Blog Stalker Literária 07/01/2018
Uma leitura incrível
"Da mesma forma que eu, mas por razões diferentes, Billy nunca havia se encaixado com o resto. "
A história é narrada do ponto de vista do protagonista Sam Jackson, e ocorre em momentos diferentes, o que ajuda muito a manter o interesse e a curiosidade sobre como os eventos mais importantes da história são desencadeados. E Sam, juntamente com outros dois personagens formam um belo triângulo, a parte mais doce do livro. Os personagens são mágicos, e são desenvolvidos com tanta delicadeza que a gente se sente próximo deles inevitavelmente. E, também, são protagonistas de uma história de amor que parece ser impossível por várias razões, mas que mantém a magia do primeiro amor, esse primeiro amor etéreo que nos sacode como crianças e que é impossível esquecer.
"Enquanto seus lábios se moviam, recitei de cabeça as palavras que sabia de cor: Basta-me sonhar com teu sorriso, sentir sua pele em uma pétala, imaginar seu rosto na chuva. A razão não engana o coração."
Ambientado numa pequena cidade do interior, este livro trás consigo o gosto da infância e das brincadeiras. É muito fácil reconhecer situações e sentimentos que vivenciamos enquanto pré-adolescentes. Os lugares escondidos nas matas vizinhas, as árvores que servem de abrigo, caminhos secretos que toda criança descobre e explora e que faz de seu pequeno reino deixa o livro saboroso e convidativo. A sensação de que na próxima página ficará ainda mais interessante.
Outra parte importante do livro é que parece ser muitas coisas ao mesmo tempo, sem ser de fato. Às vezes, parece ser um drama, então um livro de ficção científica, ou talvez uma história paranormal.. Mas, quando finalmente, tudo se encaixa, tudo tem seus motivos para ser e todos os personagens e circunstâncias estão conectados harmoniosamente. Essa é a maior conquista de Axat: escrever um romance que é impossível classificar por causa da diversidade de suas páginas e que leva o leitor a uma jornada no passado para lembrar o que é ser uma criança, e como é esse passo para alcançar a vida adulta, com tudo o que pode acontecer no meio e com tudo o que implica no crescimento de uma pessoa.
"Recostei-me no muto de pedra. Já não há como voltar atrás, pensei com horror. Estávamos a ponto de ameaçar o homem mais importante de Carnival Falls."
À medida que avançamos, o autor apresenta os mistérios para que o leitor tenha um punhado de perguntas que borbulham na cabeça, empurrando a leitura do livro para suas últimas páginas para descobrir o que realmente aconteceu. Encontramos uma história cheia de segredos. Um romance que se desencadeia abrindo mistérios, segredos, desaparecimentos que dão origem a lendas e amores, que são misturados com fios sobrenaturais. Precisamos saber o que aconteceu com a mãe de Sam, o que acontece naquele momento difícil em que as crianças crescem e quais os segredos escondidos atrás de um rosto familiar. Como uma teia de aranha que se expande.
Mas se algo chamou minha atenção neste romance, foi o fim. Um fim que surpreende e fecha tudo dando uma explicação mesmo ao que pareceu inexplicável e que eu reconheço que não esperava. Então voltei para as primeiras páginas para descobrir com surpresa que o autor deixou pistas em alguns pontos muito bem escolhidos. Axat dá um último toque de magia e entrega um final brilhante!
"Carnival Falls foi me próprio pântano, a ideia tem até um lado poético. Precisei partir para começar um novo ciclo, como toda aquelas borboletas que ficavam pelo bosque e só voltaram para se acasalar. "
site: http://www.stalker-literaria.com/2017/12/resenha-o-pantano-das-borboletas.html