Lilian.Araujo 29/01/2022
Uma das 3 melhores leituras que fiz em 2020! A crítica consagrou esse livro como uma das melhores obras de Hemingway. Por ela é que ele venceria o Prêmio Pulitzer e o Nobel de Literatura, o que só não ocorreu por razões políticas.
Robert Jordan é um americano, professor de espanhol, que viaja para a Espanha a fim de lutar ao lado dos republicanos, na Guerra Civil Espanhola, com a missão de explodir uma ponte, por ocasião de um ataque simultâneo à cidade de Segóvia.
Hemingway usa sua própria experiência, pois ele foi jornalista correspondente na Espanha durante a guerra, a qual é palco da tensão declarada entre socialismo e fascismo no período entreguerras.
Os nacionalistas, liderados por Franco, tinham apoio dos italianos e dos nazistas, ao passo em que os republicanos tinham o apoio da União Soviética. É nesta guerra que o nazismo ?testa? o aparato bélico que será utilizado na 2ª Guerra Mundial.
No entanto, Hemingway faz uma crítica ácida à guerra em si, que coloca irmãos contra irmãos. Critica a violência utilizada pelos dois lados e os privilégios fúteis que passam a fazer parte da rotina da cúpula republicana, enquanto homens comuns dão suas vidas em campo, em nome da República.
Portanto, é um clássico que vai além da discussão ideológica, pois a grandeza dele consiste em nos fazer refletir que, independente de por quem os sinos dobram, somos todos humanidade. Reiteradas vezes, os homens integrantes do bando republicano comandado por Pablo, do qual Robert Jordan faz parte, entram em conflito existencial sobre o sentido de guerrearem com outros seres humanos, enquanto o próprio Jordan questiona a si próprio sobre a necessidade de sua missão, sobre a guerra, sobre uma ideologia se sobrepor em relação a vidas humanas.
É, por fim, um romance sobre a condição humana, cujo título é uma referência ao poema que está na 2ª foto, de autoria do poeta e pregador inglês John Donne, que consta da epígrafe do livro e que me tocou de imediato!
Destaco ainda a figura feminina de Pilar, esposa de Pablo. Que mulher, gente!