Lucas 11/12/2014
Uma história para sempre
Há alguns dias peguei esse livro para ler e confesso que não esperava grandes coisas dele. A sinopse era okay, a capa era super fofa e algo me dizia que a história me lembraria muito uma outra da qual muita gente conhece e ama. O que eu não imaginava era o quanto eu me apegaria aos personagens dessa linda e triste história, o quanto esse livro se tornaria importante para mim a ponto de escolhê-lo como um dos meus favoritos.
Uma Vida Para Sempre conta a história de Ethel (“acrescente um acento agudo no primeiro E quando pronunciar, mas nunca quando escrever”), uma garota de 17 anos que foi diagnosticada com CIPA, sigla para Insensibilidade Congênita à dor com Anidrose, o que quer dizer que ela não sente nenhum tipo de dor e não transpira. Isso seria algo incrível, se não fosse pelo fato de ser extremamente perigoso, pois a dor é um sinal de que ultrapassamos alguns limites, de que há algo de errado com nosso corpo, e que devemos procurar ajuda. Por esse motivo, a vida de Ethel foi sempre supervisionada pela mãe, sempre atenta a qualquer arranhão, qualquer marca no corpo da filha que indicasse que havia algo de errado.
Porém esse livro não é sobre doença (okay, talvez só um pouco). A história começa a ficar interessante quando Ethel está no hospital para sua rotineira sessão de fisioterapia e conhece Vitor, um garoto que luta contra a leucemia. Eis que um lindo sentimento surge entre eles e juntos eles vão viver momentos que fará com que qualquer pessoa reflita sobre sua própria vida.
Eu tenho a mania de que sempre que estou lendo um livro, fico marcando minhas partes favoritas com post-its, e nesse caso, eu praticamente esgotei meu estoque, pois o livro é repleto de frases emocionantes, como “(...) É óbvio que amadurecemos, mudamos de opinião e evoluímos. Mas acho que muito do que muda é só a superfície. Tem muito da essência que continua ali, e apenas cresce conosco. É que vamos aprendendo coisas e vendo coisas, tomando consciência de outras, o que nos molda. Acredito nessa coisa de que não nascemos seres humanos e, sim, nos tornamo-nos. É a influência do meio, o que nos rodeia, acaricia-nos e nos ataca e o modo como lidamos com isso. E essa coisa da pintura tem muito a ver com a superfície, aquilo que qualquer desatento toma por verdadeiro, mas que, na verdade, não passa de uma casca, como o nosso próprio corpo. (...)”.
Fui lendo cada página torcendo para que elas nunca acabassem, não queria que essa história chegasse ao fim, e quando finalmente acabou, foi como se tivessem arrancado meu coração do peito e me deixassem viver sem ele. Impossível não se emocionar com o final. (Uma dica: não leia esse livro em público se não quiser que estranhos te vejam chorando.)
Sobre a forma de escrita, eu fiquei muito impressionado com a forma que a Simone conduziu o enredo. Chega a ser difícil de acreditar que uma pessoa tão jovem como ela escreva tão bem como escritores que já são consagrados. Mal posso esperar para ler mais coisas da autora, espero que outros livros como esse venham por aí, enquanto isso, vou ter que me contentar com essas 351 páginas desse livro que já é um dos meus favoritos.
PS: a resenha foi escrita ao som da cantora Birdy, que tem sua importância na história.