LT 20/06/2017
Como começar essa resenha? Eu realmente não sei, portanto, vou começar apresentando um pouquinho sobre do que se trata a Irmandade da Adaga Negra para quem não conhece a série – sendo leitor dela ou não – o que acho difícil – risos. Certo, vamos lá!
As histórias se passam em Caldwell, e a série conta, até o atual momento, com 15 livros lançados e um Guia oficial sobre a mesma – tendo também uma série chamada Legado da Irmandade que é um spin-off da série original e conta com 3 livros lançados atualmente, sendo que aqui no Brasil apenas um chegou em nossas mãos, por enquanto –, sendo que o décimo quinto livro (da série original) tem previsão, anunciada pela Universo dos Livros, de ser lançado aqui no Brasil durante a Bienal do Rio de Janeiro desse ano (2017).
A Irmandade da Adaga Negra conta a história de uma comunidade de vampiros formada pelos membros da então chamada Irmandade da Adaga Negra. Essa irmandade é responsável por proteger a sua raça contra os seus inimigos e mantê-la distante dos olhos humanos, afinal, quem quer mais problemas? Vamos ser sinceros, quer criaturas mais inconvenientes do que os humanos? Não existem! Nós o somos e sabemos que nossa espécie é terrível, porém, algumas exceções são necessárias, oras, é a vida, o destino.
Voltando a série, ela conta a história de guerreiros vampiros e cada livro conta a de um deles como centro principal e também vem carregado de histórias paralelas que vão fazendo a guerra entre os Vampiros e seus carrascos – a sociedade dos Redutores (Sociedade Redutora) – avançar e dão gancho para os próximos livros e nos prendem do início ao fim de cada página. Alguns livros amamos mais, outros menos, mas todos eles nos conquistam de algum modo. Os personagens como um todo são cativantes e despertam diversos sentimentos nos leitores: do ódio ao amor, da paixão a desilusão, da raiva a solidão, da paz ao medo, da dor ao desespero; enfim, é um prato cheio de sentimentos, uma montanha russa, na verdade.
Esses não são aqueles vampiros com os quais a maioria das pessoas está acostumada a "ver" na literatura, eles são diferentes, organizados, vivem juntos, comem comida de verdade e precisam dela para se nutrirem, e bebem sangue (apenas de vampiros só do sexo oposto) que faz parte e é essencial em sua alimentação, o sangue dos humanos é fraco para eles – ainda que possam bebê-lo não os supre como é necessário.
Para quem quer conhecer um pouco mais da premissa da série – clique aqui – porque agora vou me ater ao Os Sombras.
Os Sombras são uma espécie derivada dos vampiros, uma evolução da raça? Bem, eles são diferentes, tem algumas características próprias, tem crenças diferentes e são tão letais quanto ou mais. Inteligentes, fortes, organizados e bem desenvolvidos eles não gostam – em sua maioria – de se misturar com criaturas de fora do chamado “Território” que podemos chamar de a casa dos Sombras.
Trez e iAm são irmãos, gêmeos, e durante toda a vida eles puderam contar apenas um com o outro, até conhecerem Rehvenge que é um mestiço de vampiro e... uma outra espécie (sim, eu quero deixar quem não conhece curioso u.u) e esse mestiço os ajudar. É aquela história: uma mão leva a outra e as duas lavam a face. Porém, nisso, a lealdade cresce entre eles, amizade e lealdade, um laço que pode formar famílias mais fortes do que as de sangue.
O gêmeos fugiram do território a muito tempo, devido ao fato de que os pais dos Sombras ter vendido Trez, ainda bebezinho, para a Rainha deles em troca de ascensão social em meio a raça deles. Destinando o pequeno – ou melhor, condenando-o – a ser o Ungido (Ungido é o cara da espécie que será obrigado a servir a futura Rainha nas questões sexuais em prol de gerar a próxima linhagem real), uma criatura que não pode ter vontade própria, que não tem direito de escolher seus parceiros, sua vida, que tem de passar a vida aprisionado para servir e apenas servir a Rainha (a futura, no caso). Trez não aceita esse destino, e ele faz algumas coisas que são contraditórias a crença da sua espécie para se macular em prol de horrorizar ao seu povo caso consigam colocar as mãos nele e obriga-lo a voltar para lá.
Trez e iAm são opostos e assim eles se completam, dividiram o útero daquela que os gerou, e dividem a dor que a vida lhes impõe, estando sempre presentes um para o outro custe o que custar. Ao decorrer dos últimos livros da série uma personagem é inserida, a Escolhida Selena (Escolhidas são criaturas criadas pela Virgem Escribã – a criadora dos vampiros – para servir os machos da Irmandade com sangue e sexo e gerar filhos com um dos Irmãos que tende a vir a ser o Primale – você pode entender isso melhor clicando aqui) que vem a mexer com os sentimentos de Trez e faz com que ele passe a olhar para vida de outro modo. Trez e iAm se veem em meio a Irmandade devido a sua ligação com Rehvenge, e por fim todos se tornam amigos, uma família.
As coisas vão acontecendo, o passado encontra esses gêmeos sombrios e vem lhes cobrar o que devem, afinal, na tradição de seu povo, o Ungido tem que cumprir o destino ao qual foi designado pelas estrelas. Conhecemos então novos personagens, a ação nesse livro é menor, todavia, dor e emoção são maiores. Por conta dos apoios que recebem, aqueles que amam vão estar em perigo, e conscientemente não abriram mão deles.
Trez vai se deparar com algo ainda mais destruidor do que seu destino lhe dizia até então, ele vai se envolver com a Escolhida Selena e as coisas não vão ser fáceis, vão ser cruéis, para falar a verdade. Perdas estão destinadas a esse macho desde sempre. Ele perdeu tudo, seu único bem é o amor e a lealdade de seu irmão (o qual dá a vida por ele) e agora tem a chance de viver um amor que nunca imaginou, porém esse amor pode ser a sua perdição. Pode, uma alma destruída se estilhaçar ainda mais? É isso que vamos descobrir, aos poucos.
iAm é o tipo de irmão maravilhoso, que luta com tudo o que tem e o que não tem para tentar ajudar Trez, mal sabe ele que a vida pregou uma peça terrível neles, ah... quando descobrirem...
Em meio a muita dor (e eu não vou contar o motivo) eles se metem em muita confusão, a traição ou a salvação pode vir de onde menos esperam, mas... será que ainda é possível salvá-los?
Dor, tristeza, uma guerra psicológica, mais dor, mais medos, mais comoções é o que encontramos nesse volume da série. Confesso para vocês que chorei em determinadas partes e ao findar da leitura fiquei com aquele gosto amargo de “Eu entendo que tinha que ser assim, mas, p****!”. O livro também me deixou comum gostinho de "Precisava de mais algumas páginas" ou "Que sensação de que faltou algo...". E para descobrir como tudo isso acaba para esses três, Trez, Selena e iAm você vai ter que ler o livro! E, se você é como essa pessoa que vos fala “Sentimental eu sou... – risos”, prepare os lenços porque eles vão ser necessários em pequenas partes, mas vão.
Agora, vamos as histórias paralelas. Tudo o que vai acontecer com esses dois que mencionei acima vai mexer e muito com um personagem muito amado da série (eu serei eternamente apaixonada por ele), o vampiro "mais mais" dessa série, o Dragão... Rhage. Ele está em evidência nesse livro, ainda que em menor escala, e para quem é enlouquecida/o por ele – tipo eu – alarmes vão soar na sua cabeça e o receio vai ser grande. Rhage não está em um bom momento e tudo pelo que Trez vai passar, Tohr passou, entre outros motivos vai colocá-lo em uma zona bem perigosa na vida. Preparem seus corações, porque ao término desse livro você é encaminhado para o próximo volume que terá Rhage como foco novamente, e posso adiantar que “MEU DEUS”, é só isso, por enquanto – haha.
Temos também uma reviravolta no Bando dos Bastardos, a coisa está feia por aquelas bandas. Grito, confusão e estardalhaço... Será que o Bando vai se dividir? A quem eles são realmente leais? Throe? Xcor? E agora, o que vão fazer? É, meus caros, quando interesses não mais são os mesmos as coisas podem ficar complicadas. Para falar a verdade, tenho uma teoria sobre isso, mas... não posso contar aqui. Como diz a Mahmen Ward: continue lendo...
Xcor e Layla (um bastardo – inimigo da Irmandade – mais precisamente o líder deles – e uma Escolhida que vive debaixo do teto da Irmandade e por quem nutro certa birra – confesso) e que vivem se encontrando e enrolando uma relação às escondidas mesmo ela estando grávida, e não me importa o que ela diga ao decorrer da história, para minha pessoa, ela coloca os filhos em risco por conta do fogo que ela tem naquela periquita desde que a série começou (Eu concordo com a Mary de como a Layla podia ser – em uma cena lá no volume II em Amante Eterno – haha) que a nada me instiga, eu não consigo shippar #Laycor, sinto muito para quem é fã (Estão ouvindo as vaias destinadas a minha pessoa, né? Tem bastante gente que shippa. XD) continuam enrolando e enrolando devido um acordo entre os dois, e a natureza dos vampiros para parir é pior que prazo de égua, são 18 meses, já pensou? Confesso que as cenas dos dois estavam meio morosas em comparação ao restante do livro. Todavia, vamos ver no que isso vai dar, ainda. Mas, volto a ressaltar: Que vontade de dar uns tapas na Layla. >.<
Assail – suspiros – um vampiro aí que é meio vilão meio mocinho e que me conquistou desde sua primeira aparição na série. Uma criatura teimosa pra cacete, que apronta pra caramba, que negocia com quem não deve e que vai ter mais destaque daqui para frente. Não vejo a hora de o livro dele chegar em nossas mãos (é o próximo a ser lançado pela autora). Ele e seus primos estão no olho do furacão, e o fato dele ser traficante e do modo com que vem administrando seus negócios entrar em conflito com a proteção que o Rei Wrath e a Irmandade buscam para a raça vai dar muita confusão ainda e ele terá de decidir de que lado da história vai ficar. Ser apartidário para sempre não mais será possível.
Bem, gente, já me alonguei e muito, portanto, vamos finalizar: Esse livro é para destruir corações, nos fazer refletir sobre o tempo, começar a ampliar ainda mais a reviravolta que o mundo dos vampiros e das demais espécies vem sofrendo. Ele é, assim como o livro O Rei foi - na minha opinião, é claro -, um livro de transição onde tudo é possível. Um livro que tem uma energia pesada e a morte de forma latente batendo o tempo todo nas portas dessa turma querendo reclamar alguns de nossos amados personagens para ela. Segredos e mais segredos, problemas e mais problemas e no fim você só quer mais e mais, porque a gente precisa das continuações e desejamos vida longa a Mahmen Ward e também para nós, leitores, para que possamos conhecer a história dessa turma toda por completo.
Quanto aos desfechos? Não contei e não contarei nada, e nem muito sobre o que rola, e sim, isso foi intencional. Se você ficou curioso como é que toda a bagunça vem a ter um desfecho descubra lendo e não esqueça de deixar lenços ao alcance das mãos! Posso dizer que como um todo eu gostei bastante do saldo do livro.
Sobre a edição: A Universo dos Livros está de parabéns por manter o estilo das capas aos originais que vem sido lançados pela autora ultimamente, são lindas. A brochura é boa, as folhas de ótima gramatura, amareladas que contribuem para uma boa leitura e fonte de tamanho adequado. Uma edição simples e boa. Sobre erros, infelizmente encontrei alguns errinhos de digitação que como um todo não atrapalham a leitura, mas que estão ali, nada que vá, como já mencionei, atrapalhar a leitura, pode confiar.
É isso! E que venha A Besta, porque meu coração já está em frangalhos mesmo, que a autora venha e pise com salto agulha agora. Ah, céus, vamos lá!
Resenhista: Ana Luz.
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