Ivy (De repente, no último livro) 28/04/2016
Extraordinário!
Anne Fortier conseguiu mais uma vez!
Eu amo encontrar autores diferentes, capazes de me emocionar com histórias únicas, transportar-me para lugares desconhecidos, ensinar-me sobre povos e culturas milenares enquanto suspiro com uma tremenda história de amor e suspense. Lady Fortier tem todos esses ingredientes em suas maravilhosas histórias.
Desta vez, Anne nos remete à antiga Tróia na Turquia, à uma Argélia inexplorada de milênios antes de Cristo, à uma poderosa e violenta Grécia antiga e à todo misticismo em torno de religiões que hoje apenas conhecemos por relatos de antigos historiadores.
A Irmandade Perdida é um livro narrado em terceira pessoa com capítulos intercalados entre a atualidade e o passado, há milênios atrás.
Diana Morgan é uma filóloga, uma inteligente garota de Oxford, expert em línguas e códigos antigos. Além de ser expert em desvendar antigos idiomas, Diana possuí uma paixão e obsessão - as guerreiras amazonas. Tal paixão iniciou-se ainda na infância, quando a sua misteriosa avó, Kara, mudou-se para o sótão de sua casa. Ali, Kara ensinou à pequena Diana alguns segredos das misteriosas e livres amazonas e logo depois simplesmente partiu, sem deixar nenhum rastro.
Agora, anos depois, Diana encontra um caderno deixado por sua avó. Neste caderno, Diana descobre o antigo alfabeto das milenares amazonas. Seria sua avó Kara uma amazona moderna? Como ela aprendeu um alfabeto de uma linguagem esquecida à milênios?
Diana tem a oportunidade de colocar à prova o caderno de sua avó quando um misterioso templo é descoberto nos desertos do Saara, na região entre a Tunísia e a Argélia. Ali, uma misteriosa inscrição intriga os arqueólogos e Diana é chamada para desvendar o mistério. Com a ajuda do caderno da avó, Diana consegue em poucas horas desvendar o enigma porém, este enigma leva à outro ainda maior: As amazonas foram uma lenda ou foram reais? Qual é a sua história? Existe um tesouro perdido das amazonas?
Enquanto Diana, ao lado do charmoso Nick Barrán, partem em uma aventura sem fronteiras em busca da verdade sobre as amazonas, o leitor é remetido ao passado. Conheceremos assim Mirina, a primeira amazona, e sua história trágica de amor, lutas e perdas.
Após perder o pai e depois a mãe, Mirina tem como única família a sua irmã, Lili. Juntas, elas cruzam o deserto em busca do templo da Deusa. Ali, Mirina acredita que sua irmã, que ficou cega depois de uma febre, pode encontrar a cura por um milagre da deusa. Porém, quando Lili é brutalmente separada de Mirina, sendo levada como escrava para a antiga Grécia, Mirina parte em seu resgate. Nesta jornada, o charmoso Páris, princípe da antiga cidade de Tróia, cruzará o seu caminho para ensinar o poder do amor para a jovem amazona.
À princípio, pode parecer uma história comum, talvez para muitos sequer chame a atenção. Quem se interessa pelo mito das antigas amazonas, afinal? Porém, conforme as páginas avançam é impossível não ser tragado pela escrita poética e delicada da autora, é impossível não adentrar-se nesta história mágica de segredos e civilizações perdidas.
O livro de Anne Fortier engancha de verdade, muito mais do que Julieta me havia enganchado (e olha só que eu até que gostei bastante de Julieta).
Anne sabe mesclar com perfeição todos os ingredientes para criar um best seller apaixonante, a autora soube manter as expectativas que me moviam a devorar páginas em questão de poucos dias e horas. Desde o princípio, a história desperta a curiosidade do leitor, e a magia de cada paisagem, de cada lugar, a magia de se sentir parte de uma civilização até então perdida, fazem dessa novela uma história única, diferente de tudo o que já li, e fortemente carregada de emoções.
As emocionantes reviravoltas e revelações garantem um final impecável.
Quanto aos personagens, temos Diana e Mirina, como as duas mulheres fortes da história, mulheres livres, corajosas, à frente de seus tempos.
Diana é a professora de Oxford, ainda sonhando com as amazonas das histórias de sua avó, mas mesmo assim corajosa o suficiente para embarcar em desafios desconhecidos, cruzar fronteiras e limites.
Mirina, é a garota forte, que enfrentou a perda dos pais, a cegueira da irmã, a fome, a doença e quase morreu pelas mãos dos antigos gregos. Mirina é forte para sobreviver em uma sociedade que cultuava a força de homens e menosprezava as mulheres.
Cada uma em seu tempo, Diana e Mirina desbravarão terras distantes em busca de verdade. Cruzarão desertos para resgatar aos que amam. E o leitor viaja junto, se emociona junto e termina esse livro querendo mais.
Aventure-se, arrisque-se, e devore as páginas como se o tempo não passasse. A Irmandade Secreta é um livro maravilhoso que prende o leitor, encanta e emociona. Uma leitura diferente, que nos transporta à uma outra época em que homens e mulheres comuns se tornaram lendas.
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