Renan 06/04/2021
Impactante, exige prática, identificação com os valores
Embora possamos não considerar “violenta” a maneira de falarmos, é comum conseguirmos induzir à mágoa e à dor, seja para os outros, seja para nós mesmos com nossa comunicação.
O objetivo é nos lembrar do que já sabemos, de como nós deveríamos nos relacionar uns com os outros.
Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente baseadas na consciência do que estamos percebendo, sentindo e desejando, com isso é possível identificar que não está agindo em harmonia com nossas necessidades, então por respeito e compaixão decidir qual direção gostaríamos de seguir, e conduzir as atitudes de uma maneira que leve a mudança.
Intrigante como a interpretação do livro pode ser diferente, e entendida de acordo com as experiências de cada um, pois li o livro, e uma pessoa de meu convívio leu também, tentei conversar sobre os ensinamentos contidos no livro. Conforme compreendi durante as tentativas de conversa com a outra pessoa, a visão dela é de uma abordagem sobre ter paciência, persistência e não responder. Segue o exemplo da conversa que tentei ter sobre o assunto do livro.
Eu: É interessante conversarmos sobre a leitura, principalmente quando se trata de exercícios, e formas de conhecimento que exijam a prática, não só a leitura e reflexão sobre o tema, me sinto empolgado em conversar sobre o assunto, gostaria que falasse sobre os pontos que achou importante no livro, poderia fazê-lo?
Pessoa: Entendi que é preciso paciência, e muitas vezes não precisamos falar nada, a resposta está dentro de si.
Eu: Interessante ser preciso ter paciência, poderia dar um exemplo sobre isso, alguma situação?
Pessoa: Ah, quando ficamos nervosos, só ficar quieto e deixar o lugar, não precisamos responder nada, o silêncio diz mais que mil palavras.
Eu: Entendi que ele aborda a comunicação de uma forma para pensar nos sentimentos, não de deixar de responder, ou conversar com os outros. O fato de entender seus sentimentos e buscar sua necessidade a ser atendida, e compreender a forma como o outro se sente auxilia na comunicação. Somos instruídos a pensar na forma do é errado, tenho de, e outras maneiras que ficam implícitas uma punição de um ser em uma posição de superioridade, sendo que há maneiras de se comunicar e informar que o que a outra pessoa fez e deixou algum sentimento ruim, ou a colocou em situação de perigo, de uma forma que estimule a consciência do próprio bem estar e dos outros.
Pessoa: Isso só funciona com pessoas abertas a quererem se expressar dessa maneira.
Eu: Me sinto intrigado, e confuso, pois não tenho certeza de qual maneira você está se referindo, porque tem uma parte que fala de criar um estado mental mais pacífico, que ajuda a nos concentrarmos no que desejamos, ao invés do que está errado com os outros ou nós mesmos. Seria isso?
Pessoa: Silêncio.
Então desisti, talvez tenha cometido vários erros no meio da conversa, fiquei pensando, será que lemos o mesmo livro, o porquê da pessoa não ter falado pelo menos da parte de autorreflexão, e que isso permite identificar o sentimento dos outros, ou algo assim. Será que foi receio de sentir-se vulnerável, ou será que foi medo de estar sentindo se julgada, quando só queria conversar um pouco para tentar fixar o conhecimento, ou alguns princípios que são abordados durante o livro. Acredito que ficaria tão feliz, se ouvisse algo no Identificar o sentimento, como que esse sentimento seria satisfeito.
Assim como o autor afirma: não fomos educados para compreender nossas necessidades, para reconhece-las e transformá-las em atitudes e valores que valorizam e servem a propósitos de vida. Portanto acredito que esse livro seja indicado a pessoas que estão nesse processo de autoconhecimento, com um foco em compaixão, empatia, entender que raiva, tristeza, ameaça, euforia, felicidade, admiração, amor, paixão, indiferença, apatia, espanto, são todos sentimentos que apresentam algumas sensações que não são permanentes, e pode ser que não sejam sentidos na mesma intensidade, mesmo que seja feita a mesma atividade, são variáveis de acordo com muitos fatores. Livro interessante para entender um pouco sobre o que faz ficar estressado. Além de ser útil na forma de como se comunicar.
O que é a Comunicação não violenta? É um processo poderoso para inspirar conexões e ações compassivas. Ela oferece uma estrutura básica e um conjunto de habilidades para abordar os problemas humanos, desde os relacionamentos mais íntimos até conflitos políticos globais. A CNV pode nos ajudar a evitar conflitos, bem como a resolvê-los pacificamente.