Resenhas - Sociedade do Cansaço

nath191 14/04/2021

Sociedade do Cansaço
Apesar do que ainda vou falar, preciso dizer que a escrita é bem direta e fácil, o que torna a leitura leve e rápida. Algo que admiro demais em qualquer livro.

O conteúdo também é bem interessante pois pelo o que eu entendi, os problemas da sociedade atual são baseados no excesso de algo que não é por natureza ruim. O autor usa para efeito de comparação, os problemas cardiovasculares causados por excesso de colesterol, que teoricamente é algo positivo para o nosso corpo, mas em excesso torna-se muito perigoso. Essa seria a premissa para problemas como ansiedade, depressão, síndrome de burnout, entre outros. E eu adorei os paralelos que ele traça entre vários tipos de doenças atuais e/ou antigas.

Entretanto, achei o livro bem superficial. Na verdade, eu acredito que o autor disse muito mais do que eu fui capaz de compreender e meu entendimento que tenha sido raso.

Ou seja, provavelmente seria uma leitura bastante enriquecedora, eu apenas não sou a leitora ideal.

Daniel.Nery 05/04/2021

Olhar para si
Exclua momentaneamente o contexto que vivemos nos últimos dois anos e pergunte-se: quando foi a última vez que fui ao concerto, à uma exposição, ouvi o cantar dos pássaros ou, no meio da rua ouvi a sinfonia dissonante dos carros? Perdemos a contemplação e a trocamos pelo desempenho próprio, por likes e aprovações que negam a nossa tragédia. Uma leitura obrigatória para percebemos para onde estamos caminhando. Somos ao mesmo tempo vítimas e algozes!

madukkyt 19/05/2024

? :: A "patologia" do século XXI
De acordo com Byung, todo século tem a sua "patologia" e a do século XXI é o cansaço.
O autor e filósofo defende a tese de que nós crescemos hiperativos e se não formos dessa maneira somos considerados fracassados, ponto fora da curva.
Nós só queremos maximizar nossa produção, seja ela em relação ao trabalho, estudo ou qualquer outra área e por isso fazer várias coisas ao mesmo tempo, mesmo que não se aprofunde nelas, é o certo ao invés de você tirar um tempo apenas para pensar e se aprofundar em uma coisa só.
Sem um devido "descanso", sem a pausa para pensar e descansar a mente, a sociedade se encontra em um cansado constante e a tendência das pessoas é simplesmente viver isso de maneira individual.
Para ele, a nossa sociedade vive um excesso de positividade, onde nada é impossível e as pessoas não pensam em nada além de serem úteis, maximizar sua produção.
Nesse contexto, há uma falsa sensação de liberdade que habia em nós, quando achamos que trabalhar mais é garantir e a liberdade, por isso é uma "patologia" difícil de identificar e se livrar.

"O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado.
Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos."

GirlNygma 02/03/2022

Muito bom
"No lugar de proibição, mandamento ou lei, entram projeto, iniciativa e motivação. A sociedade disciplinar ainda está dominada pelo não . Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, ao contrário, produz depressivos e fracassados."

Livro muito interessante. No começo a linguagem causa um pouco inquietante, mas logo as ideias do autor, suas referências e refutações acerca da nossa era moderna se encaixam nos conceitos.

gentilvete 16/04/2024

O mix perfeito
Byung-Chul não só foi cirúrgico em mesclar os filósofos do passado com a nossa contemporaneidade, mas foi extremamente único. Não tenho palavras pra descrever o quão boas são as reflexões desse livro e o que ele proporciona com temas que apenas parecem ser muito óbvios, fazendo você abrir um pouco os olhos para a própria realidade.

Manu5 25/08/2022

Muito muito bom
Pra quem quer começar a ler e estudar sobre sociologia é perfeito, a linguagem não é muito fácil, mais é só prestar um pouco mais de atenção que a coisa flui. Concordo com muita coisa que esse filósofo fala sobre essa sociedade de hoje, essa possibilidade tóxica de hoje em dia, o dinheiro que é dono das pessoas e não ao contrário, esse negócio de ser sempre produtivo, trabalhar demais, se vc não é muito produtivo vc não "presta". Quem trabalha não vive, sobrevive é sobre isso.

clara 23/11/2021

é impossível pensar do mesmo jeito
esse livro me fez parar pra pensar em coisas que eu não dava tanta importância assim e realmente fazem muito sentido,pode ser um pouco técnico e difícil em alguns momentos com alguns conceitos q não fiquem tão claros assim,mas valeu muito a pena e já quero ler outros que dão sequência à essa linha de pensamento.

Paulo Ricardo 26/10/2022

Sociedade do cansaço
Fomos convencidos de que somos senhores de nós mesmo, de que podemos fazer mais e melhor. Essa é a premissa do livro. Ao contrário das sociedades passadas, que eram baseadas na autoridade, nossa sociedade atualmente é considerada uma sociedade do desempenho, e já não há mais uma cobrança externa, mas interna. Somos nosso próprio carrasco. Pois ainda somos explorados, mas agora somos nós mesmos quem nos explora. Essa ideia neo liberalista de que sempre podemos fazer melhor, e de que só dependemos do nosso próprio esforço, tem levado ao aumento significativo de doenças da psiquê humana, como síndrome de Burnout e depressão. Estamos sobrevivendo mais, mas vivendo menos. Ou, como diz o autor, somos mortos vivos.

rafa 31/01/2022

Necessário.
Fala sobre essas positividade excessiva que temos nos tempos de hoje, onde você tem que conseguir fazer algo, um mundo onde existe esse papo de meritocracia. ?Você consegue se se esforçar?.
A sociedade do século 21 é a sociedade do desempenho. O que causa a depressão é a pressão do desempenho.

?A lamúria do indivíduo depressivo de que nada é possível só se torna possível numa sociedade que crê que nada é impossível. ?

A depressão é o adoecimento de uma sociedade que sofre com o excesso de positividade.
O próprio senhor se transformou no escravo do trabalho.

Apesar de ter sido uma leitura um pouco complicada, acho que ela é necessária.

Cris.Aguiar 04/02/2023

Difícil mas...
não é incompreensível.
O filósofo se baseia em muitas linhas de pensamentos filosóficos para estruturar seu ensaio, então, para quem não é conhecedor, o texto pode não ir tão longe na reflexão quanto deveria, precise fazer pesquisa.
Mas no escopo geral, no tema em si, não foi difícil entender onde ele quis chegar; é um excelente ensaio, mas deve ser lido não como verdade absoluta.
Encontrei o documentário do vídeo no youtube e também uns dois vídeos que explicam e um com críticas. Achei ótimo poder aumentar o assunto além das linhas escritas.

RECOMENDO.

Clube do Livro Priolli & Karnal: fevereiro 2023

vivia.medeiros 19/03/2022

Mais uma leitura acadêmica...
O livro lembra bastante a leitura de um artigo científico, onde se entende boa parte da leitura pelas notas de rodapé e também pelo anexo. Logo, quem for lê-lo, jamais ignore esses itens, pois a leitura é densa, profunda, com alguns verbetes em língua estrangeira. Só indico pra quem gosta dessa leitura mais aprofundada.

Eduardo.Anjos 26/03/2021

Ruína Social
O autor analisa os diferentes tipos de sociedade que foram surgindo com o passar dos anos, assim como suas características e a fragilidade nas explicações que surgiram para explicar o comportamento dos indivíduos e seu desenvolvimento na sociedade. É fascinante como vamos percebendo quais foram os caminhos tomados de forma inconsciente pelo ser social, até culminar na chamada sociedade do cansaço.

GuiBatelochio 22/06/2021

A "liberdade" do século XXI nos prende
Sociedade do cansaço reflete sobre a organização da sociedade moderna e nosso comportamento frente ao estilo de vida "super produtivo" e suas consequências.

Não precisamos mais da figura do chefe autoritário para nos cobrar resultados, nós mesmos o fazemos. Temos a liberdade para escolher e as consequências são inteiramente culpa nossa. Vivemos para o labor e nosso tempo de lazer ou descanso não é desfrutado, pois nos sentimos culpados de não estarmos sendo produtivos naquele momento.

Não pensamos em uma revolução pois nós mesmos somos nossos exploradores. É uma sociedade desenhada de forma a nos empurrar para o burnout, a depressão e as demais doenças psíquicas. E não compreendemos isto e nos culpamos. E, ao invés de irmos ao centro do problema, tentamos remediar com redes sociais, antidepressivos, palavras motivacionais, positividade, etc.

Sociedade do cansaço trata, em resumo, do exposto acima. Não é uma leitura fácil, em alguns momentos foi densa e um pouco cansativa. Mas as cerca de 40-50 páginas finais do livro são fenomenais. É um livro com poder de te deixar pensativo e te fazer questionar o modo de vida que têm ou já teve.

Recomendo muito a leitura.

haru 12/08/2021

Para refletir
Uma coisa muito importante: é bom ter bagagem filosófica antes de ler o livro. Há muitas coisas que são discutidas, mas não levam em consideração um leitor leigo, o que pode ser cansativo e confuso.
Alguns capítulos são mais complexos, outros mais simples, mas é possível entender o ponto central do autor, e é sensacional. Uma incrível crítica ao nosso sistema capitalista vigente, ótima leitura pra ser citada em redações também.
Recomendo ler com paciência.

flaviabloisi 21/09/2021

Bom!
?Todos os esforços em favor da vida levam à morte.?
?Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal.

Gostei do livro. Em alguns momentos precisei consultar o dicionário mas dá pra compreender. O autor passa segurança em cada palavra escrita e aponta teses filosóficas, cita filósofos, tem embasamento.
O livro não superou minhas expectativas mas acredito que seja porque não tenho hábito de ler livros assim.
Resumidamente, eu gostei, traz boas reflexões.