Everything but the books 02/07/2015
Esse lindo e polêmico livro nos ensina que têm coisas que merecem ser quebradas: regras estúpidas, noivados estúpidos, promessas estapafúrdias e os porta-retratos dos romances estúpidos. Siiim meninas, esse romance é daqueles cheios de reviravoltas, surpresas, momentos “really hots”, e momentos de confusão mental, sua e da protagonista!
Emily é a típica garota por quem o leitor se apaixona: batalhadora, sensível, humilde e cativante. No passado lidou bravamente com a doença de sua mãe, e foi apoiada incondicionalmente por seu noivo Dillon. Prometendo à sua mãe que Dillon seria o escolhido, embarcou com o moçoilo em uma viagem que mudaria a sua vida. New York deveria trazer a Emily a oportunidade do recomeço, o afastamento da tristeza, do sentimento de perda e exaustão. A linda Emily nunca esteve tão enganada (literalmente!!!), porque New York lhe trouxe a reviravolta, o despertar, a feia verdade de seu noivo e, mais importante, um lindo, sexy, perfeito e descomunalmente apaixonado Gavin.
Dillon, o noivo de Emily, é o sonho de consumo de toda mulher problemática. O crápula, sem vergonha, sem educação e desrespeitoso bofe, é capaz de fazer a leitora odiá-lo já na página 21, com a seguinte pérola: “Você está parecendo uma universitária patricinha chorona.” Ah, o charme dos canalhas é sem limite, concordam? O traidor se aproveita da promessa que Emily fez a sua mãe, e contempla nossa linda protagonista com uma sucessão de mentiras, agressões verbais e manipulações, sem um osso de arrependimento em seu corpo. É “amigo” de Gavin, e com um toque de mestre, saberá levar Emily exatamente onde a quer.
Gavin, o sonho de consumo de toda leitora desavisada: o desapegado emocionalmente, o playboy sorridente e despreocupado, gentil e escorregadio, mas que respeita as mulheres de sua vida, em especial sua irmã Melanie e sua mãe. Seus sobrinhos Teresa e Timothy são o toque familiar que faltava ao livro, porque esses 02 são fofos demais, amei as cenas em que interagem com o tio “babão”. Com essas pinceladas do comportamento de Gavin, nós, devagarzinho, começamos a entender que na verdade ele é o par perfeito não só de Emily, mas o modelo de lisura e de romantismo, que não só está pronto para constituir família, como pronto para dar a Emily a vida perfeita com a qual ela nunca sonhou.
Como a leitora já entendeu, não existe triângulo amoroso. Como em um bom filme de suspense, você irá se pegar gritando com a protagonista para não seguir o “Freddy Krueger” literário que atende pelo nome de Dillon. Mas fazer o que? Nossa protagonista se revela surda, muda e acéfala, pobrezinha.
Vamos agora aos momentos “dançantes” da história:
Em todos os momentos de incerteza, vergonha e dúvidas de Emily, leia a história ouvindo “Should I Stay or Should I Go”. Porque? Porque você terá que ter muito bom humor para não amaldiçoar Emily, a Gail McHugh, o som alto do vizinho e até a “moça do tempo” que errou na previsão de novo. Vou avisá-la, cara leitora, esses momentos “dois para lá, dois para cá” de Emily provoca irritação até ao mais bravo e centrado monge. Pense bem: você está em uma estrada central com 02 placas laterais: uma diz CÉU, e outra INFERNO. Você teria dúvidas sobre qual caminho seguir? Pois é, Emily teve!!!!!!!!! Por que, oh por que entendedores de Freud, Emily ainda duvida de seus sentimentos e de Gavin, acredita nas mentiras descabeladas de Dillon, e escolhe o caminho da placa errada???
Já no momento em que a “lâmpada” de Emily resolve funcionar, e finalmente ela reconhece o amor de Gavin, ouça “Feeling Good”. A leitora vai ficar naquela expectativa do “agora vai, eita que agora vai”:
Página 240: "Abrindo a porta, ele quase se esqueceu dos sapatos, mas isso não tinha importância, pois deu de cara com os mais lindos olhos verdes o encarando. Eles não o cumprimentaram. Palavras eram desnecessárias. Ambos compreenderam, no mesmo momento, que falariam tudo por meio de suas atitudes antes de o dia amanhecer."
E no “gran finale” desse descompasso todo, com o escorregão que ninguém estava esperando (em que Emily faz Gavin “dançar”), ouça a boa e velha canção interpretada pelo nosso brasileiríssimo Falcão. Sinta-se solidária a Gavin, imaginem-se sentados na sarjeta, bebendo vinho (de boa safra, por favor) e cantando a plenos pulmões a “ode” de todo aquele que levou um pé no traseiro.
Leia a resenha completa no blog.
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