Resenhas - Capão Pecado

Laura.Michelangelo 25/06/2022

Não gostei muito, foi muito cansativo pra ler e eu não gosto muito de livro que tenham muitas gírias e esse é escrito basicamente só com gírias.
Alguns momentos me deixaram muito nervosa pela forma como os personagens tratam as mulheres.

emivc_ 26/05/2022

Capão pecado é impossível
Capão Pecado é um livro que todos deveriam ler, pra sentir a realidade da periferia. Uma história que começa confusa, mas você vai entendendo. O sofrimento do pai de família, as crianças no mundão, a fome, o frio, a desigualdade, e o descaso do governo para os que eles consideram marginais. Ferréz é brilhante e esse livro é extremamente NECESSÁRIO.

odeiol1vros 19/04/2022

foi uma experiência única ler um livro que retrata o bairro que fui criada. A obra que mais se aproximou de coisas que ja vivi e ouvi dentro da minha realidade, relatando a vida dos moradores periféricos de SP. Mostrando com uma linguagem direta e realista os horrores que é morar nesse campo de batalha, principalmente na década de 90 que foi o auge da violência e da miséria no bairro, presenciada pelos meus pais.

não me importei tanto com o romance no livro, que não é o foco, e sim tudo que o rodeia. A violência desenfreada, o abandono, a miséria, e toda a carência de necessidades básicas que um ser humano precisa para sobreviver, a vida de um jovem periférico que procura melhorar, estudar, enquanto outros só se afundam no crime e nas drogas. A dor que é apenas viver. O livro abriu muito mais os meus olhos sobre o que é viver nesse lugar, que teve suas melhoras comparado a essa época, mas ainda falta muito pra mudar. A importância de ir atrás do que é nosso por direito, e não se levar pela tentação de ser mais um perdido, mesmo crucificados pelo sistema. Um livro que me fez pensar muito, e me deu mais um pontapé para progredir.

como diz Mano Brown, só quem é de lá sabe o que acontece.

kimtipx 13/04/2022

caso alguém precise p algum trabalho da escola?
Eu sinceramente não gostei da história, o fato de ter muitos apelidos como "pássaro, choque, panetone, dida, burgos,matcherros [...]" deixa a leitura muito confusa, porquê você nunca lembra claramente quem é quem. O fato de muitas vezes durante a troca de parágrafo ou de capítulo ter a mudança de personagens deixa bem confuso também, porquê está falando do Rael e quando troca o capítulo vai para o matcherros.
Na questão das gírias eu achei elas bem exageradas, logo no primeiro capítulo já vemos diversos "tá ligado" e "mano". Algo que na minha opinião não precisava ser tão exagerado assim.
O livro aborda muitos assuntos pesados, que muitas vezes pode ser gatilho para alguém, como o fato de terem matado a mãe do Will e do Dida, matado eles dois também inclusive, deixando somente o pai/esposo vivo, que logo depois suicidou-se. O final deixou muito a desejar, praticamente resumiram o final de todos os personagens em 10 págs praticamente, eu esperava algo melhor.
As partes que mais me marcaram nesse livro foram quando em um capítulo um homem sai para festejar, encontra uma moça e depois de muita bebedeira leva ela para o quartinho que fica no seu serviço, a princípio pelo que eu entendi eles não chegaram a transar, já que o homem dormiu na banheira. No outro dia de manhã o patrão vendo a moça sozinha na cama acaba estuprando ela, algo que eu achei muito nojento. Em outro capítulo, um pouco antes do Rael e da Paula casarem eles tiveram uma relação sexual onde para "castigar" a Paula o Rael penetra o anus dela, e ele em nenhum momento sequer para mesmo que ela o peça chorando para tirar, achei isso muita babaquice da parte dele. Em outro trecho, quando Paula e Rael estão começando a ficar, o fato dela estar traindo o próprio namorado já dizia praticamente que Rael seria o próximo, por mais que no começo tudo esteja mil maravilhas, mesmo assim quando li que ela estava com o patrão da metalúrgica me chocou, por mais que fosse algo que desse para prever me chocou mesmo assim.
Como eu já citei, temos também a morte do Will, Dida e seus pais, ao ler você começa a imaginar cada parte do que é escrito, fazendo com que você tenha o cenário todo na sua mente, ao imaginar isso você fica "meu deus...", saber que isso muitas vezes acontece na vida real faz você ficar mais chocado ainda. As cenas onde a polícia é citada também marcam bastante, pessoas que eram para estar lá para ajudar o povo na maioria das vezes só apareciam para mata-los ou bater. Um personagem que eu gostei bastante foi a mãe do Rael, que mesmo com a sua doença sempre se preocupava com o frio do filho nas madrugadas de inverno, por mais que aquilo fosse prejudicial à ela.
Na história era sempre o Rael que estava lendo um livro, trabalhando e etc. Porém foi ele que caiu na vida do crime, e o Matcherros que só ficava no video game foi quem abriu sua própria firma. A cada capítulo que passava você nunca tinha certeza do que aconteceria, se Rael e seus amigos ficariam vivos, se seria eles a matarem ou se o dia/semana ocorreria normalmente

Ricardo de Andrade 06/04/2022

O Capão Destrinchado
Que experiência fugaz, mas felizmente muito satisfatória foi ler "Capão Pecado". Conheci o autor Ferréz ao ouvi-lo em um Podcast e me interessei por sua pessoa. Logo decidi tentar sua primeira obra, considerada um marco na literatura marginal no começo dos anos 200.

A obra é fácil de ler e entra fácil na nossa mente. Os personagens são envolventes e carismáticos. E trazem com eles as reflexões mais difíceis de serem feitas. Não porque são difíceis de se entender, mas porque possuem uma realidade que incomoda.

Entramos então num mundo dilacerante, do qual poucos saem vivos. Causado por aqueles que estão longe desse mundo e querem distância. "Capão Pecado" é sobre vítimas. É sobre ciclos sem fim. Caminhos sem saída. Ou caminhos com uma única saída. É sobre muito mais que isso também. São histórias verdadeiras, reais e por vezes, cruéis. É um retrato do Brasil a qual muitos ignoram.

Muito recomendo. É leitura que não dura mais que dois dias. Dê uma chance.

Mali 25/02/2022

Muito bom
o livro mostra o retrato da vida das pessoas que moram em bairros periféricos, mesmo 20 anos depois de ser publicado, é difícil ver e sentir que mudou alguma coisa

Gu 17/02/2022

Pecado
Capão Pecado é o segundo livro do Ferréz que leio, e o segundo em que saio meio decepcionado. Em "O Demônio de Frankfurt" me senti enganado, neste, me senti abandonado rápido demais.

Sei o quão importante a obra foi e ainda é, uma denúncia do crime que é a chacina de pobres e seus sonhos, por um sistema quase perfeito, feito pra manter quem é pobre se fodendo e o rico sempre ganhando. Mas o enredo da narrativa me desagrada e alguns momentos. Eu não encontrei nada aqui que eu já não tenha visto em outras obras de denúncia social. No final, algo acontece e tudo se resolve como se fosse um filme, que não tem mais orçamento e precisa terminar.

Nada tira a importância da obra e acredito que o autor melhorou muito em questão de narrativa com o passar dos anos, mas Capão Pecado segue sendo uma pequena decepção pra mim, talvez por culpa do hype que existe por trás dele e como eu esperei que fosse incrível.

Por fim, um livro que não é perfeito, mas que acrescenta pela crítica, lucidez, dor e realidade.

Daniel 08/02/2022

Ferréz um Gênio
Capão Pecado é um livro muito importante, é importante porque mostra a todos como é, sem exageros a vida na periferia, num bairro abandonado pelo poder público numa cidade como São Paulo. Ferréz é um Gênio não por esse livro em sí, mas pela sua capacidade de trazer essa realidade, pra quem já viveu ou cresceu (como eu) na periferia de São Paulo, o livro descreve cenas do dia a dia. Mas pra mim o principal mérito do Ferréz é sua luta diária para mudar essa realidade ou ao menos ajudar as pessoas a sua volta a seguir vivendo. Luta essa que arrecadou e ainda arrecada marmitas pra ajudar centenas de famílias na pandemia, entre outras lutas que esse gênio assumiu como sua.

Mar 29/01/2022

É um livro impactante, que mostra a dura realidade de quem vive nos bairros periféricos e que não tem oportunidade de sair de sua realidade "o futuro fica mais pra frente, bem mais pra frente"

Fefa 14/01/2022

comecei a ler o livro sem saber sobre o que se tratava, e mais e mais fui me interessando. as coisas acontecem muito rápido, as vezes em menos de uma página, mas é exatamente sobre isso. me chocou em muitas coisas, e consegui me apegar muito a história de Rael, não consegui entender se ele morreu no final, acredito que sim, e é uma tristeza que ele caiu no crime apesar de tudo. fiquei em choque com o que a Paula fez, mas já era de se esperar, voce só não vê chegando.

Fagi 04/01/2022

Capão despejo
Falta ler o prefacio ainda.. ms enfim.
Achei mto feliz minha escolha de ler capao pecado apos ler carolina d jesus, pqe eles conversam muiito.
A escrita como denuncia do local que vivem, e descricao dessa vivencia pobre e precaria, linguagem como ela é de ambos.. e com reflexões durante o texto, a leitura como salvação e caminho.
Ambos terminam tristes, pqe é mais sobre a realidade do qe a fantasia.
Ambos foram resumidos a escritores de 1 obra, julgo dizer por preconceito social e tbm por quem produz e divulga. A ideia da probreza e de como uma pessoa moradora da favela virou escritore lhes interessa, mas atribuir a essas pessoas serem seres pensantes, criticos, criadores de cultura e artistas.. parece que é demais pra sociedade.
Estou curiosa pra ler mais de ambos.

Thiago 16/12/2021

Uma obra que retrata uma comunidade onde tudo é precário, inclusive as próprias relações.

Nessa história o que acontece é que se sobrevive, como se consegue, as vidas mostradas são precárias de diferentes formas. A violência é banalizada no decorrer da história, o que impressiona nas primeiras ocorrências facilmente habitua-se com ela, impressão perfeita de como é a vida das crianças nessa situação. O consumo de drogas seja lícita ou ilícita é escancarado, e as consequências de suas dependências geralmente são a destruição das famílias e suas relações por essa exposição. O vício mais impactante no livro creio ser o abuso do álcool, inclusive faz parte da vida do narrador da história.

As entidades que mais estamos acostumados a associar a esses locais, tráfico, milícia e violência policial estão presentes, mas este não é o foco da narrativa. Estão ali pois fazem parte da vida dos moradores, e mesmo que a história não gire em torno delas, sua influência existe e é evidenciada. Bem como o descaso do governo em suas competências.

Mas não ache que este livro é só desgraça, acompanhamos a vida do narrador Rael, que em sua infância se mudou para o Capão. Ali ele criou suas amizades e relações, e a obra foca em um momento de sua vida em que ele se apaixona pela namorada do seu melhor amigo. Portanto temos cenas de um amor quase adolescente.

Ler esse livro é frustrante, não pelo livro em si, mas por saber que existem inúmeras pessoa vivendo em situações semelhantes. Viver sem perspectivas de um futuro melhor só adoece a sociedade, causa perdas, dor e sofrimento, de maneira cíclica e sem fim. Os campeões desse jogo brutal são os que conseguem se livrar desse ciclo, para os outros só resta o esquecimento.

Este livro completa 20 anos de publicação, a história e o governo não fizeram o seu trabalho de torna-la datada. Tirando o fato de existirem outros aparelhos eletrônicos, a realidade social continua a mesma. Esta é uma obra que merece ser relida de tempos em tempos, principalmente pelos que não vivenciam essa realidade.

Xavier 05/12/2021

Fui criado em uma das "vilas" (assim chamada em Porto Alegre) mais perigosas da cidade. Pude identificar vários cenários semelhantes entre os personagens do livro com experiências do passado.
Um ótimo livro.

Gigi 02/12/2021

Um retrato do inferno
Ferréz escreve, de maneira cruel, porém realista, o cotidiano do inferno batizado Capão Redondo, região que por um bom tempo era conhecida como a zona mais perigosa da capital de SP. Conforme você vai lendo, pensa se há alguma esperança, alguma chance daquelas personagens, ao menos uma delas, conseguirem algo bom, mas não. A tragédia é predominante, presente até mesmo nos raríssimos bons momentos presentes no livro.

Elo 15/10/2021

Até gostei bastante do livro, apesar se achar que ainda falta alguma coisa. Ferrez usa o silêncio e os cortes de capítulos muito bem, mas é o final mais mal construído que já vi.
Literalmente o final de todos os personagens se da em 10 páginas (duma edição de bolso).