Natália | @tracandolivros 28/10/2019It Ends With UsLily acabou de sair do funeral do pai, onde ela foi fazer uma homenagem e não soube dizer nada de bom sobre ele, e não porque ela estava em luto, e sim porque ela realmente não tinha nada a dizer. Seu pai sempre bateu na sua mãe e por isso ela não poderia falar nada de bom sobre ele.
Lily está no terraço de um prédio, quando aparece um cara, que não percebe que ela está ali e começa a chutar uma cadeira. Depois ao conversar com ele, ela descobre que seu nome é Ryle e que ele é um neurocirurgião e entende que ele perdeu um paciente naquela tarde. Os dois tem uma atração instantânea, mas nada acontece, porque ele é um cara de uma noite só, e Lily não fica com alguém só por ficar.
Seis meses depois eles acabam se encontrando em uma situação completamente diferente, que vai abrir as portas para um romance, porque em todo esse tempo os dois não conseguiram esquecer um do outro, e dessa vez Ryle está disposto a entrar num relacionamento mais profundo para poder tê-la na sua vida.
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Essa sinopse não é nem 10% do livro, e eu não posso me aprofundar muito sem dar spoilers, mas o buraco é bem mais embaixo. O livro vai tratar muito sobre violência doméstica, e sobre o passado da Lily e o primeiro amor da vida dela.
Eu quero dizer que durante toda essa história eu tive sentimentos muito fortes despertados. Eu vivi o mesmo que a Lily, meu pai também foi abusivo para a minha mãe, e eu cresci com o mesmo ódio que ela cresceu. Eu consigo entender porque a vítima não vai embora, e mesmo assim ela precisa, é o melhor para todo mundo em todos os pontos, principalmente pelos filhos. Porque eu digo por experiência própria, todas as memórias boas são levadas embora pelas ruins, não vale a pena manter um relacionamento assim pelos filhos.
Contudo, dentro do livro eu preciso dizer que em momento algum eu fui conquistada pelo casal, eu vi os problemas desde o começo. Além de que eu senti que tudo aconteceu muito rápido, o relacionamento cresceu de uma forma muito exagerada em pouco tempo, isso pareceu um pouco irreal.
E o que mais me incomodou no livro foi que ela tentou justificar o comportamento do abusador, não existe NADA que justifique isso, não existe, simplesmente não (isso foi justamente o que mais me irritou em Tarde Demais, e eu odiei tanto o livro que nem me prestei a escrever sobre ele, e aqui eu vi de novo isso acontecendo).
Não estou dizendo que não é uma leitura válida, porque é sim, a Colleen sempre aborda assuntos difíceis e tabus, mas ainda assim eu não acho que ele foi 100% correto, ele poderia ter acontecido de forma mais calma e com certeza poderia ter focado mais em outros personagens (vulgo Atlas).