Naty Alves 15/09/2021
Além das aparências, lembranças da infância
Quando eu era pequena meu irmão me deu o desenho de A Bela e a Fera de presente, a eu amei, não só pela história, mas porque Bela amava a leitura, tá aí um belo insentivo não é mesmo? (E fiquei mais encantada ainda, quando Fera deu aquela biblioteca de presente pra ela), daí tivesse alimentado o sonho de ter a minha própria biblioteca gigante. ???
Então anos depois descobri essa beleza da Zahar, com as versões (originais, sim porque esse é o registro delas escritas).
E pensei porque não, nunca se perde por revisitar, ou conhecer uma nova visão sob um clássico da infância, então eu fui lá. E agora concluindo a leitura posso dizer que foi uma viagem maravilhosa, (não o tempo todo), mas valeu super.
Primeiro de tudo a uma diferença bastante considerável na escrita das autoras, Madame de Beaumont, foi preceptora (Professora de meninas), e a gente vê como leitor claramente que a história é : 1) versão mais curta 2) Há muitos valores morais, denotando a honra, e a virtude. 3) Os personagem apesar disso não são aprofundados 4) A autora demostra preocupação, com a educação demostrando o quanto Bela gosta de ler
5) Há uma moral/lição como é comum nos contos infantis de antigamente, buscando ensinar. 6) A ideia de conseguir um bom casamento, (Que dê dinheiro), é algo muito presente aqui.
7) A versão curta de Beaumont se aproxima da que nós conhecemos (Disney em parte é claro).
Já na versão de Villeneuve há mudanças significativas é bem mais longa ( Mais do que imaginei), bem mais lenta, e com muito mais carga emocional, aqui o leitor consegue observar o caráter, e as ações dos personagens. Porém aqui Bela ainda que conserve suas virtudes por vezes é menos intuitiva, e pouco (Nada perspicaz), o principe ou Fera não me cativou tanto assim, achei ele ora egoísta, ora chato, ora manipulável, entre outras coisas.
Ainda sim, ver o passado de ambos me agradou assim, como ver a influência das fadas na história, a mensagem acaba sendo a mesma aquilo de ver além das aparências. Ainda que inveja, violência, vingança, preconceito social, se façam notar, e essa não é uma versão para crianças.
Também notei que franceses gostam dessa ideia de a Bela que se apaixona pela Fera; O corcunda de Notre Dame, e O fantasma da ópera que o digam. Será foi daqui a inspiração?
No final acabei gostando mesmo, afinal é felizes para sempre que se termina né? Pelo menos nos contos de fadas.
PS A versão cinematográfica de 2014 Franco alemã me lembrou em parte o conto de Villeneuve.