As cidades invisíveis

As cidades invisíveis Italo Calvino




Resenhas - As Cidades Invisíveis


180 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Sara 25/01/2023

"O Inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. a Primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e torna-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A Segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço" Pág. 150
Gostei bastante do livro é um livro sobre as cidades, vidas, pessoas que nos leva a muitas reflexões e comparações.
Alguns dos meus textos favoritos foram (além desse trecho que finaliza o livro):
-Conversa com Marco Polo pág.79
-As cidades e a memória 5
-Texto 3- pág.43
-As cidades e o nome 4
-As cidades e os mortos 3
-As cidades e o céu 2
-As cidades e os mortos 5
-
comentários(0)comente



Lorena Morais 24/08/2010

Metaforizando Calvino
No ano de 1923 nasceu em Santiago de Las Vegas, Cuba, um dos maiores escri-tores da literatura contemporânea do século XX. Italo Calvino, filho de cientistas italianos, acabou nascendo na América Latina devido às constantes viagens realizadas pelos seus pais, porém passou toda a sua vida na Itália. Tendo escolhido percorrer outros caminhos matriculando-se na escola de Agronomia, o desenrolar da II Guerra Mundial acabou levando Calvino a desistir do curso e participar da resistência ao fascismo.
Decidido pelo curso de Literatura, após a guerra o escritor inicia seu fascínio literário em 1947, escrevendo sua primeira obra intitulada Sentiero dei Nidi di Ragno (O Caminho para os Ninhos de Aranha), que é inspirada em sua participação na Resitência. Mas foi a partir dos anos 50 que Calvino passou a escrever obras que o tornariam famoso internacionalmente. Dentre elas está Le città invisibili, livro de 1972 - o qual me refiro nessa resenha - traduzido para o português As cidade invisíveis, por Diogo Mainardi.
Que faria Kublai Khan – rei de um grandioso império tártaro – para conhecer os territórios do seu reino? Ele se daria ao luxo de deixar seu belíssimo e confortável trono do palácio de Kemenfu para conhecer cidades tão distantes? Enfrentaria tempestades, subiria morros, atravessaria rios?
Aí é que entra Marco Polo – o famoso viajante veneziano saiu das histórias da vida real para navegar no universo ficcional de Italo Calvino. Polo é um dos enviados encarregados de visitar as cidades do reino e descreve-las em suas missões diplomáticas. As cidades invisíveis, relatadas através de toda uma simbologia do diálogo sem palavras, porém baseados em gestos que o grande Khan consegue compreender.
A história vai muito mais além do que descrições geográficas. Ela proporciona a quem lê uma visão mais apurada e complexa das relações entre os seres humanos. Marcos expõe as cidades de uma maneira que não nos faz imaginar como são feitas e sim de como nos sentirmos perante cada descrição.
O livro é composto por nove capítulos que narram os caminhos do viajante pelas cidades. Sem seguir uma trajetória linear, o leitor pode viajar pelas entrelinhas de qualquer capítulo sem se fazer necessário prender-se a uma ordem cronológica. Cada cidade possui um título relacionado à temática apresentada; como A cidade e a memória, referente à espetacular Diomira, que nos faz rememorar momentos felizes; As cidades e os mortos, da Argia que vive debaixo da terra ou As cidades e o céu contemplado ao fim do dia, na cidade de Tecla. Tantas outras cidades que nos faz viajar pelo reino das palavras.
Com uma linguagem bastante rebuscada, Calvino desafia o leitor através de suas metáforas surpreendentes. À medida que o mesmo vai adquirindo maturidade pode-se abarcar com mais facilidade na invisibilidade sensitiva do autor.
A leitura pode não agradar devido à linguagem utilizada pelo autor, contudo não se torna cansativa, por ser dividida em capítulos compostos de pequenos relatos.
Há um fato curioso que muitas vezes foge a nossa percepção: todos os nomes das cidades são nomes femininos. Que diria isso, então? Pode-se afirmar que Calvino quis relacioná-las às antigas cidades que também possuíam nomes de mulheres, de deusas. Como a cidade de Atenas - da Grécia antiga -, relacionada a Atena, deusa da sabedoria e das artes. A figura feminina soa como protetora das cidades, como ocorre na maior parte das cidades católicas, devotas de padroeiras. Esta seria mais uma das metáforas elaboradas pelo escritor, que, no entanto, deixou a critério da imaginação de quem penetra na narrativa.
Possa ser que dentro de cada cidade visível – de asfalto e concreto – exista uma cidade invisível repleta de significações. Nos diálogos entre os habitantes, na árvore da esquina, na criança abandonada, na localização do banco da praça, no cachorro deitado a uma sombra qualquer. Cidades invisíveis que nos ensina não a aproveitar suas maravilhas, mas a encontrar respostas dadas às nossas perguntas.

Por Lorena Morais
comentários(0)comente



Pedro 26/04/2011

Um estudo sobre o tédio
Eita livrinho chato, monótono, sem graça, insosso, bucólico e mais uma infinidade de palavras. Alguém explica o que ele tem de tão bom?

Peguem uma cidade qualquer e me explanem o que ele desvenda, explica, desmistifica... fico lendo tantas resenhas falando maravilhas que até parece ser uma obra magnífica diante de um analfabeto.

Apesar de ser um excelente narrador, Calvino peca pela falta de sensibilidade. Peguem uma cidade, pode ser das últimas, Marósia, Pentesiléia, Teodora, Berenenice e me provem que este não é somente mais um livro endeusado de maneira cega.
comentários(0)comente



Nazrat 27/03/2022

Sobre paradoxos e descrições
Será que está cidade existe mesmo? Seria só uma nostalgia do viajante? Cada cidade tem uma personalidade própria? Interessantes os questionamentos propostos neste escrito. Este livro é um bom exercício para trabalhar polaridades. Em alguns pontos foi um tanto quanto cansativa a jornada, pela aparente repetição, mas é uma experiência única acompanhar a estrutura narrativa deste livro.
comentários(0)comente



Luke 25/04/2013

Trazendo visibilidade às cidades paradoxais
Um estudo poético profundo da sociedade humana, As Cidades Invisíveis trás questionamentos e observações latentes dos nossos modos de existir e se relacionar com o mundo, com outras pessoas e com nós mesmos através de intrínsecas e imaginativas descrições das cidades que nos rodeiam e que são rodeadas por nós, tanto externa quanto internamente.
comentários(0)comente



Anderson.Hoch 13/05/2021

Um OuLiPo. As cidades invisíveis, Calvino
O livro "As Cidades Invisíveis" de Italo Calvino foi minha escolha para a categoria 2 do Desafio Livrada 2021, um livro OuLiPo. A primeira dificuldade, como a maioria das pessoas, é saber que gênero é esse, depois que autores e obras procurar.
Enfim, é um livro surpreendente, pois fala de um tema corriqueiro, a cidade, aparentemente de forma comum, nos relatos das viagens de Marco Polo a Kublai Khan. Porém é só isso e muito mais que isso.
São várias cidades e uma só. Muitos relatos e um só. Aqui percebe-se que nada dá realmente conta do que é uma cidade. E muitas vezes vemos as cidades dos personagens, outras do escritor e ainda podemos observar a nossa cidade, a cidade do leitor.
Curti. Boa leitura.
comentários(0)comente



Viny 21/06/2022

Do que é feito uma cidade além do que está visível para quem nela anda? É sobre isso esse livro, sobre o que constrói uma cidade em seus habitantes e também naqueles que a visitam e que muitas vezes veem a cidade na qual vivemos com um olhar mais cheio de frescor e por um novo ângulo do qual somos incapazes de olhar.
comentários(0)comente



Nat 02/03/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
As Cidades Invisíveis é, basicamente, uma conversa entre o imperador Kublai Khan e o explorador Marco Polo, sendo que este descreve as incontáveis cidades que visitou em suas missões diplomáticas. O interessante (e também estranho) é que Polo não descreve as cidades da forma convencional como estamos acostumados, e sim de uma maneira que parece que ele está descrevendo uma mulher; mesmo os nomes são outros, e ele sempre relacionada com temas como memória, céu, etc. Ler Ítalo Calvino é sempre um desavio para mim, precisa ter muita imaginação. E a leitura nunca segue para onde se está esperando. Gostei de As Cidades Invisíveis, porém acredito ter me conectado mais ao anterior que li – Se um viajante numa noite de inverno.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
comentários(0)comente



Aninha 25/01/2023

para um livro tão pequeno, eu esperava terminar a leitura mais rápido. porém, a história não me prendeu e as divagações me deram mais sono do que conta de continuar (mesmo que algumas fossem muito interessantes).

a mensagem do livro é bacana, mas a forma como é trabalhada é tão maçante que só terminei de ler porque coloquei como meta.
comentários(0)comente



K.Castanheda 04/12/2022

O que faz uma cidade única? Aqui as cidades apresentadas pelo viajante são descritas para além de sua características geográficas.
comentários(0)comente



OgaiT 16/02/2022

A cidade, a memória e o tempo
Por meio de um longo diálogo entre o mercador Marco Polo e o Cã Kublai Khan, Italo Calvino, permite a construção de espaços fantásticos e muitas vezes futurísticos. Nesse romance, Calvino rompe com paradigmas de espaço, tempo e memória:
"Zora tem a propriedade de permanecer na memória ponto por ponto, na sucessão das ruas e das casas, apesar de não demonstrar particular beleza ou raridade. O seu segredo é o modo pelo qual o olhar percorre as figuras que se sucedem como uma partitura musical da qual não se pode modificar ou deslocar nenhuma nota. [...] Essa cidade que não se elimina da cabeça é como uma armadura ou um retículo em cujos espaços cada um pode colocar as coisas que deseja recordar: nomes de homens ilustres, virtudes, números, classificações vegetais e minerais, datas de batalhas, constelações, partes do discurso. Entre cada noção e cada ponto do itinerário pode-se estabelecer uma relação de afinidades ou de contrastes que sirva de evocação à memória." (p. 19-20, A cidade e a memória 4).
Nesse sentido, é válido destacar que essas cidades são descritas pela visão do mercador Marco Polo, visão essa passível de uma intervenção falha da memória, bem com a repetição de uma mesma cidade durante a suas descrições. Outro diálogo interessante entre o Cã e Marco, é aquele em que o mercador estabelece a comparação entre cidades como forma de descrevê-la:
"— Todas as vezes que descrevo uma cidade digo algo a respeito de Veneza
— Quando pergunto das outras cidades, quero que você me fale a respeito delas. E de Veneza quando pergunto a respeito de Veneza.
— Para distinguir as qualidades das outras cidades, devo partir de uma primeira que permanece implícita. No meu caso, trata-se de Veneza.
— Então você deveria começar a narração de suas viagens do ponto de partida, descrevendo Veneza inteira, ponto por ponto, sem omitir nenhuma das recordações que você tem dela.
[...]
— As margens da memória, uma vez fixadas com palavras, cancelam-se — disse Polo— Pode ser que eu tenha medo de repentinamente perder Veneza, se falar a respeito dela. Ou pode ser que, falando de outras cidades, já a tenha perdido pouco a pouco." (p. 82).

Considerando o título a obra, podemos entender que dentro de uma cidade, existem outras cidades que estão escondidas nos labirintos ou que estão à sombra dos pontos turísticos de determinada cidade. Sobre isso, o narrador afirma:
"As cidades também acreditam ser obra da mente ou do acaso, mas nem um nem o outro bastam para sustentar as suas muralhas. De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas." (p. 44).

comentários(0)comente



@literatotti 25/06/2017

"Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos"
"-É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga num vórtice cada vez mais estreito.
E Polo:
- O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."
comentários(0)comente



Pedro 15/01/2021

Uma leitura para ser feita sem pressa
Um livro poético que te faz viajar pela fantasia junto com os personagens. Com diálogos muito ricos e passagens encantadoras. Desejo retomar a leitura em outros momentos e adentrar, de outras formas, as cidades de Marco Polo, cheias de significados e interpretações.
comentários(0)comente



Renato Lopes 28/02/2021

Sensacional
Livro muito gostoso de ler, para ser lido sem pressa, leitura gratificante. Um dos meus livros prediletos.
comentários(0)comente



juliabmelo 04/07/2021

viajante que revive o passado e reencontra o futuro
criando espaço no inferno dos vivos, Ítalo Calvino reconhece que, no meio do inferno, não é inferno.
comentários(0)comente



180 encontrados | exibindo 61 a 76
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR