Bia Santana | Viciados em Leitura 08/08/2016
Três estrelas e só
Esse é um livro - e consequentemente, essa é uma resenha - que não vai agradar a todos. Nem eu, que curto uma zuera, uma malemolência, curti tanto assim, tanto que dei só 3 estrelas. Mas esse é um livro que a minha mãe já tinha comprado tem um tempo, ele é fininho com suas 200 páginas, e que eu tinha certa curiosidade por conta do título, fora que eu peguei enquanto lia um livro que não me prendia há dias, então foi aquela coisa de pegar pra ver se a zuerinha me dava um up.
Ele conta a história de Lorenza, que aos 17 anos conhece o belo e sedutor Miguel Montês, quando a empresa de seu pai passa por dificuldades, ficando à beira da falência. Miguel que é um empresário rico, decide ajudar o pai de Lorenza e em troca pede algo que surpreende a todos: a própria Lorenza.
Achando aquilo tudo um absurdo, o pai dela finge aceitar a ajuda, pega o dinheiro e foge do Brasil levando a filha, pois que pai daria a filha não é mesmo?
Passados seis anos, Lorenza resolve sair de Portugal e voltar para o Brasil depois da morte de seu pai. Esse tempo todo, Miguel acreditou que assim como seu pai, Lorenza também lhe deu o golpe, e por todo esse tempo ele cultivou um enorme desejo de vingança, misturado com a atração que sentiu ao ver aquela menina de 16 anos, anos atrás.
Ao chegar ao Brasil, ela cai na armadilha de Miguel. Ela vai direto pra casa de sua família onde pensa que sua prima está morando, mas na verdade quem está em posse da casa é Miguel. Seguindo seu plano de vingança, ele a mantém presa na casa, usando uma coleira, submetendo-a aos seus desejos como uma escrava. (As subs do mundo BDSM piram! Hahaha)
"- Droga, o que você vai fazer? - Não aguentava aquela brincadeira de gato e rato.
- Vou fazer o que eu quiser. O que eu imaginei durante todo esse tempo. E você, Lorenza, vai me pagar bem caro por todo trabalho que me deu.
- Isso é crime. Não pode me manter presa aqui!
- E quem vai saber? Você acabou de descer de um avião. Ninguém sabe que está aqui. Ninguém a esperava ou vai sentir a sua falta."
Aí nessa parte, quando ela volta, é que dá certa raiva e é algo que muita gente reclama das mocinhas nos livros eróticos atuais. Porque assim, lá com 17 anos, Lorenza sentiu uma baita atração por Miguel quando eles se viram a primeira e única vez. Então agora, quando ele a mantém acorrentada, presa pela coleira dentro de casa, completamente submetida a ele, ela fica naquela guerra interna. Assim como ele, ela também não o esqueceu, óbvio, e hoje, uma mulher feita, ela sente desejo por ele, um desejo super intenso. Então ora ela está revoltada por estar presa naquela casa sem poder sair, conversar, enfim, viver; ora ela se vê louca por ele, desejando ele e desejando todas as sacanagens que ele faz com ela.
Eu não sei dizer de quem eu senti mais raiva. Dela por em um momento ficar uma fera pelo absurdo de ser mantida presa e acorrentada, ou dele, por ser um estúpido grosseiro que só quer... vocês sabem. U.u
Claro que pra completar a trama, Miguel é aquele cara perturbado, ele não é sério e estúpido de graça. Mais pra frente, no livro, nós vamos entender o que aconteceu em seu passado que o deixou desse jeito e o assunto abordado, o incesto, apesar de ser nojento e monstruoso, é muito bem abordado, mesmo que rapidamente, já que o livro é bem pequeno. É chocante e triste saber que esse tipo de coisa acontece realmente.
"Mesmo agora, que não havia mais aquela agressividade do início, ele não era delicado ou manso. Continuava a me dominar na cama, me pegava duramente, me obrigava a fazer o que ele queria, como se fosse o meu dono, meu senhor. Era dominante e feroz na cama, era pornográfico, mas tudo aquilo me dava um prazer extremo, alucinante. Eu estava completa e irremediavelmente apaixonada por ele."
Voltando ao que eu falava lá no início, A Coleira é um livro bom e só, não é excepcional nem nada. É uma história rápida para aquela leitura despretensiosa pra quem gosta de livros eróticos e pronto.
Se você ficou curiosa(o) em saber se ele a libertou e o fim que os dois tiveram e gostar desse gênero, leia, ele não vai tomar muito do seu tempo e você matará sua curiosidade. Vale lembrar que a narrativa simples de Nana, acredito eu, se dê pelo fato deste ter sido o seu primeiro livro. Mas vale lembrar também que eu ainda não li os seus outros trabalhos tais como A Redenção de um Cafajeste e A Redenção de um Submisso, apesar de falarem muito bem - tanto minha mãe, quando a Grazi e uma outra amiga minha leram e adoraram.
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