Toda luz que não podemos ver

Toda luz que não podemos ver Anthony Doerr




Resenhas - Toda Luz Que Não Podemos Ver


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Gildo Henrique 15/05/2015

SOBRE MAQUETES E ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
Enveredar-se pelo universo das ficções premiadas com o Pulitzer de Literatura parece ser o caminho de todos os que buscam descobrir paradigmas que orientam tais escolhas, seja pela cor com que pintam suas histórias e personagens, seja pela técnica adotada por seus autores em capturas de interesses que fazem dedos virar páginas e páginas (o que os norte-americanos chamam de "page turner"), na sofreguidão de viagens literárias bem construídas. Lançado recentemente pela Intrínseca, o novo fenômeno intitula-se "Toda luz que não podemos ver" (All the Light We Cannot See), do estadunidense Anthony Doerr. Este seu segundo romance, finalista dos maiores prêmios de 2014, dentre eles o National Book Awards - que o levou a ser vencedor em 2015 do Pulitzer de Literatura categoria ficção -, traz como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial, tema por demais explorado e que poderia se tornar enfadonho. Poderia: os matizes com que descreve seus bastidores leva o leitor a ver além do óbvio, além do que é dito, a refletir sobre o sentido da vida, sobretudo sobre a bondade inata do ser humano.

Doerr optou por separar a história em 178 capítulos divididos em 13 partes, datadas sem ordem cronológica, à exceção das quatro últimas, que nos fazem lembrar "O jogo da amarelinha" (Rayuela, 1963), de Júlio Cortazar: tal artifício não só tem a finalidade de aguçar a curiosidade do leitor, mas, também, a de revelar situações e destinos de personagens que, numa leitura sequencial, demandaria digressões que desviariam o foco narrativo progressivo, totalmente alternado entre seus dois personagens principais - apenas alterado por cartas ou movimentos do vilão - de uma história que abrange 80 anos, de 1934 a 2014. Aos poucos, infâncias retratadas com luzes aconchegantes em ambientes fraternos e hospitaleiros vão se convertendo em horror, atrocidades, medos e angústia de sobreviventes em fuga de bombardeios, enquanto outras caminham inexoravelmente para as loucas fantasias do Führer, sem nem mesmo questionar o porquê.

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. E todos os anos, no seu aniversário lhe presenteia com enormes romances em Braille. Maria-Laure está com doze anos quando Paris é ocupada pelos nazistas, e pai e filha se refugiam na cidade de Saint-Malo na costa oeste da França (Bretanha), onde o tio-avô de Marie-Laure vive em uma enorme casa à beira-mar. Eles levam consigo o que talvez seja o mais valioso e perigoso tesouro do museu. Enquanto isso, numa região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com sua irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, Werner acaba se tornando especialista em montar e consertar esses aparelhos cruciais à época, talento que lhe vale uma vaga na Juventude Hitlerista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões pelo rádio responsáveis pela chegada de Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza com o de Marie-Laure.

Essas duas linhas narrativas - uma menina órfã que carrega um diamante valiosíssimo e um menino que ingressa para o exército alemão - parecem querer demonstrar sobre as coincidências da vida ou sobre "destinos cruzados". E, para isso, o autor habilmente, como muito bem fazia a escritora inglesa Agatha Christie, projetou vidas pregressas de personagens que colaboram para esse encontro. Como um menino alemão sabe francês? No orfanato, Frau Elena falava, além de um tal programa de rádio... Como uma menina cega consegue se movimentar pelas cidades de Paris e Saint-Malo? O pai constrói maquetes "perfeitas" desses lugares, a ponto de reproduzir ralos e bueiros (?). Sobre o diamante que transporta consigo - O Mar de Chamas -, trata-se de uma jóia que possivelmente tenha vindo do Japão e pertencido a um xogum do século XI, cuja lenda diz que "o portador da pedra viveria para sempre, mas, enquanto a mantivesse, infortúnios cairiam sobre todos aqueles que ele amava como uma tempestade sem fim". Se a busca de tal tesouro por um especialista do exército alemão - acometido de uma doença terminal -, leva a somar elementos de suspense à trama, tal fato não se revela determinante para o leitor, tamanha é a articulação das histórias paralelas, o que nos leva a sonhar com um desfecho romântico imediato.

Algumas sequências de Marie-Laure em Saint-Malo durante a guerra nos remetem ao filme "Terror Cego" (1971), de Richard Fleischer, quando a personagem de Mia Farrow, também cega, se vê às voltas com um assassino. Aliás, o guarda-roupa da casa de seu tio-avô, com sua passagem secreta, que é utilizado durante boa parte da história, também nos remete às "Crônicas de Nárnia", do escritor inglês Clive Staples Lewis (1898-1963), não como um limite entre dois mundos, mas, pelo fato de ser muito mais do que um esconderijo: um local onde a personagem se sente em liberdade durante os bombardeiros, e de onde consegue se comunicar por um velho transmissor de rádio, pedir socorro e ainda ler para possíveis ouvintes capítulos de "Vinte Mil Léguas Submarinas", de Júlio Verne. Eis o fio condutor que une os dois jovens: as aventuras do Capitão Nemo e do Professor Aronnax funcionam como um intertexto no elo entre as situações vivenciadas pelos dois jovens. E o rádio é exatamente o motivo pelo qual o menino Werber entrou na guerra, por ter se tornado um perito em localização de ondas eletromagnéticas advindas dos Aliados.

Os treinamentos sem escrúpulos a que os jovens são submetidos na juventude nazista, a crueldade de seus instrutores, desde os exames rigorosos porque passam - que vão desde o nível de tons de azul de seus olhos à retidão de seus narizes -, são carregados de cores fortes e o autor não nos poupa de retratá-las com a crueza de detalhes. E nessa interação juvenil, personagens coadjuvantes vão ficando pelo caminho: deprimidos, mortos, tetraplégicos ou alienados mentais. Personagens que teriam vida longa, se Doerr resolvesse continuar com a arquitetura que planejou, tão reais se nos apresentam no decorrer da história. E, quando mais tarde Werber começa a questionar sobre seu papel na carnificina que passa a presenciar, precisamente durante a dominação da Rússia ("É certo fazer algo porque todos estão fazendo?", perguntava a irmã Jutta), caminhando no transporte de seu equipamento-rádio pelas extensas plantações de girassóis, torna-se impossível não nos lembrarmos do filme de Vitorio De Sica, quando a personagem de Sophia Loren caminha pelos extensos campos dos "Girassóis da Rússia", à procura de seu homem, possivelmente morto naquela mesma guerra.

Esse brilhante romance, corretamente intitulado "Toda luz que não podemos ver", é daqueles que não conseguimos parar de ler, que nos leva a refletir sobre a delicadeza do existir, da ânsia pela busca da felicidade em situações nem sempre de acordo com o que esperamos, mas, sobretudo, é um romance que relata a sobrevivência de seres humanos e suas possibilidades de mudar o mundo. E Anthony Doerr o escreveu com maestria: uma aula sobre como cativar o leitor para a realização de uma viagem, durante a qual retardamos para que não chegue ao fim e que, depois de sua última palavra, ficamos em silêncio, refletindo sobre nós mesmos, nossos sonhos, nossas realizações; sobre os obstáculos que saltamos; sobre entes queridos que deixamos pra trás e, sobretudo, sobre as luzes que atenuam ou realçam nosso caminhar pelos labirintos da vida. Em caso de saudade dos personagens, resta-nos usar o street view do Google Maps, selecionarmos a cidade fortificada de Saint-Malo e localizarmos a Rua Vauborel, nº 4. O que Marie-Laure fazia com os dedos pela maquete em miniatura, podemos imitar em outra dimensão. E a partir daí, seguirmos até uma estreita passagem para outro esconderijo repleto de caramujos à beira-mar da Bretanha. Quem sabe nos reconhecemos ali com uma chave na mão...


Gildo Henrique é aluno do Curso de Letras/Literaturas de Língua Portuguesa do Instituto Federal Fluminense - Campos dos Goytacazes/RJ.

site: https://www.facebook.com/gildo.henrique.7
Gorete.Pessoa 25/05/2015minha estante
Impressionada com a riqueza de detalhes de sua resenha, fiquei sem fôlego e com o coração disparado. Parabéns!!!!!


Luciana 30/12/2015minha estante
Gostei muito de sua resenha. Aguçou ainda mais minha vontade de ler o livro. Parabéns!




spoiler visualizar
Joh 28/11/2020minha estante
O quanto eu sofri e passei raiva meu Deus, entendo completamente


Roxanne.Alves 08/12/2020minha estante
Pode me resumir o final do livro, por favor ?




Thata 30/08/2021

Acabada estou kkkk
Eu amei esse livro haha (nunca escrevi por aqui haha e isso não é a resenha kkk) mas queria deixar registrado o dia que eu terminei esse livro e lê esse "comentário" (deixado por mim) vai me trazer a lembrança do quando eu gostei desse livro :).
Bem..eu amei a forma como o autor nos deixou curioso para saber/vê o momento do encontro de Marie e Werner e não só isso pois ao decorrer da estória os outros personagens também ganham o nosso coração haha, e acredito que o fato do autor ter feito esse livro com capítulos intercalandos entre os anos fez nossa curiosidade aumentar e deixou a leitura mais dinâmica.. é um livro triste mas ainda sim bonito, é muito bem escrito e você (bem..pelo o menos eu kkk) me apeguei aos personagens, enfim gostei muito da leitura, espero que goste caso for lê-lo ?
jessicalimao 30/08/2021minha estante
Bahhhhh eu adorei esse livro tbem. Me deixou um vazio quando acabou kkkk


Thata 30/08/2021minha estante
@jessicaguei né isso..sinto que meu coração está em pedaços kkk




Paula 05/03/2016

por que tanto?
o livro é bem escrito, a estória bonitinha, mas demora a "engrenar". não entendi o motivo de tanto alarde em relação ao livro.
Sol de Sirius 25/07/2016minha estante
Nem eu...tem até "coleguinhas" que terminam "amizade" por ficarem doídas qdo a gente não gosta....rs..Onde o saco p aguentar? rs Boas leituras, Paula!


Débora 10/11/2016minha estante
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Lorena 13/01/2017

O cenário clichê: Segunda Guerra Mundial. Duas histórias paralelas: uma ambientada na França, e outra na Alemanha. Dois jovens: Marie-Laure, uma menina francesa com catarata, e Werner Pfennig, um garoto alemão órfão. Ao ler a sinopse, a pergunta de grande parte dos leitores possivelmente é: "será que vai ser o enredo de sempre sobre a Segunda Guerra?"

Ganhador do Prêmio Pulitzer na categoria Melhor Ficção em 2015, “Toda luz que não podemos ver” descreve a vida de dois jovens paralelamente durante a Segunda Guerra. Marie-Laure, que aos seis anos perde a visão completamente, é criada pelo pai que trabalha em um museu de Paris durante a pré-guerra. Ele constrói para ela uma maquete da cidade para ela aprender a se orientar, e a presenteia com um livro em Braille.

Com o avanço da guerra, Marie-Laure e seu pai fogem de Paris, procurando pela casa de um colega do Museu em que o pai trabalhava. Mas por causa dos ataques, eles acabam indo morar com o tio-avô Etienne, em Saint Malo. A cegueira e a evolução da personagem ao longo da história foi muito bem construída. O modo como o autor detalha a forma como Marie-Laure enxergava sem poder ver chega a ser poética.

Na Alemanha, Werner e sua irmã Jutta Pfennig viviam em um orfanato. Sendo uma criança muito curiosa, Werner encontra um rádio quebrado e consegue consertá-lo. Ao longo do seu crescimento, ele aprimora sua habilidade em consertar rádios e acaba sendo descoberto por um oficial nazista que o recomenda a uma escola militar. Desta forma, ele conhece o nazismo, os ideais, e sente uma grande inquietação com as atitudes que os nazistas tomam.

Mesmo assim, Werner segue na sua jornada e especializa-se em encontrar transmissões ilegais de rádio durante a Segunda Guerra. Por meio de capítulos em blocos, a história vai sendo montada e contada em partes, por anos e períodos. A leitura é diferente para quem está acostumado com a cronologia na sequência dos acontecimentos. Desta forma, o livro mesmo sendo fictício, sempre conta a história de acordo com a perspectiva dos seus personagens. A edição da Intrínseca tem a qualidade esperada: páginas amarelas, impressão bem feita, a capa bonita e com brilho discreto.

Todo livro com o cenário da Segunda Guerra, sendo ele fictício ou não, é uma história triste. Fala de perda, dor, morte, crueldade. Mas “Toda luz que não podemos ver” também fala de paciência, apoio, amor, mesmo nas dificuldades. E, principalmente: resistência. Como disse Jutta a Werner, “É certo fazer algo apenas porque todas as outras pessoas estão fazendo?”.

site: https://bibliofila.wordpress.com/
Kelly Martinez 13/01/2017minha estante
Ótima resenha! Perfeita!
Li "Toda Luz" em 2015 e fiquei impressionada com a qualidade do texto! Livro excelente! Amo protagonistas fortes e a Marie Laure arrebatou meu coração!
Depois desse livro, passei alguns meses andando pelas ruas contando bueiros! :)


Lorena 23/01/2017minha estante
Obrigada Kelly! Este livro impressiona aqueles que são amantes de histórias contadas de forma diferente.




Tamires 28/07/2020

Uma história de amor
Com ambientação na segunda guerra mundial este livro se mostra diferente das narrativas habituais, nesta história há dois grandes protagonistas que são mostrados em perspectivas próprias e cada um trazendo uma bagagem de drama particular. Uma adendo especial para os personagens coadjuvantes do livro que demonstram uma beleza particular e roubam a cena em certos momentos da narrativa.
Essa história não é fácil de ser lida, em alguns momentos se mostra arrastada e difícil de acompanhar devido às mudanças de perspectiva dos personagens, mas o que parece que tinha tudo para dar errado é o que torna o livro tão incrível onde todas as histórias se convergem e finalmente o ápice da narrativa acontece.
A história deste livro é sobre amor, liberdade e também coragem, muitas vezes a ideia de amor fica subentendida nos capítulos como o amor de Marie pelo pai e o amor de Werner por sua irmã Jutta. As limitações que os deixam amarrados e sem liberdade em muitas situações no livro e principalmente a coragem de cada personagem que a todo momento é solicitada por algum motivo.
Por fim temos a pedra mar de chamas que fecha a narrativa em um mito que há sobre ela, nos fazendo mais uma vez refletir sobre a vida e o porquê de querer viver para sempre sem aqueles que mais ama, afinal qual seria o valor disso?
Dessa forma, temos uma história linear que no seu final deixa um aperto no coração, mas ao mesmo tempo uma sensação de realidade nata e verdadeira.
Nat Franchi 28/07/2020minha estante
arrasou, amiga!! livro inspirador mesmo, adorei acompanhar essa história com você!


Nat Franchi 28/07/2020minha estante




Rafilds 26/01/2022

Incrivelmente bem construído
O autor te leva para dentro da guerra descrevendo com tamanha habilidade os detalhes da vida antes, durante e depois, alternando entre as vivências de personagens cativantes e em locais distintos. Uma história densa num dos momentos mais inumanos da humanidade.
Manuel 26/01/2022minha estante
Resenhista n° 1, deu vontade de ler agr ???


Rafilds 26/01/2022minha estante
Acho que vc vai gostar tb! Esperando pra ver teu Feedback




Fátima Lopes 21/07/2015

O mérito do autor é injetar algumas doses de poesia em uma trama que ocorre durante a Segunda Guerra Mundial, sem omitir os horrores do conflito.
Sandra99 05/08/2015minha estante
Oi Fatima , mas você gostou da historia ?!!


Fátima Lopes 06/08/2015minha estante
Sim, gostei.




Carol Scaringi 16/08/2020

Emocionante!
O livro é muito detalhado em relação aos acontecimentos e menos detalhado em relação aos sentimentos, isso talvez se deve pelo fato da história se passar durante a segunda guerra mundial, onde as emoções eram suprimidas.
A maioria do sentir fica por conta do leitor, e eu como leitora, me emocionei com a história.
A história envolve vários personagens, tendo como persongens centrais Marie-Laure e Werner. Marie fica cega logo quando criança e Werner é convidado para um colégio onde é treinado para a guerra, ambos os destinos se cruzam durante a Segunda guerra.
Toda luz que não podemos ver é um livro super válido!

?Quando perdi a visão, Werner, as pessoas disseram que eu era corajosa. Quando meu pai foi embora, as pessoas disseram que eu era corajosa. Mas não era coragem; eu não tinha escolha. Acordo todos os dias e vivo a minha vida, você não faz a mesma coisa??
Ka 16/08/2020minha estante
É lindo ?


Carol Scaringi 17/08/2020minha estante
Siiiim ??




Amanda 08/01/2016

Toda luz que não podemos ver
Que livro incrível, meu deus. Com certeza desbancou A menina que roubava livros (que eu nunca achei nada tão demais como as pessoas), como o melhor livro que se passa na Segunda Guerra Mundial que eu já li.

Nós acompanhamos a vida de dois jovens. A de Marie-Laure na França, uma garota de onze anos que é cega e vive com o pai, que é o mestre de chaves do Museu de História Natural em Paris, e a de Werner, um menino alemão que mora em um orfanato com a irmã em uma cidade perto de Berlim.

Certo dia Werner acha um rádio e, mexendo nele, acaba descobrindo sua paixão por engenharia: e que ele é realmente muito bom nisso. Sendo um garoto 100% ariano com os típicos olhos azuis e cabelo branco como a neve, e junto com as suas habilidades e contatos que acaba fazendo em sua cidade, não é se espantar quando ele é aceito em uma das Escolas Hitleristas mais proeminentes do país quando o Nazismo já está instalado e a Guerra quase chegando.

Por outro lado, vemos como Marie-Laure ficou cega de repente, e como seu pai teve que ajustar suas vidas por causa disso. Ele, um bom carpinteiro, acaba fazendo uma mini-maquete de madeira exatamente igual ao bairro deles. Com o mesmo número de casas, janelas, bueiros, placas e tudo o que a garota precisaria para conhecer cada centímetro e decorar os caminhos que precisa fazer todo dia.

Daniel, seu pai, é o guardião de milhares de chaves do museu, e tem a total confiança do Diretor. Quando o exército Alemão invade Paris, ele manda-o embora para Saint Malo, atrás de um contato do Museu e confia-lhe um importante diamante cuja lenda diz que o dono viverá para sempre, apesar de que todos que ama sofrerão: O mar de Chamas. Bom, pelo menos a chance dele estar carregando o verdadeiro é de 1 em 4, já que há três falsos e um verdadeiro espalhados pelo o mundo. Tudo isso para que os Alemães não se apossem dele, em sua caçada de saquear museus e casas no mundo para a coleçãp particular que o Fuhrer pretende reunir.

O que ele não sabe é que há um sedento Sargento atrás daquela pequena pedra.

O livro é extremamente bem escrito e fluído, e te pretende completamente na história. Você vai sofrer, rir e se apaixonar por pelo menos um dos personagens (no meu caso foi o Werner). E tem um grande suspense, porque nós vemos o final do livro no começo, e a cada parte nova, no meio da história, há um capítulo que nos mostra o presente, que é o fim da guerra em 1944, sendo que a história começa em 1940. Então toda hora que achamos que vamos ver o desfecho, o autor volta tudo ao passado para sabermos como os personagens acabaram chegando onde eles chegaram, e como a vida de ambos personagens foi entrelaçada pela guerra entre seus países. Uma história realmente delicada e emocionante.

Eu li este livro na minha viagem aos EUA, então demorei um pouco para lê-lo, mas com certeza teria lido ele em poucas sentadas se tivesse tido o tempo. Ainda estou muito indignada com o final.

site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2015/12/resenha-129-toda-luz-que-nao-podemos-ver.html
Amanda.Riselli 05/02/2016minha estante
Amands, eu adorei a sua resenha porque tem vários pontos em comum com a minha! Eu fiquei completamente apaixonada pelo Werner também! Ele foi o personagem que mais me cativou! Livro lindo! Se tornou o meu favorito!


Amanda 05/02/2016minha estante
Realmente é maravilhoso!




Ana Vizentim 29/04/2022

Esse livro me impactou
Sim, esse livro me impactou de uma forma q eu não imaginaria...
Me deu vontade de ir para Saint Malo para ver esse lugar de perto... E olha q nunca quis visitar um lugar q remetesse à guerra.
Um ponto de vista da guerra q nunca tinha lido ainda. Ou melhor, dois pontos de vista.
Perfeito!!!
Cris_Weber 30/04/2022minha estante
Depois dessa declaração vou colocar na wishlist esse livro ?


Ana Vizentim 30/04/2022minha estante
pode colocar ???




Pedro 11/10/2015

Toda Luz Que Não Podemos Ver - Anthony Doerr
Logo ao nascer Marie-laure perdeu a mãe e passou a ser criada exclusivamente por seu pai, chaveiro chefe do museu nacional de historia, na França. Ela cresceu ouvindo boatos sobre uma pedra preciosa que trazia sorte e também desgraça para as pessoas que o dono da joia sentisse amor. Aos 6 anos, a garota fica cega por cataraca, e o pai muito amoroso dá-lhe todo o apoio e ensinamento adequado para que ela seja independente. Nos aniversários de Marie-Laure ele sempre construiu uma pequena maquete da cidade com algum enigma para a pequena garotinha e assim vão seguindo suas vidas.

No outro ponto do enredo, conhecemos Werner, junto com sua irmã Jutta. Órfãos, que residem em uma casa de crianças sob a tutela de Frau Elena, a chefe da casa. Eles moram na Alemanha, próximo a uma região onde o mineral é muito explorado e onde seu pai morreu soterrado. O garoto é muito inteligente e aprendeu cedo, quando encontrou e consertou um aparelho de rádio, um livro de eletrônica e com um curso de ciências/física oferecido via-rádio ele passou a entender mais sobre o funcionamento do aparelho. Werner ganha notoriedade na região, sendo chamado pela população para consertar seus rádios. É quando conhece um senhor importante que o recomenda para uma escola da Juventude Hitlerista, onde ele expande sua vocação para consertos e vai trabalhar com a captação de ondas de rádio.

Com Segunda Guerra Mundial eclodindo, as duas histórias não só se cruzarão, como se interligam quando Marie-laure e seu pai fogem para Saint-Malo em busca de abrigo na casa de um parente. E Werner, com uma equipe tentando captar a comunicação e desativar qualquer comunicação do inimigo.

São inúmeras as histórias que o autor conta neste livro, e eu diria que os dois personagens principais, que ganham capítulos intercalados em terceira pessoa, são apenas as lacunas para os personagens secundários que podem até brilhar mais do que os principais, como é o caso de dois amigos de Werner na escola Hitlerista: Volkheimer, um jovem muito forte com grandes conhecimentos científicos e que realiza um feito que demonstra sua lealdade ao amigo; e Frederick (o oposto do primeiro), garoto pequeno, que ama pássaros e é extremamente amável. Também temos o mega dedicado pai de Marie-Laure; Etienne (tio) e a governanta da casa que ajudam muito na hora da necessidade... entre outros, não tão bons (como um certo sargento) que dão mais estrutura para o autor trabalhar outras questões em seu livro.

Na narrativa intercalada o autor consegue brincar com o tempo dando saltos temporais e nessa brincadeira deixa o leitor extremamente aflito. Foram vários os momentos em que ele acabou uma parte do livro e no capítulo seguinte avançou ou retrocedeu alguns anos deixando aquela curiosidade extrema em relação ao que ia acontecer, e ele fez isso de uma forma genial - a leitura acabou sendo mais rápida.

Toda Luz Que Não Podemos ver, ganhador do prêmio Pulitzer 2015, apesar de trazer um tema muito batido (Segunda Guerra Mundial), consegue surpreender com elementos pouco trabalhado em outras obras do mesmo gênero. A cegueira, o rádio como meio de comunicação da época e que foi de grande importância e as obras de artes confiscadas a mandado de Hitler que tinha como plano construir um gigantesco museu.

Para quem espera um romance estilo novelão, não encontrará aqui, já que o foco mesmo é mostrar de uma forma mais crua as características humanas durante o período do conflito. Porém, encontramos a crueldade em contrapartida com a bondade ainda existente no homem. O sentimento após anos da tragedia e todas as feridas deixadas por uma guerra que só trouxe o sofrimento mostrando que, apesar de batido, esse período jamais deverá ser esquecido.
Para quem tem coração mole, facilmente se sensibilizará no decorrer da trama e para quem ama um romance histórico, é mais do que recomendado.

site: http://www.decaranasletras.blogspot.com.br/2015/10/resenha-sorteio-110-toda-luz-que-nao.html
Pedro 11/10/2015minha estante
Para quem se interessar pelo livro, está rolando sorteio no blog de um exemplar:
http://www.decaranasletras.blogspot.com.br/2015/10/resenha-sorteio-110-toda-luz-que-nao.html


Renata CCS 06/11/2015minha estante
Ganhei este livro de aniversário este ano. Ainda não li, mas sua resenha me instigou a colocá-lo na minha meta de leitura do ano.




C Henrique 06/08/2015

Fiquei na dúvida em quantas estrelas dar. Logo após a leitura, dei quatro, mas passado o efeito imediato das lágrimas, rs, caiu pra três. Apesar de ter gostado, tenho de concordar com a resenha do Daniel.

A história tem "originalidade" só nos detalhes, aquela coisa de falar em tecnologia e ciência (que contudo pra mim pareceu um pouco o autor querendo dar um ar de erudição ao livro na falta de literariedade, quase como enchimento de linguiça), mas o cerne mesmo da história é bem clichê: aquela velha temática de vidas que se cruzam durante a Segunda Guerra e do herói anônimo...

Um ponto positivo é que ele teve o cuidado de no fim não resvalar demasiadamente pra pieguice, tanto que o final deixa aquele gostinho de "queria que isso tivesse acontecido" (nosso lado melodramático e novelesco), mas terminou de forma comedida, sem muito apelo.

Leitura boa mas acompanhada o tempo todo daquela sensação de déjà vu, de você já ter lido muitas histórias parecidas, ou de que falta algo mais.
Caroline Gurgel 06/08/2015minha estante
Estava bem empolgada pra esse, mas vou tentar ler com menos expectativas. Ótima resenha!


C Henrique 06/08/2015minha estante
Caroline, é bom, mas pra quem já leu bastante coisa semelhante, fica uma sensação de mais do mesmo. Mas leia, e depois me diga. Abraços.




Gabi Mastrangelo 26/01/2017

Tinha tudo para ser bom, mas...
O livro só começa a ficar bom lá pela página 400... Antes disso, é bem parado. E também não gostei do modo de escrita do autor, com frases muito curtas, separadas sempre por um ponto final. E quando um capítulo começa a ficar bom, ele acaba abruptamente e muda o personagem, a época... Com uma sinopse maravilhosa, o livro tinha tudo pra ser muito bom, mas deixou a desejar. Somente o final me agradou, o desfecho de tudo.
Petrucio.Lamenha 02/02/2017minha estante
Comentei quase o mesmo. A história se fosse contada de forma linear seria melhor.


Débora 17/02/2017minha estante
Concordo plenamente




Patricia543 10/01/2018

Maravilhoso
Esse é um dos livros mais fantásticos que já li! O jeito que a história se entrelaça, os detalhes,
a descrição feita pelo autor, os personagens, tudo me conquistou.
Marcia 10/01/2018minha estante
Já entrou pra minha lista !!


Patricia543 10/01/2018minha estante
Espero que goste do livro tanto quanto eu, Marcia! Depois me conte o que achou!




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