Grazi Comenta 03/10/2014Cheio de clichês, mas muito bom de ler. Primeiramente, quero dizer que se você for menor de 18 anos, mantenha-se longe desse livro ou dessa resenha. Está avisado :)
Segundamente... preciso admitir que é um dos livros mais sexys que já li. Como literatura erótica, ele mostra a quê veio e se você é do tipo que não tem fantasias sexuais, vai passar a ter depois de ler esse livro. Posso resumir todo o livro em algumas palavras: boxe, sexo, luxúria, desejo, conflito. Toda a trama cumpre direitinho a linha que precisa seguir para agradar o público alvo, ou seja, as mulheres. Um homem lindo de matar, uma garota desamparada, uma atração mútua e incontrolável, um desejo avassalador, uma relação carnal e obsessiva e dramas psicológicos. E aí é que começa meu problema com o enredo.
Apesar de ter que admitir que é uma das obras New Adult menos batidas que li nos últimos dois anos, ele ainda peca pelo excesso de clichês. Entendo que mexer numa fórmula que está dando certo é complicado, mas é pedir demais uma coisinha um pouco menos... previsível?
Real é uma trilogia (2º livro já lançado nos EUA, mas sem publicação aqui ainda) que conta a história de Remington Riptide Tate, um ex-lutador profissional, que agora circula pelas lutas clandestinas depois de ter sido expulso do circuito legal por lutar fora do ringue e de Brooke Dumas, uma ex-atleta que tinha o sonho de ir as Olimpíadas, mas devido a uma lesão no joelho, teve seus sonhos interrompidos. Após ser convencida pela sua amiga louca Melanie (que me lembrou demais a May, de A Seleção, sei lá por quê) Brooke vai a uma das lutas em que Remy participará. Assim que seus olhos se encontram, acontece uma conexão instantânea entre eles. Apartir daí a trama se desenrola, com Remy fazendo de tudo para estar com Brooke, contratando-a para sua equipe de preparação. Vou parar por aqui para não rolar muito spoiler.
Eu achei a linguagem do livro um tanto quanto chula. Sei lá, existem outros termos pra se usar numa obra assim, mesmo sendo do gênero erótico, porque querendo ou não, ele tem a intenção de ser também um livro sobre romance. As coisas que as meninas gritam pro Remy, o jeito como Brooke descreve como ele a faz sentir-se... bem, achei desnecessário. Mas, como disse antes, cumpre o que promete.
- Eu vou chupar seu pau pra você, Remy!
Tenho que elogiar aqui o trabalho da autora em descrever com precisão como uma mulher se sente num momento de desejo. Tuda que a Brooke pensa até o momento que finalmente consegue dormir com Remington é completamente plausível. O que não é real pra mim é como as coisas se desenrolam até isso.
- Seu nome. - ele rosna ofegante, com seus olhos selvagens nos meus.
- Uh, Brooke.
- Brooke de quê? - ele rebate, suas narinas dilatadas.
Seu magnetismo animal é tão poderoso que eu acho que ele roubou minha voz. (...)
- É Brooke Dumas. (...)
- Brooke - ele rosna baixinho, de forma significativa, contra os meus lábios, enquanto ele volta com um sorriso - sou Remington.
Essa cena aí acontece quando que ele nocateia rapidamente um cara só pra seguir a Brooke, enquanto ela saía da arena. Esses tipos de encontros entre os protagonistas nunca faz sentido pra mim. Eu entendo desejo, mesmo, mas não consigo acompanhar a partir de onde isso vira amor. Especialmente nesse enredo. O cara olhou pra ela, e a quis. Ela olhou pra ele e o quis. Passaram algumas semanas juntos e puff... ele queria ser ''O cara'' dela e ela descobriu que o amava.
- Protegê-la é meu privilégio. Eu vou proteger a você e qualquer coisa a quê você dá valor é importante para mim também.
Mas como assim? D: É tudo muito do nada, sem uma coisa disparadora, sem um relacionamento real que me convença de como isso aconteceu. Preciso repetir... como a fala acima, o livro acerta muito bem onde precisa atingir: o imaginário de uma garota. Toda mulher quer um bad boy problemático que queira - e precise - ser consertado por você. E isso já me cansou nesse tipo de livro .-.
Os pontos fortes do livro: as lutas, o passado de Brooke e Remington e as descrições da Brooke. O conjunto é clichê, mas a personalidade da Brooke e o segredo do Remy fazem valer a pena a leitura. Vou parar por aqui, por quê já tá grande demais, mas esse livro merecia uma análise maior, assim como o gênero ao qual ele pertence.
Bora dar uma mudada aí, hein, pessoal?
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