Halloween 13/07/2023
Estou ciente e desejo voltar para Fantasia.
Vamos lá, não tem como eu ser imparcial sobre essa história, porque tenho muito carinho e memoria afetiva pelo filme que eu cresci assistindo, acho que posso considerar esse como um dos meus pilares imaginativos, dito isso, ler o livro pela primeira me fez ver coisas que os filmes não transmitem, algumas foram coisas lindamente tocantes, outras me desagradaram, tudo foi feito com critério e um desenvolvimento muito lento, mas necessário, o saldo aqui é perfeito.
Então bora lá, podemos dividir essa história em duas partes a aventura do Atreiú e a do Bastian. A primeira parte é impecável, tem um tom de fabula elegante, tem sensibilidade e emoção, aqui a gente já conhece o meu personagem favorito o dragão da sorte Fuchur, que já era motivo de fascinação nos filmes aqui então nem se fala, um dragão com cabeça de leão pelagem de fogo branco escamas de madrepérola, absolutamente lindo. Enfim essa primeira parte é muito agradável e muito bem representava nos filmes, tem uma espécie de encerramento muito bonito também que prende, tira seu folego. E nos prepara pra segunda parte da história com o Batian.
O Bastian é um personagem complexo e que vai mutando no decorrer do enredo, é estranho, as vezes incomoda, mas é necessário, tanto para o desenvolvimento como para as outras muitas histórias que vão se desgarrando desta, entretanto em certos momentos a história pode ficar muito cansativa, longos momentos de desenvolvimento (que se não fosse pelas ilustrações primorosas desta edição, teriam tornado a experiencia bastante enfadonha)
No modo geral essa vai entrar no meu hall de histórias pra vida, tudo é magico, os personagens são belíssimos, tudo é imaginativo, você se sente uma criança, você é transportadora pra dentro dessas páginas como o próprio Bastian. Tem muitos personagens interessantes aqui como o próprio Fuchur, o Leão Graograman que é uma das criaturas mais lindas que já li na literatura, eu amei a Dama Aiuola, entre vários outros, que eu guardo no coração.
É difícil dizer quais os ensinamentos que essas histórias passam, porque são muitos, são histórias desencadeadas por uma história que está dentro de uma história e por ai vai sem fim, tal como a imaginação também é infinita. Acho sim que pelo menos uma vez na vida as pessoas devam se aventurar por Fantasia, e reencontrar sua criança interior.
PS: A cidade de Prata no filme é infinitamente melhor, vocês não sabem o tombo que foi ao descobrir que no livro os cidadãos não eram aquele eterno baile de Máscaras (essa cena no filme me marcou pra vida inteira)