araujonei 22/05/2018
Fuga da zona de conforto
Depois de ter lido várias obras do Nicholas Sparks, acreditei muito que estaria prestes a encontrar a mesma história que vinha se repetindo, e se repetindo, em todos os romances dele. Guerra, casal com um passado sombrio, morte de um dos dois, sofrimento. A zona de conforto do autor é muito previsível, e por isso faz-se notar o quanto O Resgate difere dos seus “irmãos”: partindo de uma premissa diferente, conhecemos bem o passado da protagonista, Denise Holton, e o que a coloca no caminho que mudaria sua vida de forma tão repentina.
Denise é mãe de Kyle, um garoto de 5 anos com problemas de comunicação. Tendo ela engravidado muito jovem, sem planejamento, ela vive sozinha com o filho. Sabemos então que o pai da criança, Brett, recusou assumir a paternidade e que os médicos de Kyle sempre desistem de um tratamento mais aprofundado, acreditando que será inútil. Denise passa, então, a tratar Kyle em casa, e com a evolução do menino, ela entende que está no caminho certo.
Mas a vida de Denise muda quando ao sofrer um acidente de carro, no meio de uma tempestade, seu filho se perde na floresta e o bombeiro Taylor McAden é o único que pode salvá-lo.
A partir daí, temos um dos romances mais bem escritos de Sparks. Com lições de vida sinceras e emocionantes, Sparks sai (quase que completamente) de sua zona de conforto e mostra que consegue, sim, fazer um romance consistente e, ao mesmo tempo, açucarado, que é sua especialidade.