Sonhos em tempo de guerra

Sonhos em tempo de guerra Ngugi wa Thiong'o




Resenhas - Sonhos em tempo de guerra


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João Pedro 04/08/2022

Sonhos no Quênia
"Sonhos em tempos de guerra: memórias de infância" é um livro de memórias – primeiro volume – do escritor queniano Ngugi Wa Thiong’o. Nele, o autor conta como foi crescer e conviver com os impactos da guerra de independência do Quênia, partindo de um ponto de vista bem particular, do seio de sua família – uma família poligâmica, frise-se.

É daquele tipo de livro que nos apresenta culturas totalmente diferentes da nossa e, só por isso, já vale a leitura. Ngugi Wa Thiong’o conta também como os aspectos da tradição cultural de seu povo e de seu amor profundo pela educação o moldaram enquanto indivíduo. O constante embate entre tradição e modernidade (essa bastante enviesada pela dominação imperialista britânica) também são bem destacados, mostrando como o imperialismo impactou fortemente o povo queniano, ao ponto de pôr em risco sua herança cultural.

Apesar de o autor ser um escritor ficcionista, eu não senti nesse livro de memórias que estava lendo um romance. Talvez – e muito provavelmente – por uma escolha do autor. Finalizei a leitura com muita vontade de conhecer mais sobre a história do Quênia e, em especial, de Jomo Kenyatta, o primeiro presidente queniano.
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Pê Reck 25/09/2021

Uma ode à educação.
O livro nos apresenta a infância e início da adolescência do autor Ng?g? wa Thiong'o no Quênia após a 2a Guerra Mundial.
Acompanhamos o crescimento dele tendo como pano de fundo a história do colonialismo inglês no Quênia, as tradições sociais da comunidade rural em que Ng?g? vivia e a luta pela independência.
Mas o que mais me encantou mesmo foi toda a paixão e as descrições ou definições do autor sobre a escola/ educação. Ele era uma criança apaixonada pelo saber, pelo conhecimento seja ele formal, da escola, seja a 'informal', dos mais velhos...
E essa paixão, foi o motor dos seus sonhos e seus passos, mesmo em tempos tão difíceis quanto uma guerra civil.
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taisbellini 10/11/2021

Uma imersão na cultura Queniana
O livro oscila entre passagens muito boas de ler e passagens mais técnicas, repletas de história e nomes que fica um pouco difícil de acompanhar. O mais interessante é o detalhamento da cultura do Quênia naquela região e época: poligamia, ritos de passagem para a vida adulta, crenças, etc. A história do autor é linda e emocionante, acompanhamos a sua paixão pela educação e leitura e busca pelo seu melhor. Ao final do livro chorei de emoção com suas
conquistas.
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@freitas.fff 13/09/2021

Quando há guerra em tempos de sonhar
Ler esse livro não foi só uma grande oportunidade de crescimento pessoal, como também um privilegio literário na minha vida de leitor. Apesar de parecer desafiador sair da nossa zona de conforto para ler outras culturas e estilos, é absolutamente necessária essa expansão interior de nós mesmos.

Comecei o livro sem muito entusiasmo e agora quando chegado ao fim eu já fiquei morrendo de saudades, me agarrando a revista TAG por um pouco mais desse universo. Como o Tagger e resenhista Rick Sandler bem falou, ler esse livro é como estar sentado em volta de uma fogueira enquanto ouvimos a narrativa cativante de Ng?g? nos encantar feito crianças apresentadas as novas descobertas, a um mundo novo para nós.

Envolvente a cada avanço de capítulo, Sonhos em Tempo de Guerra é um livro lindo em seus pequenos detalhes e gigantesco em qualidade de conteúdo histórico, social e sobretudo humano. Apesar do racismo e o fascismo presentes e marcados pelas mazelas trazidas pelo colonialismo como pano de fundo de todos os sonhos da história, ainda assim o livro foge um pouco da imagem categórica de livro anti racista, apesar da mensagem clara e sensível que envolve a agressão sob a cor da pele.

Nas memórias romantizadas e belíssimamente bem escritas de Ng?g? aprenderemos não só grandes lições de empatia, como teremos aulas de história viva dos povos africanos, sobretudo os dos guerreiros na luta pela independência do Quênia e a libertação de seus povos. Como bem nos diz o próprio autor numa passagem: "(...) o real e o surreal tornavam-se uma só coisa. Talvez sejam os mitos, tanto quanto os fatos, que mantenham os sonhos vivos mesmo em tempos de guerra."

Agradeço a TAG pela oportunidade de crescer um pouco mais enquanto ser humano e sair um pouco da minha bolha literária. Não somente leitura recomendada, mas necessária! Porque as vezes não vemos ou percebemos mas como bem nos fala o autor sobre a triste realidade que abate o seu povo "Os humanos trivializam o incomum para poder sobreviver".

"Viver apesar de..." Foi essa, uma das maiores mensagens que o livro imprimiu em mim.
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Rodolfo 02/11/2021

Em Sonhos em tempo de guerra somos apresentados à infância e começo da adolescência de Ng?g?, sua vida em uma família numerosa, sendo ele filho da terceira esposa de seu pai e o quanto a Segunda Guerra Mundial impactou o Quênia e serviu para o processo de independência do país.
É magistral ver o esforço do autor para os estudos, numa época onde a educação não era considerada importante, ele decide honrar a promessa feita a sua mãe, de sempre ser o melhor que puder nos estudos.
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Gláucia 22/09/2021

Sonhos em Tempo de Guerra - Ngugi Wa Thiong'o
Obra indicada por Jeferson Tenório no mês de agosto de 2021.
Livro de memórias do autor queniano, especialmente durante sua infância e início da vida escolar e seu percurso até chegar à universidade, numa país colonizado durante a segunda guerra.
Sempre me surpreendo com livros escritos por africanos, quanta história nos traz. Especialmente por perceber que se trata de uma História totalmente desconhecida por todos, cuidadosamente omitida e escrita pelo branco dominador. Conhecemos muito sobre as guerras nos filmes a que estamos acostumados a assistir, sempre trazendo o branco europeu ou estadunidense no papel romantizado de herói. Alguém se lembra de ter visto o papel ou a mera presença dos colonizados nesses embates mundiais? E por que estavam lá?
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Talita Teles 03/07/2022

Livro bom, mas não me prendeu muito! Achei os nomes muito difíceis e isso me fez ter dificuldade de acompanhar melhor a leitura.
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Peter.Molina 28/04/2023

Sonhos realizados
Este livro tocante relata as memórias de infância de um menino no Quênia, pelos anos 30 a 50. Vibrante e intenso, é uma história sensível da vida numa África colonialista e segregacionista, no meio de uma revolução civil. Os costumes, as tradições, tudo narrado de forma a absorver a atenção do leitor. Tive dificuldade com os nomes africanos mas depois, com a força que o livro toma, isso deixou de ser preocupante. Terminamos o livro as lágrimas, cheios de sentimento e gratidão pela excelente leitura.
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Rafa 22/08/2021

Um grito decolonial
Já li alguns livros de autores africanos - confesso, poderia ter lido mais - e o que mais me chama a atenção na literatura africana num geral é o apego ao tradicional e aos mitos. Não como um demérito, mas sim como um traço social muito presente na literatura e que atravessa até mesmo a forma de pensar de um povo, com suas formas de enxergar o mundo.

Sonhos em tempo de guerra é uma combinação da visão autobiográfica de uma criança crescendo nesse meio atrelado às tradições junto com o atropelo colonialista europeu que atravessa as reviravoltas da vida do autor.

É a visão queniana do processo colonial, que estamos tão acostumados a conhecer pela perspectiva branca.

A escrita é forte e cativante, vale cada segundo!
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Adriano.Mota 04/05/2022

Em tempo de guerra é possível e é preciso sonhar!
Que livro excelente!
Por se tratar de memórias de infância do autor, achei que não gostaria tanto, pois prefiro ficção, mas fui surpreendido positivamente.
Pobreza, segregação, guerrilhas antocolonialistas, valor da educação, hipocrisia religiosa, amizade, cultura queniana, valores familiares, emoção... Esse livro tem de tudo!
Tem momentos em que a leitura é difícil. Os nomes também não ajudam e acontece de você se perguntar de quem é que o autor está falando, mas eu digo: vale a pena! A história, apesar de todas as mazelas vividas e citadas pelo autor, é linda demais!
izabelaborges 11/01/2023minha estante
Já anotei aqui!! ??




Toni 18/04/2024

Leituras de 2023 | Ciclo de Leituras: Literatura & Sociedade

Sonhos em tempo de guerra [2010]
Ngugi wa Thiong’o (Quênia, 1938-)
Biblioteca Azul, 2021, 248 p.

A empresa colonial é única para cada uma de suas vítimas. Tentar reduzir as histórias de diferentes nações colonizadas a uma mesma narrativa em comum de horrores mais ou menos específicos, de violências mais ou menos gráficas, não passa de outro gesto de silenciamento, de mais uma tentativa de impor o tempo dos vencedores àquelas culturas que foram subjugadas. Daí a importância de ler mais e sempre livros como “Sonhos em tempo de guerra”, do queniano Ngugi wa Thiong’o: primeira parte de uma trilogia autobiográfica focada na construção de uma identidade pessoal, comunitária e nacional sob o signo do colonialismo.

Neste volume sobre a infância e a adolescência do escritor, língua e educação protagonizam uma história de privações e resiliência durante a Segunda Guerra Mundial (que, diga-se de passagem, contou com a participação de mais 98 mil quenianos). Entrelaçando suas memórias na comunidade poligâmica centrada em torno do pai a eventos históricos que culminaram na Revolta dos Mau Mau (contra o controle da Inglaterra e pela independência do país), Thiong’o reconstrói um universo familiar e cultural atravessado por uma profunda conexão entre a formulação de narrativas e a transformação da realidade, entre texto literário e resistência, entre educação e consciência da precariedade social.

O livro foi escolhido para o “Ciclo de Leituras: Literatura e Sociedade” como exemplo de representação de determinados grupos e contextos históricos por meio de um trabalho literário sobre a memória. Ou ainda, como exercício decolonial de domínio da língua do colonizador para contribuir com a balança de histórias de que falava Chinua Achebe. Por isso mesmo é importante reparar que, neste relato que tem tanto de pessoal quanto de gregário, a memória não seja representada como capricho narcisista ou registro pouco confiável. Aqui, ela faz parte de uma construção coletiva que, aliada à ficção, produz um relato irredutível a categorias estanques e impermeável às generalizações de um olhar colonizado(r).
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Ana 31/08/2021

Melhor livro do ano da TAG Curadoria até agora pra mim! Que biografia linda, que jeito lindo e simples de falar de um cotidiano tão sofrido! Obrigada TAG por me apresentar uma história de superação tão emocionante! ?
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Amanda Ciarlo 11/10/2021

Não sou muito fã de autobiografias, portanto estava com medo desta leitura. História interessante, de um importante autor africano que traz muitos elementos da história do Quênia e sua cultura. Por vezes a leitura é arrastada, mas também tem partes super interessantes sobre as relações familiares e questões culturais vivenciadas pelo autor. Muito bonito de ver a luta dele para conseguir estudar, enfrentando muitas situações adversas para alcançar o seu sonho.
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Bruno.Vargas 29/09/2021

Ah, a educação
Uma autobiografia que consegue entregar de forma muito especial o valor da educação! Educação é a esperança, é a proteção e o ticket de passagem para um mundo novo, em tempos de guerra então....nem se fala!

Ah não ser pelos infinitos personagens com nomes muito diferentes dos que somos acostumados, originários do Quênia, o livro é leve e com leitura fluida. Contar a própria história no formato literário deve ser um grande desafio, mas o autor cumpre muito bem esse propósito!

Vai conhecer muito da história do Quênia frente eventos importantes como a 2ª Guerra Mundial e a luta por sua independência da Inglaterra. MTA cultura específica. Chama muita atenção o conceito de família. Para eles a poligamia é/era o comum, do lado do pai. Apesar desse sistema patriarcal , isso não diminui o papel e valor de cada membro familiar, inclusive das inúmeras mães da personagem, dos irmãos, etc.

Vai conhecer das dificuldades de lidar contra o racismo nesse país, que não se distância muito de outros países colonizados, sendo os negros o povo oprimido.

Por fim, uma leitura decolonial muito importante!
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Dilaine 09/10/2021

Experiência perfeita.
Gosto como a experiência mensal com a tag sempre me deixa surpresa. A ideia de ler autores que eu não conheço e muitos nunca ouvi falar me fascina. Esse livro para mim foi uma experiência perfeita, saber mais sobre uma realidade que nunca tive contato e sobre um passado que nunca foi me contado das aulas de história é maravilhoso.
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