Kika.Castro 05/01/2023
Até que ponto você confia em alguém?
Depois da degradação à natureza, os conflitos de interesse e a guerra entre nações, um novo governo surgiu com o objetivo de recuperar as áreas danificadas e escolher futuros líderes através de um teste.
Se engana quem pensa que é algo simples selecionar os futuros representantes do país, eles são escolhidos após o encerramento do período escolar e apenas aqueles que se destacaram. Depois são encaminhados para a capital e passam por quatro fases que envolvem estudo sobre a guerra, trabalho em equipe e a última de sobrevivência em que o candidato está livre para matar e tem como objetivo permanecer vivo.
Aqueles que continuam vivos são designados a mais um teste, mas desta vez no formato prova, para saber qual carreira mais se encaixa com o perfil. Quem não atinge a meta proposta pelos líderes acaba ?redirecionado? ou no português claro: morto. Além disso, após o resultado os selecionados são encaminhados para cada carreira indicada no resultado da avaliação.
Quando parece que já encerrou toda dificuldade e processo de seleção, os candidatos ainda passam por uma iniciação dentro das repúblicas de cada curso no campus da faculdade. Mas como ter certeza que todo esse processo realmente funciona? Será que colocar pessoas em conflitos, sem necessidade, realmente mostrará um verdadeiro líder? Essas são perguntas que o terceiro livro ?A Formatura? da saga O Teste faz você pensar.
Malencia, a personagem principal, consegue avançar em cada etapa com muita sabedoria e destaque, ela consegue colocar o leitor ao lado dela descrevendo cada sentimento e pensamento. É Cia, como é conhecida pelos íntimos, que vai em busca da resposta e de achar uma saída para o fim do teste.
Durante seu trajeto na iniciação do curso, Malencia chama atenção da presidente Collindar que convoca a personagem principal para ser sua estagiária. Ao longo da jornada, Cia e a presidente conversam sobre como dar um basta no teste e tirar os responsáveis pela crueldade.
Em um determinado pedaço do livro, Collindar explica que tem apenas uma chance de acabar com o teste: matando o responsável por ele. Cia fica sem ar e sem saber como agir ou refutar essa ideia, mas com o andar da história, ela busca um plano para resolver esse problema.
Cia passa por muitas adversidades ao longo da trilogia e, mesmo com dificuldades ela não desiste de tentar buscar o melhor. Na hora de executar o plano, de acabar com o teste, Cia reúne amigos e sabe das possíveis consequências, mas mesmo assim acredita na melhor hipótese e apresenta essas atitudes ao leitor.
Porém, na temida hora de matar o Dr. Barnes, o realizador do teste, a personagem principal descobre que era para ser reprovada na fase de sobrevivência, mas que só chegou até a universidade, pois o mesmo Dr. acreditava na competência dela. Além disso, o próprio criador questiona a confiança de Cia na presidente e se ela realmente estava falando a verdade para Melancia.
Realmente, devorando o livro e pensando como a personagem principal, é impossível cogitar se a presidente está mentindo ou falando a verdade. Às vezes ficamos tão cegos com a confiança que acabamos esquecendo de realmente parar, pensar e fazer uma análise da situação tanto pró como contra.
A reviravolta da situação causa certo impacto no leitor por estar mergulhado na visão da personagem principal, pois o autor detalha de uma forma única, atrativa e clara mostrando as atitudes, sentimentos e opiniões de Malencia, que surpreende com o desfecho da narrativa.
Eu acredito que a história não é só mais uma trilogia sobre uma nova sociedade e um novo formato de governo, mas uma maneira de fazermos uma autocrítica sobre as nossas atitudes e de quem está à nossa volta. Além disso, a história fala sobre família, morte, sociedade, relacionamentos, confiança, determinação, vivência em grupo e confiança. Até que ponto você confia em alguém?