O gigante enterrado

O gigante enterrado Kazuo Ishiguro




Resenhas - O Gigante Enterrado


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radamiscastor 16/06/2024

Uma preciosidade
Quando peguei "O Gigante Enterrado" pra ler, não imaginava encontrar uma fantasia ambientada numa Grã-Bretanha medieval, onde uma névoa de esquecimento impede as pessoas de lembrarem do passado. A premissa me pareceu interessantíssima, mas o que realmente me cativou foram os protagonistas, Axl e Beatrice. Mesmo com a idade avançada, eles embarcam em uma jornada para reencontrar um filho há muito esquecido e, ao mesmo tempo, resgatar suas próprias memórias. Embora frágeis, eles se apoiam no amor que sentem um pelo outro pra enfrentar os desafios que surgem pelo caminho. Mas será que lembrar de tudo é sempre bom? Será que o esquecimento não é uma forma de deixar para trás dores e traumas, individuais ou coletivos, permitindo que a vida siga em frente? Às vezes, não. Às vezes, a verdade, por mais dolorosa que seja e com todas as consequências que possa trazer, precisa vir à tona. O Gigante Enterrado é um livro lindo, delicado e melancólico, que revela sua essência bem no finalzinho. Já está na minha lista de favoritos ?.
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Enrico 16/02/2016

Sob uma trama aparentemente trivial, juvenil e pouco inovadora, O Gigante Enterrado traz à reflexão temas sombrios e delicados: o amor, o ódio, a traição, a fidelidade, a guerra, a morte, a memória. Principalmente a memória. Suas potencialidades de aproximar, afastar, vingar, justificar. De fomentar o conflito, ou de apontar para uma resolução. Seja a fragilizada memória biográfica do casal de idosos que protagoniza a trama, seja a degradada memória coletiva dos grupos étnicos que a contextualizam, ela aparece mais que como tema: é um verdadeiro personagem, e não de menor importância. Um personagem cuja ausência é sentida, cujo retorno é aguardado, cujo perfil é especulado.

Confesso ter ficado ressabiado ao saber que Kazuo Ishiguro havia ingressado no universo da ficção fantástica após ter lido o excelente Não me abandone jamais (cuja adaptação ao cinema foi sofrível). Mas essa nova obra, se não carrega a mesma atmosfera misteriosa, ácida e ligeiramente verossímil da anterior, não é nada desprezível e se destaca no gênero.

Antes de iniciar a leitura, desconfiei de um crítico que afirmava se tratar de um livro que permanece povoando nossos pensamentos após seu término. Depois de dois ou três capítulos, continuava me parecer uma obra bastante regular. Mas não era. Narrando com sensibilidade, descrições sofisticadas e lampejos poéticos, Ishiguro nos oferece poucos porém bem constituídos personagens que se situam nos tempos folclóricos da Grã Bretanha, em que violentas disputas políticas e o poder secular da Igreja coexistem com trolls, fadas e dragões. A exemplo do livro anterior, a trama evolui paulatinamente, como que naturalmente, revelando de modo sutil e orgânico aos personagens (e ao leitor, é claro) sua real condição no universo improvável em que habitam; condição que desconhecem a princípio. O narrador em terceira pessoa é predominantemente objetivo, mas se permite ocasionalmente evocar o leitor manifestando ciência de que este se encontra em tempos nos quais os acontecimentos são implausíveis e fabulosos. Permite-se também, em um ou outro capítulo, abrir espaço para a visão subjetiva de certos personagens, um dos quais constitui uma bonita homenagem ao Quixote de Cervantes.

Por fim, a figura metafórica do gigante que intitula a obra – e que só é devidamente compreendida nos últimos capítulos – deixa propositadamente no ar a continuação temerária dos acontecimentos narrados. Mas a qualidade da obra dá indícios de que o autor não se renderá às tentações mercadológicas de lançar uma sequência. Melhor assim.

Claro que não está no rol dos livros mais geniais e inventivos do século, talvez longe disso, mas é muito mais que algumas horas de entretenimento juvenil vazio.
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Nara 20/02/2016

Perdoar é esquecer!
Perdoar é esquecer! Essa é a maior metáfora presente nesse livro! Mas não se engane, ao pé da letra, é o pior livro do mundo... Vai odiar o final até você começar a perceber as coisas, perceber as metáforas... Que os elementos fantásticos não foram simplesmente jogados ali sem um propósito. O que o esquecimento faz na vida de um casal e o que ele faz para povos em conflito? Forgive is to forget, give to get. Perdoar é esquecer, dar para receber.
Blackpantoja 20/02/2016minha estante
Noss '...pior livro do mundo' kkk cê tá sendo muito dramática Nara [#soacho], talvez o Sr.Ishiguro não tenha acertado na receita do seu livro ele usou muito os sentimentos e esqueceu de a fantasias também tem um sabor ótimo ....


Madu | O corvo livros 22/02/2016minha estante
Concordo com o Adilson e também com você, Nara. O primeiro sentimento ao terminar a leitura é de raiva, tempo perdido, mas como diz a frase na capa, você se recusa a esquecê-lo. A leitura não é a das melhores no sentido instantâneo mas vale a pena saborear as metáforas dias após o fim do livro.




Kleber.Luiz 17/02/2017

demora pra empolgar
não entendi o final
Andreev 05/04/2017minha estante
Era a hora dela não a dele


Kleber.Luiz 13/04/2017minha estante
há obrigado amigo




Btrz 14/10/2017

Kazuo fala sobre memórias, sentimentos, companheirismo e sobre o preço da paz.

Em primeiro plano é contada a historia de Beatrice e Axl, um casal de idosos que apesar de ter passado a vida juntos não se lembram de boa parte dela.

Ao fundo é contada a história do legado de Arthur, a paz entre Saxões e Bretões que também não tem muitas lembranças de como a história se desenrolou.

O livro tem pouca ação.
Sua principal proposta é a crítica ao que estamos dispostos a por em jogo em troca de lembranças incertas.
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ig: rafamedeirosmartins 10/11/2017

Prêmio Nobel 2017 e sua fábula sobre o dever de lembrar e a premência de esquecer
Um livro ambientado numa antiga Bretanha povoada por aldeões, ogros, dragões, guerreiros e reis. Até a parte III é o que parece: um romance de cavalaria. Entretanto, no terço final o livro ganha fôlego, a névoa se dissipa, tanto para as personagens como para o leitor; as memórias são desvendadas e as ricas metáforas se verticalizam numa belíssima marcha até o fim de todas as coisas.

Acompanhamos a jornada épica de Axl e Beatrice, um casal idoso cuja memória individual e coletiva estão obscurecidas por um feitiço muito antigo. As trabalhadas metáforas (o motivo do feitiço do esquecimento, o amor, a dragoa, a religião, o barqueiro) alcançam a universalidade. O último capítulo flerta com a perfeição.

O livro é de leitura simples porém lentíssima, como uma longa jornada a pé. Aí seu toque genial: temos a sensação de acompanhar a caminhada dos protagonistas como se estivéssemos lado a lado, desvendamos os mistérios em conjunto, e chegamos a fim juntos.

Kazuo Ishiguro foi galardoado com o Prêmio Nobel de Literatura de 2017.
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Lara 13/11/2017

Muitas páginas para pouca história.
A leitura poderia ser feita com as 60 primeiras páginas de apresentação dos personagens e logo depois o último capitulo.Este é bem poético e muito bonito.A página 196 vale o livro inteiro.A leitura no geral é arrastada.Nota 7.
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Rafaela 15/11/2017

O Gigante enterrado
O Gigante enterrado.

Lançado em 2015, o livro O Gigante Enterrado, escrito por Kazuo Ishigaro, aborda o peso das lembranças em nossas vidas. O autor, que ganhou o Nobel de Literatura deste ano, é graduado em filosofia e escrita criativa, e já escreveu 7 livros e uma coletânea de contos. Para ele, a escrita é uma forma de preservar as memórias. Abordando temas densos de forma sutil e metafórica, o escritor busca mostrar o valor das memórias para uma sociedade, e as consequências do esquecimento.
Na Grã-Bretanha, por volta do final do século V, quando os cavaleiros andavam montados em cavalos de guerra, com armaduras brilhantes e armados com espadas, logo após a queda do rei Arthur, estranhos acontecimentos regem a vida do povo. Ogros, fadas, e a imponente dragoa Querig assombram a população, que vive à sombra do esquecimento, sem memórias do tempo passado. Uma névoa atinge o lugar, causando a perda das lembranças, as boas e as más.
Em um pequeno vilarejo bretão, encontramos Axl e Beatrice, um casal de idosos que nutrem um grande amor, porém vivem com a dor de não terem as lembranças dos seus tempos felizes e de suas histórias. Atingidos por vezes com fragmentos de memórias, o casal lembra-se de seu filho, mesmo que não encontrem nas lembranças um nome ou um rosto. Afetados pelas recordações, os dois saem em busca do seu filho, e no caminho, procuram encontrar o motivo, e talvez a solução, do esquecimento que circunda o seu mundo.
Durante a jornada, Axl e Beatrice acabam encontrando companheiros, que irão junto com eles tentar acabar com o mal que rodeia a região. Sir Gawain, um grande cavaleiro, sobrinho do Rei Arthur, que vive com o seu cavalo Horácio e entre devaneios busca cumprir a sua missão: acabar com a dragoa Querig. Wistan, um guerreiro saxão muito habilidoso, com uma tarefa que vai mudar a vida dos saxões e bretões, e que no caminho acaba encontrando Edwin, um menino saxão misterioso, expulso de sua aldeia após ter sido sequestrado por criaturas estranhas. Durante a aventura do grupo, eles passam por mosteiros cheios de segredos e florestas perigosas, e acabam descobrindo que há uma possibilidade de acabar com a névoa.
O livro é cheio de metáforas, e mostra que as recordações podem abalar um amor de anos, uma sociedade e a paz que reina entre tribos. A jornada que Axl e Beatrice empreendem faz com que eles descubram que as lembranças podem ser perigosas e carregarem dor e violência, e que às vezes, o esquecimento é o preço da paz.
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Fábio Valeta 26/11/2017

Já tinha interesse de ler o livro há algum tempo, mas saber que o autor havia ganhado o Nobel desse ano me fez antecipar a leitura dessa obra. E valeu a pena.... já que é uma história muito bem escrita e interessante.

De forma simples, o livro pode ser resumido à jornada de um casal idoso à procura de seu filho que há vários anos saiu de casa. A dupla percorre uma Inglaterra cheia de criaturas fantásticas na esperando de chegar a aldeia do filho e poder viver os restos de seus dias ao lado dele.

Mas há muitos mais detalhes além dessa história. Passada na Inglaterra alguns anos após a morte do Rei, o livro possui várias analogias com medos associados à velhice: seja a névoa que cobre o país deixando todos praticamente sem memória (esquecimento), seja o casal de protagonistas que é proibido por sua comunidade de possuir uma vela (cegueira) e, como não podia deixar de faltar: morte.

É um livro belo e triste, narrado de forma simples mas instigante pelo autor. Talvez não seja um livro para qualquer um devido a sua narrativa lenta, mas é uma pequena grande obra. Se o autor mereceu o prêmio, não posso dizer apenas por este livro. Mas ele foi o bastante para me motivar a procurar seus outros trabalhos.
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Raony 25/12/2017

Sim, sim, eu sou seduzido pelas capas. Tinha baixado esse faz tempo no kindle. Sabia nem que que era. Nunca tinha ouvido falar do cara. Baixei exclusivamente pela capa e pelo sobrenome do autor que prometiam alguma coisa fora dos padrões. Dai ele ficou lá nas estantes do kindle, que não junta poeira, nem traças, mas é igual as estantes de verdade mesmo no quesito "livros parados esperando sua chance de serem lidos que para a maioria nunca vai chegar". Mas daí o Ishiguro ganhou o Nobel. Opa. Tem algo aí. "Não sou só uma capinha bonita."

Foi meu Natal. É daqueles que prende sabe. Dai só larguei umas poucas horas pras festividades,comilanças e confraternizações familiares, mas logo voltava. É fantástico. No sentido de muito bom e no sentido de lidar com a fantasia. Ogros, fadas, bruxas, dragões, o rei Arthur e o mago Merlin. Só não tem um gigante. Quer dizer tem, mas não é um gigante.
Eu diria que o ódio é o gigante do título. "Ai, fantasia, coisa de criança". Não. E definitivamente não esse. É magistralmente bem-escrito. Mesmo. Não só pela capacidade de te prender, mas pelos momentos UAU que são tantos. Não para de te surpreender. Acho que é isso. Só UAU mesmo.
Humberto.Yassuo 27/12/2017minha estante
Viva o Nobel, que fez o nipo britânico sair da estante dia "livros parados". :P

Legal, mestre, esse aí tá minha fila para ser lido.


Raony 30/12/2017minha estante
Será que vai ser lido ou está junto com a maioria? haha


Humberto.Yassuo 31/12/2017minha estante
Hahaha... Vai ser lido, sim!




Pipoco 19/01/2018

Decidi pela leitura do livro após sua premiação com o Nobel. Não é, definitivamente, o tipo de enredo que me atrai em um livro. No entanto, temos aí uma escrita belíssima e bastante metafórica que perpassa algumas questões pelas quais me interesso: memória, afetividade, espaço, pertencimento e relacionamento. Confesso, porém, alguma dificuldade com leituras fantasiosas, o que por vezes me deixava confuso, mas não seria justo se falasse que se trata de um livro ruim: pelo contrário, a escrita é belíssima e a narrativa é muito agradável.
Luciana Lamblet 20/01/2018minha estante
Quero começar com "Os vestígios dos dias"




Fabio Di Pietro 05/01/2020

Leve e profundo
Cheio de metáforas, Ishiguro constrói a narrativa de alguns personagens cujos caminhos sempre se cruzam para trazer metáforas e reflexoes acerca do amor, companheirismo, remorso/lembranças/perdão... História bela, com bastante metáfora em uma leitura leve e fácil. Um belo livro para ler em uma montanha ou uma praia...
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AleixoItalo 19/01/2020

Poucos livros carregam tanta ternura, tristeza e sentimentalismo em suas páginas como a obra de Kazuo Ishiguro.
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O vencedor do Nobel (2017), visita a Bretanha mágica do Rei Arthur em O Gigante Enterrado, num momento onde as glórias do lendário rei ficaram pra trás e suas lembranças foram perdidas. Na verdade todas as lembranças o foram, uma névoa mágica permeia a região e faz com que todo mundo se esqueça das coisas e não acumule lembranças. É nesse cenário que um casal de idosos decidem fazer uma jornada em busca de um filho à muito desaparecido.
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Assim como em Não Me Abandone Jamais (outro clássico do autor) o grande protagonista aqui são os sentimentos, o amor, a tristeza , a saudade. Kazuo é mestre em tecer esses elementos em sua narrativa criando uma obra densa, sensível e tocante.
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Os elementos fantásticos estão presentes, dragões, ogros, um cavaleiro perdido da Tavola Redonda já velho e cansado, etc... Mas a obra segue um ritmo próprio, lento, bucólico, parcimonioso, um ritmo que acompanha o cansaço de seus personagens e a esperança de que as coisas podem melhorar.
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Poucos autores valorizam tanto a importância dos sentimentos e das lembranças , ler os livros de Ishiguro dão uma sensação de pesar, tristeza mas ao mesmo tempo conforto, como um fim de tarde morno e uma brisa fresca de verão!
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jess209 24/05/2020

O Poder das Memórias
Com uma carga emocional forte e grandes metáforas a serem analisadas, Ishiguro nos mostra que que devemos ter conhecimento de todos os fatos, todas as lembranças, para poder compreender nossa vida, e o que vem após ela.


Esse é um livro com uma história boa, enredo interessante e com plot coerente mas que, na minha opinião, não foi bem desenvolvido. A escrita de Ishiguro não me agradou, principalmente os diálogos sem fluidez e a falta de profundidade dos personagens ja que, no final, iremos ver que todos eles tem uma ligação entre si, mas que não é tão bem construída. Também deixou a desejar nas cenas de ação, que afinal são tão esperadas em livros de Alta Fantasia.
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