Marjory.Vargas 16/07/2023“Dei a mão a ela. Um novo e desconhecido sentimento me preencheu. Parecia o mar, a luz do sol, os cavalos. Parecia amor. Vasculhei minhas ideias e encontrei o nome. Felicidade.”
Ada é uma criança que vive trancada dentro de casa, pois sua mãe tem vergonha do seu pé "defeituoso". Ela não sabe ler nem escrever, e desconhece muitas coisas.
Durante os bombardeios da Segunda Guerra, centenas de crianças foram retiradas de Londres e mandadas para o interior. E é a partir daí que a vida de Ada muda. Ada e o irmão, Jamie, acabam aos cuidados de Susan, uma jovem que não havia se voluntariado para receber as crianças.
É interessante acompanhar como funciona a mente de uma criança, e como ela entende a guerra. No caso da Ada, também temos os próprios conflitos emocionais que ela enfrenta. Afinal, é uma criança que sempre foi escondida pela mãe, que não entende que o seu “defeito” não a torna menos criança. Há muito sofrimento nela, e é lindo de acompanhar como, aos poucos, aquelas três pessoas, tão diferentes, descobrem que família é muito mais que laços de sangue.
Ada e Jamie receberam ajuda, mas também ajudaram a Susan. O amor muda as pessoas, e é perceptível como o carinho e o cuidado da Susan – que de início não queria nem saber das crianças – mudaram as crianças, principalmente a Ada. Tão desacostumada com esse sentimento que ficou confusa quando foi tratada com respeito e gentileza.
Os três salvaram a vida um do outro, e o final do livro é emocionante demais. Uma leitura rápida, mas que mexe demais com a gente.