Mia Fernandes 03/05/2020
“Ele arriscaria a própria honra? Ousaria agarrar a felicidade?”
Honra é a palavra chefe que marca todas as decisões feitas pelos personagens deste romance histórico. Mas, será que a honra e o dever serão suficientes para deixar escapar o amor e a felicidade?
“Ele arriscaria a própria honra? Ousaria agarrar a felicidade?”
O Coronel Lorde Aidan Bedwyn tem uma sólida carreira militar, com aspiração a conquistar o título de general. Há dois anos, ele teve a vida salvo pelo capitão Percival Morris. Agora, quando finalmente a guerra acabou e se livraram de Napoleão, Aidan se vê diante do corpo quase desfalecido de Percy, que em seus minutos finais de vida, pede ao seu superior que dê pessoalmente a notícia do seu falecimento a sua irmã e que a proteja “custe o que custar”. Sendo um homem de palavra e devendo a vida a Percival, Aidan se descola até o Solar Ringwood para transmitir os seus pêsames a Srta. Morris. Entretanto, ele não esperava encontrar uma propriedade tão bem cuidada e próspera, comandada por uma administradora tão independente como é a Srta Morris.
Quem também fica surpresa com a situação é a Srta Morris, que estava esperando ansiosamente pela volta do seu querido irmão e não pela catastrófica notícia de seu falecimento trazida pelo coronel.
“Por muito tempo, Eve se orgulhara de sua capacidade de resolver tudo sozinha, de não depender de ninguém.”
Eve Morris fora criada pelo seu pai como uma dama, mesmo que ela sendo filha de um mineiro de carvão do País de Gales. Mas, isso não a impediu tomar as suas próprias decisões. Diferente, de seu pai e seu irmão que almejam status social, Eve gosta de sua vida pacata no Solar. O que irrita absurdamente seu pai, que mesmo depois da morte, insistira que ela deveria casar com uma pessoa de nível. E isso poderia ser mudado quando Percy finalmente voltasse da guerra. Quando uma visita inesperada, de um oficial do exército é anunciada, Eve acredita que finalmente seu querido irmão está de volta. Só que a vida vem e lhe dá um tapa: o coronel aparece com todo a sua postura séria e carrancuda lhe informando sobre a morte de seu irmão e se colocando a seu dispor, a lhe ajudar em qualquer coisa, pois deu a palavra a ele.
“Você é a pessoa menos egoísta que conheço e está fazendo isso por todos, exceto por si mesma.”
Eve é tão turrona quanto Aidan no quesito teimosia, e não aceita sua ajuda. E quando tudo parece que vai ficar assim, Aidan descobre sobre a situação de Eve: que ela está a vias de perder sua fazenda e todas as pessoas na qual ela ajuda, juntamente com ela, estarão no olho da rua. Já que o seu pai, fez um testamento no qual ela deveria casar até o aniversário de primeiro ano do seu falecimento. Caso isso não acontecesse, ela teria toda a sua herança transferida para o seu odioso primo, Cecil Morris. Coronel Aidan com toda a sua honra e dívida a Percy, propõe a Eve um casamento de conveniência para que assim ela não irá perder sua herança e ainda manteria todos os seus “desajustados” e “marginais” juntos e felizes. E ele manteria a sua palavra. O trato seria que eles só ficariam juntos até a cerimônia e depois cada um para o seu lado.
“Só resta uma pergunta... na verdade, duas. A senhora sente alguma gratidão pelo seu marido, mesmo ele não tendo exigido isso? E tem a coragem necessária?”
Só que Aidan, não contava com a interferência do Duque de Bewcastle, seu irmão mais velho, que descobre sobre o seu casamento e convoca uma audiência de apresentação para a rainha. O que era para ser um casamento de fachada passa de quatro dias para algumas semanas a mais, nas quais Eve e Aidan começam a se conhecer e ver que o trato não é tão fácil. Mas, será que esta convivência imposta, fará com que Eve veja que além daquela máscara de indiferença e sisudez de Aidan Bewdyn existe um homem bom? E Aidan será vai deixar sempre que a honra e o dever roube a sua felicidade?
“Estaria ele tão concentrado na honra a ponto de ignorar o que talvez estivesse bem diante do seu rosto?”
Ligeiramente Casados foi infelizmente um dos mais fracos romances históricos que já li. E como eu tinha pretensões com ele. Faltou química entre os personagens, tanto o casal protagonista quanto os secundaristas. Eve mesmo sendo independente e altruísta com todos os seus necessitados não conseguiu me convencer na questão dos seus sentimentos. E Aidan Bewdyn por ser tão sério, fechadão e antipático não fez com que eu comprasse toda a sua honra e entendesse s seus sentimentos. Faltou até sintonia na consumação da núpcia deles. Os demais moradores de Ringwood até que eram interessantes. Mas, o núcleo Bewdyn, que são a prole responsável pela série como é superficial. Nada contra a nobreza, mas esses aristocratas estão mais para acessórios descartados da Rainha. O que me despertaram certa fagulha de curiosidade foi o tal Duque de Bewcastle (quero quebrar a sua armadura de gelo) e Alleyne Bewdyn pela sua alma alegre e sarcástica.
Apesar de o primeiro volume ter sido fraco, vou continuar a acompanhar esta família de nobres e esperar por escândalos mais suculentos de arrepiar a peruca !
xoxo
mia fernandes.