LT 28/08/2017
Boa noite, galera! Aqui quem fala é o Júlio, e essa semana trago a indicação de um ótimo livro de uma autora famosa. Jamie Mcguire é conhecida pela série que conta as histórias dos irmãos Maddox, mas, em Red Hill ela muda de gênero e faz isso bastante bem.
A leitura está entre uma das melhores do ano, para mim. O livro é dividido em três pontos de vista se alternando a cada capítulo e a autora fez algo que curti ao perceber, algumas partes são contadas de mais de um ponto de vista. A mesma cena é vista, por exemplo, dos pontos de vista de Scarlet e Nathan e achei isso bem legal. Ela nos faz perceber a interação indireta entre os personagens durante todo o livro mesmo que eles não estejam juntos naquele momento.
Quanto à história... Temos aqui um vírus mortal que entra em cena e tira a vida “normal” de todos dos eixos. A autora consegue passar para o leitor todo o horror vivido pelos personagens. Poucos livros conseguiram me passar tal sensação, nesse me senti no meio daquele inferno no qual o mundo se transformou. Quando a epidemia começou, o caos se instaurou pelas ruas devido ao a infecção acontecer através da mordida e a "mudança" às vezes em minutos. Então, temos pessoas desesperadas correndo por todos os lados, tentando salvar suas vidas dos infectados. Os três protagonistas são personagens totalmente diferentes entre si.
Scarlet é uma mãe solteira que se vê, de repente, no fim do mundo e longe de suas filhas que passavam o fim de semana com o pai. A luta dela pela vida delas é incrível, chegando a extremos em certas partes do livro (não conto).
Nathan está com sua filha Zoe no meio da confusão e faz de tudo para mantê-la segura e tranquila. Zoe tem um problema e não pode passar por estresse, ou seja: estão na pior situação possível para garotinha.
Miranda, a princípio, se mostra bastante superficial, fugindo e ao mesmo tempo preocupada em não arranhar o carro novinho. Ela está acompanhada de seu namorado Bryce, sua irmã Ashley e o cunhado Cooper.
A personalidade das personagens é bem trabalhada pela autora, fazendo todos terem sua importância no decorrer do livro. Alguns outros merecem destaque, como Skeeter (sem mais detalhes sobre ele, mas um dos melhores personagens), e Joey – um ex-soldado encontrado pelo caminho que se mostra de grande ajuda em situações difíceis.
Além de toda a situação caótica, a autora explora também o relacionamento entre os protagonistas e seus acompanhantes, o que só deixa a leitura ainda mais dramática, pois essas pessoas, em sua maioria, não se conheciam e são obrigadas a conviver se quiserem sobreviver.
O Rancho Red Hill parece ser o único lugar seguro para todos eles, a ligação de todos com o Rancho também é algo que gostei, não é simplesmente um lugar aleatório ao qual todos decidem ir, há toda uma história passada ali.
Acho que o motivo de o leitor se sentir dentro do enredo é o fato de se passar no mundo real, não existe um super-herói ou uma super-arma que os ajude a resolver o problema. Vemos pessoas como nós, lutando por suas vidas o tempo todo, cometendo erros e perdendo entes queridos ou até a própria vida por isso. Sofri junto com as personagens, no entanto, sabe aquele livro que você não consegue parar de ler? Red Hill se encaixa nessa categoria. O final foi digno da história e tem um detalhe que chama atenção e chega inclusive a assustar... sem spoilers – risos.
Falando um pouco da edição, não me lembro de ter encontrado erros. A divisão dos capítulos é simples, mas encaixa bem. A obra conta com uma fonte em um bom tamanho e as páginas são amareladas. A capa ficou ótima, mostrando o tão citado rancho que passa a significar salvação e ao mesmo tempo consegue passar a sensação de que nenhum lugar é seguro.
Recomendo demais a leitura, entrou pra os meus favoritos. Bem pessoal, vou ficando por aqui, semana que vem estou de volta. Abraço!!!
[QUOTES]
"Miranda? Ele... ele pegou o cara!” – Espiei por cima do volante e vi o segundo homem tentando puxar o próprio braço para fora da boca do primeiro. Um misto de gritos e gemidos se erguia do embate frenético dos dois.
"Pare onde está. Se consegue entender o que estou falando, por favor, pare. Vou acertá-lo com este bastão se você se aproximar.” – Zoe agarrou a parte de trás da minha calça e eu segurei firme na parte de alumínio do bastão. “Feche os olhos, Zoe...”
Resenhista: Júlio César.
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