Ju Oliveira 01/09/2015Já faz algum tempo que queria ler este livro, sempre ouvi falarem tão bem dele, sempre com críticas super positivas, tanto sobre o livro quanto o filme. A Companhia das Letras lançou esta semana o quarto volume da série e isso só fez aumentar minha vontade. Então comecei a ler a série Millennium.
Mikael Blomkvist é um jornalista econômico que vê sua vida desmoronando ao ser condenado a três meses de prisão, por difamação a um poderoso empresário. Ele é sócio e editor da revista Millennium, que já não andava bem e acabou piorando a sua situação após a condenação de Blomkvist. Ele recebe então uma proposta inesperada de um milionário, também muito conhecido no mundo das finanças, Henrik Vanger.
Henrik mora a muitos anos em uma ilha nas proximidades de Estocolmo. Cerca de quarenta anos atrás, sua adorada sobrinha Harriet Vanger desapareceu misteriosamente, e desde então nunca foi encontrada nenhuma pista do seu paradeiro. Só quem estava na ilha no dia do desaparecimento eram pessoas da família Vanger que se reuniam para um encontro anual. Portanto Henrik tem absoluta certeza que algum familiar seu é o responsável por transformar sua vida em um inferno a quarenta anos.
Por saber que Mikael Blomkvist é um ótimo jornalista investigativo, Henrik decide fazer uma última tentativa de busca, já que está com mais de oitenta anos e não quer chegar ao fim de sua vida sem ter notícias de sua sobrinha. Para toda a família Vanger, que também reside na ilha, Blomkvist foi contratado para escrever a biografia da família. Ele se muda para ilha e tem início as investigações.
Lisbeth Salander é uma mulher estranha, magérrima ao extremo, coberta de pircings e tatuagens, ela é uma hacker excepcional. Não há programa ou sistema, por mais avançado que seja, que ela não consiga invadir em alguns minutos. Sua personalidade é ímpar, fria, calculista, direta e imediata. Tem ódio estampado em sua face. Os caminhos de Blonkvist e Lisbeth vão acabar se cruzando quando ela é chamada para ser assistente nas investigações da família Vanger.
Stieg Larsson tem um jeito muito peculiar de escrita. Sua trama é bem descritiva, não poupando detalhes sobre lugares, sobre a personalidade e os sentimentos dos personagens. O começo pode parecer um pouco confuso já que todos os nomes de locais e personagens são suecos, mas na medida que a leitura avança, o leitor vai se acostumando. Nem por isso, a trama se torna enfadonha ou massante, pelo contrário. Mesmo com tantos detalhes, aparentemente desnecessários, o ritmo de leitura é intenso.
Sou fascinada por histórias de investigações onde não há um policial ou investigador profissional. Como neste caso, um jornalista e uma hacker vão fundo em fatos, memórias, lembranças, fotografias a muito tempo esquecidos. Os personagens são ricamente construídos, suas personalidades bem definidas, mesmo que um tanto obscuras, como é o caso de Lisbeth Salander. O leitor consegue sentir que toda sua fachada de mulher durona e insensível é para mascarar algo que ela esconde muito bem. Um passado que ela faz de tudo para deixar bem enterrado.
O livro tem um final bem definido, não deixa ganchos para serem desvendados nos próximos livros, a não ser sobre a personalidade dos protagonistas, que eu imagino que vá se aprofundar nos livros seguinte. Eu certamente quero continuar a ler a série toda. Assim que virei a última página do livro, corri para ver o filme. Gostei muito também, uma excelente adaptação, muito fiel. Vi a versão americana, mas quero ver também a versão sueca, que é a original. Livro excelente, uma trama inteligente e instigante. Super recomendo. Leiam!
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