spoiler visualizaramanda.luisa.520 20/07/2020
O livro é bastante fluído e o tempo todo você se sente intrigado e instigado a continuar, queremos respostas sobre a transformação daquela pessoa. Os que os três capitulos do livro expõem três pontos de vista diferentes, pois são três narradores diferentes.
O marido, expõe a visão utilitária que tem dessa mulher, muito semelhante a como a família de gregor, de kafka, o vê.
O cunhado dela a fetichiza e é como se ele tivesse uma visão idealizada dela e dessa nova pessoa que surgiu quando ela se tornou vegetariana, o início de um surto esquizofrênico.
E a irmã, de longe a melhor narrativa, que é capaz de nos dar respostas sobre quem era essa mulher e como ela pode ter chegado a esse estágio.
Esperava um pouco mais do final, mas fico feliz que a irmã ao fim aceitou Yeonghye e eu senti que ali deu um pouco de conforto à ela, porque elas foram as únicas que sobraram na família.
As duas tem as mesmas raízes num passado violento, onde suas personalidades foram moldadas pelo instinto de sobrevivência, Yeonghye escondendo a si e abafando a sua voz e ela se escondendo através da imagem de uma pessoa prestativa e perfeita. O surto de Yeonghye foi o despertar da irmã e eu senti ali que elas nunca mais ficariam sozinhas, mesmo não tendo certeza do fim de Yeonghye.
Acho interessante a temática da morte também, ambas já estavam mortas antes do corpo e tiveram processos diferentes de despertar. A irmã mais velha decidiu viver pelo filho e a mais nova decidiu que não queria mais viver, principalmente entre os humanos, trazendo os delírios sobre ser uma árvore.
Gosto de pensar que Yeonghye sobreviveu e que tenta um equilíbrio próximo a sua mana, um dos benefícios da escritora não ter escolhido um fim claro para a história.