Elli 06/07/2020
25/09/2015
Eu poderia começar essa resenha falando sobre várias coisas; poderia dizer que cada personagem é extremamente incrível e que eu adorei observá-los juntos aos “antes”, aos que se foram na epidemia de aids, mas... “Há mais coisas entre o céu e a terra”, não é mesmo? E há muito mais coisa em two boys kissing que simples personagens adoráveis.
É um plot incrível, o que você encontra aqui. E toca fundo, bem no fundo, daquela ferida há muito aberta, mas que já faz tanto, mas tanto tempo, ao ponto de tu achar que já cicatrizou; toca onde mais dói, onde tu pensa que nunca mais vai ser tocado... É muito sentimento envolvido e embolado, é muita coisa que poderia ser dito aqui, mas não há como simplesmente deixar a bolha (de sentimentos controversos) explodir ):
Two boys é um grito muito alto, mas que muitos fingem não escutar; é um berro no meio do nada e do escuro e chega tão forte em quem se dispõe a ouvir, cara... Chega arrebentando várias barreiras e causa um revertério MUITO intenso e louco e profundo, porque, embora pareça ser “só um beijo”, não é só isso.
Se trata de várias vidas ligadas por um beijo, um ato de coragem e revolução, um ato tão bonito e tão repudiado ): Há coisas demais entre esse beijo, entre outros beijos, entre cada personagem, cada história individual e conjunta... Não consigo me lembrar de já ter me sentido tão exposta ao ler um livro, sinceramente.
As coisas aqui descritas deixaram, em mim, uma sensação esquisita de vulnerabilidade, de estar sendo observada... Confesso que tive que me segurar MUITO HARD pra não me desmanchar em lágrimas a cada vez que lia uma página nova.
Eu consigo entendê-los, e isso dói.
Porque, embora não seja homem/gay, sou mulher/negra/lésbica e eu SEI como consegue ser desesperadora a ideia de ter que contar a família sobre sermos diferentes dos nossos irmãos, ainda que amar alguém do mesmo gênero e/ou sexo não devesse significar algo de tanta magnitude, não é mesmo? Eu os entendo.
E, talvez, tenha sido exatamente esse o motivo pra machucar tanto.
Amei o livro inteiro, ADORO David Levithan. Esse é, com toda a certeza do universo, mais um dos livros pra amar do Davibb (mas, perdoem-me, o melhor dele até então).