ViagensdePapel 25/01/2016
Três semanas com meu irmão
Eu já resenhei alguns livros do Nicholas Sparks aqui no blog e sempre afirmei que, por mais que suas histórias não trouxessem nada de novo, eram romances bonitos, que cumpriam bem a sua função de entreter e emocionar. Quando eu solicitei Três semanas com meu irmão para resenhar, não imaginava que fosse encontrar na obra um lado tão honesto e sensível de Sparks, disposto a se abrir com todos os seus fãs e expor diversos acontecimentos de sua vida pessoal.
O livro é assinado também por Micah Sparks, mas é Nicholas, seu irmão, que nos conta essa história. Logo no início, em 2002, Nicholas recebe pelo correio um panfleto que anunciava uma excursão de três semanas ao redor do mundo, entre janeiro e fevereiro de 2003. A viagem passaria por lugares como Guatemala, Polinésia, Austrália, Camboja, Índia, entre outros países. Assim que se deparou com o panfleto, Nicholas não conseguiu tirar a ideia da cabeça, mesmo que isso o fosse afastar do trabalho, de sua esposa e de seus cinco filhos. Mesmo assim, ele acreditava que nada acontecia por acaso e viu na viagem uma oportunidade de se reaproximar de seu irmão Micah. Assim, os dois decidiram embarcar nessa aventura.
Os capítulos do livro contam tanto detalhes da viagem, quanto um pouco da história da família Sparks. Confesso que por mais que eu adore livros sobre viagens, volta ao mundo e essas coisas, foi a segunda parte que mais me intrigou. O que estaria por trás de um escritor tão famoso e bem-sucedido quanto Nicholas Sparks, que aparentemente teria a vida perfeita? Mas, como qualquer outra pessoa, ele também tem problemas e o livro nos conta tudo o que passou e de que forma conseguiu superar.
Por trás de suas histórias de sucesso há muito de sua família. Nicholas, desde o começo do livro, mostrou ser bem apegado aos irmãos e aos pais, e depois à sua esposa e filhos, fazendo de tudo para estar presente e compartilhar momentos bons. Acho que foi em 2010 quando ele esteve no Brasil para lançar “Diário de uma paixão”, e na conversa com os fãs ele disse que muitos de seus livros eram inspirados em pessoas que ele conhecia. A história de Ellie e Noah, por exemplo, foi baseada nos pais de sua esposa; já “Um amor para recordar” foi escrito em homenagem à irmã. Quem leu, sabe como a história é triste, ao mesmo tempo em que muito bonita.
Sua vida foi uma sucessão de altos e baixos. Muitas tragédias aconteceram e serviram como inspiração, uma forma de homenagear as pessoas que ele conheceu e amou. Acho que é por conta disso que Nicholas coloca tanta sensibilidade em suas obras. Ele vivenciou tanto momentos bons quanto ruins e soube traduzi-los em palavras. Assim como expõe o interior de Nicholas, Três semanas com meu irmão fala bastante sobre Micah. O irmão mais velho, que demorou a encontrar um rumo, mas também é bastante honesto e honrado. A viagem também serviu para apresentar um novo rumo.
Antes de um livro sobre viagem ao redor do mundo, a obra fala bastante sobre a união familiar, o amor entre irmãos, e que o apoio e o fato de um estar ao lado do outro é capaz de transformá-los. Gostei muito da obra por apresentar uma nova versão do autor, pelo fato de explicar um pouco o rumo de seus livros, que nem sempre trazem finais felizes, como nada na vida é perfeito. Para quem é fã de Nicholas Sparks, é uma obra essencial.
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