A lição de anatomia do temível Dr. Louison

A lição de anatomia do temível Dr. Louison Enéias Tavares




Resenhas - A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison


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Gabriela 03/11/2014

RESENHANDO: A LIÇÃO DE ANATOMIA DO TEMÍVEL DR. LOUISON
Essa resenha também está disponível no blog: www.oultimojuro.com e em vídeo no youtube.com/oultimojuro
:)
NOTA: 5/5

PONTOS FORTES: Bom, por onde começar? Rs. Gostei tanto desse livro, que fico até confusa... Acho que posso destacar aqui, esse universo maravilhoso que Enéias Tavares nos apresentou. Esse ar retro que o livro tem é o que dá todo o toque especial, trás aquela sensação de um mundo elegante, de pessoas finas, intelectualizadas, aquele sofisticado antigo que não temos mais, sabe? Adorei isso! Ao mesmo tempo em que o universo é criado ele está entre nós, porque se passa no Brasil, com cenários já conhecidos, então trás uma naturalidade que deixa o livro familiar, o que também é muito bom.
Os personagens são um show a parte. Adorei a ideia de trazer nomes já conhecidos da nossa literatura e transforma-los em heróis dessa história convivendo juntos e em amizade (ou não, rs). Achei que esse desenvolvimento de personalidades para caber nessa história foi demais.

PONTOS FRACOS: Eu ando em uma fase bem feliz das minhas escolhas, e esse livro, como os últimos que li, não posso levantar nada que tenha me incomodado, quebrado minha leitura ou me desanimado.

O QUE MAIS GOSTEI: Bomm, o que eu mais gostei no livro foi: o formato da narrativa! A história é contada sob diversos pontos de vista e por troca de cartas e mensagens. Achei isso demais e deixa a leitura muito fluida! Você vai interagindo com a conversa daqueles personagens, formando a linha dos acontecimentos na sua cabeça e nem vê as páginas passarem. Adorei isso!
Gostei demais também do formato de escrita que Enéias usa. O livro é todo escrito com a grafia da época, o que na minha opinião, ajuda muito a trazer aquele clima que falei ali em cima. Achei essa ideia boa demais e que casou perfeitamente com a pegada da história.
Último ponto que não poderia deixar de falar: adorei o sarcasmo fino que toma conta de todo o livro, aquela coisa que você lê sorrindo, sabe? Achei uma sacada muito inteligente da história e que faz toda a diferença para trama do Dr. Louison e o desenvolvimento da história.

O QUE MAIS: Bom, acho que todos mundo percebeu que amei a história, né? Rsrs. Foi minha primeira leitura no estilo steampunk e amei! Quero muito me jogar e ler mais coisas desse universo, inclusive aceito sugestões!
A edição do livro está linda demais! O pessoal da Fantasy caprichou e fez uma edição à altura da história, recomendo fortemente pelo conjunto total da obra!


site: https://www.youtube.com/user/oultimojuro
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heitor 12/01/2021

Um livro difícil de digerir
Seja pela falta de linearidade, pelo eruditismo em excesso (proposta do livro justamente era essa), escrita prolixa e contemplativa ou pelas inúmeras cenas gráficas, o livro é um prato apetitoso, denso e difícil de digerir.

Com uma história bem amarrada, vislumbrada através de diversos personagens em formato de entrevistas, diários ou gravações de fita (transcritas, claro) o mistério por trás das lições do Dr. Louison, perpassa por um Brasil SteamPunk, onde a tecnologia encontra a antiguidade, pintando o cenário de Porto Alegre, com fumaças, zepelins e robôs, evocando um turbilhão de sentimentos e sensações aos leitores que embarcam nessa aventura (definitivamente não recomendada para estômagos fracos).

Recheada de misticismo e crueldade, essa investigação jornalística/policial permeia o que há de pior do ser humano, encontrando a beleza exatamente onde o justo e o certo se diluem, mostrando a real natureza de cada personagem, vasculhando o lado cinzento de cada um deles, nos deliciando com diálogos incríveis e situações grotescas, tudo ao toque do mais vulgar e pecaminoso amor.

Com várias referências psicologia e a livros brasileiros, cujo até os próprios personagens saíram das páginas de autores como Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Lima Barreto e tantos outros, o livro se desenrola lento e por vezes enfadonho, com uma escrita complicada, forçando o leitor a redobrar a atenção, mas entregando um mistério estonteante como recompensa e um final glorioso, onde o sobrenatural e o real se juntam para da luz (e escuridão) a essas 320 páginas.

De certo, Enéias Tavares é, sem sombra de dúvidas, um escritor brasileiro excelente, trazendo o que há de melhor na nossa cultura para a realidade SCI-FI! Com certeza vou retornar a ler suas obras, ainda que com resguardo por sua escrita ser penosa, mas ciente das maravilhas que ela irá trazer!
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Ana P. Maia 24/09/2015

A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison - The Queen's Castle
"Era um escravo dos sentidos, das impressões múltiplas, sombrias e discordantes, em tudo fascinantes. Havia naquele antro um brado de ar de sonho que me inspirava vastos sentimentos."

Confesso, sem rodeios que tive imensa dificuldade nessa crítica. São tantos detalhes minuciosos e reveladores que me policiei a cada frase. A vontade é dissecar cada órgão do livro, como fez o caro Dr. Loiuson com as suas vítimas... Mas como não posso tirar esse prazer de vós, me atentarei a cada uma de minhas humildes palavras.
Por si só, Porto Alegre dos Amantes é um deleite para a imaginação, e o autor presenteia os leitores com informações interessantes dos seres robóticos, de paisagens steampunks com as quais não estamos muito habituados. O livro em si é uma verdadeira “lição”.
Os personagens apresentados são intensamente humanos, qualidades e defeitos se contrapõem, demonstrando até que ponto as emoções e sentimentos são capazes de moldar atitudes mais ou menos drásticas e por que não me aprofundar nos mesmos? Porque qualquer brecha pode revelar um segredo, e eu desejo imenso que sejas vós a descobri-los! Lorde Enéias ainda inclui nessa miscelânea de temas e imagens, casos típicos de preconceito que estamos habituados a presenciar.

"(...) Ao escutar a mensagem “etnia desconhecida”, questionei-me sobre o absurdo daquela frase num país como o Brasil."

Afirmo, veementemente, que o maior trunfo desse grande livro é o amor. Por incrível que possa lhe parecer até os derradeiros momentos, o que movimenta as engrenagens além de sangue e vingança é o mais profundo amor.
Um ponto que gostaria de trazer à luz, é a criatividade de Lorde Enéias, nas últimas partes do livro, fui surpreendida com minha respiração pesada e a dificuldade de regularizar os batimentos cardíacos. E não consegui por algum tempo, o livro já estava fechado há muito e as imagens ainda povoavam minha mente. Custei a dormir...
Para surpreender ainda mais, além do livro ser repleto de referências que homenageiam grandes nomes da literatura brasileira, sem dúvidas, a obra de Lorde Enéias, é um dos livros mais bonitos que já vi. Capa e contracapa impecáveis, páginas amareladas e um cuidado na revisão invejáveis. A linguagem clássica e rebuscada oferece uma chance diferente de leitura e admito: muito charmosa. Mas previno que para os menos pacientes, esse detalhe pode dificultar o andamento da leitura. Por fim, a alternância de narradores, a presença de cartas ao invés de capítulos padronizados, as gravações e demais adendos enriquecem e tornam a obra bem diferente.
Não menos importante, digo que retirar o sorriso de escárnio da face de certos seres vis pode ser imensamente agradável, descobrir a verdadeira natureza que transforma humanos em demônios é simplesmente adorável.

"Dante reencontra Beatriz, o velho poema recomeça."

site: http://booksandcrowns.blogspot.com.br/2015/09/a-licao-de-anatomia-do-temivel-dr.html
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ClAudia 03/01/2019

Suspense na medida certa
Através de cartas de diversos personagens, nos apresentam o Dr Louison, o temível monstro, “Estripador da Perdição”, capaz das mais horríveis atrocidades. Mas a cada nova carta percebemos que, apesar da crueldade de seus atos, talvez os vilões sejam outros...
Passa-se numa Porto Alegre pós abolicionista, em meados das décadas de 1900, misturando a estética Steampunk com personagens clássicos da literatura brasileira. A história começa levemente maçante, com muita descrição, principalmente quando o jornalista Isaías Caminha é o narrador. Mas conforme avançava na leitura fiquei totalmente presa. Queria descobrir por que Dr Louison, um homem aparentemente tão distinto, foi capaz de atos indizíveis de maldade. 🕰Os personagens são cativantes, repletos da diversidade do povo brasileiro. Achei ainda mais rico que o autor homenageou algumas obras famosas da literatura brasileira, utilizando nomes como Rita Baiana, Pombinha e Léonie, do livro de Aluízio Azevedo, “O cortiço”. Tem muitas passagens difíceis de ler, por serem brutais e explícitas. Tem também um personagem horrível que carrega preconceitos e vilezas que enxergamos ainda hoje em figuras de poder. As reflexões sobre justiça, amor, ciência e outros assuntos são muito interessantes.
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4 estrelas| Recomendo demais. Não vejo a hora de continuar lendo a série e conhecer mais sobre cada personagem.

site: https://www.instagram.com/p/Brk2J_3gkiO/
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Paulo 06/10/2018

Como alguém que vem buscado divulgar literatura fantástica nacional admito que alguns autores me intimidam. Me intimidam pela importância que eles tem para o mercado de produção de literatura fantástica, pela qualidade de escrita, pelo status que eles adquiriram com os fãs. Digo isso em relação ao Afonso Solano, ao Eduardo Spohr e ao Eneias Tavares. São pessoas fantásticas, de uma simplicidade imensa e, ao mesmo tempo, de uma qualidade inegável na arte da pena. Por isso eu esperei tanto tempo antes de criar coragem para me debruçar sobre o material deles. Porque eu queria fazer uma leitura com absoluto cuidado para não deixar escapar quaisquer detalhes.

Eneias dá uma aula de escrita criativa em A Lição de Anatomia. Uma coisa que eu tenho como característica é o hábito de tentar me acostumar com um tipo de escrita. Depois que eu me acostumo, a leitura flui de forma mais rápida. Mas, ele não me deu uma chance em nenhum momento de me acostumar. Quando eu conseguia pegar o jeito da escrita dele, entrava outra parte que mudava completamente o estilo, me obrigando a rever a forma como eu encarava a narrativa. Parece algo ruim, mas eu encarei como um desafio. E adorei o que eu vi. Para mim, o autor é um alquimista da escrita: alguém capaz de transformar qualquer estilo narrativo em algo especial. Temos um diário, um romance epistolar, uma sequência de inquéritos, uma entrevista. Esta versatilidade acaba auxiliando no resultado final.

A narrativa segue na linha de primeira pessoa quando o estilo de escrita se enquadra neste padrão. Por exemplo, na primeira parte, narrada por Isaías Caminha ele é mais descritivo já que ele age como os nossos olhos. Porém, nos inquéritos policiais temos uma narrativa mais seca por se tratar de um tipo de relatório. A escrita empregada pelo autor é muito bem localizada. Faz total sentido com aquele momento romântico usado como base para compor o cenário. Dá para sentir aquela aura novecentista típica de romances como O Cortiço ou O Alienista. Eu fiquei impressionado em como o autor conseguiu até ambientar a sua escrita. Não é algo simples de ser feito; necessita de um profundo conhecimento sobre as estruturas empregadas pelos autores para construir frases, que palavras usar e em que situações encadeá-las. Mesmo quando ocorre uma mudança no estilo de escrita, esta se adapta ao tipo de personagem que a está usando. Por exemplo: se Isaías Caminha é mais jornalístico, Rita Baiana é mais informal e emotiva enquanto que mais à frente temos uma escrita mais floreada. Isso dá a cada personagem uma característica própria que interfere em como ele fala.

A ambientação é um dos pontos altos do livro. Empregando a estética steampunk, Eneias nos apresenta a Porto dos Amantes, uma versão diferente da nossa Porto Alegre. Mesclando tecnologias como robôs (que substituíram os escravos que acabaram de se tornar livres), com carruagens e lâmpadas a óleo, o autor é tão sutil em suas descrições que os elementos dissonantes steampunks parecem harmônicos. Quase como se sempre estivessem ali desde o começo. Porto dos Amantes exala personalidade e os elementos que a compõem são colocados pouco a pouco: a Casa dos Prazeres, a ilha, a mansão de Louison. Essa construção sistemática ajuda também no desenrolar da história porque o leitor vai se familiarizando com o cenário.

A história é apresentada a partir de diversos pontos de vista distintos: Isaías Caminha, Simão Bacamarte, os inquéritos policiais, as cartas trocadas entre as mulheres da Casa dos Prazeres entre outros. O leitor vai juntando as peças do quebra-cabeças, montando as personalidades de cada um dos personagens. Conhecendo estes ângulos distintos, as coisas vão ficando mais claras e os plots vão sendo resolvidos um a um. Ao final, o autor consegue lidar com todas as pontas, deixando apenas alguns ganchos que podem ser aproveitados futuramente. Outro ponto interessante é que ele vai citando diversos acontecimentos do passado dos membros do Parthenon Místico que nos deixa curiosos sobre suas aventuras.

Há muita riqueza nos personagens e em suas atitudes. A temática principal da narrativa é uma jornada de vingança. Mesmo uma pessoa lógica e racional pode ser vítima de suas emoções. Por mais que sejamos capazes de buscar racionalizar nossas ações, quando se trata de alguém que amamos, perdemos a razão e passamos a enxergar em tons de vermelho. Isso pode mudar a atitude de um homem. E quando cedemos a esse instinto primitivo e matamos alguém, avançamos a outro estágio absoluto de percepção sobre a natureza do mundo e das pessoas. Por mais justificáveis que sejam as ações cometidas, infelizmente, os fins não justificam os meios. O que levou à tragédia fez com que o personagem só fosse capaz de pensar na gravidade do que foi feito muito tempo depois. E não percebemos nele um arrependimento; sua justiça foi direta e fatal.

Outro personagem de grande destaque é Simão Bacamarte. Eneias conseguiu criar um personagem realmente repulsivo. Ele tem aquela personalidade do cientista preconceituoso do século XIX. Alguém que prega o evolucionismo social e é responsável por um manicômio. Suas formas de tratamento são completamente questionáveis e as elites dirigentes fecham o olho às suas ações reprováveis. Cada página do diário de Bacamarte transborda loucura e racionalismo ao mesmo tempo, demonstrando a personalidade conturbada e contraditória do personagem.

Todo o ar decadentista criado por Eneias está presente na própria maneira como os personagens entendem o mundo ao seu redor. O melhor exemplo disso é Rita Baiana que busca no prazer e na música a ambrosia capaz de curar suas dores. Ela sente falta de sua senhorinha e escreve cartas cada vez mais repletas de solidão e dor. O mundo criado pelo autor não é para os fracos; estes são testados diariamente em suas certezas e convicções. O mundo está mudando e estas não parecem estar acontecendo para uma mulher. Os valores são questionados pelos personagens como a substituição de escravos por autômatos. E o que acontece aos escravos libertos? Como será sua vida?

Enfim, o autor consegue nos surpreender positivamente com uma escrita deliciosa, empregando personagens da literatura brasileira com originalidade. Nenhum deles parece ter sido forçosamente utilizado; todos tem uma razão de ser e de estar. Para um livro de estreia, é um trabalho de competência ímpar que só fez crescer o meu apreço pelo que o Eneias faz pela literatura fantástica nacional. Só tenho a fazer recomendações efusivas para que todos leiam este trabalho. Não percam tempo!!! Sejam encantados por esta escrita sensacional.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Vinicius 18/06/2015

Livros nacionais que valem a pena!
Para mais informações, veja no blog Quatro Sentidos! (quatrosentidos.com.br)

A primeira parte do livro demora um pouco para se desenrolar, devido ao modo de escrita de Isaías Caminha, o personagem principal na primeira parte da história. O jornalista, que acaba de chegar à cidade, descreve todos os detalhes que vê à sua frente, mas isso não faz com que o livro perca o seu brilho, principalmente a partir do segundo grupo de capítulos, onde a história se desenrola com fluidez e belas reflexões.

No ano de 1911, Isaías é incumbido de cobrir a prisão do temível assassino Antoine Louison, que assassinara a sangue frio e desenhara diversos órgãos e partes do corpo de suas vítimas. Capturado pelo detetive Pedro Britto, Louison é mandado para o Hospício São Pedro para Lunáticos Incontroláveis e Histéricas Perigosas, sob a supervisão do macabro alienista Simão Bacamarte.


O livro é dividido em 9 partes, incluindo prólogo e epílogo, cada uma contada por um ponto de vista e por pessoas diferentes.

As personagens são marcantes e bem caricatas, você sente tudo o que aquela pessoa é pelos noitários apresentados e gravações narrativas, pelo fato do livro ser escrito todo em primeira pessoa por meio de cartas e diários noturnos. Minhas personagens favoritas são Simão Bacamarte, por ser um horrível e asqueroso verme, Rita Baiana, por toda a sensualidade e franqueza e Beatriz de Almeida e Souza pela sua história de vida.
Com enredo bem desenvolvido, a história se desenrola muito bem, fazendo com que o leitor se surpreenda e fique curioso com os ocorridos, como por exemplo a fuga do Doutor do hospício. Além disso as referências a outras obras renomadas, principalmente os clássicos da literatura brasileira, enriquecem e dão asas ao leitor.

Com trejeitos e escrita rebuscada, máquinas a vapor e engrenagens fervilhando, este livro é uma boa pedida para quem quer entrar no mundo do Steampunk, este foi meu primeiro contato literário com essa tribo e digo que fiquei bastante satisfeito. Não deixem de ler :)

site: http://www.quatrosentidos.com.br/
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Fred 05/07/2015

Optarás pelo correto ou pelo justo? - Banqueteiem-se com essa obra de arte.
"Optarás pelo correto ou pelo justo?"
Tenho aqui em mãos uma obra maravilhosa da nossa contemporaneidade. Uma obra literária de Enéias Tavares, que reúne uma história fantástica com uma discussão moral e filosófica de abalar qualquer crença ou qualquer certeza.
Não estou recomendando a leitura desse livro para destituir ninguem de suas crenças, mas para que adicionem pontos à sua própria filosofia interna, para que repensem a ordem da nossa sociedade. Recomendo também, que leiam esse livro apenas aqueles que entendem o que é liberdade artística e de expressão, entenda que palavras bonitas não ditam a verdade e que tenham incutidos a ferro e fogo em suas mentes suas crenças mais íntimas, porque aos fracos de ideal, palavras belas e pensamentos lógicos induzem a opiniões alheias, sendo que o mais belo e importante da opinião, é que ela é pessoal.
Enfim, leiam a obra os que gostam de arte, os que gostam de filosofia, os que gostam de histórias de fantasia e os que admiram a literatura brasileira, esses últimos terão a mais doce surpresa que se pode ter ao ler um livro.
Explico: o enredo conta com personagens variados que não nasceram apenas do intelecto altamente criativo de Enéias, mas do empoeirado, mas nunca antiquado, baú da literatura clássica brasileira. São personagens de obras como O Cortiço, Ateneu, O Alienista e quantas mais puder se lembrar. Aos amantes de uma boa fantasia haverá um presente singular e raro nos dias atuais, um universo Steampunk (retrofuturista) brasileiro bem feito. Aos filósofos e sociólogos da nossa sociedade, acompanhem uma progressão criativa que trás as principais discussões do campo moderno sobre a sociedade e a moral humana. Por fim, aos artistas, Enéias Tavares revive a grafia antiga e os moldes da literatura clássica, mas sem perder o dinamismo dos autores modernos que prendem as mentes dos jovens leitores com enredos criativos e elaborados.
Este livro já é uma inovação no universo da literatura fantástica brasileira, que cresce cada vez mais com os novos autores.
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Coruja 09/06/2016

A primeira coisa que gostaria de dizer sobre esse livro é que volume gostoso de ler! Foi uma surpresa muito agradável e agradeço a oportunidade que a CCPX 2015 me deu de conhecer o autor e a obra. Eu talvez não tivesse ido atrás do livro se não me visse presa da curiosidade ao ver o grupo vestido de trajes steampunk.

Steampunk, claro, porque a história, que se passa na Porto Alegre do início do século XX, repleta de robôs e dirigíveis, relaciona a abolição da escravatura com a revolução das máquinas, sendo contada em forma epistolar, através de diários e cartas. Nesse aspecto, lembrou-me muito o formato narrativo de Drácula, embora com muitas pitadas de Jack, o estripador no lugar de vampiros romenos.

Embora seja uma história de suspense, repleta de ocultismo, teorias da conspiração, e cenas de crimes de revoltar o estômago, há um humor autodepreciativo que contrabalança seu peso, humor esse que já se inicia do índice e no dramatis personae, brincando com o leitor ao assumir um tom bastante teatral.

Essa escolha também perpassa pela forma como se usa a linguagem, numa encarnação mais antiga do português tradicional, a um tempo ironizando a nova gramática e tornando mais crível os documentos que vão nos sendo apresentados - afinal, se a história se passa num determinado tempo, é justo que se use a linguagem da época.

O autor fez ainda um excelente uso da intertextualidade, com personagens saídos diretamente das páginas de clássicos da nossa literatura. Considero o quanto gosto de descobrir pistas e referências nos livros que leio, nem preciso dizer o quanto me diverti em fazer as ligações entre os personagens e suas obras originais.

A história fecha bem e poderia se conter num único volume, mas dá margem também a continuações - especialmente porque há muitos mistérios no ar, especialmente sobre o passado dos ‘mocinhos’.

A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison é um livro que me surpreendeu positivamente, divertido e inteligente, resultado, sem dúvida, de uma boa pesquisa história. Quero mais.

Antes que me esqueça, recomendo a visita ao site dedicado à obra, o Brasiliana Steampunk, repleto de material extra.


site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2016/06/para-ler-licao-de-anatomia-do-temivel.html
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Rafael 04/08/2015

Diferente e envolvente
A história é muito bem contada, bem diferente de tudo que já li é muito envolvente. O livro se desenrola através de uma "coletânea" de cartas, gravações, trechos de diários e etc. de autoria dos próprios personagens. Como ele apresenta o ponto de vista de muitos personagens, eu só ficava ainda mais curioso para saber o que iria acontecer. A maioria dos personagens são "emprestados" de clássicos da literatura, mas isso não atrapalha quem não os leu, eu mesmo não li nenhum deles. Parabéns ao escritor e à Fantasy por dar espaço para livros de fantasia.
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Betinha 14/08/2015

Gostei!

Nunca tinha lido algo do gênero Steampunk e me surpreendi por gostar mais do que eu esperava. A narrativa do livro é bem diferente, até mesmo no que se refere à grafia das palavras. No inicío isso me causou um estranhamento, mas percebi que me ajudou a imergir melhor na narrativa e na época na qual a história se passa.

Gostei do livro, mas acho que o final poderia ter sido melhor desenvolvido, de qualquer forma é um livro bom e a leitura foi agradável. Recomendo!
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bruno.rauber 25/02/2018

Eu não consigo pensar em nada além de uma enorme descrença que a leitura desse livro me proporcionou. É quase impossível de acreditar que A Lição De Anatomia Do Temível Doutor Louison é o romance de estréia do Enéias Tavares, dada a qualidade da obra. A facilidade com a qual o Enéias transita entre diferentes vozes narrativas, a forma que os eventos se desenrolam fora da ordem cronológica (que chegou a me lembrar dos roteiros do Tarantino) e, principalmente, a habilidade usada para transformar em uma excelente história de suspense o que poderia ter sido um mero romance policial sem alma (coisa que os leitores do gênero se deparam com triste facilidade). Recém minha segunda incursão no steampunk , mas não teria como ser melhor.
E que venham os outro volumes da Brasiliana Steampunk!
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Portal Caneca 28/01/2015

Já imaginou uma Porto Alegre (Rio Grande do Sul) repleta de assassinos, investigações, zepelins e robôs mecânicos? Agora você pode conhecer esse universo em Brasiliana Steampunk.

Essa é uma história em um Brasil retrofuturista, onde um perigoso assassino chamado Dr. Antoine Louison é aprisionado no asilo São Pedro para Psicóticos e Histéricas, após ter exposto os órgãos de suas vítimas. O jornalista Isaías Caminha vai lá para a cidade de Porto Alegre, procurando cobrir o assunto. Porém, quando o criminoso está prestes a receber sua execução, ele escapa e Isaías se encontra em meio ao mistério do desaparecimento. “A Lição de Anatomia” carrega seu tema de investigação de forma incomum: com certeza você vai acabar se surpreendendo com as reviravoltas.

Para quem não sabe, o gênero steampunk envolve uma época em que a tecnologia chega mais cedo historicamente, mais ou menos entre 1800 e 1900. E esse livro cobre muito bem a época e ainda te faz sentir que está entre esse universo. Além de ter transcrições de cartas e outras características fortes do gênero, a escrita do autor Enéias Tavares é muito bem planejada. É perceptível a pesquisa que ele se preocupou a fazer para criar “Lição de Anatomia”. Logo no início ele avisa que algumas palavras não foram atualizadas para a ortografia portuguesa atual, fazendo com que o leitor passe os olhos por vocábulos como “photografia” e “Guayba”, que trazem aquela atmosfera da época e não atrapalham o entendimento, visto que a fonologia continua a mesma. Como se isso já não bastasse, personagens já conhecidos como o próprio Isaías Caminha (de “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, 1909) e Rita Baiana (de “O Cortiço”, por de Aluízo de Azevedo, 1890) completam com chave de ouro ao aparecerem ao lado de personagens criados por Enéias.

Conforme o autor Enéias Tavares disse em uma entrevista que nós do Portal Caneca fizemos a ele (confira clicando aqui), esse deve ser o primeiro livro de uma série de 5 no total, sendo a coleção chamada Brasiliana Steampunk. O livro te deixa com gostinho de quero mais, mas isso só traz curiosidade e não incomoda com o fechamento da história de “A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison”. O livro vale muito a pena e ainda te dá um orgulhinho por ser mais um ótimo autor brasileiro de fantasia.

site: http://portalcaneca.com.br/
Enéias Tavares 24/04/2015minha estante
Agradeço aos leitores do Portal Caneca pela resenha de "Lição de Anatomia". Aos leitores que desejam saber mais da série ou encontrar material completar (contos inéditos, artes e um tarot exclusivo) indico o nosso site oficial: www.brasilianasteampunk.com.br. Um grande abraço, amigos.




Mozer 07/07/2017

Uma fantasia que homenageia a Literatura Nacional
Enéias Tavares fez um trabalho excepcional ao homenagear e gerar interesse para a literatura nacional clássica ao mesmo tempo em que abre espaço para um gênero novo no nosso meio que é a fantasia. Sendo assim, A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison é uma porta de entrada muito mais acessível para narrativas as mais complexas.

Leia mais em:
http://leituraverso.com.br/posts/resenha-a-licao-de-anatomia-do-temivel-dr-louison/
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Dexter 26/03/2017

Não julgue um livro pela sua capa.
Nunca demostrei interesse por histórias ambientadas no tema Steampunk, mas sabia que teria que arriscar algum dia. Uma boa surpresa foi que meu primeiro título do estilo foi de um autor brasileiro e a experiência foi muito boa. Foi uma lição prática do "não julgue um livro pela sua capa", pois eu imaginava algo completamente diferente do que é. Eu esperava algo infanto-juvenil, quando a na verdade a história é muito mais pesada e leva as lições de anatomia muito a sério, pois as cenas são explícitas. A forma narrativa de cartas, gravações e noitários me lembrou muito Drácula e o texto rebuscado e fiel à época pós abolicionista no início pode assustar, mas ajuda na ambientação. Gostei muito do clima de ocultismo, note que não me referi como mágico, por que não é e quero mais histórias sobre esses personagens e essa Brasiliana Steampunk. Ainda bem o autor deixa claro que elas já existem, agora é só esperar.
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Acad. Literária 22/07/2015

RESENHA - A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison
Essa resenha foi publicada no blog Academia Literária DF

Em um Brasil retrofuturista onde serviçais robóticos e geringonças apocalípticas coexistem com o sobrenatural, o jornalista Isaías Caminha desembarca em Porto Alegre para cobrir a prisão do infame assassino Dr. Antoine Louison, aprisionado no lendário asilo São Pedro para Psicóticos e Histéricas. Na noite anterior à sua execução, porém, o facínora escapa, desaparecendo como um fantasma de folhetim.
À medida que Isaías embrenha-se no mistério do desaparecimento de Louison, passa a questionar seus próprios valores, forja amizades improváveis e une-se ao Parthenon Místico – sociedade secreta que reúne o imortal satanista Solfieri de Azevedo, o cientista louco Dr. Benignus, a médium indígena Vitória Acauã e os aventureiros do oculto Sergio Pompeu e Bento Alves.
Mistérios e segredos envolvendo o “Caso Louison” desafiam a lógica de quem tenta descobrir a verdade. Está preparado para a Lição de Anatomia?
Tudo começa quando Isaías Caminha, um jornalista correspondente do jornal “O Crepúsculo”, parte do Rio de Janeiro para Porto Alegre com a missão de escrever uma reportagem completa sobre o caso Louison. Antoine Frederico Louison, um importante médico, ensaísta e pintor da cidade foi acusado do desaparecimento e assassinato de integrantes da alta sociedade porto alegrense. Em suas investigações acerca do ocorrido, o jornalista conhece uma linda mulher chamada Vitória. Esta pede para que Isaías leve uma importante mensagem a Louison. Mal sabia ele que já estava inserido em um mundo completamente novo e instigante, onde novas aventuras e amigos improváveis o aguardavam em um estratagema intrincado de libertação, onde o certo e o errado se torna uma questão de pontos de vista.

O livro é narrado por várias pessoas, um recurso que o autor adotou para dar várias perspectivas sobre a trama acerca da prisão de Louison. Confesso que demorei muito mais que o normal para ler a primeira parte do livro, que é narrada por Isaías. Acho que por não estar acostumado com o modo de escrita do autor, acabei arrastando a leitura, chegando ao ponto em que tive de dar um tempo no livro, pois não estava conseguindo me concentrar direito. Isso, claro, caiu por terra a partir do segundo ato (Alienados e Alienistas), onde Simão Bacamarte relata seus dias como chefe do aliso São Pedro para Psicóticos e Histéricas. O fato é que alguns relatos foram um pouco cansativos de ler, porém, necessários para dar continuidade à história. Outros despertaram todos os meus sentidos com uma narrativa densa, cheia de detalhes e mistérios que se acumulam a cada página virada.
Eu já assisti a muitos filmes que incorporam o estilo Steampunk. “A Liga Extraordinária”, “Sucker Punch”, “Van Hellsing: O Caçador de Monstros” são alguns exemplos. Porém, ainda não tinha tido o prazer de ler uma obra do gênero. Minha primeira experiência foi com a obra de Enéias e posso dizer que saí dela desejando outros títulos do gênero o mais rápido quanto for possível. O autor ambientou uma Porto Alegre retrofuturista com muito êxito. As descrições das máquinas e o uso delas por meio dos personagens na obra são de encher os olhos e aguçar a imaginação.

Apesar do tom fantástico com que a obra se apresenta, “A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison” tem toques ferozes de suspense e terror que acabam meio que nublando o fantástico, deixando um rastro de sua passagem como fumaça de trens a vapor. Então, caro leitor, fique avisado que ao invés de encontrar heróis duelando com vilões em cima de zepelins ou mocinhos salvando donzelas em meio a combates contra autômatos, você vai encontrar relatos de cruéis assassinatos, loucuras, depravações, vinganças, investigações dignas de um thriller policial e reflexões filosóficas que podem desafiar nossas convicções.
Como a obra se passa em 1911, certas falas, maneirismos e descrições são intrínsecos à época retratada. Então, algumas palavras, por exemplo, seguem a grafia usada na época. O autor chega a dar um aviso antes do início da obra explicando seus motivos para o uso de tal recurso. Podemos ver vocábulos como “eléctrico”, “photos”, “phographam”, entre outros. Além disso, nota-se o extenso trabalho de pesquisa que o autor se preocupou em fazer para ambientar seu livro. Nele, Enéias faz, por exemplo, uma abordagem brilhante de fatos sociais que eram fortes para a época como o racismo, a descriminação contra as mulheres e o fim da escravidão. Cabe um parêntese aqui: o autor descreveu em sua obra que, com o fim da escravidão, os senhores que perderam sua mão de obra escrava começaram a importar robôs para substituí-los! E não só isso. Como uma analogia aos tempos atuais, o autor descreve como as máquinas tem substituído gradativamente o trabalho humano.

Genial, devo comentar, a ideia do autor de “pegar emprestado” personagens ícones de grandes autores da nossa literatura clássica. Solfieri, de Álvares de Azevedo; Simão e Evarista Bacamarte, de Machado de Assis; e Isaías Caminha, de Lima Barreto são alguns exemplos de personagens que o autor ambientou em sua obra. E mesmo sendo personagens de domínio público, o autor teve todo o cuidado do mundo para preservá-los e dar os devidos créditos a seus criadores. Em entrevista concedida ao blog em maio, Enéias justificou sua escolha por ressentir-se com a maneira formalista com que os personagens eram ensinados na escola. Ele queria, por mais ousado que fosse a ideia, recuperar com a série, a energia, o encanto e a violência desses personagens. Devo dizer que ele acertou em cheio, pois ao ler a obra, bate aquela curiosidade de ler essas histórias, pois aquele pré-conceito velado em minha memória dos tempos de vestibular me afastou de muitas dessas histórias. “A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison” me deu um certo ânimo para dar uma nova chance a tantos imortais que abandonei nos tempos de escola. Além disso, há claras referencias a obras de grandes autores da literatura estrangeira como Anne Rice e Alan Moore e obras como “Watchmen” e “A Divina Comédia”.
Mas não se engane se pensa que a obra do autor se apoia inteiramente nesses mestres. Longe disso. A figura de Louison é o grande destaque de sua narrativa. Ele me pareceu, à primeira vista um lunático, mas, como em toda boa obra, as aparências enganam. À medida que fui conhecendo os personagens que o rodeavam, fui percebendo que Antonie Louison talvez seja o mais lúcido de todos. Não pude deixar de ficar empolgado com a narrativa toda vez que ele aparecia. Suas atitudes e formas de falar me lembraram bastante o personagem protagonista do filme V de Vingança, embora o autor tenha dito em nossa entrevista que Louison seria uma versão de Jack “o estripador”; Beatriz é, talvez, a personagem que tem o melhor plano de fundo da obra; Pedro Britto Cândido é o mocinho que prende o vilão, mas como eu mesmo disse que o buraco é mais embaixo, quem é o real vilão? O Pathernon Místico e a Camarilha da Dor são outros exemplos de como a criatividade do autor trabalhou para dar vida ao universo da obra.

Eu me surpreendi muito com a obra. Enéias tem um ótimo vocabulário (meu dicionário ralou bastante) e habilidades de escrita excepcionais que são usados ao máximo na obra. O autor conseguiu criar um enredo cheio de reviravoltas que certamente deixará o leitor preso à trama até a última página. Juntando isso ao cenário retrofuturista de máquinas a vapor, autômatos robóticos, dirigíveis modernos, artefatos místicos e toda a sorte de itens inimagináveis, “A Lição de Anatomia do Dr. Louison” tornou-se uma das minhas obras preferidas do gênero. E mal posso esperar para o próximo volume.
A obra é narrada em primeira pessoa em forma de relatos. Sejam eles por telégrafos, noitários, cartas ou mensagens gravadas por serviçais robóticos. Logo, a construção narrativa dos personagens se dá pela ótica de cada envolvido na trama. À medida que os personagens vão relatando sua parte na história, vamos conhecendo suas caracterizas, seu passado e principalmente seu envolvimento com o Dr. Louison. A relação temporal é linear, porém em certo momento a trama volta ao passado para contar alguns trechos que antecederam a captura de Louison. O leitor tem de estar atento às datas de registro, pois elas são de grande valia para que não nos percamos na narrativa. A revisão e a formatação da obra estão impecáveis, sem erros aparentes. O livro é divido em seis partes, uma conclusão e um pequeno interlúdio, onde temos acesso a um trecho do diário de Louison. Cada parte é composta de vários relatos dos personagens da história, cada um contando um acontecimento sob seu ponto de vista. Há um mapa de Porto Alegre no início do livro e logo na página seguinte, uma leve descrição dos personagens da obra. Ao final os agradecimentos do autor. E o que dizer da capa? Sensacional. Eis um livro que chama atenção só de olhar a capa.

“A Lição de Anatomia do Temível Dr. Louison” é uma obra que brinda o clássico em tempos modernos. Que instiga e inspira o leitor a querer conhecer um pouco mais sobre os nobres aventureiros criados por imortais da literatura que tantos de nós passamos a repreender nos tempos de vestibular. Recomendo a leitura primeiramente para os fãs do gênero Steampunk. Enéias não poupa detalhes ao descrever dirigíveis, robóticos e outras maravilhas de metal e silício. Aos leitores fantásticos e aos que adoram um suspense. Ao mesmo tempo em que descrições de encher os olhos sobre máquinas e aventuras adentram o nosso imaginário, o autor também nos leva por caminhos tortuosos e misteriosos, testando todas as nossas convicções morais e sensos do que é justo ou não. Pessoas de coração e espírito sensíveis devem pensar quatro vezes antes de ler a obra. Em especial os trechos que compõe os atos da seita “Camarilha da Dor” e o diário de Louison (o título do livro faz jus ao que está escrito nessa parte). E finalmente, aos fãs da nossa literatura nacional. Não só o cenário, como também muitos personagens são extraídos da nossa própria gênesis literária. A obra de Enéias Tavares dá uma verdadeira lição de como a literatura clássica pode se mesclar ao contemporâneo, assim como o passado se mescla ao futuro no gênero Steampunk.


site: http://academialiterariadf.blogspot.com.br/2015/07/resenha-licao-de-anatomia-do-temivel-dr.html
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