Sheyla 26/04/2015
# RESENHA 55 // O RESGATE
A cada vez que escrevo uma resenha sobre algum livro de Nicholas Sparks, sinto-me repetitiva: ou me pego falando de como o desenrolar da história me desagradou por ter seguido uma fórmula e, assim, ter sido previsível e incapaz de me emocionar, ou – na maioria dos casos – como me envolvi com os acontecimentos e personagens, a ponto de ser tomada por diversas emoções e ter terminado a leitura acreditando que aquela se tornou, para mim, a melhor dentre as obras do autor. Em O Resgate, felizmente minha experiência se enquadrou no segundo caso.
Novamente, as descrições das cenas foram tão completas e fluidas que foram perfeitamente visualizadas, como se eu estivesse assistindo a um filme. Também, foi impossível não me envolver com a história e com as personagens, principalmente a protagonista, Denise. Ainda que a narrativa seja em terceira pessoa, ela aproxima muito bem o leitor dos personagens, mesmo que alterne a visão, em determinados momentos, de acordo com cada um.
Sem dúvida alguma, a parte que mais me comoveu foram os obstáculos enfrentados por Denise com relação a Kyle. O garoto, por apresentar um distúrbio auditivo raro que não o permite compreender muito bem a linguagem, apresenta uma comunicação verbal bastante limitada, e o autor explorou com maestria todas as implicações desse fato: as dificuldades de Denise durante o diagnóstico do garoto, que demorou a acontecer; seus receios sobre o futuro de Kyle, já que é impossível prever sua evolução; sua própria vida, pessoal e profissional, ter sido inteiramente modificada para se dedicar inteiramente ao filho.
Merece ser citado o fato de que senti raiva de Taylor em determinados momentos por sua maneira de conduzir as situações, provando, novamente, a veracidade com que Sparks escreve suas histórias. Foi muito fácil compartilhar dos sentimentos e temores de Denise e, dessa maneira, peguei-me sofrendo junto da protagonista. Ainda que os principais focos da história sejam esses dois citados por mim, Sparks construiu um cenário mais amplo e complexo, mostrando, também, o casal de amigos de Taylor, Melissa e Mitch, e sua mãe, Judy, apresentando, assim, outras formas do sentimento central de suas histórias: o amor.
É uma história de altos e baixos que conseguiu despertar em mim diversas emoções, me deixando aflita, me fazendo rir, me deixando ansiosa, triste, com raiva e etc. Mas também não é uma história incrível. Acredito que o maior diferencial dela foi o Kyle e a forma simples de criança dele, que deu seu charme a mais ao livro. É um livro curto, que pode ser lido em um dia, e tem uma história gostosa.
Uma história que me surpreendeu. Porque diferente de muitos livros do Nicholas, o enredo desse, não ficou preso no casal em questão e nem no romance e drama que envolve os dois. O Resgate mostra o amor da família, o quanto isso pode te engrandecer mas também te destruir. Kyle, o garotinho, é a criança mais adorável que já vi na literatura. Esse livro, sem duvida, é um dos melhores livros que já li do Nicholas, até hoje. E nessa obra, o Nicholas escreveu uma nota no fim do livro, que sinceramente.. Me emocionou! A inspiração que ele teve para escrever, é tao linda quanto o livro em si.
Em linhas gerais, O Resgate é uma obra emocionante principalmente pela questão mãe e filho, mas que também tem seu mérito no romance desenvolvido. Como postei em minha página pessoal do Facebook ao terminar a leitura, ficou claro para mim que para escrever romances como esse não basta ao autor entender de escrever. É preciso, principalmente, entender de amar.
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