Dublinenses

Dublinenses James Joyce




Resenhas - Dublinenses


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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

O Ciclo Evolutivo Humano
Se você tem receio de encarar "Ulysses", que tal começar com "Dublinenses"? Trata-se de uma seleção de quinze contos em que James Joyce está mais acessível, divertido e irônico, mas também melancólico e profundamente humano. Caso você esteja a par da história da Irlanda, especialmente, sobre a questão política e disputas religiosas, a leitura poderá atingir um novo patamar interpretativo, no entanto, mesmo sem ela, o livro oferece um rico mergulho numa cidade cosmopolita, mas ainda presa aos costumes e tradições durante o final do século XIX.

Um ponto curioso é que "Dublinenses" levou cerca de dez anos para chegar às livrarias. Concluído em 1904, nenhuma editora estava disposta a publicá-lo por conta de seu conteúdo polêmico e Joyce não aceitava mexer no texto. Dois bons exemplos são "Galanteadores", que aborda sexo e prostituição, e "Dia de Hera na Sala do Comitê" com referências depreciativas ao Rei Eduardo VII. Por fim, essa questão foi parar na Justiça com decisão favorável ao escritor.

Como afirma o tradutor Caetano Galindo, esses contos apresentam a geografia humana de Dublin. Suas ruas frias e com construções sisudas ganham vida através das pessoas que nelas transitam, perseguindo seus sonhos, vivendo suas alegrias e tristezas desde o nascimento até a morte. Aliás, o ciclo evolutivo humano é o elemento de coesão das narrativas e, se obedecida a sequência de leitura, o livro pode ser pode ser dividido da seguinte forma:
- Infância: "As Irmãs", Arábia" e "O Encontro".
- Juventude: "Eveline", "Depois da Corrida", "Dois Galanteadores" e "Casa de Pensão".
- Vida Adulta e Velhice: "Uma Pequena Nuvem", "Terra", "Partes Complementares", "Um Caso Doloroso", "Dia de Hera na Sala do Comitê", "Uma Mãe", "Graça" e "Os Mortos" (adaptado para o cinema em 1987 com direção de John Huston).

"Dublinenses" renova-se a cada releitura, seus contos são ambíguos, muitas vezes um pequeno detalhe ou uma única palavra permite que uma outra história corra nas entrelinhas, abrindo um instigante leque de possibilidades. Outro fato que desperta interesse são seus inúmeros simbolismos: em "Eveline", a jovem conhece o amante diante de um portão, o que sugere uma nova vida, mas quando ela fica paralisada diante do barco onde fugiria com ele, sua atitude revela medo, um sentimento que de diferentes formas, permeia toda a obra de Joyce.

Finalmente, o crítico Harold Bloom afirma que Shakespeare é o único escritor acima de Joyce. Mesmo que você tenha restrições a essa ideia, o escritor está entre os maiores gênios da literatura. Arrisque-se, vale a pena.
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Gláucia 04/03/2018

Dublinenses - James Joyce
Há muitos anos li "O Retrato do Artista Quando Jovem" e com essa coletânea de contos de encerra minha cota de livro do autor nessa reencarnação.
O livro reúne 15 contos distribuídos em 222, são bem curtos e procurei ler com a máxima atenção a fim de assimilar todo seu conteúdo, toda sua mensagem e seu significado. Mas não encontrei na minha mente então recorri ao google após o término de cada conto e meu Deus! Acredito que deve estar tudo lá na entrelinha ou sei lá onde mas foi difícil relacionar o que tinha acabado de ler ao sentido oculto nas várias análises que li. Em apenas dois contos não precisei recorrer à ajuda dos universitários a fim de compreendê-los, apenas para confirmar que era aquilo mesmo que estava pensando. E era! Mesmo assim, não me marcaram tanto.
Todos os outros são ininteligíveis para mim. E digo mais. Dois contos do livro tem uma interpretação tão oculta, tão simbólica que eu duvido que qualquer leitor, por mais habilitado que seja, tenha entendido seu significado, pelo menos aquele descrito pelos especialistas. Não por falta de capacitação mas por fazerem referências a aspectos muito específicos da vida de um irlandês daquela época, daquele ambiente, daquela vivência religiosa. Há relação de datas religiosas, santos, etc com datas e personagens do conto. Imaginei que o último conto, o famigerado "Os Mortos" seria diferente mas foi o mais chato de todos.
Enfim, não é pra mim. Bye bye JJ. Bye bye Ulisses.
Thiago 04/03/2018minha estante
Assim, você me desanima kkkkkkkkkkkkk


Gláucia 04/03/2018minha estante
Talvez vc deva tentar, não sou uma referência pra esse tipo de leitura. E os contos são bem curtinhos, vc vai descobrir logo se continua ou não.


Daniel 05/03/2018minha estante
Os dois que você leu são os únicos que pretendo ler do autor. Se não funcionarem comigo também - o que é o mais provável - faremos coro: "Bye bye JJ. Bye bye Ulisses." rsrs.


Gláucia 06/03/2018minha estante
Haha. Veremos Daniel




Edna 16/09/2017

Mentes Raras
O título dessa resenha é em homenagem ao Maravilhoso James Joyce com sua narrativa encantadora, de seu jeito de contar histórias.
.
Dublinenses reúne 15 contos muito bem escritos e em alguns até você se questiona que insipidez, mas da forma tão deliciosa em que narra a infância e depois a vida adulta dos personagens, nao pensa em parar, muito pelo contrário quer ver o desfecho de cada um deles, e passa a amar o autor pela sua irreverência que não se intimida quando faz críticas à sociedade Irlandense, narrando suas misérias e denominando Dublin "O centro da paralisia", na época em que foi escrita a obra por volta de 1900 porque por ter sido questionada a sua obra, não fora publicada de imediato, só ocorrendo em 1907.

No primeiro conto:

As Irmãs:

Ele já nos faz odiar o Tio que o confronta ao invés de consolá-lo pela perca do amigo, um velho padre com o qual o garoto tinha uma grande amizade.

O encontro:

Eles encontram uma figura estranha ao matar a aula.

Arábia:

Vai odiar e sofrer com ele quando por desdém do Tio ele chega atrasado à quermesse no qual queria tanto ver a primeira paixão.

Eveline:

A garota que não se conforma com a vida é sai em busca de uma vida melhor ( isso no início século passado ) fato que ainda hoje causa tanto medo à muitas pessoas.

Para não ficar cansativa vou falar agora apenas do último e simplesmente o melhor de todos:

Os Mortos:

Relata a vida cotidiana de Duas Senhoras hospitaleiras que criam a sobrinha e são as Tias de Gabriel casado com Greta, relata as canções tocadas e cantadas por elas num clima de ano novo em meio a muita Neve que nos leva a sentir o frio ao pisar no gelo e sentir a neve caindo, após o término acontece uma revelação forte que faz o orgulhoso Gabriel se sentir um zero quando Greta chora e diz que a música a fez relembrar o passado e por insistência de Gabriel ela relata a Triste e linda história de Amor vivida porcione Greta e Michel Furei, separados quando Greta fora para o Internato e na véspera em visita em meio ao frio muito doente: Ele diz: "Eu não quero viver."

Gabriel cai em si e transborda de sentimentos jamais experimentados pela esposa ao descobrir que ela guardara tanto tempo um segredo dessa grandeza.

Citação do livro: Outras formas pairavam ali. Sua alma acercava-se da região habitada pela vasta legião dos mortos..... enquanto ele ouvia a neve cair suave através do universo, cair brandamente, como se lhes descesse a hora final, sobre todos os vivos e todos os mortos.

Viajei pela Irlanda, conheci Dublin e até o Trinity College assim como grandes autores e tenores são citados.
4/5
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ThelioFarias 25/08/2017

Guia literário de Dublin
Ninguém conta história melhor do que Joyce. Ninguém conta histórias tendo Dublin como cenário como Joyce. James Joyce chega ao aplica dos contos, explorando a psicologia das personagens.
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Amanda 04/06/2017

Fascinante
Nas mãos de Joyce um livro de contos pode se tornar impressionante, uma simplicidade improvável. Um livro para ser relido muitas vezes...
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Cláudia 08/02/2017

Quinze Contos, Quinze Anos de Redenção
Quinze contos incríveis, quinze anos com o livro parado na estante, quinze anos para me redimir.
"Dublinenses", segundo romance do irlandês James Joyce, Editora Biblioteca da Folha. Pessoalmente, tenho uma admiração por esse escritor. Acho ele muito a frente de sua época, gosto da maneira como escreve e das críticas severas que faz sem pudor a sociedade, que na época causou revolta nos círculos conservadores por sua descrição sem sentimentalismo das pequenas e grandes misérias da vida na Irlanda. "O centro da paralisia". Foi assim que Joyce definiu Dublin, justificando a escolha da cidade com cenário desta "história moral" de seu país. Concluídos em 1907, os contos de Dublinenses esperaram sete anos para serem publicados. Os editores temiam sua temática pouco ortodoxa, que incluía figuras marginais da sociedade, a linguagem forte e a menção a pessoas e lugares reais.
Quando o livro foi, enfim, lançado, acabou vítima de resenhas negativas, levando Joyce a lamentar-lhe o "solene fiasco". Seus contemporâneos ainda não estavam prontos para a proposta estética da obra, hoje considerada um dos primeiros marcos da literatura moderna e um dos maiores conjuntos de contos de todos os tempos.
Em narrativas curtas, o jovem irlandês James Joyce (1882-1941) presta aqui o seu tributo à grande tradição realista do século 19, sobretudo a Flaubert e Tchecov. Mas, como não poderia deixar de ser, o realismo de seus precursores é sutilmente subvertido nos pequenos retratos "fora de foco" de sua Dublin natal.
A trama dos contos pode ser vista como uma série de variações sobre temas irlandeses: o catolicismo rígido, a severa educação escolar, as relações familiares pautadas pela autoridade e a violência, o alcoolismo, a vida cinzenta da classe média, o nacionalismo diante da poderosa Inglaterra. Vistas em conjunto, essas ficções dão forma ao que o próprio escritor definiu como "uma história moral da Irlanda". História pública, mas vista predominantemente a partir de um ângulo privado: o escritório, a casa, o Irish pub. Sem chegar ao monólogo interior que marcaria as obras da maturidade, Joyce devassa os movimentos íntimos de duas personagens, confundindo o dentro e o fora, a impressão subjetiva e as miudezas cotidianas. Enfim, todos os elementos que seriam expandidos até a explosão em sua obras maiores: "Ulisses" e "Finnegans Wake".
Em 1987, o cineasta norte-americano John Huston fez o último filme de sua carreira baseado no conto mais famoso de "Dublinense": "Os mortos", incluído em incontáveis antologias dos maiores contos em língua inglesa de todos os tempos.
Os contos são grandiosos, questionam uma sociedade conservadora e, à frente disso, destrincham o que há de melhor e pior no homem: sua moral! Esta pode te punir ou te libertar para sempre...

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com.br/2016/03/quinze-contos-quinze-anos-de-redencao.html
Dani Antunes 03/05/2017minha estante
Menina, que texto bem escrito! Fiquei com vontade de ler mais ainda.




Nanu 12/08/2016

Achei um pouco cansativo. Em alguma medida talvez a conta deva ser dividida, não ir toda para JJ. A tradução pode ter atrapalhado. Excesso de conjunções adversativas, pontuação que me travava desnecessariamente a leitura e palavras demais pra dizer pouca coisa em uma sentença. Em alguns contos a história supera o texto, mas em outros o texto atrapalhou a história.
Ricardo 19/12/2016minha estante
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Breno Vince 04/08/2016

Para aprender a gostar de ler os clássicos
Dublinenses foi, sem sombra de dúvidas, um livro bastante fácil e agradável de ler. Um bom primeiro livro para ler de James Joyce sem sombra de dúvidas. São diversas histórias de Dublinenses que retratam momentos e situações diferentes. O autor, nesse livro, prova, sem sombra de dúvidas, que sabe escrever de forma elegante e agradável, todavia, salvo o "Eveline", que foi sensacional e me lembrou o "Amor nos tempos do Cólera" embora com uma surpresa, são histórias comuns muito bem escritas. Quatro estrelas.
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Joice 01/03/2016

Meu Xará, ansiei por muito mas..
nunca li James Joyce, porém, esperava mais dele.
historias comum, gostei da narrativa, mas ou estou muito exigente (rsrs talvez) ou não me pegou de jeito.
não sei se lerei outro(s) livro(s) dele, mas não levarei uma tão má impressão assim (juro q não rs)
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joaopaulo.gurgeldemedeiros 02/03/2015

Contos essenciais!
Atmosfera cinza da vida dublinense... Estreia do imenso James Joyce! Tenho um carinho muito grande por este livro, que praticamente me lançou no mundo dos clássicos definitivos.
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Samantha @degraudeletras 21/11/2014

JOYCE, James. Dublinenses. 1 ed. Porto Alegre: L&PM, 2012.
Travei. Me senti indecorosa por não ter me sentido satisfeita nos primeiros contos do livro. Como pode não gostar de James Joyce, o mesmo de O Retrato do Artista Quando Jovem que eu tanto amei na época... Como? O problema só podia estar comigo... Mas não, eu procurei chifre em cabeça de cavalo, esperei a dificuldade onde só havia distração e reflexão passiva. Me aliviei depois de uns contos, mas ainda com aquela sensação de estar deixando a compreensão passar por entre os meus dedos. Bom, o livro chegou ao fim e eu prefiro acreditar que Dublinenses é descontraído mesmo, sem muitas metáforas, sem tentar procurar entrelinhas.

Dublinenses é o segundo livro que eu leio do aclamado escritor irlandês James Joyce, sim aquele do mítico Ulisses (que eu ainda não li, mas almejo incessantemente). Ainda não sei explicar se o livro me agradou ou não, mas com certeza não foi melhor do que O Retrato.

Este livro traz contos que têm como cerne pequenas cenas da vida de pessoas comuns que moram em Dublim (por isso do título). As estórias são narradas em terceira e em primeira pessoas e os protagonistas são os mais diversificados, desde o político ao boêmio que torra todo seu dinheiro com bebida mesmo sabendo que vai se arrepender no outro dia. Com isso podemos notar o dom de Joyce em criar personagens e situações bem peculiares, em nenhum momento as personalidades se repetem ou se parecem. O cenário sim, há uma interseção no que diz repeito a ruas e estabelecimentos que aparecem mais de uma vez nos contos, como a casa de porta marrom, por exemplo. Claro que como um apaixonado por Dublim Joyce não podia de mostrar um pouco mais sobre os pub's, igrejas e sobre o "renascimento" irlandês.

A estrutura dos contos foi que me atordoou durante a leitura, o início bem traçado e bem fomentado de informações dá uma base sólida à estória que segue, mas ao chegar no final ela de perde, se esvai... As peripécias são encerradas de forma abrupta, onde o leitor espera por mais, pela continuação, pelo verdadeiro final... Mas ele não vem. Cheguei a pensar que esses finais em aberto podem representar uma semelhança à vida real, afinal de contas nunca uma estória termina de verdade, os personagens, pessoas comuns, tocam a vida depois daquilo. Mas até eu chegar nessa lógica foi muita cara feia, em.

Esse livro do James Joyce foi penoso para ser publicado pela primeira vez, principalmente por causa desse teor de verossimilhança, não fazia sucesso na época. Depois de anos tentando, finalmente Dublinenses conseguiu ser publicado, mas pelo visto continua causando estranheza (pelo menos em mim).


site: http://www.wordinmybag.com.br/
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Bruno 23/03/2014

Um daqueles casos em que eu me pegava pensando que este livro seria razoavelmente bom e acabei me surpreendendo. Peguei a edição de bolso que tenho aqui em casa, de 190 páginas, bem fina e que de fato cabe no bolso, para ler nas manhãs de um metrô lotado. Sendo um livro de contos, não muito longos e nem cansativos, julguei que fosse a minha companhia perfeita para estas manhãs na lata de sardinha urbana.

Só não esperava o quanto eu acabaria gostando do livro. Dublinenses de James Joyce é, basicamente, um punhado de contos – quinze, para ser mais exato – a respeito de naturais e moradores de Dublin, vivendo as suas vidas, sofrendo os seus dilemas, arrependendo-se de atos que deveriam e sendo pessoas de verdade. Há uma espécie de ciclo de vida dos dublinenses retratado no livro. Os primeiros contos são sobre a infância, do ponto de vista de crianças. Depois, os próximos vão para a adolescência, abordando alguns dilemas juvenis (fugir com o amor, a farra de garotos promissores). Após isso, os adultos e seus problemas (desilusão conjugal, dívidas), e por fim a idade avançada. O último conto e o mais longo, nomeado Os mortos, fecha a coleção com um conto sobre a morte, o que acaba até fechando poeticamente os temas do livro (haja visto que o primeiro conto, narrado do ponto de vista de uma criança, é sobre, também, a morte de uma figura quase paterna).

Não minto – nunca fui grande fã de contos. Sempre encontrei a minha felicidade nos romances, nas narrativas que me vencem por pontos, e não pelo nocaute. Sendo assim, até não consigo apontar exatamente o que exatamente neste livro me encantou como me fez. Não sei se foi a narrativa, as palavras bonitas. Talvez tenha sido o vigor – apesar de narrar vidas completamente banais, os contos nenhuma vez me cansaram ou me encheram de enfado. Joyce consegue dar às vidas comuns um tom de beleza, nos detalhes, nos pequenos atos, nos pensamentos e na dinâmica que permeia a cidade de Dublin, sua tão amada capital da Irlanda. Os caros dublinenses são algo pitoresco, mas com uma sensação de real que não me abandonou durante nenhum dos contos. Fiquei feliz, satisfeito, leve, também triste ou pesado dependendo das temáticas.

Mas no final, acabei me encantando com cada conto, com cada olhar da realidade daquelas pessoas. Só estou vendo um pequeno trecho de suas vidas, um pequeno olhar dentro de suas cabeças e de suas almas, mas isso já basta para que eu possa extrapolar. Fica aquela sensação de conhecimento, de que estarei vendo um recorte de algo maior – assim como, ao olhar uma fotografia, eu imagino o cenário sangrado, o que se passou, e os momentos que vieram antes e levaram àquela fotografia, e o que possivelmente virá depois. Talvez seja este um detalhe que me encantará para os contos (e calhou de eu estar lendo The King in Yellow ao mesmo tempo, também de contos, e ter uma sensação similar). De fato, talvez seja esta o apelo: um breve olhar sobre suas particularidades, e a extrapolação que fazemos, inconscientemente, do que ainda está para acontecer – e de tudo o que já aconteceu.

Não conheço Dublin; meu conhecimento a respeito da cidade, antes do livro, se valia de uma foto que uma amiga minha postou na internet, quando estava viajando pela Europa. Mas lembro de ter lido em algum lugar que, se falando de Dublin, consegue-se falar de todas as grandes cidades. Não sei o quão simbólica foi a intenção do autor da proposição (um falar “espiritual”, eu acho?), mas não foi difícil para eu, na minha realidade que provavelmente é bastante diferente da Irlanda do começo do século passado, imergir na mente e na alma dos personagens de cada conto. Acho que aí está um pouquinho de mágica.

Foi uma experiência bem difícil de quando li, no ano passado, Retrato do artista quando jovem. Dublinenses foi, para começo de conversa, uma leitura bem mais fácil. Mas em Retrato Joyce já está mostrando as características literárias que lhe fariam famoso não muito tempo depois com a sua obra mais aclamada. Tenho a intenção de reler Retrato, ver se consigo absorver um pouco mais, ver se finalmente estou pronto para imergir naquele livro.

Ulisses, por outro lado… esse pode esperar mais um pouco.

site: http://adlectorem.wordpress.com/2014/03/23/dublinenses/
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Larissa.Goya 20/02/2014

Esperava uma escrita diferente, mas também gostei do que encontrei, histórias bastante intimistas, subjetivas e com finais sutis, uma narrativa delicada. Confesso que gostei de poucos contos (Um Encontro, Eveline, A Casa de Pensão, Uma Pequena Nuvem*, Partes Complementares e Um Caso Doloroso), mas só essas já valem o livro todo, conforme lemos, é possível sentir a nostalgia das palavras e de alguma forma é como se fôssemos transportados para a Dublin da época.
* = melhor conto, em minha opinião.
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Victor 27/11/2013

Quem sou eu pra resenhar algo escrito por J. Joyce?, me pergunto, mas encaro o desafio e tento me restringir a poucas linhas para falar de Dublinenses.
Nunca havia lido nada dele e de cara senti congruência com os contos de Hemingway onde o mais importante nunca é o desfecho ou a busca por uma forte moral, mas o miolo, o desenvolvimento do enredo. As histórias começam de forma similar: nos sentimos cegos, tateando em busca de mais informações sobre o personagem, sobre seu "background", sobre o cenário e então é como se Joyce viesse andando em nossa direção, livro em mãos, lendo descrições e acendendo lâmpadas pelo estúdio, tudo vai ficando mais claro e conseguimos vislumbrar o plano completo. A cena desabrocha em segundos.
Tenho pouco conhecimento da vida em Dublin, da Irlanda em geral, e talvez por esta distância não tenha conseguido me identificar o suficiente para gerar empatia com nenhum dos contos - talvez apenas com 2, não mais que 3. A grande vantagem é ter mais um grande escritor "ticado" em minha lista de "must read" e as lições de observação e criação de argumentos que ficam.
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