Karini.Couto 29/10/2015"As criaturas que eu vira não eram homens, nunca foram homens. Eram animais, animais humanizados, um triunfo da arte da vivissecção."
H. G. Wells, A ilha do doutor Moreau
Esse não é o primeiro livro da série escrita por Jeffery Deaver; um dos filmes que mais amo (sou dessas – gênero) é O Colecionador de Ossos que foi adaptado para o cinema a partir do livro de Jeffery; e eu já perdi as contas de quantas vezes assisti e contemplei um show de talentos com um dos atores que acho “Foda!” (Denzel Washington). Mas não se espantem, pois a série tem histórias principais independentes e com final; não é necessário ler os anteriores, para ler O Colecionador de Peles.
"Outro barulho. Dessa vez parecia ser um pé mudando de posição sobre o concreto arenoso.
Merda. Ok, agora chega. Cai fora.
Mas antes de ela conseguir fugir ou fazer qualquer movimento de fuga, ele a alcançou por trás e bateu sua cabeça na parede... Chloe virou rápido para encará-lo.
Deus, Deus...
Quase vomitou ao ver a máscara de látex amarelada cobrindo toda a cabeça, com buracos para os olhos, boca e orelhas, apertada a ponto de distorcer a carne por baixo dela, como se o rosto tivesse derretido."
Em O Colecionador de Peles a história já começa de forma intensa e a adrenalina lá em cima com um Serial Killer assustador que busca “passar sua mensagem” através da pele de suas vítimas. Ele as espreita e atrai para o subterrâneo da cidade de Nova York. E assim começa a história com sua vítima sendo lentamente assassinada por picadas de suas agulhas recheadas de veneno letais! A princípio as mensagens deixadas nas peles de suas vítimas não parecem ter conexão, porém diante investigação dos detetives Lincoln Rhyme e Amelia Sachs logo se percebe que as mensagens deixadas nas peles das vítimas são criptografadas.
"Seu olhar calmo a examinou - mas não os seios, lábios, quadris ou pernas. Apenas a pele do braço nu, a garganta e o percoço, onde se deteve na pequena tatuagem de uma tulipa azul."
Assim como no antecessor (Colecionador de Ossos) – os detetives e sua equipe precisam agir de forma rápida e com tamanha destreza a ponto de evitar que o Colecionador de Peles faça novas vítimas.
"Ele nunca tocara um cliente em qualquer região na qual não devesse encostar. Aquilo era a carne. Isso era a pele. Duas coisas completamente diferentes, e era a pele que Billy Haven amava."
Para aqueles que não sabem o detetive Rhyme é tetraplégico, porém com uma mente completamente capaz, muito sagaz e brilhante; capaz de ver além do que os outros percebem. Diante sua incapacidade de estar ele mesmo nos locais dos crimes, usa Amelia como seus olhos e ouvidos – tudo com uma tecnologia de ponta que permite ao detetive Rhyme “estar presente” através de Amelia e sua equipe nas cenas horrendas deixadas pelo novo Serial Killer!
"Billy... Perguntou-se se poderia aprender o suficiente para dopar alguém, abrir-lhe o peito, tatuar um desenho ou palavras no próprio coração e costurar a vítima de novo. Vivendo assim com o órgão modificado.
Qual seria o desenho?
Uma cruz.
As palavras: A Lei da Pele.
Talvez: Billy + Garota Adorável Para sempre."
Logo no começo percebemos um pouco sobre o ponto de vista do assassino, sabemos seu nome (Billy). Mas há outros dilemas a cerca das motivações e suas mensagens criptografadas e etc. Sem contar que a mente de Billy é tão brilhante e capaz quanto à do detetive Rhyme; com isso temos “uma dança emocionante” entre caça e caçador, onde muitas vezes percebemos que as coisas não eram bem aquilo, onde somos “retardados junto a Rhyme” pelos movimentos bem pensados de Billy. Sem contar nas reviravoltas que ocorrem. O assassino aparece em meio às investigações, mas apesar de sabermos seu apelido, não sabemos de fato quem é; e ficamos desconfiados por diversas vezes de personagens diferentes.
"... uma sensação de traição ao pensar que alguém, em sua unida comunidade profissional, usaria seu talento para matar e fazê-lo de maneira tão particularmente assustadora."
O final meus queridos?! É incrível!
Eu preciso de mais! Simples assim!