@retratodaleitora 30/01/2016E se o fim não for o fim? "Às vezes o amor nos aproxima, mesmo que a vida nos separe."
A cidade de Coldwater não é conhecida por seus pontos turísticos nem por ser badalada; nem nada do tipo. Lá, quase todos se conhecem, ou até mesmo cresceram juntos. A polícia quase não tem chamadas e todos vivem calmamente à sua maneira. Por isso, quando a cidade é cede de um fenômeno inexplicável, a repórter televisiva Amy Penn, enviada à cidadezinha para cobrir o caso, logo se pergunta: por quê ali?
Seria mais uma semana comum na cidade se Tess Rafferty, Katherine Yellin, Jack Sellers, Elias Rowe e outras pessoas não tivessem recebido um telefonema. Um telefonema do céu.
Um milagre? Uma brincadeira de mal gosto?
Um filho que morreu na guerra; uma irmã que teve uma morte súbita; uma mãe que tinha Alzheimer; um ex-funcionário alcoólatra... Todos ligam para falar do céu, de como lá é bonito e como todos os seus pecados são perdoados; agora, espalhem essa notícia a todos. Palavras de aquecer o coração; ou enlouquecer uma pessoa.
Religiosos, fanáticos e curiosos começam, aos poucos e depois aos montes, à viajar para Coldwater afim de viver um pouco daquilo tudo. Compram telefones iguais, querem morar em casas vizinhas àqueles Escolhidos, acampam nos jardins dos mesmos... A cidade nunca esteve tão cheia. As igrejas, lotadas de féis.
Porém, algumas pessoas têm suas dúvidas e desconfiam de tudo aquilo. Um deles é Sully Harding, ex-piloto das Forças Armadas, viúvo e pai do pequeno Jules. Passou meses na prisão por um erro que não cometeu e agora, ainda sofrendo pelos eventos recentes de sua vida e com medo do futuro, se depara com loucos - só podem ser! - afirmando receber contato do céu e iludindo à todos, inclusive seu filho, que sente falta da mãe.
Sully, com a ajuda de amigos improváveis, irá desvendar esse mistério e provar que estão todos sendo enganados. Ou não.
E se o fim não for o fim?
"É preciso começar de novo. É o que todos dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como "recomeçar um jogo". É, acima de tudo, "continuar sem"."
O Primeiro Telefonema do Céu é narrado em terceira pessoa e possui diversos pontos de vista diferentes. Essas perspectivas são avulsas e vão apresentando e situando o leitor na pequena cidade e aos seus moradores. Não existe bem um padrão narrativo. Geralmente, livros com mais de dois ou três pontos de vista acabam sendo mais densos e cansam o leitor mais rápido. Com esse não foi muito diferente.
A ideia principal que o autor apresenta vem em forma de questão: o que você faria se recebesse um telefonema de alguém que ama muito, e que já morreu?
Alguns de seus personagens recebem, e é a reação deles que acompanhamos. Deles, e do resto do mundo, que não fica indiferente ao aparente milagre divino. Alguns protestam conta isso; outros ficam totalmente enlouquecidos pela possibilidade de acontecer com eles também. Há os que creem fervorosamente e os que nada querem ter haver com aquilo. Alguns invejam; outros abominam.
E uma pergunta que fica na cabeça do leitor durante toda a leitura: o que realmente está acontecendo?
É isso o que Sully Harding quer saber e, para isso, começa sua própria investigação. As partes sob a perspectiva de Sully, para mim, foram as mais interessantes e instigantes. Principalmente por ele ser um descrente e ir atrás de um porquê enquanto as outras pessoas apenas aceitam aquilo.
Um telefonema do céu pode ser uma benção, um milagre; mas também pode ser um fardo a mais, uma cutucada na ferida que já cicatrizava...
Demorei até me acostumar com a escrita do Mitch e o estilo da narrativa, mas quando isso aconteceu o ritmo da leitura aumentou bastante. É o primeiro que leio do autor.
Solicitei o livro justamente pela premissa, pois me lembrou A Cabana, um de meus livros favoritos.
Acabei encontrando um suspense com drama e até um pouco de romance. No todo, foi uma boa leitura.
A edição está ótima. A capa é muito bonita e condizente com a estória. As páginas são amareladas e possui bom espaçamento. Não encontrei erros de revisão que atrapalhassem a leitura.
Esse livro possui lindas mensagens e ótimas reflexões; sobre vida, amor, esperança, fé e humanidade. Sobre redenção. Sobre estar vivo e sobre nosso papel na terra. Se você gosta de livros questionadores, precisa ler esse aqui! :)
Como você se sentiria se um dia recebesse uma ligação de alguém que ama muito - e que já se foi?
site:
http://www.osnosdarede.com/2016/01/resenha-o-primeiro-telefonema-do-ceu.html#more