Delirium

Delirium Carlos Patricio




Resenhas - Delirium


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Kézia 15/07/2015

Você vai mesmo Delirar!
Bom, vou tentar falar do livro sem dar spoilers. Não vou falar de todos os contos, porque acho que a resenha ficaria muito longa, mas vou resumir, dizendo que adorei todos. No entanto, falarei do meu preferido, o primeiro, do Doutor Sádico. Tenho que dizer que esse conto, é de longo, o mais agoniante do livro e eu acho que é justamente por isso que é o primeiro. O autor conseguiu pegar todas as coisas ruins que existem no ser humano e colocar em uma só pessoa. É incrível como conseguimos sentir repulsa pelo personagem e ao mesmo tempo, entender porque ele é assim. É aquela coisa que esquecemos de analisar ao lermos uma historia. Tudo tem um porquê. Se o personagem é tão ruim quanto lemos, provavelmente aconteceu algo terrível com ele. E apesar desse conto ser um dos mais agoniantes do livro, na minha opinião, eu consegui entende rum pouco o personagem. Senti repulsa, é claro. Tinha momentos que eu fiquei me perguntando como ele ainda estava vivo, e outros eu mesma queria entrar no livro e dar um jeito nele, mas provavelmente estaria morta Kkk

Outro conto que eu adorei foi a Questão de todas as questões. Nele o autor fala basicamente sobre religião e cita coisas que muitos de nós já pensamos, mas tivemos medo ou vergonha de falar por não querermos ser julgados. Achei o autor bem corajoso por abortar esse tipo de coisa, e conforme formos lendo, as palavras realmente abrem nossa mente. Nos fazem pensar, questionar, sentir coragem de perguntar.

“Todas as outras religiões também têm questões que abalariam seus crentes, mas talvez fosse melhor não falar disso com os mesmos, tão delicada é essa matéria e tão grande é o perigo de tocar em semelhante corda.” Pg 107

''Eu detesto religião, como não canso de falar, mas o ateísmo para mim também não faz sentido! Visto que, para vocês, não há imortalidade depois do túmulo, o que faz a vida parecer absurda, sem um propósito!'' Pg. 145

A editora 42 fez um ótimo trabalho de diagramação e a capa (tirei altas fotos com ela) feita pelo ilustrador Zambi, tais como as outras ilustrações dentro de cada conto, estão perfeitas. As ilustrações deram um toque a mais e me prenderam muito na leitura. Eu imaginei o Doutor Sádico, e o Henrique, exatamente como nas ilustrações! O que facilitou muito. O livro possui 8 contos, sendo deles um poema. As páginas pretas deram um toque a mais e as citações do autor surgindo pelas historias, fez o livro ficar mais original.

O autor escolheu bem o nome, pois o livro nos faz realmente delirar. Assassinato, Drogas, Fofocas, religião, são os diversos assuntos que você irá ler nessas 226 páginas, ele fez um ótimo trabalho, e eu espero ler mais de suas obras :D Se alguém quiser comprar o livro, é só entrar em contato com ele pelo facebook. Ele mesmo envia, com assinatura e tudo.
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Rodrigo Rezende 15/07/2015

Um soco na boca do estomago!!!!
O livro é uma reunião de contos do autor Carlos Patricio, os quais abordam os mais variados temas com belíssimas ilustrações.
Os contos "O Doutor Sádico" e "A Questão de Todas as Questões" são os meus favoritos.

Altamente recomendado para leitores que gostam de assuntos polêmicos como a existência de Deus, morte, suspense, violência, etc. Um livro para pessoas fortes, que tenham a mente aberta e estejam preparados para conhecer verdades que podem gerar conflitos internos. Mas essa é a intenção do autor, nos fazer refletir para mudarmos nossos paradigmas.

Livro extramente interessante e surpreendente pela pouca idade do autor. Carlos Patrício mostra muita personalidade e conhecimento. Com certeza o autor já pode produzir um romance.
Esperamos ansiosamente!
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HYPIA 29/06/2015

Vai ter leitura nacional, sim, e se reclamar vai ter mais!
Há uns três anos, eu tinha feito um post no Skoob sobre um livro chamado Agridoce, como parte de um booktour, a convite de um amigo online. No final de maio, recebo um recado de uma pessoa que tinha visto o que escrevi sobre o livro, e um "Queria t flar sobre algo q talvez possa t interessar". A pessoa acontecia de ser Carlos Patrício, autor de uma coletânea de oito textos chamada Delirium.

A capa é daquelas que podem chegar a incomodar enquanto se lê em público - por exemplo, em fila de banco/sala de espera/transporte público. Meio perturbadora, do mesmo jeito que os próprios textos. Não consigo pensar em muitas ideias que seriam melhores do que esse tipo de arte pra encadernar esse material. A dedicatória do autor me deixou bastante contente; fiquei bem feliz com o autógrafo.

O primeiro conto é Doutor Sádico. A quantidade de repulsa que certos cenários nele causam é absurda; partes de corpos em decomposição não são o tipo de coisa que deixam alguém com vontade de examinar um ambiente mal iluminado muito de perto. A quantidade de referências a nomes famosos é bem interessante, e a forma como foram colocadas ajudaram a mostrar um quadro mental não exatamente dentro da normalidade. Cumpre a promessa que tem na sinopse sobre "Desordens. Distúrbios. INSÂNIAS! Este é o tema de Delirium" - ou seja, não é para pessoas fracas. Arrisco dizer que ia ficar bem legal adaptado pra um filme curto.

O "mistério" em Truco!, bem, foi menos misterioso do que o autor planejou. Na hora que o protagonista acidentalmente... faz uma ação que se eu contar é um belo de um spoiler... eu já notei que ele tinha se enganado. O fator sobrenatural foi o que deixou a peça interessante, e suspense é um estilo bem legal de ler porque a curiosidade sobre o que aconteceu SIMPLESMENTE. NÃO. PASSA. antes do fim do texto.

Agoniado descreve um quadro de ansiedade com uma certa depressão junto incrivelmente bem. É do tipo de leitura que produz as mesmas sensações que estão descritas, e é o que deixa esse texto impressionantemente forte. Além disso, qualquer pessoa que tenha sentido algo parecido com o que o protagonista passa vai conseguir se identificar.

Acompanhar as personagens de Telefone sem fio foi parecido com ler sobre pessoas que poderiam morar no quarteirão ao lado daquele onde fica minha casa. As personalidades ficaram bem marcadas; o "quem-conta-um-conto-aumenta-um-ponto" sobre o jeito que cada um repassava pro outro sobre a doença do protagonista foi divertido de acompanhar, os comportamentos da turma estão suficientemente realistas pra sociedade em que eles "vivem". E eu não tô convencida de que a menina que passou a infecção pro protagonista é completamente humana.

A questão de todas as questões é meu conto preferido deste livro. Diálogos super bem construídos sobre fé versus ciência - e, por que não, pseudociências também - do tipo que me lembraram até de uma meia dúzia de conversas reais que já tive. Uma personagem cristã disposta a debater com um médico que, pra resumir, vou qualificar como agnóstico, foi surpreendente de ver. A quase totalidade das pessoas cristãs que conheço, diferente da que tem no conto, tolera bem menos quando derrubam argumentos delas; a parte "entender refutação de discurso como ataque pessoal" ficou tão realista quanto possível. O diálogo entre o médico e a personagem ateísta, que completou os pontos de vista que precisariam estar representados nessa narrativa, também ficou bem real. No final do conto nota-se um esforço pra não ficar tendencioso na hora de integrar tudo; essa "conciliação" foi incrivelmente difícil de ser feita e não consigo pensar em muita gente que teria feito melhor. Gostaria de ver este texto ser expandido pra uma produção maior.

É impossível ler O outro mundo de Henrique e não querer que uma tecnologia pra jogos igual ao que tem no conto fosse acessível. Não acho que a gente esteja tão longe assim de conseguir, e aposto qualquer coisa que será um fã dedicado de ficção científica que vai tornar realidade esse sonho. O assunto "escapismo" aqui rende uma boa discussão. E não tá proibido ler e simplesmente achar que é um conto bacana sobre alguém num videogame.

Pouco antes da virada se destaca do resto logo de cara por ser um poema. Um poema sobre virada do ano. Mas não um poema qualquer sobre um ano terminar e outro começar. A poesia acontece por ele também ser sobre final da vida. E sobre profecias. Um poema que desencadeia perguntas bem angustiantes que diferentes sistemas de crença respondem de diferentes formas - do tipo "o que acontece quando alguém morre?" e "o que vai acontecer comigo quando minha vida terminar?".

O último conto do livro, Lindos Sonhos Dourados, é o que eu considero mais delicado de comentar. Substâncias ilícitas sempre são um tema polêmico - e vamos só fazer de conta que eu não gosto de polêmicas. A descrição do efeito do LSD é o tipo de coisa que poderia ser uma tentação mesmo pra pessoa mais anti-drogas do mundo. A dinâmica da família do protagonista também me chamou bastante a atenção, e imagino que não sejam tão incomuns assim famílias que funcionem do mesmo jeito que a do conto - e se fosse muito diferente de como foi, é pouco provável que as partes sobre drogas tivessem funcionado.

Além de ter gostado ainda mais do conteúdo do que eu esperava, a aparência do livro todo também tá show - cada conto tem uma arte de abertura fantástica, e ficou bastante bem elaborado. Adoraria saber sobre outras produções como esta.
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Marselle Urman 16/06/2015

Perturbações
Não sei se foi o autor ou o editor quem escolheu "Doutor Sádico" para abrir essa coletânea, talvez por ser o conto mais cruel e chocante do volume ( apesar de implausível enquanto realidade, leva uma licença poética que também foi concedida aos Livros de Sangue de Clive Baker) no entanto não achei uma boa escolha.
Porque os contos são realmente ecléticos e se o leitor espera que sigam a linha do primeiro, se equivocará - felizmente a meu ver.
Patrício tem um turbilhão de boas idéias, ainda falta amadurecer o estilo e aprofundar as personagens. Geralmente versam sobre acontecimentos extraordinários no cotidiano de meninos comuns de periferia.
O que mais me agradou aqui foi "Lindos sonhos dourados", apesar da apologia que me pareceu não intencional no contexto do conto.
Prefiro não comentar o "A questão de todas as questões " apesar de seus postulados básicos.

A trilha sonora desse livro é muito boa. Sim, porque tem muito boas citações, especialmente musicais. Só acho que os momentos de inserção não foram muito apropriados, mas ainda vale.

16/06/2015
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Paulo Silas 30/05/2015

Uma reunião de contos do autor, os quais abordam os mais variados temas em cada história. Ao todo são oito, onde em cada qual há um diálogo (intrínseco ou expresso) do autor para como leitor.

Em "Doutor Sádico" o leitor conta com uma excelente e tenebrosa história que segue a linha de terror de Stephen King. Há um perturbado cometendo as mais diversas e inimagináveis barbáries na Áustria, e o caminho do protagonista (ou será o próprio sádico, em verdade, o protagonista?) se cruzará à duras custas com aquele, resultando numa verdadeira luta pela sobrevivência. Destaque para o diálogo presente no debate entre vítima e agressor, cujo discorrer existencialista prepara o leitor para uma abordagem mais profunda que o autor retoma em outro conto.

"Truco" é um conto curto, numa narrativa bastante regionalizada e com um final arrebatador. "Agoniado", que também conta com poucas páginas, retrata um dia de um cidadão que sofre de extrema ansiedade.

"Telefone Sem Fio", outro conto bastante regionalizado (ponto para a literatura brasileira divergente), narra a história de um rapaz que chama para morar consigo uma mulher que conheceu numa festa de carnaval. As consequências de tal ato pouco pensado vão para além daquilo que já é esperado pelo leitor.

Tem-se na sequência o ponto mais alto da obra: "A Questão de Todas as Questões". Aqui o autor utiliza como pano de fundo uma história simples, para que nela possa situar o seu verdadeiro objetivo, a saber, dialogar com o leitor acerca da questão das religiões e crenças. O que mais chama a atenção na exposição deste conto é a forma utilizada de desconstrução de argumentos, já que inicialmente uma primeira sustentação é destruída, para que logo em seguida a mesma linha argumentativa utilizada para desmistificar a primeira é refutada num novo diálogo, tal qual num processo dialético.

"O Outro Mundo de Henrique", um conto frugal, expõe a necessidade de fuga da realidade calcada em uma realidade virtual (um jogo de videogame). Na sequência, "Pouco Antes da Virada" é um curto poema.

Finalmente tem-se "Lindos Sonhos Dourados", uma história dentre as que mais ocupa páginas no livro. O relato de um jovem que, por suas razões (desacreditadas posteriormente), opta por abandonar a boa vida (mas nem tanto) que leva e seguir o seu próprio e tormentoso caminho (regrado à festas e bebedeira), culminando numa desastrosa experiência com os efeitos do ácido lisérgico, leva o leitor a fazer uma introspectiva acerca do próprio relacionamento familiar.

Um livro bem escrito, repleto de citações. Os contos, em sua maioria, cativam e agradam. O convite ao delírio, proposto pelo autor, está aberto.
Recomendo!
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Júliah 09/05/2015

O Doutor Sádico
Só tive a oportunidade de ler esse conto e o que posso dizer sobre ele? Do caralho!
Achei que as muitas atrocidades ficam por conta da nossa imaginação pois não há tanta "sujeira" como eu imaginei, (mas imaginei muitas coisas e isso é legal!!). Foi chegando no final eu fui ficando sem fôlego, percebi que estava com as pernas tensionadas enquanto lia, tentei relaxar mas não consegui até o desfecho.
Gostei muito do final! Adorei o conto!
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Sophia.Cueto 08/02/2015

Delirium por Carlos Patrício
*Resenha originalmente postada no blog https://lepaperwings.wordpress.com*

A minha história de como eu cheguei a esse livro chega a ser até mesmo um pouco… curiosa. Estava um dia rotineiramente entrando no meu facebook pessoal quando o autor me encontrou e me enviou uma mensagem privada falando que tinha encontrado as minhas resenhas no skoob e me perguntou se eu não tinha o interesse de resenhar o livro dele! Bem bacana ver quando as pessoas começam a gostar do que você faz, não é mesmo?

Eu recebi o livro dele em Dezembro, mas ao longo de todo o madness que eu passei nos últimos meses eu só pude pegar ele para ler recentemente. O Delirium é uma coletânea de contos diversos, mas todos eles trabalham com um ponto em comum: o psicológico, pensamentos, frstrações, delírios e insanidades de um ou vários personagens. Assim como eu fiz com O presente do meu grande amor, eu vou fazer a avaliação individual de cada um dos contos, já que eu acho isso seria mais interessante tanto para quem quiser ler esse livro no futuro quanto para o próprio autor em si.

Doutor Sádico | ★★★★★

Pra mim eu acho que não teve forma melhor de começar esse livro do que com esse conto. AI-MEU-DEUS.

Esse conto vai falar da história de um assassino psicopata austríaco que utiliza de elementos de sadismo e de tortura como forma de prazer próprio, e ao mesmo tempo conta o ponto de vista de um dos casos dele de assassinato tanto do lado do assassino quanto da vítima. A primeira coisa que eu tenho que dizer é que se você tem o estômago mais fraco, eu não recomendo a leitura desse conto, porque ele tem momentos de tortura muito gráficos e muito fortes, e se você é uma pessoa que se fica sensível com esse tipo de coisa, eu particularmente falaria para tomar cuidado ao seguir a leitura.

O desenvolvimento deste personagem do assassino foi simplesmente sen-sa-cio-nal. Ele é exatamente como nós imaginamos que é a cabeça de um psicopata: extremamente culto e ao mesmo tempo extremamente louco. É incrível ver o quanto que o personagem usa de trechos de grandes nomes da literatura para falar sobre elementos como delírios, prazer e também faz uma constante discussão sobre religião sobre um elemento neutro – o que de certa forma, eu meio que concordo. -, além de mostrar muito do passado do assassino até o momento que ele encontra com a sua vítima, que é um cristão extremista, em um bar.

“A beleza da mania religiosa é que ela tem o poder de explicar tudo. Uma vez que Deus ou Satã são aceitos como a primeira causa de tudo o que acontece no mundo mortal, nada é deixado à sorte. A lógica pode ser alegremente jogada pela janela.” (Stephen King)

Como eu falei no começo, é super gráfico, tem momentos que me deixou super aflita e super agitada, mas é uma dos melhores contos do tipo que eu já li em um bom tempo, eu adorei e super vou reler esse conto perto do Halloween, ele é perfeito para essa época do ano.

Truco! | ★★★★

É uma história de uma noite casual de truco entre amigos que acaba tendo um evento totalmente inesperado acontecendo com eles. É contada no ponto de vista de um dos amigos, que é meio como um narrador-observador. É um conto onde aconteceu muita coisa em um espaço muito curto de páginas, mas ao mesmo tempo eu senti falta de um pouco mais, queria um pouco mais de suspense!

Agoniado | ★★★★★

É a história de um personagem que sofre com caso extremamente severo de ansiedade descrevendo uma da sua de suas manhãs rotineiras na agitada São Paulo. O estilo de escrita que o autor usou nesse conto pra mim funcionou perfeitamente para mostrar como o personagem se sente: extremamente agitado, sem pausas. Eu me senti agoniada em muitos momentos junto com o personagem e eu acho que, por mais que muitas pessoas possam achar esse conto muito curto, pra mim ele tem o tamanho perfeito, já que na cabeça de uma pessoa que passa por esse tipo de situação o tempo passa muito rápido e muitas coisas acontecem ao mesmo tempo.

Na verdade, só d’eu escrever essa parte da resenha já comecei a ficar ansiosa de novo só de lembrar da história, ai você sabe o quanto que ela conseguiu ser marcante, não é mesmo? *respirando fundo*

Telefone sem fio | ★★★★

Telefone sem fio é aquela típica história onde a namorada trai o namorado, e uma história mal contada acaba gerando uma fofoca de altíssimo nível que acaba se tornando uma enorme bola de neve. Esse tipo de história normalmente não me chama muito a atenção pelo caracter de base de um dos personagens principais, a Mayra. Mas, por conta de um dos eventos que ocorre ao longo da história, ela acabou me cativando bastante para continuar, principalmente em ver o quanto que a inocência e o excesso de confiança pode fazer com que a vida de uma pessoa vire, literalmente, de cabeça para baixo.

Não é dos meus contos favoritos do livro, mas eu ainda assim gostei bastante do final, principalmente.

A questão de todas as questões | ★★★★

Esse com certeza é um conto extremamente polêmico! Ele vai falar de um personagem que sempre procura respostas para absolutamente todas as perguntas na vida, principalmente à aquelas que se tratam de crenças religiosas, ele se diz não acreditar no cristianismo ou em outras religiões e ao mesmo tempo também não acredita no ateísmo.

Eu tive que dar algumas pausas enquanto lia ele, mesmo tendo apenas 50 páginas, por ser um conto que tem muita informação pra ser processada ao mesmo tempo, já que temos dois pontos de vista principais de debate: o personagem principal com uma colega de trabalho, que é cristã extremista; e dele com a sua prima-irmã, que é atéia. O próprio personagem não é capaz de ter uma crença definitiva, o que faz ele ser meio hipócrita e falar coisas que faz ele contrariar coisas que ele falou anteriormente em alguns casos, mas ninguém é perfeito, e ao mesmo tempo não se pode ter a resposta de tudo na vida.

Enquanto eu li esse livro eu não pude parar de lembrar do Richard Dawkins, principalmente de um dos seus livros, o The God Delusion, que eu ainda não li mas tenho certeza que o autor deve ter lido ele para se inspirar durante o desenvolvimento desse conto, já que ele é uma referência muito forte em livros relacionados a religião e ateísmo.

Gostei bastante de ler esse conto mas eu devo dizer que a pessoa tem que tem a cabeça muito aberta para ler ele, ou se não existe uma grande probabilidade de alguém sentir que as suas crenças foram atacadas depois de ler este. Aviso dado!

O outro mundo de Henrique | ★★★

Eu sei que eu tinha dito que o Telefone sem fio era o conto que eu tinha menos gostado, mas infelizmente acabou sendo esse aqui.

Ele vai contar brevemente sobre a vida de uma pessoa que é viciada em jogos online por justamente estar cansada da sua monótona vida de pessoa trabalhadora e casada com filho. Eu acho que nesse conto faltou um pouco mais de páginas, faltou um pouco mais do Henrique fora da vida de WoW que o ator descreveu nesse conto, já que eu meio que interpretei o vício dele pelo jogo como uma forma de válvula de escape do tédio da sua rotina. Não quer dizer que eu não gostei do conto, de forma alguma! Mas eu senti falta de alguma coisa, mesmo gostando do que eu li.

Pouco antes da virada | ★★★★★

Esse é um dos contos mais curtos do livro, mas ele traz bastante impacto por causa da mensagem por trás. Se eu dizer algo além do fato que ele é contado em prosa e em primeira pessoa eu acho que já vou contar toda a graça dele, mas eu gostei muito e recomendo bastante a leitura.

Lindos Sonhos Dourados | ★★★★

O último conto de Delirium vai falar sobre um garoto chamado Guliver, o primogênito, que se sempre se sentiu vítima do favoritismo do seu pai ao filho mais novo, e essa acumulação de suas frustações ao longo de toda a sua infância até o início da sua vida adulta faz com que, próximo dos seus 20 anos, ele fuga de casa e deixe para trás todos os confortos que tinha, caindo em um buraco negro de tentações que ele acaba encontrando na sociedade.

Eu fiquei bastante frustrada, de forma até positiva, lendo esse conto em alguns momentos, daqueles do tipo “não custava nada tentar falar alguma coisa, arrrrg!”. Favoritismo existe em tudo quanto é lugar, eu mesma sou vítima dele, mas eu nunca que deixaria a minha vida se abalar por causa disso. Principalmente nos pontos que o personagem principal chegou, que literalmente chegou no fundo do poço e só voltou por ironia do destino.

O que me fez dar quatro estrelas pra esse conto ao invés de três foi o final, que foi bem revigorante ver o arrependimento e o sentimento de culpa vindo de ambos os lados da história, e a esperança de um futuro onde teria comunicação. É um conto que é bom para refletir nesse tipo de assunto que o autor trata nele, mas também é um pouco barra pesada quando a pessoa se coloca no lugar do Guliver.

Avaliação: 4/5 estrelas.

site: https://lepaperwings.wordpress.com
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augustoguhpedagogo 10/01/2015

Comentando um conto : Agoniado ( Carlos Patrício)
O livro traz oito excelentes contos. Comentarei aqui um deles.

Agoniado ( Carlos Patrício)

Pretendo destrinchar o livro de contos "Delirium", de Carlos Patrício. Conforme vou de encontro a cada uma de suas narrativas, analiso a dança das palavras e vou entrando em cada porta que se abre. Desejo assim fazer mais do que uma simples viagem, uma verdadeira invasão do mundo delirante que o autor apresenta. Vejo nessa leitura intima a oportunidade de degustar todas as letras ofertadas e experimentar as sensações escondidas atrás de cada titulo. Assim seguirei até esgotar todo o livro à ser apresentado a vocês, leitores.

Antes de comentar o conto, devo falar também da Arte do livro que foi muito bem trabalhada. As ilustrações impressionantes de Cassio Gois me lembram a capa negra de um dementador, essencial na construção da representação da figura. Casou tão bem com os contos que não seria exagero dizer que um não seria completo sem o outro, embora individualmente cada qual contenha sua magia. Como se cada passagem de um conto para o outro fosse vigiada por um intrigante guardião de portal, a figura ali plantada pelo ilustrador.

Amante da literatura desde muito cedo eu sei que algumas estórias são deliciosamente devoradas pelo leitor, enquanto outras, semelhantes a cães infernais entediados, o devoram com desgosto e preguiça, fazendo do leitor trapos chatos e desprovidos de luz (há leituras que matam a vontade de ler). Quando existe sintonia entre leitor e texto as emoções se afloram e cada pagina abre espaço para o mergulho do leitor. As sensações parecem bailar no mar de palavras.

Ler o conto "Agoniado" fez-me mais uma vez me lembrar do cotidiano em que vivo, dos freqüentes disparos de ansiedade e os atos, quase loucos, que tenho de empreender a fim de amenizar esse sofrimentos. Eu, e outros leitores, talvez, nos identifiquemos facilmente com o personagem, por sermos tão marcados por uma sociedade de imediatismo, pressa constante e estresse. Enquanto lia, sentia minha própria ansiedade aumentar, a sede por adentrar a estória crescia a cada delirante gole. Leituras assim, tensas como a de "Agoniado" exigem de nós calma e cuidado, para não perdermos o próprio controle, entretanto são nesses contos que mergulhamos de cabeça!

O conto ganha muitos pontos por nos manter envolvidos e interessados a cada passo do personagem e curiosamente ( talvez nem tão curiosamente) atinge o ponto da ansiedade do leitor, aproximando-o do desesperado personagem.

Informações sobre o Livro :

Titulo: Delirium
Autor: Carlos Patricio
Ilustrador: Cassio Gois
Edição: I
Editora: Página 42 Editora
Ano: 2014
Paginas: 228


Altamente recomendado para leitores que gostam de contos, que tenham a mente aberta e estejam preparados para um viagem fascinante por terras belas e cheias de segredos.



site: Leia mais sobre o livro no Blog: http://cabecasdeabobora.blogspot.com.br/
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Isabella 06/10/2014

Delirium
Creio que esse tenha sido o livro mais bonito (em relação à ilustração) e inteligente que já li até hoje.
Ler Delirium foi como sentar-se a mesa com um psicólogo e conversar sobre os mais variados assuntos (inclusive os que a sociedade insiste em esconder debaixo dos panos).
Na aventura eletrizante que desencadeei nos oito contos da coletânea, posso confessar que meus nervos ficaram a flor da pele. A cada página virada era perceptível que um tema era ligado a outro, alguns de forma mais distante, outros nem tanto...

Doutor Sádico

No primeiro conto de Delirium é possível sentir na pele as insânias de um louco. Mergulhamos fundo numa piscina de insanidade. Nesse conto, o autor trabalha a mente dos leitores. Meu sangue fervia a cada página virada e a leitura me chocou. Além disso, o conto me fez desencadear muitas coisas que meu cérebro não processava. Como por exemplo: a que ponto um louco pode chegar? Afinal, a insanidade tem limites?

Truco!

Violência é algo ''natural'' nos dias de hoje e é esse o tema de Truco. Além de narrar uma história com um tema bem atual, a forma como o autor descreve o medo, nos mostra exatamente como é não poder agir por si mesmo. O medo nos cega e nos leva a agir sem pensar. (chorei lendo... UM CONTO NÃO PODE ACABAR ASSIM!!!)

O Agoniado

Esse foi, sem dúvidas, o melhor conto que já li.
O Agoniado expressa de forma bem clara a vida de uma pessoa que sofre de ansiedade. Pude sentir na pele cada sensação passada pelo autor. Foi incrível sentir tudo isso num conto tão curto.

Telefone sem Fio

Fofoca, decisões precipitadas e confiança. De que forma tudo isso pode afetar sua vida? E se, junto a isso, uma doença que pode te matar antes de você poder esclarecer um desentendido resolver aparecer?
Confesso que esse conto não me agradou muito, pois o final me deixou abalada. (Quando chegou ao fim, fiquei parada olhando pro vão da parede, totalmente sem reação).


Continuação aqui: http://www.livrologias.com/2014/10/resenha-delirium.html

site: http://www.livrologias.com/2014/10/resenha-delirium.html
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Dani 26/09/2014

Definitivamente DELIRANTE!
Creio que foi um dos livros mais fortes, digamos assim, que li até agora. E não me arrependo nem um pouco de tê-lo lido. Todo o enredo dos contos me prenderam cada vez mais a leitura. Confesso que o impacto com as histórias foi tão grande que fiquei um bom tempo sem conseguir iniciar outra leitura. E é um livro para mentes abertas, para ler e mastigar as informações e assim criar suas próprias ideias. Um verdadeiro estimulante de ideias e conceitos. Apreciei muito essa leitura e super recomendo.
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Allison Feitosa 14/07/2014

Ler Delirium foi como conversar com uma pessoa que sabe um pouco de tudo e nunca fica sem assunto.
A variedade de assuntos sem temas específicos tornam-se uma obra em que tudo se encaixa mais cedo ou mais tarde e a diversidade de temas enriquece os contos de maneira bem traçada.

Em Doutor Sádico encontramos temas bem pesados e atuais. Mentes psicopatas que começam a desenvolverem-se ainda na infância (levantando uma grande questão e impasse dos estudiosos do assunto). Cheio de referências e debates à arte e literatura o conto nos trás episódios que desencadeiam reflexões e mergulham fundo na mente de sádicos. O debate é o ponto alto do conto, deixando a narrativa de ação em segundo plano. Consegui me chocar com algumas cenas que o autor narra no livro e o sentimento de repulsa que creio ter sido intenção do autor, consegue ser palpável por nós nas páginas do conto.

''- O grande Isidore disse em seus escritos que queria ser um animal selvagem, um tigre, para que pudesse matar e não ser considerado mau! Já eu, pelo contrário: ser mau é coisa que me agrada sem igual! - disse uma noite o Doutor Sádico, gargalhando.'' Pág. 25

O segundo conto é chamado Truco e traz um tema corriqueiro: a violência e os assaltos, que hoje são comuns com pessoas de qualquer tipo, faixa etária e classe social, mostrando que todos estamos vulneráveis e na maioria das vezes nunca conseguimos saber qual será nossa reação em um momento desses. Diferente do primeiro que mostra a essência crua e áspera do ser humano, ''Truco'' mostra alguns elementos sobrenaturais e o quanto o medo nos transforma ao ponto de agirmos sem pensar. É um conto rápido e com um final bastante peculiar.

O conto que vem em sequência não poderia ter um título melhor: Agoniado. O sentimento de agonia é passado de personagem para leitor e se você se identificar minimamente que seja terá a mesma sensação. Abordando sobre a depressão (o mal do século) como grande vilã e que causa (ou por consequência) de uma ansiedade latente do ser humano em meio a agitação da cidade.

''A ansiedade é um sentimento degradante, vago, indefinido... Minha mente não para, não descansa um só instante. Um turbilhão de pensamentos desnecessários atrapalha minha concentração, acelera meu coração e adiciona tiques nervosos às minhas já toscar manias.'' Pág. 64

CONTINUA EM... http://cemiteriodospostsesquecidos.blogspot.com.br/2014/07/delirium-carlos-patricio.html

site: http://cemiteriodospostsesquecidos.blogspot.com.br/2014/07/delirium-carlos-patricio.html
Cibele.Marques 28/07/2015minha estante
Já quero *----------*




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