malucpinheiro 07/05/2022
Antígona, um clássico lido três vezes
Um clássico, escrito há quase 2.500 anos, dispensa meus humildes comentários. Mas, justamente o que o torna um clássico, e, por isso, vivo até hoje, é a sua capacidade de suscitar infinitas leituras. Leio-o pela terceira vez: a primeira, por volta dos 20 anos, na faculdade de Psicologia, com o olhar de uma menina que atentou-se ao amor de Antígona pela família; depois, por volta dos 30, na faculdade de Direito, uma jovem adulta, já inserida nos pragmatismos da vida ordinária, olhava para Creonte e suas leis, para o embate cotidiano entre nossos desejos e valores e as leis civilizatórias, pensava em Justiça. Essa terceira leitura, sob a supervisão do magistral Jorge Forbes, beirando aos 40 anos, de uma mulher já vivida, que já amou, que já perdeu, psicóloga já com alguma experiência, empresária, mãe, dona-de-casa, finalmente, se depara com o Trágico - o cerne da história. Com o real presente tão explicitamente no texto, mas que são necessários olhos para ver. Razões que disputam. Lutas, dramas, amores, perdas, convicções, valores, erros, dignidade, honra, lealdade, compromisso, arrogância e humildade, sentido, destino? O inevitável, o real, o trágico. ?Mas o que é a vida, afinal? Será que é fazer o que o mestre mandou? Comer o pão que o diabo amassou? Perdendo da vida o que tem de melhor?? Eis a lição: ?Sabedoria é essencial para a felicidade!?