Carous 09/04/2020Que pessoa da comunidade literária nunca ouviu falar na aclamada VE Schwab e nos livros de fantasia, incluindo este? O nome da escritora costuma vir acompanhado de adjetivos como "rainha" e "perfeita"; o livro recebe elogios como "perfeito", "maravilhoso".
Eu o comprei na época do lançamento no Brasil em que havia burburinho sobre ele e porque sou cadelinha da Record desde minha adolescência graças à Meg Cabot. Mas deixei de lado na estante porque jurei que o autor era homem e, pra mim, escritores sempre podem esperar outro livro e outro livro de escritoras para finalmente entrarem na minha TBR.
Mesmo este livro e a trilogia sendo muito elogiados e conhecidos, só ao lê-lo que me dei conta o quão pouco sabia sobre ele além das três Londres e as cores designadas para cada uma delas, o nome do protagonista (que sempre me intrigou), sobre a viagem entre mundos e sobre a personagem Lila, que pouco sabia, mas sabia como era odiada pelos fãs de Tons de Magia.
O livro tem outros personagens como os gêmeos Dane (ninguém menos que os vilões), Holland e o príncipe Rhy. E a trama central que não é a viagem entre as Londres, como pensei, mas uma aventura para devolver um objeto ao seu lugar com muita traição, luta, perseguição e morte pelo caminho.
Eu amei odiar os irmãos Dane, mas também amei amá-los porque são bons antagonistas como uma excelente motivação pra tacar o terror por Londres.
Já o Rhy eu achei meio pombo. O tanto que Kell se machuca e sacrifica por ele... Se V.E. Schwab optasse por esquecê-lo no meio da história, seja por ele ser basicamente inútil, seja pra desenvolver outras partes da narrariva, eu não notaria.
Rhy é apenas o príncipe mimado e prepotente herdeiro do trono. Não quer dizer que seja mau. Aliás, ele faz um contraste com Athos e Astrid Dane apesar dos três compartilharem os mesmos adjetivos acima. Mas confesso que simpatizo mais com os vilões porque eles não herdam o trono na Londres dele e sim lutam por ele, enquanto Rhy pode dormir sossegado na gigante cama com muitos lençóis e companhias femininas e masculinas do seu quarto bem guardado pelos guardas do palácio.
Terminei o livro sem entender por que Lila é alvo de tanto ódio dos leitores, mas feliz porque não faço parte (vai ver a causa se perdeu na tradução, que parece ok enquanto a revisão deixou passar uns erros). Ela tem excesso de confiança sim, mas não incomoda. Kell também tem excesso de confiança... aliás, até o rato do esgoto das 3 Londres tem excesso de confiança em si. E não incomoda em nenhum dos casos.
Não fosse por Lila, Kell teria morrido e falhado na missão que tinha. Não que ele seja um protagonista ruim ou ela fodona assim. Os personagens eram equilibrados; no espaço que tinham no livro, nas vitórias e derrotas, nas vezes que batiam e apanhavam nas lutas.
É uma boa história, com bons personagens e muito cativante. Estava preparada para ler o segundo e terceiro livro em sequência, mas dado as críticas negativas, eu fingirei que Um tom mais escuro de magia é livro único e seguirei meu rumo em paz.