Jessica Oliveira 30/11/2015
Resenha para o blog Books and Movies
Inverno de 1263.
Sorcha, a Bruxa da Noite, está sendo implacavelmente perseguida pelo malvado feiticeiro, Cabhan, pois este deseja os seus poderes para si. Como seu marido está na guerra, Sorcha está em casa com seus filhos: Brannaugh, Eammon e Teagan. Cada um de seus filhos possui o dom da magia, bem como um guia animal que os protege, sendo eles: um falcão, um cavalo e um cachorro.
Sorcha está preparada para fazer qualquer coisa para proteger seus filhos e a magia que ela carrega dentro de si, sendo assim ela decide unir o seu poder com o de seus filhos e, assim, derrotar Cabhan. Infelizmente Sorcha estava muito debilitada e o fluxo de energia gasto para combater Cabhan foi muito para ela, e com isso ela vem a morrer. O poder da Bruxa da Noite não morreu junto com ela, mas sim ficou dividido entre seus filhos, assim como a responsabilidade de derrotar Cabhan, pois este não morreu e está decidido a roubar o poder da Bruxa da Noite e destruir todos os descendentes de Sorcha.
Condado de Mayo, 2013.
Iona Sheehan vendeu todos os seus pertences e deixou sua amada avó, e pais ausentes, para se mudar para a Irlanda. Ela quer muito conhecer seus primos, Branna e Connor O’Dwyer. Iona conhece a história de Sorcha, e sabe que um pedaço da magia da Bruxa da Noite vive dentro dela, mas ela não tem a mínima ideia de como utilizá-la. A única coisa que ela sabe é que, quando os três estiverem juntos, o poder da Bruxa da Noite estará completo.
Tendo descoberto sobre o seu poder tardiamente, Iona deve correr contra o tempo para aprender tudo, ou quase tudo, o que seus primos sabem desde a tenra idade. Sendo assim, Branna a convida para ir morar com ela e seu irmão, Connor, para que possa começar a ensina-la a trabalhar com a magia que vive dentro dela.
O cavalo, grande, bonito, com no mínimo 1,60 metro de altura, de vez em quando testava o cavaleiro corcoveando e girando, e mesmo a distância ela pôde ver o brilho feroz em seus olhos. O pelo cinza como fumaça mostrava algum suor, embora a manhã continuasse fria, e ele mantinha as orelhas teimosamente para trás.
Mas o homem, também grande e bonito, tinha seus recursos. Iona ouviu a voz dele, o desafio nela se não nas palavras, enquanto mantinha o cavalo em um trote.
E algo em Iona se agitou só de ouvir aquela voz. Nervosismo, excitação, disse a si mesma, porque o homem trazia a felicidade dela nas mãos.
Mas quando eles se aproximaram, a agitação se transformou em taquicardia. A atração a atingiu duplamente – no coração e no ventre porque, ah, ele era mesmo tão magnífico quanto o cavalo. E tudo nele a atraía. – Pg. 70
Iona, quando chegou na Irlanda, nunca pensou que iria se apaixonar, mas é justamente isso que acontece. Desde a primeira vez que ela encontrou Boyle, surgiu entre eles uma conexão muito forte, mas ele, por ser seu patrão, reluta em assumir um romance com ela. Mas isso não abala Iona, que faz de tudo para que Boyle enxergue que ela é a pessoa certa para ele.
Com o passar dos dias, e a convivência cada vez maior entre eles, a resolução de Boyle vai caindo por terra, e como não poderia ser diferente, após muitas discussões e “batidas de cabeça”, ele resolve se render ao sentimento que existe entre eles. Conforme o amor floresce entre eles, Cabhan, que está sempre à espreita, resolve apertar o cerco a entorno dos três primos. Decididos a evitar que ele saia vitorioso, os três, juntos com Boyle, Fin, um bruxo e melhor amigo de Boyle, e Meara, amiga da família e que, assim como Boyle, não possui nenhum tipo de poder, unem-se para impedir que o feiticeiro negro roube o poder da Bruxa da Noite.
Fazia muito tempo que não lia algo da Nora Roberts, se não me engano o último livro dela que li foi “Coração Rebelde”, terceiro livro da trilogia Corações Irlandeses, e isso deve ter sido há uns 5 anos. Eu gosto muito da escrita da Nora, ainda mais quando ela resolve escrever sobre duas coisas que sou apaixonada: Bruxas e Irlanda. Então quando solicitei “Bruxa da Noite” para resenhar, já sabia de antemão que seria uma ótima leitura. E não estava errada.
O livro traz uma mitologia interessante, concentrando os dois primeiros capítulos na história de Sorcha e mostrando a sua batalha contra Cabhan, fazendo com que o leitor fique preso e não consiga desviar os olhos das cenas de poder e determinação de uma mãe que só pensa em salvar os seus filhos. No momento em que a história começa a se passar nos dias atuais, encontrei-me completamente absorta na luta para salvar o poder da Bruxa da Noite.
Eu gostei bastante dos personagens, para quem já leu alguma coisa da autora, sabe que seus mocinhos, em sua maioria, são completamente irritadiços e mal-humorados, bem estilo machão mesmo, e Boyle não foge à regra. Mas mesmo os personagens sendo bem caracterizados, o que mais me encantou mesmo foi a caracterização do cenário. A forma com que a autora descreve o Condado de Mayo é tão intensa que você quase consegue sentir o cheirinho de fumaça do fogão à lenha ou, até mesmo, o cheiro da terra molhada após uma chuva.
Outra característica da escrita de Roberts que sempre me chama a atenção é a forma com que ela trabalha as relações familiares. Acredito que quase todos os seus livros, principalmente as séries e trilogias, tenham esse tema e isso é bem divertido, é gostoso de se ler sobre essas relações entre amigos, irmãos e primos. Ainda mais quando os personagens são tão bem escritos, como é o caso de “Bruxa da Noite”.
Com relação a layout, revisão e diagramação só tenho que dar os parabéns para a Arqueiro, está tudo perfeito. Não encontrei nenhum erro de revisão e simplesmente adorei essa capa, diferente de muitos livros que tem por aí, ela faz bastante alusão à história e isso é muito bacana.
Em suma, posso dizer, sem sobra de dúvida, que este é um dos melhores livros da Nora Roberts que já li. Recomendo muito a leitura, principalmente para os fãs da Nora, ou até mesmo para aqueles que ainda não leram nada da autora.
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