carolina 25/01/2024
Hilda e Malthus têm mais química! (RESENHA SEM SPOILERS)
Brincadeiras à parte, quem conhece a história de Hilda Furacão talvez se anime em determinado ponto da história (sem spoilers!)
Sempre tive curiosidade em ler "A letra escarlate", vi o filme "Easy A" (no Brasil, "A mentira") e criei muitas expectativas para essa leitura.
Se você está interessado em ler "A letra escarlate", NÃO COMPRE a edição da Nova Fronteira. É uma das diagramações mais desconfortáveis que já vi. Sinto que, em parte, minha experiência de leitura foi prejudicada por isso.
Dito isso, já aviso que se você não é fã de clássicos com textos muito descritivos, vai odiar essa leitura. Nathaniel Hawtorne usa e abusa desse recurso, tornando a narrativa bastante imersiva para alguns (e enfadonha para outros).
Não é uma leitura rápida, acho difícil que alguém a termine em um dia ou na mesma semana. Justamente pelo caráter da escrita descritiva, a leitura cansa rapidamente.
A história, por sua vez, é bem interessante. Gosto do fato de a protagonista ser uma mulher resiliente, e fica bastante claro que o autor faz questão de expor a injustiça pela qual ela passa. Para a época, escrever uma personagem feminina que vai de encontro à moral e ainda torná-la determinada, resiliente e digna de empatia e respeito é algo que se vê MUITO POUCO em obras de época. Hester é uma personagem bem escrita e muito bem desenvolvida.
Os personagens masculinos são homens fracos, devorados pela maldade ou pelo arrependimento. Ao meu ver, é completamente intencional por parte do autor, porque é a história de Hester, e todos os outros são coadjuvantes na sua trajetória.
Não gostei do final do livro, mas é questão de gosto pessoal. Não é uma leitura ruim e fico feliz por ter tido a oportunidade de conhecer mais esse clássico que, de fato, foi bem à frente do seu tempo.