Mulheres de cinzas

Mulheres de cinzas Mia Couto




Resenhas - Mulheres de Cinzas


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Margô 13/06/2021

Covas de Armas.
Sou fã de carteirinha de Mia Couto. Propensa a gostar das obras do autor só pela empatia existente e comprovada ( amei a palestra dele!).
Porém, meu coração de chiclete, não foi muito grato à obra que ora concluí.

Sei do potencial desta narrativa, e do quanto é pertinente as coisas ditas em cada página, com o digno propósito de apresentar o domínio Português sobre Moçambique...

Mas, confesso que o lirismo de Mia Couto, às vezes, me lesa o raciocínio, e os olhos veem sangue e dor...sim, mas as coisas ficam como que "suspensas". De onde veio? Como foi? Por quê morreu? ( Eu querendo colocar elos nos fatos ...rss)

Então, as causas se perdem como águas aligeiradas descendo o leito do rio, borbulhando segredos inescrutáveis!

Gostei do que li, mas queria menos fantasia , e mais realismo!
Acho que foi isso.
Fabi 30/06/2021minha estante
Sua resenha expôs justamente como me senti com esse livro! Rsrs fiquei triste porque queria muito ter amado, justamente por reconhecer a grandeza do texto... Mas não rolou!


Margô 02/07/2021minha estante
Pois é Fabiana... às vezes o autor fica em dívida com o leitor...rsss. Quem manda ser sempre bom!??? ?




Fabi 30/06/2021

Não desta vez...
Um livro escrito de uma forma linda e de uma importância gritante, mas que não me fisgou. Não me comoveu como eu esperava.
Não sei dizer exatamente o que foi, talvez eu não estivesse pronta para ele ainda.
Ainda quero dar outras chances ao Mia, mas talvez daqui alguns anos.
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Daniel 02/07/2022

Mia Couto sabe escrever de maneira muito poética, além de mostrar um universo novo e bem vivente....
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day t 06/09/2021

Incrível!
Comecei a ler Mulheres de cinzas logo depois de ter lido Terra sonâmbula, então já imaginava o que esperar em relação ao tipo de escrita e densidade da história. Particularmente, gostei bem mais de tudo. Mia Couto tem uma capacidade de envolver a gente, de escrever de uma forma profunda mas simples e poética, de falar de coisas que nos doem com uma beleza muito comovente. Faz a gente pensar MUITO sobre toda a desgraça da colonização. Mulheres de cinzas é um romance histórico, que conta a história do sul de Moçambique no final do século XIX, quando Ngugunyane (o último dos líderes do Estado de Gaza) imperava. Fala da disputa entre os colonizadores portugueses e Ngugunyane pelo domínio das terras e, entre eles, uma tribo que se nega a aceitar qualquer um dos lados. A história é contada por Imani, que faz parte dessa tribo, e pelo sargento português Germano. É um livro lindo, forte, que faz a gente pensar. Achei bem antropológico, bonito, triste, envolvente. Uma aula dada através de um romance. Já tô doida pra ler os demais volumes dessa história. Indico geral!
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Ludmilla 12/07/2020

Primeiro livro que leio do Mia. Gostei bastante. Forte, emocionante.
Irlene.Silva 23/07/2020minha estante
Pra mim também foi o primeiro. Achei triste, fiquei deprimida. Talvez eu não leia os outros da trilogia, embora tenha considerado o livro muito bom. Quem sabe em outro momento , quando passar essa pandemia?


Ludmilla 23/07/2020minha estante
Oi Irlene, é um livro triste mesmo. Como você disse, talvez seja mais adequado ler os próximos quando passar essa fase tensa. Tenho tido essa dificuldade em relação a filmes/séries.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 09/12/2015

Mia Couto - Mulheres de Cinzas
344 páginas - Editora Companhia das Letras - Lançamento no Brasil 16/11/2015.

Uma das citações mais bonitas de Mia Couto (e podem acreditar que são muitas) nos ensina que: "a descoberta de um lugar exige a temporária morte do viajante" (do seu romance "Venenos de Deus, Remédios do Diabo" de 2008), assim acontece com esta nova obra do autor, "Mulheres de Cinzas", primeiro volume de uma trilogia sobre um importante período da história de Moçambique e no qual, para apreciar toda a força poética do texto e a riqueza do folclore e costumes locais, precisamos abandonar a nossa herança cultural ocidental e urbana, assim como os conceitos transmitidos através da história oficial da colonização portuguesa, ou seja, "morrer" um pouco, só assim a prosa mágica do autor, com o seu estilo que é um exercício contínuo de recriação da língua, poderá ganhar o merecido espaço e ser "descoberta" pelo leitor, nada mais do que um mero e abandonado viajante solitário.

Os eventos narrados no livro ocorrem em 1895, época em que Moçambique era dominada de um lado pelo governo colonial português, nem sempre presente e atuante, e do outro pelo líder do poderoso Estado de Gaza, imperador Ngunguyane (chamado de Gungunhane pelos portugueses), muito mais forte politicamente na região. O sargento português Germano de Melo, degradado pela monarquia como punição após participar de uma revolta republicana no Porto, é enviado para combater o "Leão de Gaza", como era conhecido Ngungunyane, e assume o controle de um quartel, localizado na vila de Nkokolani, que nada mais é do que uma decadente mistura de paiol de armas e cantina para venda de quinquilharias para os nativos. Ele é auxiliado por Imani, uma adolescente de quinze anos que foi criada por missionários portugueses e domina bem o idioma, servindo como intérprete para o militar. O relacionamento entre os dois irá se fortalecer à medida em que ambos encontram alívio e mútua compreensão em meio ao isolamento provocado pelos conflitos.

"O mundo é tão grande que nele não cabe dono nenhum", mas mesmo assim o Império de Gaza e a Coroa Portuguesa se achavam proprietários da terra e por isso se odiavam tanto ("por serem tão parecidos nas suas intenções"). A família de Imani, da etnia VaChopi, era um símbolo dos conflitos na região porque, apesar de seguir os costumes ocidentais, tendo se aliado aos portugueses, apresentava uma grave divisão política interna já que um dos irmãos de Imani tinha o sonho de apoiar as forças de ocupação portuguesas enquanto o outro queria se unir ao exército de Ngungunyane. Na verdade, tanto Imani quanto o sargento Germano de Melo são indivíduos não adaptados ao próprio meio em que vivem e a narrativa é dividida entre as duas vozes alternadas, mas o tom predominante é mesmo o feminino como podemos constatar na bela passagem abaixo que mostra como os pobres e as mulheres são sempre mais afetados pelas guerras:

"A diferença entre a Guerra e a Paz é a seguinte: na Guerra, os pobres são os primeiros a serem mortos; na Paz, os pobres são os primeiros a morrer. Para nós, mulheres, há ainda uma outra diferença: na Guerra, passamos a ser violadas por quem não conhecemos." (pág. 107)

Mia Couto alerta para a destruição da terra através das guerras contínuas e também do progresso não planejado em um jovem país dividido por línguas e culturas diferentes, fato tão comum no continente africano. Também a necessidade de conhecer o passado para entender o presente, Mia Couto afirma que os moçambicanos continuam "ainda prisioneiros de uma versão única do passado" e que precisam se libertar de uma narrativa solitária para assumir que existem outras versões e que todas podem ser válidas para explicar a diversidade atual.

"A estrada é uma espada. A sua lâmina rasga o corpo da terra. Não tarda que a nossa nação seja um emaranhado de cicatrizes, um mapa feito de tantos golpes que nos orgulharemos mais das feridas que do intacto corpo que ainda conseguirmos salvar." (pág. 11)

O livro representa um esforço de humanização de personagens históricos muito pouco conhecidos no Brasil. O último imperador de Gaza, Ngungunyane, foi capturado em 1895 por Mouzinho de Albuquerque quando o seu império já não tinha a força do passado e o domínio dos territórios conquistados, mas Portugal precisava demonstrar às demais potências coloniais européias, principalmente a Inglaterra, que ainda mantinha o controle sobre a colônia africana e levou Ngungunyane e suas sete esposas para Lisboa como propaganda política tendo sido posteriormente deportado para os Açores, onde veio a morrer em 1906. Os seus restos mortais foram trasladados para Moçambique em 1985. Na época, a imprensa moçambicana divulgou que na urna funerária só havia areia colhida em solo português, originando a ideia do título da trilogia, "As Areias do Imperador", que será completada com o lançamento dos dois próximos romances da série em 2016 e 2017.
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ElisaCazorla 08/01/2016

Iniciação à Mia Couto.
Para quem nunca leu Mia Couto, esse livro seria um bom começo. Devo dizer que já li todos os outros romances do autor e não posso evitar a comparação.
Eu sou uma admiradora de Mia Couto e todos os seus livros são um presente para mim. Quando esse livro foi anunciado esperei ansiosamente. Não me decepcionei, o livro é muito bom, mas saio dele com a sensação de que faltou algo. Talvez a alternância entre cartas do homem português branco e a narrativa da menina africana negra tenha feito desse livro algo menos poético e talvez mais 'palatável' para alcançar um público maior de leitores.
A emoção desse não foi tão intensa como nos outros, mas é emocionante. A construção desse não foi tão impressionante como a dos outros, mas foi impecavelmente construído. Inclusive a alternância entre a narrativa da negra e do branco é interessante e bela. A escolha de expor os dois pontos de vista é a maior virtude deste livro. Essa decisão enriqueceu o livro e fez dele um livro mais simples sem ser simplório!
Não encontrei muitos neologismos como nos outros e, talvez, tenha sido essa decisão que deixou o livro mais fácil ou menos exigente do que os outros. Isso não é um ponto negativo, mas foi o que me deixou um pouco triste. Senti falta neste livro da força pungente que me assombrou tanto nos outros livros dele.
Talvez seja uma obra que teve que atender à certas exigências para alcançar um novo público, mais amplo talvez. Por isso acho que se o leitor está procurando conhecer este autor, este livro é um excelente início à sua obra e ao seu estilo excepcionais.
Não me decepcionei. O livro é maravilhoso. Mas, infelizmente para mim, é menos poético. Aguardo o próximo livro desta trilogia com a mesma ansiedade e com a certeza de que será um deleite.
Tiago675 22/10/2016minha estante
Fiquei mais interessado, agora! É um romance histórico!




DIRCE 06/02/2016

Ausências
Mulheres de Cinza, I volume da trilogia As Areias do Imperador, chegou às minhas mãos me acariciando. Um livro de Mia Couto presenteado por minha filha...Tudo de bom e mais um pouco. O encantamento, de forma alguma, para por aí: a textura da capa é deliciosa e a gravura muito sugestiva.
Proust que me desculpe, mas meu projeto de não ler livro algum antes de concluir a leitura da saga do Em busca do tempo perdido foi pelos ares.
Mia Couto confirma, mais uma vez , ser a voz da África. Nessa trilogia ele pretende contar outro lado da história do Imperador Gungunhane que liderou o Estado de Gaza, sul de Moçambique, no final do século XIX, portanto, trata-se um romance fictício com cunho histórico.
As narrativas deste I volume são feitas por meio das cartas do sargento Germano e pela narrativa da adolescente Imani, porém o Estado de Gaza e o imperador ficaram em segundo plano neste livro. Creio que a intenção do Mia, neste primeiro romance , foi mostrar os hábitos, crenças e mitos dos VaChopi , e , de como seres tão contratantes como Imani e o sargento Germano podem ter algo em comum: ambos tinham um sentimento de não pertinência naquele mundo. Imani por ter se “aportuguesado” e o sargento – um degredado – se vê diante de uma missão que lhe era totalmente alheia, ambos, Imani e o sargento, me passaram uma sensação melancólica , e, quem sabe tenha sido ela, a melancolia, a responsável pela atração mútua.
Esse romance é viagem ao passado e de como ele é construído pela visão de um escritor que sempre se utiliza da poesia, mas me pareceu que por algum motivo, não quis abusar desse recurso nesta sua narrativa, tampouco, do neologismo, entretanto, ele conseguiu com muito sucesso nos mostrar que o passado é, indubitavelmente, traçado por meio de sangue e lágrimas.
Antes de finalizar este meu comentário, preciso dizer que os livros do Mia Couto sempre me soam como um gemido doloroso, porém, neste em especial, o que fez doer em mim foi a lembrança do nosso grande amigo Arsenio que nos deixou tão precocemente. Mia Couto era um dos seus escritores preferidos, qual seria a sua opinião sobre este romance? Tive, graças a Nanci, um esclarecimento ao não meu entendimento de um fato constante no romance, mas, para a opinião do Arsenio, tudo o tenho é um enorme vazio.
Ouso dizer que este é um livro no qual as ausências se fizeram presente,entretanto, não poderia, de forma alguma, classificá-lo com menos de 5 estrelas.
Vanessa 06/02/2016minha estante
Ótimo texto!!! Parabéns!!! Fiquei bem interessada! =)


Nanci 06/02/2016minha estante
"o que fez doer em mim foi a lembrança do nosso grande amigo Arsenio que nos deixou tão precocemente." - também me entristece muito,mas a saudade é uma prova de amor.


DIRCE 07/02/2016minha estante
É, Nanci: a lista das pessoas que marcaram minha vida de forma positiva e que deixaram saudades está aumentando.Uns, esperados, mas outros...




juliapassos14 22/04/2020

Gostei
O livro nos traz a história de Imani, uma jovem africana, e sua relação com um sargento português.

A leitura é dinâmica, intercalando os acontecimentos entre a narrativa da menina, que trás muito da cultura africana, com as cartas que o sargento mandava a Portugal.
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Selma 01/11/2022

Gostei da história, que mescla fantasia com realidade através da narrativa que vai intercalando os relatos da menina negra Imani com as missivas do sargento Germano de Melo. Uma prosa riquíssima em metáforas, mas que não me prendeu tanto quanto "Terra sonâmbula", que li e gostei muito.
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Guta 22/11/2016

Resiliência das mulheres de cinza
Já li alguns livros do Mia Couto, porém este foi o mais difícil, por alguma razão demorei muito para me apegar aos personagens, tive que me obrigar a ler, quase abandonei o livro durante a leitura. Mas agora que terminei não vejo a hora de ler o Sombras da água, a continuação da trilogia.
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