostra a vida de Marina. Uma garota simples que mora no Paraguai com sua família.
Leva uma vida pacata, sem muitos acontecimentos que podem fazer dela a garota mais popular da região.
Mas amada pelos seus verdadeiros amigos e familiares.
Marina sofria grande pressão de si mesma e também de sua mãe, as vésperas do vestibular, varava noites adentro estudando sem descanso para entrar na faculdade de sua escolha.
Não que tenha negligenciado sua saúde física e mental, longe disso, fazia suas pausas quando necessário. Mas a maior parte do seu tempo era sim, estudando.
Sua única válvula de escape era a internet e a fotografia. Por meio dessas paixões conheceu Júlio, um garoto simpático e encantador que se tornou seu namorado.
O relacionamento não era um conto de fadas, como já mencionada, boa parte da vida de Marina foi passada debruçada em cima dos livros. Mas ela dava um jeito para ser presente na vida do garoto e aproveitar cada momento que passavam juntos.
Finalmente ela entrou para a universidade desejada. Conheceu pessoas novas, teria agora mais tempo para curtir sua vida, seu namoro, seu Júlio.
Foi quando uma crise assustadora de pânico aconteceu em sua vida.
Marina estava trancada em seu quarto, quando sentiu sua garganta se fechar, tremedeira, dificuldades para respirar e se manter de pé e um medo incontrolável que ela não sabia do que se tratar.
Júlio e sua mãe presenciaram essa primeira crise. Marina sentiu-se tão envergonhada e ainda mais confusa por não saber do que se tratar.
Logo as crises passaram a ser mais frequentes, e com uma duração ainda maior.
Ocorreu na igreja, na faculdade, em seu quarto, no transito.
Todos esses lugares tornaram assombrados para a Marina.
Mas o pior foi à crise que aconteceu no dia dos namorados. Estava com Júlio em um motel, comemorando o dia, quando uma crise avassaladora apoderou-se de seu corpo.
Júlio não sabia como contê-la, não sabia como ajudá-la, ficou nervoso com os gritos, e bateu em Marina achando ser o melhor.
A garota teve que correr para não ser abandonada ali, pelo seu namorado.
Sentiu-se um lixo.
Se Júlio não seria capaz de ajudá-la, será que a merecia?
Dias passaram sem que ela conseguisse falar com o rapaz. Ele passou a evitá-la, e olhar Marina como se fosse uma louca.
As crises agora eram cada vez mais constantes, mas sempre que chegavam ao hospital, já havia passado.
Ninguém entendia o que estava acontecendo.
Ela não entendia do que tinha tanto medo.
Após algum tempo, ao consultar um psiquiatra, Maria descobriu que sofria de síndrome do pânico.
Ao conhecer a doença a fundo, descobriu que não era a única do mundo. Que não era louca. E que poderia aproveitar essa nova fase de sua vida, para conhecer outras pessoas. Trocar experiências e se tratar de maneira adequada.
Dessa forma Marina começou a enfrentar os seus medos.
A tomar sua medicação regularmente, e a lutar contra uma doença que a consumia há anos.
Marina conseguirá recuperar o tempo perdido?
Após abandonar quase tudo em sua vida, ela conseguirá recuperar o seu lugar na sociedade?
Júlio ainda fará parte de sua vida?
Uma história emocionante, que nos ensina um pouco sobre uma doença e pessoas, que merecem respeito, atenção e amor.
Obrigada Breno Melo, pela belíssima historia, pelo exemplar nos enviado, pela confiança em nos depositada, e pela obra maravilhosa.
Casa de Livro Recomenda.

Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom se alguém abrandasse o fogo.

Titulo: A Garota Que Tinha Medo.
Autor: Breno Melo.
Ano: 2014
Páginas: 277
Editora: Chiado.

Boa Leitura.
Casa de Livro.

Karina Belo.
Eu estava completamente relaxada, além de feliz porque ia sair com meu namorado. Passei a toalha delicadamente por meus seios, que eram pequenos, depois por meus braços, que eram finos. Senti-me ligeiramente tonta e trêmula. Imaginei que fosse um mal-estar passageiro e continuei me enxugando. Passei a toalha por meu ventre, que era muito alvo, depois por minhas pernas, que também eram finas. Até que não pude mais ignorar os sinais de meu corpo.

Meus gritos não se transcreviam; não significavam coisa alguma que valesse uma frase curta. Eram interjeições, ás vezes sequer isso. O que eu berrava poderia ser repetido, sem necessidade de tradução e sem prejuízo de significado, em qualquer idioma do mundo. O desespero é universal.

- Não quero me encontrar com uma louca. Você está louca, Marina. Não me telefone novamente.
Daí por diante, já não sei o que ele disse, se é que disse mais alguma coisa. Fiquei tonta, deixei cair o celular e depois não me lembro de mais nada. Creio que eu tenha morrido por alguns segundos.

Antes de fechar os olhos, concluí que eu havia encontrado o homem perfeito. Continuei pensando e cheguei a uma nova conclusão. Essa nova conclusão me dizia que o amor era bom.

site: www.casadelivro.com.br
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Ana Luiza 06/01/2015

Resenha do blog Mademoiselle Loves Books
Marina é uma jovem paraguaia como outra qualquer, ao mesmo tempo em que é diferente de todos da sua idade. Aos dezoito anos ela descobriu ter síndrome do pânico e, aos vinte cinco, ela narra esse livro, voltando ao passado e relatando para o leitor sua vida antes e depois da descoberta da doença.

“O que eu não percebia é que minha felicidade estava limitada pelo momento, pela situação ou por terceiros. Todas as coisas que me faziam feliz, nessa época, estavam fora de mim. De fato, eu era ingênua e relativamente feliz.” Pág. 29

Aos dezoito anos, Marina já estava carregada de responsabilidades, sendo pressionada pela mãe e por si mesma a entrar em uma boa faculdade. Dedicando grande parte do seu tempo aos estudos, a internet é o local de lazer e de descanso da garota, onde ela mantem um blog sobre sua grande paixão – os livros - e conversa com outras pessoas. É em uma sala de bate-papo que Marina conhece Júlio, um rapaz fofo que ela passa a namorar, apesar de não ter tanto tempo para tal.

Marina consegue ser aprovada em Jornalismo na Universidade que queria e logo faz amizade com outras calouras do seu curso. Realizado o sonho de entrar na faculdade e agora tendo mais tempo para namorar, Marina estava verdadeiramente feliz, apesar de estar em uma época da vida naturalmente cheia de mudanças e incertezas, até que ela começa ter seus primeiros ataques de pânico. Aos poucos, o medo vai dominando a vida da Marina, afastando-a da sua rotina e das pessoas que gosta. Marina sabe que há algo de errado com ela, mas sua família acha que não e até mesmo alguns médicos afirmam que ela não tem nada.

“O auge eram os ataques de pânico. Era como ter um vulcão fervilhando dentro de mim, e de em quando ele entrava em erupção.” Pág. 11

Mas conforme os ataques vão se tornando mais frequentes e Marina se vê cada vez mais perdida e reclusa, a garota começa a questionar sua sanidade e até mesmo duvidar de sua fé. Quando finalmente recebe o diagnóstico correto, Marina se vê determinada a não deixar-se vencer pela doença, mesmo que para isso tenha que encarar seus mais profundos medos sozinha. Mas logo Marina descobre que não está realmente sozinha e, aos poucos, ela vai conquistando de volta tudo o que perdeu, apesar de saber que certas coisas não podem ser recuperadas e que ela, Marina, jamais será a mesma de antes.

A garota que tinha medo despertou minha curiosidade por tratar da síndrome do pânico, doença muito pouco abordada na literatura, mas que é mais comum do que imaginamos. Por ter casos da doença na minha família, já tinha uma alguma ideia dos sintomas, mas acabei aprendendo ainda mais com A garota que tinha medo. A obra é bastante instrutiva e é perceptível que o autor pesquisou a fundo a temática. Entretanto, em alguns momentos, o livro mostrou-se um pouco entediante e mecânico, como se fosse um artigo didático sobre a síndrome do pânico. No entanto, a leitura, em geral, é bastante fluída e cativante.

A narrativa em primeira pessoa de Melo é boa e o leitor tem mesmo a sensação de que é a própria Marina quem conta a história, contudo, a escrita do autor tem ainda um pouco a amadurecer. Senti faltas de descrições mais profundas, principalmente dos cenários, afinal, se não me engano, essa é a primeira obra que leio que se passa no Paraguai. Apesar disso, o autor trata o lugar com muita naturalidade e intimidade e mesmo sem ter uma imagem tão bem construída dele, o leitor se sente lá, ao lado de Marina. A trama é muito bem construída e verossímil, se fosse o nome dela que estivesse na capa, ninguém duvidaria que a Marina e sua história fossem reais. De fato, esse é um dos pontos mais fortes do livro: a obra é carregada de muita realidade.

Algo que amei é que A garota que tinha medo é recheado de referências literárias, históricas e até mesmo bíblicas, o que deixa a obra ainda mais rica. As referências bíblicas, inclusive, são muito importantes, já que a religião é muito presente e relevante na vida da protagonista. E falando nela, gostei da Marina desde as primeiras páginas. Apesar de não ser panicosa, me identifiquei muito com sua ansiedade e a pressão que ela sempre coloca sobre si mesma para agradar a todos. É impossível não se cativar com a personagem ao acompanhar suas ansiedades, inseguranças, medos, descobertas, vitórias e felicidades. Os outros personagens também são bem construídos e tem papel na história.

A garota que tinha medo é uma obra singela e comovente, uma história cativante e edificante. O autor está parabéns por abordar um tema, uma doença, muitas vezes tratado como tabu. A síndrome do pânico é mais comum do que imaginamos e deve ser tratada de modo devido, mas não é um bicho de sete cabeças. Gostei muito que A garota que tinha medo, apesar da temática delicada, seja uma leitura fácil e rápida. Recomendo-o para todos, especialmente para os que, como eu, gostam de obras que abordem doenças psíquicas.

Quanto a edição, não tenho reclamações. A diagramação, apesar de simples, está perfeita. O tamanho e tipo de fonte também estão bons e as páginas amareladas ajudam a deixar a leitura ainda mais rápida. Eu gosto da capa, é simples, mas bonita e, além de combinar com a história, a garota combina com a Marina descrita e com a que imaginei.

“ (...) ‘há mais loucura ou falta de razão no preconceito das pessoas em geral sobre os distúrbios mentais eu nos distúrbios mentais em si’.” Pág. 227

site: http://mademoisellelovebooks.blogspot.com/2015/01/resenha-garota-que-tinha-medo-breno-melo.html
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Glaucia @blogmaisquelivros 13/02/2015

Com narrativa em primeira pessoa, A Garota que Tinha Medo, escrito pelo autor Breno Melo, conta a história de Marina, uma menina de 18 anos que a princípio levava uma vida normal com situações impostas pela mãe e família já desde a infância. Marina faz curso de jornalismo, tem alguns amigos e um namorado. E mesmo que nada demais aconteça em sua vida, tudo vem correndo bem, até começar os ataques de pânico e a síndrome jogar sua vida de pernas para o ar.

Primeiro minha personalidade e depois a síndrome do pânico cavaram um abismo entre mim e as pessoas que eu conhecia. (pág. 10)

A princípio Marina não sabe ao certo o que tem, ela só sabe que sente muito medo e sente dificuldades em respirar, falar, e até mesmo reconhecer o lugar onde está no momento em que a crise acontece. Sem o conhecimento necessário para tratar a doença e sem o apoio da família que acreditam que a moça apenas está de frescura, Marina se vê reclusa do mundo, da família e da realidade que um dia vivera, e a partir daí começa a se afastar dos amigos, da faculdade e do namorado que também não entende sua situação.

Meu peito agora inflava, senti dificuldade em respirar e minha visão escureceu. Acreditei que morreria e tive medo... [ ] Entre minha mente e meu corpo havia uma barreira. Eu assistia a mim mesma como se fosse outra e não podia fazer nada por mim. (pág. 42)

Quando Marina finalmente decide buscar a ajuda de um profissional e sua família entende a importância disso, a menina descobre que além da síndrome adquiriu outra doença associada ao pânico, que ao decorrer do livro começamos a entender que é normal. Porém nossa protagonista poderia ter tido mais facilidade se pudesse de imediato contar com o apoio daqueles que deveriam ser sua base.

Desisti. Ao menos por um momento, joguei a toalha. Se nem mesmo meu irmão (que deveria me respeitar) se esforçava para me entender, o que eu poderia esperar de outras pessoas? (pág. 178)

Em A Garota que Tinha Medo, o autor narra com tamanha sensibilidade o dia a dia e as dificuldades vividas pelos pacientes que sofrem da síndrome. É impossível ler e não se sentir envolvido na história de Marina e em seu inferno pessoal. Após a descoberta da síndrome, Marina aprendeu que nem sempre somos aceitos com nossos problemas e limitações por aqueles que estão a nossa volta. Pelo contrário, muitos se afastam e excluem o “problema” da vida deles.

Mas hoje penso que a síndrome só afastou de mim as pessoas que não me amavam de verdade: precisamente aquelas de quem eu podia abrir mão. (pág. 211)

A Garota que Tinha Medo é um livro que indico para todos, sem restrição de gênero. É uma história que abre nossos olhos para um universo que parece estar distante de nossa realidade mas que na verdade pode estar bem ao nosso lado.


site: http://www.maisquelivros.com/2015/02/resenha-garota-que-tinha-medo.html?showComment=1423782626227#c9052644161622741907
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