Wolsey 30/01/2022
Viciante e perigoso...
Imagine-se sentado numa montanha russa que começa tranquilamente e, ao invés de subir pra depois descer, despenca absurdamente já na página 50 e, a partir daí, fica dando loopings e sacolejando absurdamente.
A adrenalina, além de ser viciante, afasta o sono. Pra quem tem família e um chefe a quem prestar contas pode ser um pouco complicado.
A gente se pega às 4 da madrugada, lendo compulsivamente, tendo que estar no trabalho antes das 8. Terrível!
O autor escreve, certamente, sobre coisas que conheceu. O personagem tem muito em comum com o autor. Jornalista investigativo, editor de uma revista, etc. Ainda tem a aura sobre os acontecimentos reais em torno dos livros. O autor, Stieg Larson, morreu logo após entregar a trilogia para a editora, ou seja, não leremos mais nada que esse cara poderia escrever. Que lástima!
Quanto à história, afinal isto deve ser uma resenha, deve ser dito que, na verdade, são 4 (só neste primeiro livro). A investigação sobre um especulador financeiro, a interdição judicial de uma personagem e suas dificuldades em função disso, o desaparecimento de uma jovem há 40 anos, pertence à um grupo familiar de influência econômica e, por fim, casos de abusos sexuais, tortura, sadismo e assassinato de mulheres na Suécia. Não dá pra falar muito mais do que isso sem dar spoiller.
Lá pela página 300 uma das histórias se elucida e o que parecia ser o fim do livro se transforma numa guinada em direção à segunda história. E assim vai até as últimas linhas da última página. Não imagino o que possa haver nos outros dois livros da trilogia, mas duvido muito que o autor possa manter este nível.
Só sei que, se for como este, terei problemas em casa e no trabalho.
Enquanto termino esta resenha minha mulher está, em pé na minha frente, em silêncio, como quem diz "terminou isso, finalmente?".