Minha Vez de Brilhar

Minha Vez de Brilhar Erin E. Moulton




Resenhas - Minha Vez de Brilhar


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Zilda Peixoto 23/06/2014

Minha Vez de Brilhar
Neste fim de semana decidi ler Minha Vez de Brilhar, próximo livro do selo #irado a ser lançado pela editora Novo Conceito. Dessa vez não fiquei tão empolgada como das outras vezes, apesar do livro ser tão bonito quanto os demais livros lançados pelo selo.
A capa do livro é um espetáculo à parte com seu efeito holográfico. A diagramação e revisão do livro também estão impecáveis. Mas o que de fato faz com que o livro mereça a sua atenção? Bem, caso você esteja esperando por uma grande história, recomendo que não crie muitas expectativas. Mas, espere! Tenho algo a revelar. Minha Vez de Brilhar é um livro tão “cute”, fofo, propriamente dito, que merece sim, a vossa atenção.

A escrita de Erin E. Moulton é novidade para mim. Talvez, você já tenha lido A Jornada, outro livro da autora lançado pela editora Novo Conceito e tenha argumentos para defendê-la, ou pelo menos, para me convencer que o estilo “morno” da sua narrativa é algo comum e particular.

A história de Erin começou bem devagar. Confesso que me senti um pouco entediada e fui tentando me convencer que com o decorrer da história, as coisas poderiam mudar e tomar outro rumo. E, graças a “Nossa Senhora das Histórias Estranhas, porém Interessantes” Erin. E. Moutlton não me decepcionou. Isso é muito pessoal porque alguns leitores se sentem confortáveis quando a narrativa vai ganhando força durante seu percurso. No meu caso fico irritada, esbravejo, tenho vontade de abandonar o livro, mas no fim sempre me rendo.

Minha Vez de Brilhar narra à história das irmãs Indie e Bibi. As irmãs que sempre foram muito unidas e passavam horas admirando as estrelas, agora estão cada vez mais afastadas. Bem, isso é normal já que Indie e Bibi hoje vivem momentos diferentes.
Bibi é mais velha e está passando por aquela fase chata e entediante que todo adolescente enfrenta, a fase da autoafirmação. Bibi é perfeccionista e se preocupa com a opinião das pessoas. Ao contrário de Indie que é considerada por todos uma menina esquisita. E não é para menos, já que Indie tem uma lagosta como animal de estimação. Quem em sã consciência sairia por aí com uma lagosta a tira colo?

A história de Indie e Monty Cola – a lagosta dourada - é surreal. Foi durante um dia de pesca que o pai de Indie capturou Monty Cola. Segundo ele, Monty não é um crustáceo comum. Monty é uma lagosta dourada, e não é todo dia que se encontra uma em alto mar. Após ser capturada Monty passa a viver em um tanque de água salgada no quintal da casa de Indie.

Indie não dá a mínima para o que os outros pensam a seu respeito. Sempre carregando cabeças de peixe para as refeições de Monty e fedendo muito a peixe, ela passa a maior tempo com Monty, já que Bibi só pensa em protagonizar uma peça na escola.
Bibi é egoísta, superficial, malvada. Fiquei com ódio mortal da garota devido ao seu caráter duvidoso. Mas, com o decorrer da história conseguimos compreendê-la melhor.

Indie é uma graça de menina. Doce, engraçada, desajeitada. Gosto de personagens diferentes, particularmente estranhos e esquisitos e, Indie certamente é um tipo curioso. Até sua mania esquisita de falar nomes de peixes em ordem alfabética toda vez que se sente nervosa ou acuada é engraçada. Confesso que, inicialmente, isso me incomodou bastante, mas com o decorrer da narrativa a personagem foi me conquistando. Mas o personagem que deve ser consagrado é, sem sombras de dúvidas, Owen – o garoto nerd.

Os nerds sempre salvam qualquer história e Owen é um dos responsáveis pelo sucesso da história. Assim como Indie, Owen tenta encontrar o seu lugar no mundo. Perseguido por pessoas preconceituosas, como a patricinha fútil e asquerosa Kelsey, Owen é um garoto dócil e extremamente inteligente.

Owen nem de longe lembra aquele tipo” chato” de nerd. Aliás, a autora em momento algum se utilizou do esteriótipo ditado pela maioria. Uma das mensagens do livro é justamente esta, desconstruir a imagem daqueles que são excluídos pela maioria. Histórias que discutem e abordam o bullying surgem aos montes todos os dias, mas Erin E. Moulton conseguiu construir uma narrativa muito diferente do que estamos acostumados.
Só o fato de uma garota ter uma lagosta como animal de estimação e, consequentemente, como melhor amiga já deve ser considerado um grande diferencial, mas a ousadia de Erin vai muito além.
Minha vez de Brilhar tem uma proposta ousada, diferente. Leva um certo tempo para que você entre no ritmo da história, mas quando a narrativa começa a fluir, você nem perceberá que o livro já terminou.

A editora caprichou mais uma vez na diagramação. Ao longo das páginas vamos nos familiarizando com o universo de Indie representado por ilustrações de crustáceos e peixes na apresentação dos capítulos e no rodapé das páginas. E para deixar qualquer leitor ainda mais apaixonado, uma capa hard cover belíssima.

Como eu havia dito anteriormente a narrativa começa com um ritmo lento, pois a autora optou por descrever o cotidiano de Indie em seu último dia de aula. Nada muito interessante acontece na pacata Plumtown aonde seu "papi" possui a Famosa Peixaria Chickory & Chips. Acredito que isso contribuiu para que os primeiros capítulos fossem tão sonolentos. Sabiamente, a autora soube dar a reviravolta no seu devido momento.

Monty Cola esconde-se na mochila de Indie sem que ela perceba e decide ir à escola com Indie. No desespero de ver Monty há tanto tempo mantida na mochila, Indie corre em direção à praia de Crawdad para molhar a lagosta. Nesse momento, Monty Cola se desespera e foge para o mar, isso graças ao alarde feito pelo policial Gallson.
O sumiço de Monty Cola passa a ser um dos motivos pelo qual Indie e Owen tornam-se amigos. Porém, Indie terá que decidir de que lado ficar: entre os populares para não decepcionar a irmã Bibi ou do lado de Owen, aquele que assim como Indie sabe muito bem o quanto é difícil se ajustar?

"Só porque outras pessoas são idiotas não significa que haja algo de errado com o restante de nós _ digo, olhando para a lagosta dourada. _ Veja Monty, por exemplo. Ela é diferente, e nós a amamos."

A amizade de Indie e Owen é um dos pontos altos da narrativa. Momentos de intensa ternura e delicadeza provam o valor de uma amizade sincera.
Outro personagem bem interessante e que ganhará a sua afeição será Sloth, uma garota gótica, esquisita que adora ouvir rock pesado e, que apesar da aparência bizarra e assustadora, tem um coração gigante e se mostra uma pessoa adorável.

O que faz com a história de Erin seja tão agradável e acolhedora é justamente a maneira como ela a conduz, levando o leitor a vibrar com cada reviravolta e a respectiva transformação de seus personagens. Tanto Indie quanto Owen tentam sobreviver em meio aos caos e provam que a essência de cada um é o que ambos possuem de mais valioso. O livro mostra que ninguém é perfeito e que devemos aprender a conviver com nossas imperfeições.

Fiquei muito contente em concluir a leitura com a sensação de dever cumprido. Teria ficado frustrada se tivesse desistido da história no meio do caminho. Por esse motivo, recomendo que todos tenham paciência com a autora. No começo a história pode não atrair, mas não desista. Com o decorrer da leitura você começará a gostar tanto da narrativa que só irá deixá-la de lado somente ao concluir a última página. O final do livro é lindo e repleto de emoções.

Minha Vez de Brilhar é um livro recomendado a todas as idades. Indicado a todos que curtam histórias leves, engraçadas, protagonizadas por personagens cativantes e que, acima de tudo, nos permite refletir sobre assuntos de extrema importância. Uma história sensível e que tem tudo para conquistá-los.

site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2014/06/resenha-minha-vez-de-brilhar-erin-e.html
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ricardo_22 19/06/2014

Resenha para o blog Over Shock
Minha Vez de Brilhar, Erin E. Moulton, tradução de Bianca Bold, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP:
Novo Conceito (#Irado), 2014, 288 páginas.

As irmãs Indie e Bibi sempre foram muito próximas, porém aos poucos o relacionamento foi se deteriorando e Bibi dá a impressão de não gostar mais de sua irmã mais nova. Indie sabe que para reconquistar o carinho da irmã ela precisa se mostrar útil, por isso aceita o desafio de ajudar no teatro em que Bibi está frequentando para realizar o sonho de se tornar uma atriz.

Mas além de reconquistar a irmã, Indie está também em busca de sua lagosta de estimação, que se perdeu após uma grande confusão no último dia de aula. Para encontrar a lagosta perdida ela conta com a ajuda de seu novo amigo, Owen, mas Bibi e sua turma começam a pegar no pé do garoto e Indie não sabe como agir. Ela sabe apenas que para conquistar tudo na vida é preciso acreditar e se dedicar com todas as forças.

“Sei que Bibi pode ser melodramática, mas talvez ser a atriz perfeita signifique para ela o mesmo que encontrar a lagosta Monty Cola significa para mim. Talvez a gente tenha a mesma sensação de coração pesado, só que por desejar coisas diferentes” (pág. 234).
Conhecida por suas histórias infantis, também consideradas contos de fadas contemporâneos, a autora Erin E. Moulton foi publicada pela primeira vez no Brasil com A Jornada (2011), livro que possui suas falhas, mas que ainda assim marca o leitor por sua simplicidade. Três anos depois um novo título é publicado, porém sem o bonito toque de magia encontrado anteriormente.

O fato de já conhecer o trabalho de Moulton cria uma inevitável expectativa, que infelizmente nem de longe é atendida com Minha Vez de Brilhar. Isso acontece ainda que não seja nenhuma novidade o estilo simples e a história leve de toque inocente, característica principal do gênero. Apesar da consciência do que será encontrado, a história de Indie é sem graça e monótona, sobretudo em seus capítulos iniciais.

Seria um grande erro, no entanto, ignorar o fato de que existe uma grande evolução em determinado momento do enredo. Indie já está com seu objetivo definido quando conhece Owen e esse, propositalmente ou não, se torna o responsável por evitar que a ideia da obra se torne descartável. A presença do garoto, nerd e por isso desprezado por várias pessoas, dá o toque necessário para a continuidade, contudo nem mesmo as aventuras dos dois novos amigos deixa a história menos boba.

É preciso ressaltar também que, apesar de não impressionar, Minha Vez de Brilhar é semelhante ao livro anterior em sua essência, ou seja, nos dois casos as crianças precisam agir pelo próprio bem e de todos ao seu redor. Com apenas o desaparecimento de sua lagosta, Indie aprende a dar valor em si mesma e também em sua família, especialmente na irmã. Para isso, a narradora aprende a ser uma pessoa melhor – a melhor Indie que ela possa ser – e ajuda que outras pessoas também melhorem.

site: http://www.overshockblog.com.br/2014/06/resenha-251-minha-vez-de-brilhar.html
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