Oliver Twist

Oliver Twist Charles Dickens




Resenhas - Oliver Twist


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minhananny 22/01/2013

Triste e encantador
É bem provável que alguém que esteja farto dos clichês e "embromações" dos melodramas televisivos não goste da narrativa de "Oliver Twist" e tenha vontade de abandonar sua leitura em muitos momentos. O que é esperado, visto que a obra é uma das precursoras do gênero folhetinesco. Porém, vale a pena seguir na história da criança órfã que foge de uma vida sofrida no interior da Inglaterra para cair numa vida não muito diferente na Londres da ascensão do capitalismo.
O personagem principal é apaixonante. Bondoso e meigo, porém sem ser ingênuo, ele se impressiona com as ruas sujas e estreitas da periferia londrina, ao mesmo tempo que os próprios leitores, pois a descrição que Dickens faz do ambiente é tão minuciosa que vai desde o rosto de alguém que faz parte da trama até a multidão e o burburinho nas janelas das casas.
Dickens também se permite divagar em alguns parágrafos sobre a sociedade de seu país. A atitude de Oliver, que tem o seu caráter testado pelos ladrões e prostitutas que conhece, não se deixando corromper em nenhum momento, chegou na época para confrontar a teoria vigente de que o homem era fruto do meio em que vivia.
Também é possível observar na obra os conceitos que se tinha sobre a infância. O órfão é visto com confiança por pessoas "de família" somente por ser uma criança, enquanto que para os funcionários do asilo municipal ele era um potencial vagabundo, e para os criminosos ele é uma pessoa qualquer para quem é permitido até beber algumas doses de álcool - ideias que mudaram pouco na nossa sociedade.
Mais interessante do que a trajetória do garoto, só mesmo a composição destes criminosos. Por mais que fique claro que eles são os vilões do enredo, é um tanto difícil aceitá-lo, pois eles são muito controversos. Vemos-os zombarem dos ricos e de quem trabalha, vemos-os viverem com medo de terem seu endereço descoberto, mas há momentos em que eles são meros jovens conversando alegremente em volta de uma mesa de jantar, ou que nutrem resquícios de simpatia e cumplicidade com seus "parceiros".
Dentre todos eles, há uma personagem que sem dúvida é a mais contraditória, pois está no núcleo "mau" da história ao mesmo tempo em que atrai a misericórdia e até mesmo uma torcida pela sua redenção. É Nancy, uma prostituta por volta de 19 anos de idade. Ela é a peça-chave para a solução do segredo principal da novela, procurando ajudar Oliver a ter um destino melhor do que ela. O que mais chama a atenção na garota é esta sua postura conformista, ela se considera vítima de sua condição social e por isso não tenta ascender. Possivelmente uma crítica de Dickens ao preconceito que a burguesia tinha (e ainda tem) com os menos favorecidos, perceptível nas cenas em que a moça caminha pela cidade e é vista com desdém pelas "damas".
As damas e cavalheiros, retratados na história pelas duas famílias que ajudam o pequeno órfão, são talvez o ponto fraco do livro. Apesar de serem os mocinhos e por isso naturalmente bons, são personagens um tanto pobres se comparados ao outro núcleo. A narrativa melodramática também os desfavorece: como o propósito de suas aparições só podem ser efetivamente explicados no desfecho, a impressão que se pode ter é a de que o autor está perdendo tempo dedicando tantos capítulos para eles.
Mas estes problemas não são suficientes para comprometer a história. Vale a pena dedicar um tempo para ler "Oliver Twist" e entender por que mesmo mais de um século depois ele continua sendo tão aclamado. Charles Dickens teve êxito na sua missão de mostrar a vida dos mais pobres da Inglaterra de sua época, com todas as suas dificuldades e peculiaridades, consegue entreter e nos fazer pensar, ao mesmo tempo que é uma aula de costumes da Inglaterra do século XXI.
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Peterson Boll 28/02/2012

Mesmo que contenha os tradicionais personagens ultra-sofridos/cavalheirescos da Revolução Industrial Inglesa, "Oliver Twist" traz uma fina ironia de Dickens, encontrada em menor grau em suas outras obras. As instituições inglesas são quase ridicularizadas tendo sempre como objetivo mostrar o quão desamparada era a classe pobre do país naquela época. Os dirigentes são quase sempre vilões, mas não vilões cientes de sua maldade, e sim vilões que acham que estão fazendo o bem, mesmo que estejam causando um grande sofrimento.

Excelente retrato e excelente estória.
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Victor 07/12/2011

Li este livro quando tinha por volta de 13 anos e morava nos EUA. Prentendo reler agora em Português.
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Marcos 03/12/2011

o homem não é produto do meio
Um orfão é criado em um ambiente de pobreza e opressão, por fim passa a viver com um grupo de ladrões, que procuram iniciá-lo em uma vida de crimes. Sem nenhuma referência positiva, sem perspectiva de futuro, que escolha tem ele? Nada mais natural e justificado que se transformasse em um criminoso.

Mas aí não seria Dickens; não seria um autor em contato com a essência da alma humana, com a realidade das coisas. Para Dickens, essa essência se traduz na capacidade de tomar decisões morais, de não ser escravo das situações em que se está vivendo, em transcender o espaço tempo. Isso acontece quando temos fidelidade à realidade, quando temos respeito pelos fundamentos eternos que não estão sujeito a época em que se vive.

Oliver Twist tem sua fonte de moral na Bíblia e nos princípios cristãos, mesmo que ensinado por religiosos hipócritas. A mensagem é mais poderosa do quem a transmite. Para o garoto com 12 anos, roubar era um pecado e quando percebeu em que estava se metendo ficou horrorizado e negou-se a participar. A alma de uma pessoa é seu último refúgio, seu santuário diante da opressão que se está sujeito. Para um cientista moderno, a atitude de Oliver é inconcebível, pois aceitá-la seria negar a hipótese da origem social do crime, esse terrível engano que está na origem na explosão de criminalidade em muitos lugares no mundo. Fica claro que Dickens rejeita a princípio do homem como produto do meio. O meio tem grande influência, mas não define o caráter de uma pessoa. O homem é um ser capaz de transcender sua situação concreta atual e se posicionar no plano da eternidade. Dickens acredita que existem verdades universais imutáveis, que valem desde o início dos tempos e estarão conosco enquanto durar o mundo.

Alguns personagens memoráveis habitam as páginas do romance. Do lado bom, o Sr Brownlow, Rose, Sra Beldwin, Harry. Do lado ruim, Silkes, Brundle e, principalmente, um dos melhores vilões já criados, o judeu Fagin. Sua presença é demoníaca e domina cada cena que aparece. Impossível esquecê-lo. Dickens o descreve com uma riqueza de detalhes tão grande que a sua imagem ficar marcada na mente de um leitor atento. E, por fim, a personagem mais ambígua, e talvez por isso mesmo mais fascinante, Nancy.

Dickens também rejeita a luta de classes. No livro existem ricos bons e ruins; pobres bons e ruins. Por duas vezes Oliver é confundido com um bandido, nas duas vezes suas vítimas não só o perdoam como se tornam seus protetores. Ao descrever a situação miserável dos orfanatos paroquiais, faz uma crítica às leis dos pobres, como ficaram conhecidas, leis que supostamente protegiam os mais desafortunados mas acabavam por criar indústrias de exploração da pobreza, como fica evidenciado pela incrível fazenda de orfãos mantida pela inefável Sra Mann. Como se percebe, Dickens tinha muito a ensinar para os governos atuais.

Oliver Twist foi o segundo romance do autor, que já demonstrava todo o talento que o tornariam um dos melhores romancistas da história. Seu testemunho das condições inglesas da revolução industrial é tudo que Karl Marx achava estar fazendo. A diferença é que Dickens retratava o mundo real, em suas condições materias históricas e na forma permanente do espírito humano. Marx retratou um mundo imaginário. Em um desses paradoxos, Dickens é considerado um autor de ficção enquanto que o outro é quase um profeta para uma intelectualidade corrompida pela ideologia.

A abertura do homem à transcendência, sua capacidade de superar o momento histórico-cultural, demole um princípio que joga toda teoria materialista no ralo e mostra que um grande romancista pode ensinar muito mais do mundo em que vivemos do que uma intelectualidade completamente desconectada do mundo, imersa em seus sistemas fechados, coerentes e completamente errados. Quer entender a revolução industrial? Leia Dickens de cabo a rabo, depois leia os historiadores. Se começar pelos últimos, pode entrar em um mundo de fantasia que aprisionará sua mente.

Esse é o poder da grande literatura. E grande literatura é, entre outros, Charles Dickens.
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ValQueiroz 21/07/2011

Um menino inocente e nobre de caráter. Órfão, Oliver passa por diversas provações, mas jamais perde sua doçura. O leitor se envolve nas palavras de Dickens e nas desventuras do pobre protagonista em meio aos antagonismos de um mundo de nobreza e de podridão. Por fim, o que se demosntra é que a essência do caráter nunca se perde e Oliver salva-se por seu bom espírito. O filme é muito bonito e vale a pena ver, mas nada substitui a emoção do livro, em que a história é contada com muito mais sentido. Atenção: a tradução para o português possui algumas diferenças (embora um tanto sutis) no final!
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Gláucia 08/07/2011

Oliver Twist - Charles Dickens
O resumo da história, que narra as agruras de um órfão, faz parecer se tratar de uma historinha banal, tipo sessão da tarde. Não nos esqueçamos porém que o autor é Charles Dickens, e seus livros nunca são banais mas sim cheios de emoção, surpresas e, principalmente, crítica mordaz. Aqui, o alvo são os bedéis e diretores de entidades "pilantrópicas" que "cuidam" de pequenos órfãos e os abusos cometidos contra a infância desamparada.
Leitura inesquecivelmente deliciosa.
someone told that he is crazy 26/04/2019minha estante
Neste, concordamos.




marisjuana 25/02/2011

Me surpreende toda vez. É simplesmente demais, sem dúvidas um dos meus livros preferidos.
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Bruno 13/10/2010

Surpresa em cada capítulo!
Até que é boazinha a história e por mais que tente imaginar o final o autor tem sempre uma surpresa em cada capítulo.

Também é preciso estar atento aos nomes dos personagens, é que nem em novelas, são muitos!
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Pedro.Yes. 18/04/2010

Morning drew on apace. The air became more sharp and piercing, as its first dull hue - the death of night, rather than the birth of day -
Oliver Twist. Nem sei mais há quanto tempo estava lendo esse livro. Antes de qualquer coisa, quero constatar que essa resenha é completamente amadora, não estou em posição de julgar o gigantesco valor literário desse livro; no mais, são apenas impressões pessoais acerca do que eu gostei ou não durante a experiência.

Charles Dickens tem um talento descritivo incrível, tanto para com os personagens quanto na montagem de uma Inglaterra de meados do século XIX. Sonhei mais de uma vez com o cenário invernoso e os personagens do livro. Não perde o fio da história e domina o enredo com grande sobriedade e romantismo.

Porém, o livro é geralmente bom em todos os pontos em que Oliver não aparece ou está numa pior. É um garoto demasiadamente “perfeito”: inocente, generoso, humilde, justo, praticamente um Jesus Cristo britânico; um heroi. Eu [infelizmente, talvez] não gosto de herois. Um personagem que claramente não possui o menor senso de malandragem ou traços de personalidade marcantes e abrasivos, plano, e que, apesar de todos os obstáculos, MILAGROSAMENTE se dá bem nos finais. Um garoto fraco. Animei-me muito mais com os vilões e de um ou outro heroi, mas o Oliver Twist em si me impediu de ler o livro com maior prazer.

Acredito que há uma linha visível entre o idealizado romantismo e a seriedade inglesa. Como não gosto de histórias ideais com “ovelhas” adoecendo por falta de amor ou excesso de desventuras, prefiro não julgar a qualidade de um clássico – não quero desmerecê-lo de maneira alguma.

A maestria das palavras de Dickens e sua aguçada crítica e denúncia social me levam a recomendá-lo. Afinal, é realmente um clássico. Só não gostaria que qualquer um esperasse um mar de aventuras e aventuras capaz de alterar seu estado de espírito ou sua visão sobre o mundo: apesar de tudo, é um livro de núcleo sério.

Enfim: ainda prefiro, de longe, “The Adventures of Tom Sawyer”.
Filipe.Philipps 03/08/2016minha estante
Perfeito, é a mesma sensação que eu tive. A escritura do Dickens é um deleite, mas o personagem Oliver Twist em si é muito genérico, muito sem força. Não me peguei torcendo ou temendo por ele em nenhum momento. David Copperfield e o Pip de Grandes Esperanças ganham com larga vantagem.

Mas não deixa de ser uma boa leitura, do ponto de vista técnico. As descrições da Londres invernal são perfeitas, você imiscui-se no cenário.




Lipe 17/01/2010

Um menino inocente, um romance não tão quanto.
Apenas ao terminar minha leitura que vim descobrir que estava lendo um livro de mais de 170 anos. Charles Dickens transmite com maestria a ética hipócrita de uma Inglaterra cinzenta e suja, dada pela época da Revolução Industrial que fez com que a economia inglesa acelerasse em declínio das condições de vida.

Oliver Twist, como não poderia deixar de ser, é uma criança orfã que sofre por carregar tais status. Tem como sua primeira infãncia uma vida solitária em um asilo. Muda-se para um orfanato, juntando-se à realidade de seus iguais, trabalho árduo e maltratos. Resolve fugir em busca de uma vida melhor, para uma Londres, desordeira e ainda mais gélida. Oliver se involve com um grupo de ladrões, que se aproveitam de sua inocência.

Com uma trama envolvente, embora por motivos não tão felizes, e personagens dos mais diversos caráters, Oliver Twist é um romance para se ler em casa, e refletir sobre as lições de vida que o autor nos herda.


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Simone Chyz 03/11/2009

É incrível como determinados livros "mudam" quando lemos novamente, depois de muitos anos!! Quando lí Oliver Twist pela primeira vez, com 12, 13 anos, foi apenas um livro sobre um garotinho órfão...
Acabei de reler e, óbvio, minha percepção da história foi drasticamente mudada.
Realmente, precisamos ter um pouco mais de experiência para perceber toda a ironia destilada pelo autor em todas as páginas do livro. Apesar do foco continuar sendo as peripécias de um pobre órfão, desta vez conseguí perceber toda a crítica a uma sociedade hipócrita e egoísta! Vale muito pela descrição dos personagens, da época e pelo final moralista, onde tudo se encaminha para o melhor!
Ana 17/04/2012minha estante
E no final, como a maioria dos livros de Dickens, deixam uma impressão forte na gente.




Tici 24/09/2009

Essa é uma das historias mais lindas que ja li!!! Ja li o livro umas 3 vzs e ja assisti o filme umas 5! Oliver Twist é um encantador de coracoes! Amo!
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Roberta Nunes 15/09/2009

Um clássico...
"Oliver Twist" é uma história triste e realista que consegue mexer com as emoções humanas. Charles Dickens, o autor, teve uma infância sofrida e começou a trabalhar muito cedo em uma fábrica de graxa, então talvez por isso ele saiba narrar tão bem e de forma tão real todos os pesares e sofrimentos vividos pelo personagem central deste livro, Oliver.

O livro é interessante porque é ambientado numa Inglaterra pobre e sofrida, em plena Revolução Industrial, mostrando assim várias faces desse país naquele momento em particular. Nós podemos ver os ladrões, os marginais de todos os tipos e todos os sofredores que viviam num submundo à parte... mas ao mesmo tempo o leitor também tem a oportunidade de ver laços de amizade e amor, inocência e pureza.

O final é meio clichê, visto que os "heróis" alcançam êxito e redenção e os vilões têm destinos sórdidos. Mas o que eu mais destacaria da leitura deste livro é o estilo do autor. Dickens é de uma sagacidade explêndida! Irônico, crítico e está sempre dialogando com os leitores, o que é muito legal.

Um livro diferente, indicado para quem realmente goste de clássicos e consiga assimilar uma linguagem um pouco mais rebuscada.
Valdir Vidal 22/07/2012minha estante
Dickens em Oliver, assim como em Canção de Natal,parece querer retratar-talvez inspirando-se nele mesmo- uma diminuta parcela das pessoas, que apesar dos sofrimentos infringidos pela vida, se recusam a tornarem-se amargas. No fim é uma ótima história de moral.




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